The day I met you escrita por Julika Nesser


Capítulo 5
For Now




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Eu estava parada na porta da biblioteca e tinha uma luta na minha cabeça. Minha parte malvada dizia pra eu entrar, a boazinha para dar a volta e ir embora. Respirei fundo algumas vezes e fiquei nas pontas dos pés para olhar no vidro da porta. Matt já estava lá, sentado em uma mesa afastada no canto, lendo um livro, com uma camisa pólo azul e eu só gostaria de saber se seus olhos de oceano só ficariam ainda mais hipnotizantes com essa mescla de cores. Com esse pensamento, minha parte malvada resolveu tomar conta e eu entrei na biblioteca. Estava meio vazia, devia ser a hora. Chequei meu relógio me certificando de que não estava cedo o suficiente, marcava 17:13. Ok, certo. Vamos lá Maddison, você precisa de ajuda e ele quer ajudar. Parei em uma cadeira na frente dele, segurando seu encosto, quando ele percebeu minha presença.

"Ah, olá." ele disse abrindo um sorriso brilhante que me fez derreter por dentro, e sim, a combinação de azul com azul só tinha realçado ainda mais aqueles olhos perfeitos.

"Me atrasei?" eu disse tentando parecer relaxa. Ele pegou o celular que estava do lado do livro que ele tinha abaixado quando me viu.

"Não, você tinha os 15 minutos de tolerância." ele disse sério.

Arrastei a cadeira e me sentei, colocando minha bolsa na cadeira ao lado."Então ainda não perdi conceito?" eu disse sorrindo.

Ele se inclinou em seus braços na mesa em minha direção "ainda não" ele disse e eu pude sentir seu hálito quente nas minhas bochechas. "alguma pergunta inicial ou você quer começar do começo?" Matt começou a folhear o livro em sua frente.

"Bem, na verdade, a relação de empregados e empregadores me intriga." eu disse fazendo cara feia. Realmente, não gostava de trabalhista.

Ele abriu um sorriso de deboche "Então vamos começar do começo." Ele me mostrou um livro de trabalhista e começou a me explicar os direitos dos empregadores, quanto a salários, empregadas domésticas, licenças, leis que regem contratações, e o mais incrível era que eu estava entendendo tudo. Matt era um ótimo professor.

"Vamos começar um jogo de perguntas e respostas ok? Só pra eu saber se você entendeu um pouco do que a gente discutiu hoje." Eu acenei "hmmm, vamos ver, ah, já sei, qual prazo que o empregador tem para efetuar o pagamento de salário do empregado?"

Okay, isso tinha sido umas das primeiras coisas que ele tinha comentado. Vamos lá Maddie. "Seria até o 5º dia útil do mês?"

Ele confirmou com a cabeça "Certo, qual o procedimento a ser adotado se o empregado que está cumprindo aviso prévio praticar irregularidades no trabalho?'

Essa eu sabia. 'Caso o empregado pratique irregularidade no período do aviso-prévio, o empregador poderá converter a dispensa imotivada simples em dispensa por justa causa" terminei com um sorriso porque sabia que estava certo. Matt me correspondeu com outro sorriso, e virou algumas páginas do livro.

"Na rescisão por justa causa é possível a homologação pelo sindicato ou no Ministério do Trabalho?" Matt me olhou pelo canto do olho, mas essa eu também sabia. Ah se direito trabalhista fosse tão simples como parecia estar sendo, eu me apaixonaria.

Estufei o peito e respondi prontamente."Sim, de acordo com a *IN-03/2002, que não exige a expressa confissão do empregado de haver cometido falta grave para que se efetue a homologação*. Realizada a homologação, o empregado, se quiser, pode recorrer à Justiça do Trabalho, pleiteando as verbas não recebidas pelo motivo de sua dispensa.

*IN: Instrução Normativa da Secretaria de Relações do Trabalho.

*Homologação: Confirmar ou aprovar por autoridade judicial ou administrativa.

O sorriso de Matt crescia cada vez que eu respondia de forma correta alguma questão, me embolei com umas, mas na maioria me sai muito bem. Melhor até do que eu tinha imaginado.

"Tudo bem, tenho mais duas perguntas e encerramos por hoje." senti um nó no estomago, não sabia se era de antecipação a pergunta, ou porque teria que me despedir daqueles olhos azuis. "A primeira é: Qual a finalidade da CIPA?"

CIPA, CIPA, CIPA, eu sabia o que era, tava na ponta da língua, comissão interna, comissão de acidentes... "Comissão Interna de Prevenção de Acidentes." me lembrei batendo com a mão na mesa. A mulher da biblioteca olhou de cara feia. Apesar de nós estarmos falando razoavelmente alto, não tinha quase ninguém na biblioteca, então ela não ligou. Mas bater na mesa foi demais né Maddison? "Enfim, como o próprio nome diz" eu disse voltando a olhar para Matt, que estava segurando para não rir "ela objetiva a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, identificando os riscos do processo do trabalho e buscando soluções que possam prevenir a ocorrência de danos a saúde do trabalhador," A resposta saiu de uma vez só, quando Matt assentiu que estava certo, ergui os meus braços em sinal de vitória e sussurrei "ISSO" Matt me aplaudiu silenciosamente.

"Ok, e a segunda pergunta? Tenho certeza que posso tirar um A na prova agora. Certeza que nada mais me surpreende em trabalhista." eu disse me remexendo na cadeira de tão animada que eu estava. Deixa o professor Botther corrigir minha prova agora.

O sorriso de Matt sumiu e ele assumiu uma expressão tensa, mas um pequeno sorriso sorrateiro brotou no canto dos seus lábios.

"Quer sair pra jantar comigo?" ele disse se inclinando mais uma vez por cima da cadeira, dessa vez meu sorriso que sumiu. Ele tinha acabado de me chamar pra sair? De novo? Puxa, eu estava me sentindo lisonjeada. Ainda estava me sentindo confiante, e a diva dentro de mim desabrochou dando espaço a Maddie que era antes, que sabia seus passos, que tinha seus sonhos, que acreditava em si mesma. Antes que ela sumisse eu respondi, me inclinando sobre a mesa para ficar a centímetros do seu rosto.

"Só se for agora." Eu sussurrei, e ele levantou da cadeira e pegou minha mão me puxando pra fora. Saímos rindo igual dois adolescentes rumo ao estacionamento, ainda de mãos dadas, a mão quente e macia de Matt segurando a minha, me dava uma tranquilidade desconhecida, como se aquele toque fosse tudo que eu precisasse pra me sentir bem.

"Vou te levar pra um lugar diferente hoje." ele disse hoje como se já tivéssemos saído um milhão de vezes.

"É?" eu respondi entrando no carro, ele segurava a porta aberta para mim "e eu conheço esse lugar?"

Ele soltou uma risada curta "Espero que não"

Fomos em silêncio no tal lugar onde Matt estava me levando, e eu percebi que era afastado da cidade, mas não estava com medo. Olhei no relógio e já eram 21:42. O tempo tinha passado muito rápido, e o que eu mias queria nesse momento era que não passasse. Eu estava tão bem como nunca tinha estado em anos. Comecei a sorrir, olhando pela escuridão na janela, quando vi de longe um bar, com muitas motos e caminhonetes velhas paradas na frente. Vi algumas pessoas vestidas de cowboy entrando e saindo do lugar e quanto mais o carro se aproximava, uma voz cantava uma música conhecida. Johnny Cash. Matt parou o carro do lado de uma caminhonete laranja e veio abrir minha porta.

"Não acredito" eu disse sorrindo feito uma idiota.

"Gostou?'' Ele perguntou me olhando preocupado.

"Tá brincando? É íncrivel" Uma menina saiu de dentro do bar vestindo uma saia curta, uma blusinha com franjas, com chapéu e botas. "Só acho que não esteja vestida a caráter." eu disse examinando minhas roupas: blusa preta, calça e sapatilha.

Matt deu um meio sorriso "Então somos dois, vamos?" Eu acenei com a cabeça e ele pegou minha mão de novo para entramos no bar.

O lugar era íncrivel. Parecia que eu tinha entrado num filme de faroeste, muitos jovens da minha idade vestido de cowboys, dançando ao som de uma banda country que tocava enlouquecidamente, as mesas de madeira, o ambiente era rústico mas ao mesmo tempo aconchegante. Nos sentamos em uma mesa e Matt pediu duas cervejas. Minhas mãos batiam na mesa ao som da música.

"Você realmente gostou?" Matt se aproximou para falar em meu ouvido.

"Claro! Esse lugar é incrível! Tudo aqui é incrível." Gritei em seu ouvido.

"Venha então" Ele levantou me estendendo a mão.

"O que?" eu disse assutada.

"Danças, venha!" Ele disse me puxando da cadeira.

'Eu não sei dançar isso." eu respondi enquanto ele me levava pro meio da pista.

"É só se divertir Maddie." ele colocou suas mãos em torno da minha cintura e começamos a dançar timidamente no começo, mas de acordo com que a música aumentava o ritmo frenético do country, nos jogamos, rindo e brincando, até que estávamos suados e cansados. voltamos para nossa mesa, bebemos algumas cervejas, ele dançou com outra menina e eu também dancei com outro rapaz, completamente fora do que já tinha feito da minha vida.

"Agora pessoal, puxem seus pares, aqui vai umas das músicas mais românticas de todos os tempos: Hurt" o vocalista anunciou.

"Oh meu Deus" eu disse.

"O que foi?" Matt se inclinou para mim.

"Essa música, é uma das minhas preferidas."

"Então não podemos perder essa dança." Matt me puxou para a pista antes mesmo de eu pestanejar, era uma das mais lindas canções de Johnny Cash, e eu realmente achei que nunca a dançaria. Mas Matt me puxou gentilmente contra seu peito, me segurando junto a ele, me mantendo firme, já que nós tinhamos bebido algumas cervejas. Matt não era muito mais alto que eu, então passei meus braços por seu pescoço e relaxei em seu ombro enquanto a música fluía.

"Obrigada por essa noite Matt, está sendo tudo perfeito, eu nunca pensei que pudesse me divertir tanto." eu disse recuando para olhar em seus olhos.

Ele levantou uma mãos e passou por minha bochecha, sem dizer nada, aproximou seu rosto encostando sua testa na minha, beijando a ponta do meu nariz, minha bochecha esquerda, minha bochecha direita, e quando dei por mim, seus lábios estavam nos meus.

Era quentes e macios, ele me beijava levemente, mas eu, possuída por minha diva interior, me apertei mais junto a ele, abrindo os lábios, deixando que sua língua entrasse e brincasse com a minha. Ele apertava minha cintura com uma mão e minha nuca com a outra.

E eu não sei quanto tempo se passou ou o que aconteceu, mas quando eu dei por mim, já estava na frente do apartamento de Matt e ele se atrapalha em encontrar a chave enquanto nos beijávamos.

Quando ele finalmente abriu, caimos pra dentro, desesperados um pelo outro, e eu só conseguia pensar em mais, mais, mais, mais de Matt, eu preciso dele, agora. Não pensei em minhas reservas, nem pensei que mal conhecia ele, porque por mais que eu mal o conhecesse, parecia que nos conheciamos a séculos, e por mais que eu só tenha dormido com Preston, não senti em nenhuma hora vontade de afasta-lo de mim, só queria Matt mais perto, cada vez mais.

Ele tirou minha blusa, logo depois tirei a dele, seguida pelas calças de ambos, e caímos na cama. Matt se afastou por alguns segundo me olhando com aqueles olhos azuis intensos que estavam mais escuros.

"Tem certeza disso?" ele perguntou ofegante.

Tudo que eu pude fazer foi beija-lo e traze-lo pra mais perto de mim enquanto nos perdíamos um no outro.

Matt sabia exatamente onde e como me tocar, como se já conhecesse meu corpo, ele adivinha todos os meus desejos e vontades, e quando dei por mim, já estava completamente casada e suada, com Matt envolto em mim, dormindo profundamente.

Foi quando minha diva foi embora e minha realidade me pegou. O que eu tinha feito? Eu não queria nenhum compromisso com ninguém agora, seria uma vaca imoral dando esperanças a esse lindo homem em meus braços. Me afundei no travesseiro. Como eu ia olhar pra ele de manhã? Eu nunca tinha feito isso. Ficar com um cara assim. Mas Matt não parecia mais um cara. Ele vinha me tratando de um jeito como nunca fui tratada antes. Mas eu ainda não estava pronta para um novo relacionamento, mas ao mesmo tempo não queria deixar Matt.

Fechei os olhos e tentei me concentrar nos seus braços ao meu redor. Quando estava com ele tudo parecia se encaixar novamente.

Por enquanto eu estou aqui com ele. E por hoje isso é suficiente.


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