BIP BIP BIP

Droga, era o som de mensagem do meu celular, com certeza Amy, mais curiosa que preocupada pra saber onde eu estava - e com quem.

Me desvencilhei do braço firme de Matt que estava a minha volta e sai da cama, fazendo o menor barulho possível pra não acorda-lo. Abri uma porta do guarda roupa e achei uma camisa que vesti, ficou na altura das minhas coxas, e comecei a procurar minha bolsa. Olhei o chão todo do quarto e enquanto procurava fui pegando minhas roupas que estavam jogadas no chão e colocando numa cadeira próxima quando finalmente avistei minha bolsa jogada na entrada do quarto.

Uau, eu devia estar mesmo com pressa pra ter jogado minha bolsa no chão sem lembrar do meu celular, dei um meio sorriso ao lembrar, mas logo peguei o celular. 3 chamadas não atendidas e 5 mensagens que alternavam dizendo: "tá com ele?" "já ta tarde, não vai voltar?" "1:30 da manhã, acho que Maddie encontrou um novo amor" ok essa me fez rir "me liga quando puder rsrsrs". Revirei os olhos. Amy sabia ser chata quando queria. Chata e curiosa. Como se ela não soubesse onde eu estava.

– Tá tudo bem? - a voz grossa e rouca de Matt me fez dar um pulo pra tras enquanto ele ligava o abajur do lado da cama e me olhava desconfiado.

– Ta sim, só Amy preocupada - apontei pro celular

– Hmmm - ele sentou na cama, depois do efeito das cervejas, acho que ele também começou a pensar no que tinhamos feito precipitadamente devo confessar, eu ainda estava encostada no batente da porta quando ele levantou os olhos pra me olhar com um olhar preocupado, abraçou os joelhos e perguntou quase num sussurro - tá arrependida?

Eu pensei, uns dois segundos antes de responder. Eu estava? Constatei minha consciência procurando algum peso ou acusação, e não senti nada, olhando aqueles olhos azuis intensos que ficavam mais preocupados com mais tempo eu demorava pra responder.

– Não, não estou, você está? - eu tinha que perguntar, porque dependendo da expressão ou resposta eu já ligava pra Amy que me buscava na hora, deixei o numero do celular dela pra chamar a qualquer sinal de rejeição. Meu coração batia tão forte que eu acho que todo quarteirão estava ouvindo.

Ele sorriu e me estendeu a mão - Nunca me arrependeria - eu fui de encontro a ele quase que automaticamente, sentando do lado de seu corpo, com uma mão segurando a minha e a outra acariciando meu rosto, Matt continuou - Foi uma das melhores noites da minha vida - dei um sorriso sem graça e me inclinei para dar um beijo em Matt, que segurou minha nuca com força intensificando o beijo, me agarrei aos seus cabelos e ele me jogou na cama ficando por cima de mim, me fazendo rir - amo sua risada, é um dos meus sons favoritos - ele disse olhando em meus olhos, aqueles olhos azuis, estava perdida com esses olhos.

Levantei a mão e acariciei sua testa, sua bochecha - Você é incrível Matt, você me faz sentir como se eu fosse inteira de novo - ele abaixou e beijou meu nariz.

– Só o que eu quero é te fazer feliz Mad, muito feliz. - e me beijou novamente, cada vez mais intenso, e nos rendemos outra vez um ao outro.

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Acordei com um cheiro delicioso de café que inundava o quarto. Era Matt que chegava com uma bandeja, vestido apenas uma camisa e shorts de pijama.

– Bom dia linda! - ele disse enquanto colocava a bandeja na cama e se abaixava pra me dar um beijo.

– Bom dia - eu olhei pra bandeja - isso é pra mim? - perguntei desconfiada, não era possível que Matt estava me trazendo café da manhã na cama. Ele era muito perfeito. Não era real. Agorinha vou acordar desse sonho e...

– Não, claro que não, é pra mim, vou comer e você vai só assistir. - ele disse sério por alguns segundos e depois caiu na risada - claro que é pra você Mad, pra quem seria, hm ?

– Sei lá, vai que você ia mesmo comer e me deixar assistir - eu disse pegando um pão de queijo, não tinha idéia do quanto estava com fome até sentir o gosto da comida e meu Deus, estava faminta.

– Você é inacreditável - ele disse pegando um pão de queijo também.

– Você que é - eu retruquei. Era incrível, com Matt eu não tinha medo de responder, ou de me expressar, ou de ser eu mesma. Matt me fazia sentir livre.

Terminamos de comer e eu fui tomar banho e me arrumar, afinal tinha aula. Olhei em meu celular e já eram 8:00, minha aula começava as 9:30, e eu precisava ir pra casa trocar de roupa. E encarar Amy. Estremeci. Sai do banheiro e Matt logo entrou.

Fui pra sala e sentei no sofá extremamente confortável. Sério, dava pra dormir nele. Comecei a futricar no meu celular, graças a Deu mais nenhuma mensagem de Amy. Talvez ela estivesse dormindo. Ou tinha me esquecido.

Via de relance Matt se arrumar pela porta entreaberta do quarto, ele estava de terno hoje. Completamente irresistível.

– HMMM Dr Matt Crew - disse com uma voz de admiração, ele sorriu e veio fechando o terno em minha direção pra me dar um beijo.

– Eu tenho audiência agora as 8:30, você tem aula agora? perguntou enquanto eu me levantava e comecei a arrumar a gravata azul marinho que combinava perfeitamente com o terno preto.

– Não, só tenho aula as 9:30.

– Então eu te deixo em casa? Ou você pode ficar aqui, você sabe né - ele disse enlaçando a minha cintura.

– Não, preciso ir pra casa, trocar de roupa pegar minhas coisas.

– Tudo bem então - respondeu me puxando pra um abraço apertado e me dando um ultimo beijo.

Saímos de mãos dadas até a garagem onde ele me levou até em casa, num silêncio agradável e sem constrangimentos.

– Eu te ligo pra almoçarmos juntos? - ele perguntou quando parqamos em frente ao prédio.

– Preciso almoçar com a Amy, Matt, ele deve estar furiosa porque não dei notícias ontem a noite, e devo muito a ela, não posso deixar sem explicação.

– Hmm, tudo bem - ele disse visivelmente chateado, pegando minha mão esquerda e dando um beijo nela - a gente se vê a noite então. Eu apenas concordei com a cabeça e sai do carro.

Entrei correndo em meu apartamento, e suspirei aliviada quando não vi sinal de Amy em nenhum lugar.

Pelo menos ia conseguir pensar em tudo que aconteceu com clareza, e definir o que estava acontecendo comigo.

Oh Deus, onde foi que eu me meti?