Speak escrita por Ster


Capítulo 5
This Charming Man


Notas iniciais do capítulo

Ao longo da fanfic, eles citam tanta música (principalmente Rose e Scorpius) que fica chato de procurar.

Então de vez em quando irei colocar mixes aqui de acumulados de músicas que irão tocar aqui ou que eles irão citar....

Aqui vai o primeiro: http://8tracks.com/sterguarido/we-are-in-a-prision

Espero que gostem!



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04

THIS CHARMING MAN

Deveria haver um pré-requisito, um currículo para poder ser pais, antes das pessoas tentarem ser.

Narcisa Malfoy nunca foi uma mulher muito paciente, então ligar com crianças xexelentas de todas as... Raças, era um trabalho árduo. Ela ainda tinha um pouco de receio em tocar nos mestiços, mas acredita que isso mudaria com o tempo. Estar em Hogwarts era reconfortante, um alívio, pois ali era o lugar onde as coisas nunca morriam. E viver sem Lucius para ela tinha se tornado uma tortura diária.

No contato com os professores, Narcisa rolava os olhos para os dinossauros que ainda lecionavam ali. Minerva McGonagall então? Enquanto sorria para a diretora, perguntava se ela realmente passaria dos 150 anos. Mas havia um interesse maior para Narcisa estar ali em Hogwarts em pleno século 21. Ela queria garantir que os Malfoy não cometeriam os erros do passado e se assegurar de que Scorpius não envergonharia seu precioso sangue.

Ela devia ter enforcado a estúpida Astoria Greengrass enquanto havia tempo. A garota era uma vergonha completa! Inocente, boba, burra feito o inferno. Seu precioso Draco merecia e conseguia coisa melhor. Mas a raiva contida por Narcisa ameaçou se desfazer no ar quando ela pegou seu neto no colo pela primeira vez. Gostando ou não, Astoria fizera parte da criação daquela perfeita criatura em seus braços, e Narcisa estava completamente apaixonada.

Morreria e mataria por Scorpius, apesar de não ser recíproco.

– Esse uniforme fica deslumbrante em você. – Narcisa tentou tocar o rosto do neto, mas ele deu um passo para trás, com a expressão séria que sempre dirigia a ela. Ciça colocou as mãos rejeitadas em seu próprio rosto, engolindo o orgulho. – Por que não senta mais à frente, hm? Onde eu possa te admirar.

– Sempre sentei no fundo. – retrucou seco.

– Scorpius, agora que vamos conviver diariamente, seria adequado você me tratar como gente. – o garoto bufou, girando os olhos. – Não consigo entender o que fiz para você me odiar tanto.

Scorpius olhou-a, quase enxergando sua alma. Ciça ficava admirada como ele era o primeiro Malfoy onde o sangue não prevaleceu. Era quase um defeito. Seu louro saiu escuro por conta de Astoria e seus olhos não eram tão cinzentos. Sua personalidade... Nem um centímetro perto da tão preservada árvore genealógica. Draco e Astoria fizeram um péssimo trabalho, mas ainda dava tempo de concertar.

– O garoto deve cansar da sua cara feia. – a mulher idosa na porta assustou os Malfoy na sala vazia de História da Magia. Narcisa praticamente jogou Scorpius para longe de seu caminho, colocando a mão no peito exasperada. Ela tinha acabado de ver o demônio!

Você! – acusou ela, com as mãos trêmulas.

– Andromeda Black Tonks. – sorriu a mulher. Ela tirou suas luvas negras, andando lentamente em direção da irmã, onde o único som na sala eram seus saltos. – Retornei só para infernizá-la até os últimos malditos dias de nossas vidas.

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– Durante o Renascimento, Copérnico propôs um modelo heliocêntrico do Sistema Solar. No século XIII, o imperador Hulagu, neto de Gengis Khan... – Cecília não conseguia respirar adequadamente. Tinha que desviar o olhar ou fechar seus olhos para conseguir enfim se concentrar na aula. Olhar seu professor de Astronomia fazia seu coração bater mais rápido e sua vagina pegar fogo. Ela nunca tinha sentido aquelas coisas antes, e estava definitivamente adorando.

Adrian OldSoul é o professor mais bonito de toda Hogwarts.

Cecília era atraída por homens inteligentes e bonitos, gostava da forma como ele segurava sua xícara de café, da sua expressão enquanto lia, da forma como segurava seus livros e pastas, suas roupas impecáveis, seu cabelo sempre penteado... Ela morria de amores pelo professor. Mas de um jeito mais carnal do que romântico. Sentia-se a própria Lolita enquanto balançava suas pernas descobertas, brincando com a cadeira do aluno a sua frente, imaginando como seu professor seria sem roupas.

– Ow... Ow... Ow... – Cecília gira os olhos, já irritada. Virou-se lentamente para Nathan Nott, já sentindo arrepios. – Tudo bem?

Cecília olhou a sala inteira, não acreditando que Nathan tinha a tirado de seus devaneios apenas para socializar.

– O que você quer? – indagou ela, impaciente. O Nott colocou a mão no peito e simulou uma dança romântica, fazendo Scorpius Malfoy cobrir e rosto enquanto ria em silêncio. – O quê?

– Quer ir ao Baile comigo?

– Não. – sussurrou, surpresa em ele ainda ter coragem de perguntar isso.

– Por que não?

– Porque eu tenho nojo de você!

– Quê? Nós nunca transamos, como você pode ter nojo? – Cecília abriu a boca de terror, mas foi interrompida pelo professor.

– Hm... Senhorita Lisbons e Senhor Nott, gostariam de ir conversar lá fora? – indagou o professor. As bochechas da garota queimaram ao sentir o olhar do professor sob ela. Nathan levantou-se de supetão.

– Na verdade sim, professor, obrigada. – O Nott agarrou o pulso de Cecília e praticamente a rastejou para fora da sala. Assim que ela fechou a porta, a garota empurrou Nathan com força, quase o fazendo cair.

– Você é idiota? Eu não queria sair da sala!

– Eu te convido para o baile desde da porra do quarto ano, é sério que você não tem dó? – Cecília fitou os olhos verdes de Nathan. – Vai... Só uma chance. Não sou tão idiota quanto pareço.

Ela pareceu considerar, rastejando suas sapatilhas no chão do corredor vazio. Ninguém havia a convidado, talvez não seja tão ruim assim sair com Nathan Nott. Ele era retardado e escroto, mas até que era bonitinho. Se ele se mostrasse menos ignorante, poderiam até chegar nos finalmentes, coisa que Cecília estava realmente precisando.

– Ok... Mas se você for idiota ou algo do tipo, eu vou te deixar sozinho. – Nathan beijou a mão de Cecília sentindo-se vitorioso. Aquele ano seria de sorte.

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Violet Longbottom apoiou-se em suas bengalas, respirando fundo ao fitar a multidão de escadas.

Ela sempre se pegava fazendo isso quando percebia que teria que subir todas elas para chegar à sala comunal da Grifinória. De fato, Hogwarts não foi feita para pessoas com deficiência física, e por mais negligente a situação do colégio, a Diretora parecia ser cega. Violet tinha uma lista de coisas erradas e as colocava em discussão no Clube de Debates apenas de nunca ter sido alvo de real atenção. Estava seriamente pensando em entrar para o Jornal.

A tão glorificada escola de seus pais, tios, e amigos de seus pais não tinha auxilio para deficientes, bullying frequente (muitas vezes além de verbal, mas físico como no caso de Lorcan). Talvez ela ache que por ele se defender já é um caso encerrado. Idiota. Ela definitivamente não gostava da diretora McGonagall.

Um garoto extremamente alto apareceu de repente, abaixando-se diante dela. O sorriso de Violet quase engoliu seu rosto quando James Potter pegou suas pernas com agilidade e prática, montando-a em suas costas. Ela segurou suas bengalas com a mão direita e o pescoço de James com a esquerda enquanto ele subia rapidamente as escadas.

– Não pode me carregar pra sempre. – disse ela quando chegaram a sala comunal. James colocou-a no sofá e ajeitou as costas, respirando fundo. – Sou pesada.

– Pesada? – debochou James. – Você é mais leve do que pensa!

Violet riu.

Ela ficava encantada na forma como James Potter era o ser mais repugnante da face da terra, mas conseguia ser um amor de pessoa sem perceber. Ele era extremamente arrogante e negligente, sempre usando seu sobrenome a seu favor. Violento, sempre metido em brigas, sem contar a arrogância e estupidez. Eles nunca conversaram muito, desde o terceiro ano, ao assistir o tempo que Violet gastava para subir as escadas, James simplesmente a carregava nas costas. Ele a tratava diferente das outras pessoas, elas pareciam estar com pena ou receio o tempo inteiro, mas James parece não ver as pernas defeituosas da Longbottom.

Violet Longbottom tem uma deficiência trouxa, ela nasceu com as pernas quase que inúteis. A direita é quase normal, mas a esquerda é completamente atrofiada, o que faz com que ela manque e ande com dificuldade. Há a opção das cadeiras de roda, já que os médicos já disseram que chegará o dia onde ela não conseguirá mais se mover, entretanto ela prefere continuar andando enquanto ainda pode.

– Você vai ao baile? – indagou Violet. James deu de ombro, jogado no sofá folheando uma revista de Quadribol. – James Potter não convidou ninguém ainda??? Hoje é quarta!

– Sei lá, na hora eu escolho.

– Ah. – James continuou concentrado em sua revista. – Há tantas garotas assim à disposição?

– Sempre aparece uma. – ele folheou mais páginas. – E você?

– O que tem eu?

– Vai com quem?

– Eu... Eu não vou.

– É? Por que?

– Ninguém me convidou. Ninguém nunca convida. – ela ficou séria. Queria que James dirigisse o habitual olhar de pena que todos lhe dirigiam, mas ele continuou lendo sua revista, como se Violet não tivesse sequer falado. Mais um ano ela teria que ir apenas para fazer presença, dançando com Lorcan Scamander ou Fred Weasley, pessoas que a tiravam para dançar apenas para que não ficasse sozinha a noite inteira.

– Se você quiser eu posso te levar.

– Está me convidando para o baile?

– Sei lá, acho que sim. – James sequer olhou em seu rosto para convidá-la. Violet sentiu seu rosto queimar como nunca. Seu peito explodiu em sentimentos que ela não conseguia explicar.

– Tudo bem.

– Certo, então pelo menos compre um vestido descente. Aquele amarelo do ano passado era feio demais. – brincou ele, levantando-se para sair da sala. Violet riu enormemente. Fora convidada para o baile por ninguém menos que James Sirius Weasley Potter (como ele gosta de lembrar a todos). Iria com alguém que não estava a convidando por pena.

Violet acariciou suas bengalas em silêncio, pensando em cores para o seu vestido, já excluindo a cor amarela instantaneamente.

THIS CHARMING MAN - THE SMITHS


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Notas finais do capítulo

Sabe, eu imagino muito como deve ser Hogwarts agora.

Em Harry Potter há muitas coisas que a J.K preferiu ignorar ou que simplesmente não fazia questão como deficientes, homossexuais, pessoas com doenças psicológicas... E eu penso no processo de adaptação dessa nova realidade, dessas pessoas "diferentes" à Hogwarts.

Sem contar a falta de tecnologia, eles literalmente estão em uma época medieval. A McGonagall aqui (diferente da minha one) é uma mulher muito cheia de conceitos e preceitos o que fará nós temos um pouco de... Raiva? hahahahahahaha

Não sei, tenho muita curiosidade em sabe como é colocar defeitos no mundo perfeito.

Vamos ver no que dá.



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