Saint Seiya: New World escrita por Fernando


Capítulo 13
O Retorno


Notas iniciais do capítulo

Então galera fui obrigado a mudar a narrativa por que agora teremos muitas batalhas, dilemas e pontos de vista diferentes. Assim não seria possível fazer tudo pelo ponto de vista do André.



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– Ele está atrasado. – Carmen lamentava para si mesma.

A deusa estava do lado de fora de seu templo, admirando a vista de todo o Santuário, e pensando em como iria matar André quando o visse. O cavaleiro havia prometido que voltaria logo, no entanto estava um mês atrasado e nem se deu ao trabalho de tentar algum contato com a Grécia durante a viagem.

Carmen suspirou e rumou de volta ao interior de seu templo, tinha assuntos a resolver e não podia se dar ao luxo de ficar se lamentando.

...

– Ah, finalmente! – Exclamou Maya quando finalmente avistou o vilarejo que antecede a entrada para o Santuário. – Lar doce lar.

Cário e André apareceram logo atrás da amazona, a entrada do pequeno vilarejo. Os três haviam partido há exatos cinco meses rumo a Jamiel, mas o vilarejo ainda parecia o mesmo. Moradas de rocha solida e pessoas sorridentes se estendiam por vários metros, até a grande escadaria que levava a entrada do Santuário.

– Tudo parece igual a quando partimos. – Disse André.

E o Pégaso estava grato por isso. Após todos os imprevistos e países estranhos pelos quais passaram nos últimos meses, um pouco da tranquilidade do Santuário seria mais que bem vinda.

– Vamos nos apressar. Precisamos chegar logo ao Santuário. – Cário também estava feliz em retornar, mas não demonstrava. Ele precisava manter-se firme perante seus discípulos.

Os três mudaram muito nesses meses que passaram fora, tanto física quanto mentalmente. André estava com o corpo mais forte e atlético, resultado de seus intensos treinos, e seus cabelos, negros, estavam maiores, agora chegando a altura de seus olhos. Cário por sua vez estava mais amigável com o cavaleiro de Pégaso, seus cabelos encaracolados também estavam maiores e ele agora tinha uma barba rala em seu rosto. Mas, de fato, a que mais mudara foi Maya, a amazona tinha seus cabelos loiros mais longos, agora a altura de sua cintura, e construiu uma grande afinidade com André, tanto como companheira de batalha como amiga. Embora ela continue o chamando de idiota na maior parte do tempo, ela agora o respeitava. Presenciou, por mais de uma vez, a força de vontade e os feitos que o garoto foi capaz de realizar nesses últimos meses e pode entender o porquê de ele ter sido agraciado com a armadura.

– Mal posso esperar para chegar ao alojamento. – Disse Maya. – Estou com tanta saudade da minha cama que acho que vou dormir um mês.

– Eu só espero que Carm... Atena não me mate. – André riu ao dizer aquilo. Ainda tinha problemas em chamar a amiga pela sua alcunha de deusa.

Os três percorriam a estrada do vilarejo, rumando ao Santuário. Cário ia à frente, ele trajava um sobre tudo marrom e carregava a urna de sua armadura em suas costas, assim como André e Maya. Para evitarem transtornos na viagem de volta, os três, optaram por uma rota mais “deserta”. Eles deixaram Jamiel, que se localiza no Nepal, e foram em direção à Nova Délhi na Índia. Depois seguiram para o Paquistão, onde reabasteceram seus mantimentos para o restante da viagem. Maya nunca podia sair dos abrigos que arranjavam, pois seria difícil a garota andar pelas ruas com sua mascara cobrindo todo seu rosto. Com todos os suprimentos já reabastecidos, seguiram rumo ao sul do Irã onde acabaram por chegar à Turquia para finalmente voltarem à Grécia. Os três viajavam voando, usando a força de suas auras como propulsão, então o deserto foi à escolha mais obvia para passarem despercebidos.

Eles estavam muito próximos da entrada do Santuário, já haviam deixado o vilarejo para trás, quando sentiram dois cosmos se aproximarem.

– Avalanche Explosiva! – Uma voz bradou.

Os três conseguiram se esquivar, quando uma gigantesca rocha fora lançada em sua direção. André apurou seus instintos, como Cário havia lhe ensinado, e então pode ver uma aura escura se aproximando rapidamente.

– São espectros! – Ele afirmou. – Estou vendo um deles, sete metros à frente, mas sem sinal do outro.

Cário iria soltar a urna de suas costas e liberar sua armadura, mas algo assustador chamou sua atenção. Um pouco longe dali, dentro do Santuário, duas forças enormes surgiram, maiores do que o cosmo de qualquer um dos cavaleiros de ouro ali presentes. O cavaleiro de ouro tinha uma terrível ideia do que poderiam ser essas forças, mas esperava que estivesse errado, caso contrario, não haveria muito oque fazer para combatê-las.

– Mestre! – André chamou. – Sentiu isso, não foi?

Cário assentiu.

– Vá, eu e Maya cuidamos disso. – Ele disse confiante e partiu ao ataque do espectro que havia avistado.

– Eu te dou cobertura, mestre. – Maya estava ao lado de Cário.

– Não demorem muito, posso precisar de vocês. – Cário disse pouco antes de avançar na mesma direção que André se lançou.

O Pégaso avistou a figura que havia lançado a rocha em sua direção. Um homem alto, três metros de altura, e forte, trajava uma armadura grossa e negra que o protegia quase que por completo. A única parte exposta de seu corpo era seu rosto, contornado por seu elmo.

– Meteoro de Pégaso!

Enquanto corria, André lançou uma chuva de meteoros de seu punho direito. Os raios de cosmo azul acertaram o corpo do homem, mas não causaram nenhum dano na armadura de seu oponente.

– Esse é todo seu poder, Pégaso? – Debochou o homem. – Aqui, veja oque é força de verdade. Avalanche Explosiva!

O espectro cravou os dedos no solo e puxou uma rocha do tamanho de um carro, a levantou acima de sua cabeça, e a lançou contra o cavaleiro. André parou de correr e decidiu conter a rocha. O cavaleiro se preparou para o impacto e, com ambos os braços prontos, conteve a gigantesca rocha com dificuldade. O peso era tanto que chegou a empurrar o Pégaso para trás, mas ele se manteve firme, cravou os pés no chão e parou o grande projetil de pedra.

– Impossível! – O homem estava surpreso. Nunca alguém fora capaz de conter sua técnica com tamanha facilidade.

– Acha mesmo que uma rocha impregnada de cosmo vai me deter? – André desafiou. – Você é patético.

O espectro se enfureceu. Saltou o mais alto que pode e desceu como um torpedo na direção do cavaleiro de bronze. André, por sua vez, lançou a rocha contra seu oponente em pleno ar.

– Isso não vai me deter! Morra Pégaso!

O homem, em plena queda, atravessou a rocha como se ela fosse feita de isopor e continuou sua trajetória para esmagar o cavaleiro. A força do impacto foi arrasadora, abriu uma grande cratera no solo, mas não havia nenhum sinal do Pégaso naquele lugar.

– Minha vez! – Gritou André que aparecia novamente.

Se movendo na maior velocidade que pode, o cavaleiro havia esquivado do ataque no momento que jogou a rocha contra seu oponente. Agora ele corria novamente, com seu punho pronto, contra o espectro.

– Seus ataques não funcionam contra minha sapuri. Eu, Kur de Golem, a Estrela Celeste do Chifre, estou além de qualquer cavaleiro de bronze. – Gabava-se o espectro sem nem esboçar a ideia de se defender do ataque do cavaleiro.

André sorriu, ele finalmente poderia usar aquela técnica para valer. Em seus treinos em Jamiel, André foi capaz de aprender uma das principais técnicas dos cavaleiros de Pégaso, ele treinou, por dias, os fundamentos de seu cosmo para seu punho poder aguentar um acumulo muito maior de cosmo do que a técnica original pedia. Com essa modificação, essa acabara por se tornar uma das mais, se não a mais, poderosas técnicas de seu arsenal.

O punho direito de André começou a brilhar em azul, a energia de mil de seus meteoros fluía concentrada naquele ponto.

– Cometa de Pégaso! – Ele bradou, pouco antes de seu punho entrar em contato com a armadura de Kur.

O impacto foi monstruoso, todo o poder armazenado foi concentrado em um único ponto de impacto. Kur gritou de dor, até mesmo em sua face contorcida pela dor, seu espanto era visível. O punho do cavaleiro não encontrou resistência para atravessar a armadura e muito menos para atravessar a carne de seu oponente. O Golem foi ao chão já sem vida, em seu tórax um grande buraco fumegava e marcava o sinal de sua derrota.

André olhou para o próprio punho que estava um pouco machucado. Usar aquela técnica sem armadura não era uma boa ideia, o acumulo de cosmo era muito poderoso e o impacto também causava danos a ele. Era uma técnica extremamente poderosa, mas ele ainda não a dominara por completo.

André iria seguir para o Santuário, para ver oque eram aqueles dois cosmos gigantescos que estavam ali, mas foi interceptado por outro espectro. Um homem, da mesma altura que André, vestindo uma armadura negra, com diversas garras nas partes dos ombros e das costas, e um elmo que parecia uma cabeça de lobo, acertou um soco no queixo do Pégaso. André foi lançado para o lado, mas conseguiu girar e se estabilizar no ar novamente para cair em pé.

– Quem é você? – O cavaleiro perguntou ao se recuperar.

– Eu sou Yarion de Lycaon, a Estrela Celeste do Crime. – Respondeu o homem.

– E por que tiveram a ideia idiota de atacar o Santuário? – O Pégaso limpou o sangue que escorria de sua boca. - Seu fim será o mesmo que o do Golem.

Yarion riu.

– Deveria saber melhor com quem está lidando, Pégaso. – Ele apontou em direção ao corpo de Kur no exato momento em que o espectro de Golem se levantava.

– Como é possível? Eu destruí seus órgãos internos!

– Admito que seu poder seja grande, Pégaso, mas não é nada comparado ao do Imperador Hades. Ele tem o poder para ressuscitar seus guerreiros quantas vezes forem necessárias, nós, espectros, somos praticamente imortais enquanto tivermos a benção de Hades. – Explicou Kur.

O punho de André se acendeu em cosmo novamente, queimando ainda mais as feridas em sua mão direita.

– Então é verdade. Todos os malditos espectros que morreram até agora pode voltar à vida... Até o maldito Wyvern!

A aura do cavaleiro se expandiu, tornando-se mais violenta. Ele já havia ouvido rumores sobre essa “habilidade” dos espectros, mas esperava que fosse apenas isso. No entanto, pouco importava, ele, no fundo, queria ter uma nova luta contra Radamanthys, foi pra isso que tanto treinara e, Cário, carregava o objeto que poria fim a essa benção de Hades em pouco tempo.

– Isso mesmo. – Completou Yarion. – E, devo avisa-lo, Pégaso. Radamanthys anseia por arrancar sua cabeça.

Aquilo foi o limite, agora tinha certeza que o Wyvern estava vivo e que estava pronto para mais uma batalha. André ia se lançar sobre ambos os espectros, sem técnica ou estratégia alguma, deixaria apenas seu ódio guia-lo, mas foi impedido por uma mão que agarrou seu ombro direito.

– Vai mesmo subestimar seus oponentes assim, idiota?

– Maya? – André voltou a si quando ouviu a voz da garota.

– É, eu mesma. – Disse a garota. – E eu não vou curar esse punho de novo, já havia avisado você pra não usar o Cometa sem a armadura.

André estava mais calmo, ele havia se acostumado a lutar ao lado de Maya nesses meses que passaram longe do Santuário. Só de ter a amazona ao seu lado, ele já se sentia mais confiante e com ela era a mesma coisa, com o cavaleiro ao seu lado, ela tinha mais tempo para pensar em como derrotar os oponentes e criar suas estratégias de batalha.

– Eles são imortais, acabei de matar aquele ali. – André apontou para Kur e para o buraco em sua armadura, na região do tórax. – E ele está de pé novamente.

– Esse é o cara das pedras?

– Sim. Consegue atacar com as rochas a distancia, mas é lento no combate corpo a corpo.

– Ótimo, vamos nos concentrar nele. Não precisamos mata-los, apenas para-los. – Explicou a amazona.

– Onde está Cário? – Perguntou André.

Maya apenas apontou para o céu e o cavaleiro viu um risco dourado ir voando em direção ao Santuário.

– Certo. – O cavaleiro de Pégaso soltou a urna de sua armadura de suas costas e liberou a mesma.

A armadura de Pégaso foi ao corpo de seu cavaleiro, Maya fez o mesmo e ambos se lançaram para o ataque. André se lançou a frente, enquanto Maya corria um pouco mais atrás.

– Insetos. – Desdenhou Yarion enquanto respondia a investida de seus oponentes.

André preparou o punho novamente, Yarion fez o mesmo. Quando ambos estavam prestes a chocar seus punhos, André se forçou a parar, girou para a direita e saiu da linha de ataque do espectro.

– Covarde! – Bradou o Lycaon que se virava para atacar o cavaleiro e esquecera-se da amazona.

Maya estendeu seus braços, liberando suas garras, e em dois rápidos movimentos horizontais, tentou retalhar Yarion. Porem, Kur saltou e se interpôs entre a amazona e o espectro. O impacto causado pelo Golem ao tocar o chão foi estrondoso, fazendo Maya se desequilibrar. Ela logo recompôs sua guarda, mas Kur já movia seu punho em direção ao rosto da amazona.

– Acho que você tá relaxando, Maya. – André a provocou. Ele se interpôs entre o punho do espectro e a amazona, assim contendo o golpe do Golem.

Maya ficou sem reação. Ainda se impressionava com o quanto André havia evoluído nesses últimos meses. Antes era ela que sempre acabava por salvar o cavaleiro ou protege-lo em suas batalhas, mas, de alguns meses pra cá fora o contrario, André se fortalecera além do nível dos cavaleiros de prata comuns e tinha como lema sempre proteger os que lutavam ao seu lado. A amazona se sentia confusa quando o cavaleiro a protegia daquela maneira, em parte sentia-se bem e gostava que o cavaleiro o fizesse às vezes, mas, por outro lado sentia-se indefesa e fraca. Como, em tão pouco tempo, o Pégaso pode tê-la superado em poder?

Maya viu Yarion se mover por trás de Kur. O Lycaon avançou fora do campo de visão de André e tentou acerta-lo, mas a amazona o puxou seu companheiro para trás e, com suas garras, aparou o ataque do espectro mais baixo.

– Eu né? – Ela disse no mesmo tom de escarnio que o cavaleiro antes havia usado.

André sorriu, agarrou Maya pela cintura, e saltou para trás. Maya se assustou com o movimento do cavaleiro, sentiu-se até envergonhada pela forma como André a havia tocado, mas logo entendeu por que o cavaleiro o fizera. Ele aumentou a distancia entre eles e seus oponentes, para terem alguns segundos para respirarem antes de uma nova investida.

– Não vai dar certo atacarmos apenas um. – André comentou.

A amazona percebeu que o cavaleiro ainda estava abraçado a ela pela cintura e se desvencilhou.

– Eles se completam bem. – Analisou a amazona. – O Golem é forte e resistente e o Lycaon é rápido e furtivo. Vamos ter que levar isso para o “mano a mano”.

André assentiu, ele havia pensado o mesmo.

Os espectros sorriram com a ideia dos cavaleiros. Era exatamente oque eles estavam esperando, provavelmente o Pégaso, por ser mais forte, enfrentaria Kur e a Serpente, por ser mais veloz e mortal, enfrentaria Yarion. Mas Kur já havia presenciado as duas técnicas principais do cavaleiro de Pégaso e poderia facilmente se defender contra elas agora, assim, uma vez que o Pégaso fosse morto ele e Yarion poderiam esmagar a amazona. Porem, todo esse plano caiu por terra com apenas uma frase da amazona.

– Você cuida do Lycaon – Ela disse confiante. – Eu cuido do cabeça de pedra.

Yarion não entendeu. Como aquela garota podia pensar em lutar com Kur? Apenas o tamanho da rocha que fora lançada sobre ela já devia tê-la desencorajado de enfrentar aquele gigante, mas ela parecia completamente calma, como se tivesse traçado um plano que garantisse a vitória sobre o Golem. O Lycaon iria se avançar contra a garota, tentar forçar uma luta direta entre os pares que os espectros já haviam marcado, mas foi interrompido pelo Pégaso. André se moveu em um piscar de olhos e acertou em cheio o peito de Yarion com seu joelho. Ambos foram lançados alguns metros para longe de Kur e Maya.

– Yarion! – O Golem se virou para ir até o companheiro, eles não podiam sair de seu plano, o Lycaon não conhecia a extensão da força do Pégaso como ele.

Uma corrente elétrica roxa formou um circulo sobre os pés de Kur, impedindo-o de se mover.

– Vai a algum lugar? – Perguntou Maya de forma cínica.

...

Carmen, assim como todos no Santuário, estava em estado de alerta.

– Temos que convocar os cavaleiros de ouro. – O Grande Mestre, Kiki, parecia especialmente transtornado com aquilo. – Precisamos trazer Cário e André de volta, eles podem ajudar...

– Kiki! – Carmen o chamou, tentando tira-lo de seus devaneios. – Oque são esses cosmos? Por que precisamos de tanto para nos defender?

O Grande Mestre retirou seu elmo, seus cabelos ruivos e olhos verdes surgiram, assim como suas marcas na testa, a prova que ele era um lemuriano.

– Eles são à força de elite de Hades, A Morte e O Sono, Os Deuses Gêmeos, Thanatos e Hypnos. – A forma como Kiki os apresentou, fez parecer que ele realmente estivesse aterrorizado com a aparição desses deuses.

A garota não sabia quem eram eles, mas sentiu o terror que apenas seus nomes causavam em Kiki. Ela levantou-se de seu trono, com seu báculo em mãos, e caminhou até o Grande Mestre.

– Se acalme. – Ela disse, colocando a mão sobre o rosto de Kiki e, assim, transmitindo a frequência de seu cosmo a ele. – Você é o Grande Mestre, o Líder do Santuário, e precisamos de você aqui.

O semblante de Kiki se acalmou, parecia como se a mente dele houvesse clareado.

– Obrigado, Atena. – Ele diz sorrindo. – Fique aqui, irei confrontar os Deuses Gêmeos. Continue a emanar seu cosmo, vamos precisar.

...

– Maldito! – Esbravejou Yarion ao desferir uma sequencia de socos contra André.

O espectro não podia conceber como o Pégaso podia desviar de seus ataques com tanta facilidade. Ele era o um dos espectros mais velozes e mortais do submundo, mas não conseguia se quer encostar um dedo no cavaleiro. André se esquivava como um boxeador, ele parecia ver os socos se aproximando em câmera lenta, e então ele viu uma abertura, entre um soco e outro, uma abertura na guarda de Yarion. O cavaleiro rolou para esquerda, se esquivando de mais um soco do espectro, e acertou uma cotovelada, por trás, nas costelas do Lycaon. Uma onda de dor percorreu todo o caminho, da costela a espinha do espectro e ele vai ao chão.

– Você não pode ser tão rápido. – Yarion grunhia entre os dentes enquanto se levantava. – É apenas um cavaleiro de bronze!

– Não importa se sou um cavaleiro de bronze, prata ou ouro minha força ou velocidade não são medidos pela minha armadura e sim pela potencia do meu cosmo. - Disse André enquanto assumia a postura de seus meteoros. – E, meu cosmo é muito maior do que o qualquer cão de Hades! Meteoro de Pégaso!

O punho direito de André liberou uma chuva de meteoros que iam em direção ao espectro.

– Não pense que só por que é mais veloz pode me vencer! – Yarion estendeu seus braços e duas esferas negras surgiram nas palmas de suas mãos. – Uivo Infernal!

As duas esferas eram maiores que os meteoros de André, e ligadas por pequenas correntes elétricas enegrecidas. Ambas as técnicas se chocaram, os meteoros do cavaleiro com o uivo infernal do espectro. Os meteoros se intensificaram em numero e velocidade, acabando por transpassar a técnica do Lycaon e acertando seu corpo. Foi como se mil socos acertassem em cheio o corpo do espectro, um dos meteoros carregava uma carga tão grande de cosmo que acabou por transpassar seu peito.

– Seu maldito... – Yarion amaldiçoava o cavaleiro, ele começava a sentir o gosto de sangue em sua boca, mas se recusava a tombar. – Eu vou me levantar novamente, Hades não abandona seus guerreiros!

– Estou contando com isso. – Disse o Pégaso de maneira calma.

O cavaleiro então desferiu dois socos no ar, seus punhos brilharam em sua energia azulada, e duas esferas de cosmo foram lançadas e acertaram os joelhos de Yarion, atravessando sua armadura e sua carne. O espectro urrou de dor, e, sem conseguir apoiar seu peso em suas pernas, ele foi ao chão.

André abaixou seu cosmo e passou pelo espectro, estava agora rumando para onde Maya e Kur lutavam, a alguns metros dali.

– Acha que isso vai me deter?! – Yarion berrou. – Eu vou me erguer novamente e vou mata-lo, Pégaso!

Mas o Pégaso apenas o ignorou, sua batalha ali já havia acabado agora ele precisava ajudar Maya e ir logo para o Santuário.

...

Kiki recolocou seu elmo e saiu do Templo de Atena, ele estava pronto para confrontar os Deuses Gêmeos, mas não esperava a visão que teve ao deixar os aposentos da deusa.

– Olá, Grande Mestre. – Disse uma voz já conhecida pelo lemuriano.

O Grande Mestre estava de frente para Thanatos e Hypnos. Thanatos trajava sua armadura em tons de prata, com grandes ombreiras circulares e asas afiadas, Hypnos, por sua vez, vestia uma armadura quase que idêntica a do irmão, porem com o tons mais dourado e as asas se assemelhavam a grandes folhas de metal retas, que se abriam em formato de uma grande estrutura circular.

– Thanatos. – Kiki concluiu. – Como passaram pelas Doze Casas?

Hypnos riu em desdém.

– Nós controlamos a Hiperdimensão, seus encantos e barreiras não podem nos impedir de nos teleportar. – Explicou o Deus do Sono.

Kiki sempre soube que aquilo era possível, por mais que tentassem era praticamente impossível conseguir uma maneira de “trancar” a Hiperdimensão e todas suas passagens. Apenas um cavaleiro poderia fazer isso, mas ele ainda estava desaparecido.

– Podemos evitar a matança, Grande Mestre. – Continuou Hypnos. – Apenas nos entregue Atena e pouparemos os cavaleiros.

O lemuriano rangeu os dentes.

– Vocês invadem o meu lar e fazem exigências e ameaças? Não sei como as coisas funcionam no Mundo Inferior, mas aqui não é dessa forma. – O cosmo de Kiki começou a se elevar. – Vão embora, enquanto ainda podem.

Thanatos sorriu.

– Agora eu me lembro. – Ele disse. – Você é aquele garoto, um dos idiotas que protegeram a irmã de Seiya dos meus ataques.

Kiki apontou o dedo na direção do Deus da Morte.

– Não ouse falar de Seika ou Seiya.

– Eu sou o único que pode falar de Seiya. – Respondeu Thanatos. – Aquele maldito cavaleiro me humilhou e escapou a mim em sua morte. Apolo ficou tão furioso que destruiu a essência do Pégaso, me privando de tortura-lo.

– Mas – Completou Hypnos. – como já sabemos, ele renasceu. Então diga-nos, Grande Mestre, onde está o Escudo de Atena?

Kiki não se surpreendeu por eles saberem sobre o Pégaso, após sua luta com Wyvern, aquilo já devia ter se espalhado até entre os Marinas de Poseidon. Então o lemuriano concluiu que enviar o Pégaso para Jamiel havia sido uma ótima ideia afinal.

– Em um lugar onde nem mesmo vocês podem alcança-lo. – Disse o Grande Mestre. – Lugar onde Hakurei baniu suas presenças malignas.

Ao ouvir esse nome, Hypnos, se enfureceu. Hakurei havia sido o homem que o derrotou e selou há séculos atrás.

– Já chega. Entregue nós Atena ou vamos obliterar este lugar. – Ameaçou o Deus do Sono.

Kiki iria responder, mas um cosmo gigantesco surgiu atrás dele.

– Vocês falam como se tivessem poder para isso. – Carmen aparecera, ela carregava seu báculo e estava banhada em sua aura dourada.

O poder da garota era tão belo quanto assustador.

...

– Fique parada! – Kur berrou.

O Golem tentava acertar a amazona com seus braços, mas ela se movia depressa ao redor dele, tentado acerta-lo com suas garras, mas elas apenas resvalavam na grossa armadura do espectro.

– Vai sonhando. – A garota respondeu quando conseguiu acertar um chute, por trás, na articulação do joelho do espectro.

Kur foi forçado a se curvar e logo em seguida teve a visão assustadora de cinco garras se aproximando de seu rosto desprotegido.

– Garras de Trovão!

A amazona acertou o rosto do Golem com suas garras banhadas em eletricidade. O espectro gritou de dor e tombou para trás, levando as mãos ao rosto dilacerado.

– Depois você ainda pergunta por que eu tenho medo de você. – André disse quando se aproximava.

Maya sorriu por debaixo da mascara.

– É só torcer pra eu nunca precisar te matar. – Ela disse.

– Cavaleiros idiotas... – Murmurava Kur, seu rosto estava coberto por sangue e cinco cortes que o rasgaram de uma extremidade para a outra. – O Imperador Hades vai arrancar suas cabeças.

– Tá, tá, agente já ouviu muito isso. – Maya disse enquanto se aproximava do espectro caído.

Ela levou as mãos até o buraco na armadura, no tórax de Kur, e cravou suas garras na carne do Golem. Logo o espectro não conseguia mais mover seu corpo, era como se todos seus membros tivessem sido transformados em gelatina.

– Oque está fazendo comigo?! – Esbravejou Kur.

– Desabilitando seu sistema motor, assim você não vai mais causar problemas. – Ela disse ao recolher as garras.

– Malditos! – O espectro berrava. – Eu irei mata-los! Vou esmagar todos vocês.

– Agora podemos ir? – Maya perguntou ao Pégaso.

André ia falar algo, mas sentiu o cosmo de Atena se elevar, como nunca antes havia sentido. Seus olhos se arregalaram e, sem nenhuma palavra, ele se envolveu em sua aura e ascendeu aos céus em voo.

Maya ficou confusa, mas logo também sentiu o cosmo de Atena se elevar e percebeu que a deusa estava prestes a entrar em batalha. A amazona fez o mesmo, e rumou ao Santuário a maior velocidade que podia se deslocar enquanto voava.


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Notas finais do capítulo

Comentem oque acharam da mudança de ponto de vista, galera.



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