Speak escrita por Ster


Capítulo 6
Stolen Youth




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Alvo e Lorcan estavam sentados juntos na aula de Poções.

O amarelo da Lufa Lufa parecia se destacar ao verde escuro da Sonserina. Alvo ainda sentia um pouco de esquiva quando vestia seu uniforme. De todas as histórias ruins e a péssima reputação que essa casa tinha, Alvo não queria ter caído na Sonserina. Mas com muito esforço esvaziou sua mente e deixou que o chapéu decidisse sozinho. Queria descobrir quem era, e escolhendo sua própria casa não o ajudaria nisso.

O Potter tinha receio em se mover demais ou até mesmo falar. Entretanto Lorcan não calava a boca. Falava com a dupla da frente, do lado e de trás. Gargalhava, fazia piadas e palhaçadas. Alvo estava lentamente ficando irritado com a falta de compromisso do garoto. Um garoto da Corvinal inclinou-se para trás e falou algo no ouvido de Lorcan. Os dois riram com os rostos muito perto um do outro e Alvo ficou sem ar.

– Sou um fiasco em Poções. – Lorcan tentou puxar assunto pela décima vez no dia. – Teve uma ver que eu quase explodi a sala, foi vergonhoso.

– Duvido que sinta vergonha das coisas. – As palavras saíram da boca de Alvo antes mesmo dele poder segurá-las. Lorcan focou seus olhos castanhos nos olhos verdes dele, parecendo confuso. Tarde demais para retirar o que fora dito.

– Bem... Eu não tenho uma completa cara de pau. – riu o Scamander. Alvo girou os olhos, mexendo a poção.

– Não me refiro a isso. Digo à... Você... Seu problema.

– Problema? Que problema? – Lorcan estaria se fazendo de idiota? Alvo tinha suas dúvidas. Mas o garoto realmente parecia não estar entendendo o que ele estava falando. Alvo encerrou o assunto apenas dando de ombro, lendo o livro. Sua mão voou para a essência ao mesmo tempo que a de Lorcan fizera. As mãos se tocaram brevemente e Alvo sentiu como se tivesse tocado um bule de café escaldante. Lorcan também pareceu ter sentido o mesmo, já que afastou sua mão tão rapidamente quanto Alvo. Os olhos se fitaram impressionados com o fenômeno, e Alvo sentiu suas bochechas queimarem.

O sinal finalmente batera e o verde desviou do castanho.

[][][]

Donna Parkinson continuou fumando pelos corredores do jardim.

Gostava dos olhares indignados que atraia, já havia desenvolvido uma armadura tão eficiente contra olhares que sequer refletiam. Ela tragou com todas as suas forças, na esperança que entupisse seus pulmões e ela desmaiasse morta ali mesmo. Porém, a imagem de Narcisa Malfoy em sua direção apavorou-a, fazendo com que jogasse o cigarro longe, colocando toda a fumaça para fora.

– Donna, querida, sempre bom vê-la. – sorriu a velha Malfoy. Donna fingiu sorrir, querendo sair correndo. – Gostaria de caminhar comigo?

– Claro. – assentiu a garota. As duas caminharam em silêncio pelo pátio barulhento enquanto Narcisa dava a Donna um cigarro e acendia o seu. As duas tragaram em silêncio e a Parkinson sentiu suas mãos suarem.

– E o tratamento, como vai?

– Ah... Bem. Só não posso comer hambúrguer e ficar perto de facas. – Narcisa riu e Donna acabou rindo também. Mesmo velha, ela ficava impressionada com a beleza da mulher. E o poder que ela passava.

– Sabe, bulimia não é uma doença fácil. Eu tenho muita admiração por sua coragem. – Donna apenas sorriu, desviando o olhar. Odiava esse tipo de coisa. A forma como as pessoas lidavam com seu “problema”. Donna não se sentia uma garota bulímica. Apenas fugiu de ficar no mesmo estado de Rose Weasley, aliás, alguém devia urgentemente explicar a pratica para ela. Imagine, poder comer tudo que você quer, mas não engordar depois.

É magnifico. Bulímia é uma salvação.

– Sim... – tragou o cigarro, admirando o local.

– Sabe Donna, tenho observado você e Scorpius.... Me pergunto onde fora parar aquela amizade que os dois tinham. – A Parkinson sabia que Narcisa iria tocar no precioso nome Scorpius. A garota continuou em silêncio, presa em pensamentos. O relacionamento dela com o neto de Narcisa era um acumulado de sentimentos e vontades. Donna se lembra quando os dois se sentavam no tapete do quarto de Scorpius falando sobre como odiavam suas famílias e as coisas terríveis que elas fizeram. – Sempre jurei que vingaria em um namoro.

– Porque seria muito eficiente Scorpius namorar uma sangue puro. – debochou Donna. Ela e Scorpius tinham teorias profundas sobre sua geração. Eles repugnavam os costumes e vícios das antigas famílias de sangue puro. Às vezes Donna se sentia apenas uma adolescente idiota e dramática, mas então sua mente retardada voltava aos eixos e ela retomava a seu ódio.

– Exatamente. – Narcisa Malfoy cruzou seus braços diante de Donna. – O namoro de vocês seria tão útil quando eu contar aos seus pais quem está assaltando a cozinha do colégio.

Donna congelou, arregalando os olhos para a mulher. Sentiu sua garganta secar. Narcisa aproximou-se quase que ameaçadoramente, sorrindo. O cabelo platinado em cachos caiu sobre seu pescoço quando ela tocou o ombro da garota.

– Gostaria que você e Scorpius se aproximassem. Eu ficaria muito feliz em ver isso. – Ela ajeitou seu chapéu pontudo, um clássico entre bruxas, e jogou o cigarro fora. – E poucas coisas me deixam felizes.

Narcisa retirou-se de perto de Donna nas batidas de seu salto, arrastando seu vestido de renda negro, colocando seus óculos escuros. A garota tocou sua barriga, sentindo fome. Agarrou sua bolsa e os chocolates dentro dela, abrindo rapidamente.

Suas mãos tremiam.

[][][]

Ele estava de mal-humor, definitivamente.

Todos os seus amigos (Até mesmo Nathan, Nathan Nott!!!) já tinham seus pares para sábado, menos Scorpius. Ele pensou em convidar Violet Longbottom, mas ficou surpreso ao saber que ela também já tinha um par. Não conseguia lembrar de nenhuma outra garota bonita e legal para convidar, sua lista estava esgotada. Pensou em Lily Potter, mas ouvira boatos que ela iria com Lorcan Scamander. Lembrou-se de Lucy Weasley, mas ela iria com o gêmeo de Lorcan.

Scorpius estava agonizando.

Ele continuou desenhando no jardim, concentrado na música. Desviou seus olhos por alguns minutos, observando os alunos, e então voltou. Gostava de desenhar casas. Sua mãe é a maior fã de suas plantas caseiras, entretanto seu pai além de achar uma completa perca de tempo, diz que deveria se concentrar nos estudos para conseguir entrar no Ministério. Só de lembrar de sua fria casa e seus familiares, Scorpius desistia de tudo.

Fechou seu caderno, trocando de música. Devia ter feito mais mixes para aquele ano, ainda bem que o Natal estava próximo.

Observou seu primo Yaniv com Nathan e Alvo. Falou com ele sobre Rose Weasley, procurou focar nas qualidades já que o primo era um completo BABACA. Yaniv era muito estereotipado, preso ainda no conceito de que as pessoas se vestem conforme seu gênero musical (ainda recebemos doações do site Ajude Yaniv Greengrass A Cortar O Cabelo, criado por Nathan no quarto ano). E as roupas de Rose e principalmente sua aparência seriam alvo de ataque pelo mesmo.

Ela não era lá muito estilosa, e muito menos dentro dos padrões, convenhamos.

Mas após falar sobre as referências musicais de Rose, livros e filmes, Yaniv pareceu encantado. Scorpius desejava que as pessoas fossem julgadas por seus gostos. Rose seria definitivamente uma garota disputada. Ele balançou a cabeça, querendo tirá-la de sua cabeça. Sem sucesso, ela aparecera no jardim com Lorcan, rindo. Deus, como pode ser possível... Scorpius a achava linda demais! Talvez esteja realmente cego por conta da atração, mas Rose Weasley mexia com ele de uma forma indescritível.

– Eu odeio todo mundo, quero morrer. – reclamou Donna, deitando-se de frente para Scorpius. Ele riu, tirando seus fones. – Me ajude a morrer, Deus.

– Acho que você deve pedir para o melhor amigo dele. – Scorpius apontou para o chão, sorrindo, enquanto Donna fazia o mesmo. – O que houve? Perdeu outro batom?

Donna coleciona batons. Mas ela nunca passa.

– Não, só estou sentindo um buraco no meu estomago. – ela quase rolou pelo chão, gemendo. – Deus, eu sou uma garota magra com problemas de uma garota gorda!

Scorpius gargalhou, apertando seus all star. Donna também riu, sentando-se de frente para ele. Com os dois assim, ele parecia que tinha se teletransportado para anos atrás quando Donna e ele ficavam conversando no chão de seu quarto, antes dela ficar doente. Às vezes ele se perguntava o porque dela não ter pedido ajuda à ele. E como ele foi burro de não notar o que estava acontecendo com ela. Por mais que tentasse, acabava se culpando.

– Quer ir ao baile comigo? – indagou Donna. Scorpius ergueu as sobrancelhas.

– Está me convidando? Pensei que era ao contrário.

– Estou, responda antes que eu mude de ideia. Odeio me vender para a sociedade capitalista manipuladora. – Os dois riram e Donna girou seus anéis, fitando os olhos quase escuros de Scorpius.

– Tudo bem, vamos juntos.

– Certo, pode ser legal.

– É... Digo, é um baile brega e patético, mas...

– Podemos comprar uma garrafa de vodka e conseguir um baseado.

– Também podemos pedir músicas. Oliver Longbottom é o DJ.

– Certo.

– Certo. – os dois sorriram cúmplices. Scorpius sentiu-se aliviado em poder ir ao baile com uma amiga e recriminou-se por ter esquecido de Donna. Ele pegou sua mão e brincou com seu anel e ela sorriu, como sempre. Scorpius tinha esquecido o quanto amava seus olhos cor de oliva. Sentiu-se idiota por ter deixado a oportunidade de convida-la passar.


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Notas finais do capítulo

Finalmente aqui com destaque minha última personagem central porque não, Violet e Lorcan NÃO são personagens principais.

Donna não é uma personagem pedra no caminho (deus como eu odeio isso) então apesar dela ser uma possível "parede" para o """"""""""casal""""""""""" Scorose, eu peço para que a vejam como uma PESSOA e não como uma empata vidas porque nãooooo, histórias não precisam de uma empata vidas, eeeee!!!!!!!!!!1111!

Calma que essa não é uma fanfic depressiva/emo/suicida/choros e pessoinhas rebeldes e choronas porque o papai e a mamãe trabalham demais ou ninguUuUuUuUém gosta de MiMmMmMmMmMMMMMMMM.

Pelo contrário, por favor.

Então é isso.... Espero que gostem e não perguntem de onde eu tiro essas histórias socipatas.

Até.



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