Speak escrita por Ster


Capítulo 13
The Malfoys




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12

THE MALFOYS

Donna vagou por seu quarto, receosa.

Ela queria ficar ali, seu quarto era o único lugar no universo na qual ela não se sentia desconfortável ou com muita fome. Até porque havia comida o suficiente ali. Ouviu sua mãe chama-la pela terceira vez e suspirou, afundando o chapéu pontudo em sua cabeça ao fechar a porta. Seus braços arderam pelo contato com o vestido. Ela deveria ter escolhido um de seda.

– Mais um vestido de manga cumprida, Donna? – estrilou Pansy. – Qual o seu problema em vestir algo para alguém da sua idade?

A garota girou os olhos, ignorando a mãe. A Senhora Parkinson apenas suspirou, colocando seus óculos escuros. A tradição bruxa mais uma vez ordenava: Preto para a virada de ano. Enquanto seguia sua mãe para fora da casa, ela pensava no convite que Scorpius dissera ter recebido de Yaniv com autoria de Rose Weasley para a suporta festa à fantasia após a virada do ano.

Ela comprara uma fantasia só para garantir, caso todos eles decidissem ir, claro. Provavelmente iriam, afinal, Dominique Weasley deve ter convidado Paris e Regina e elas não perderiam uma festa por nada.

Sempre teve vontade de ir à uma festa a fantasia apenas para se vestir de Cliodna, uma famosa bruxa da era Medieval. Sua mãe parou de repente, tirando os óculos escuros, virando-se para a filha.

– Suba as mangas. – Donna arregalou os olhos. – Não me force a subir.

A garota sentiu vontade de chorar. Sentia-se nua e exposta ao subir as mangas de seu vestido longo. Sua mãe suspirou fortemente em uma breve careta. Olhou friamente para a filha, quase que estampando a vergonha em seu rosto.

– Você acha que quando as pessoas me olham elas veem isso – ela bateu em seu braço desnudo com a Marca Negra. – OU ISSO? – e batera em seu próprio rosto. Donna engoliu seco, em silêncio absoluto. – Se você continuar com isso, vai para um lugar bem diferente de Hogwarts.

Ela recolocou seus óculos escuros e ordenou que a filha fizesse o mesmo. Donna desceu suas mangas e colocou os óculos, emburrada.

Passaria o ano de mal a pior.

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– Segure Katie, Nathan. – ordenou Gregory tentando fazer Emily parar de chorar. O garoto bufou, girando os olhos, agarrando pelo cabelo a pequena Katie, que tentava se soltar. Ele a pegou no colo e colocou a mão em sua boca, a impedindo de falar. Erin Nott não parecia preocupada enquanto ajeitava seu penteado, sem se importar com a gritaria e choro de suas filhas, frustração do marido e filho. Finalmente o portão da mansão Malfoy fora aberta, e a mesma desfilou porta à dentro, sorridente. Tirou seus óculos escuros ao ver Narcisa Malfoy.

– Querida! – sorriu ela. – Como está linda!

– Digo o mesmo, Erin. – sorriu Narcisa. Nathan a olhava sorrindo, se perguntando se seria um doente mental por achar a senhora Malfoy muito bem comível. Ele apenas deu de ombros, beijando a mão da senhora. Ela colocou suas luvas negras novamente e caminhou em direção da casa. – Só estava faltando vocês. Os Greeengrass já chegaram.

Os Nott adentraram na mansão barulhenta. Gregory relembrou os momentos que pisara ali, desde quando ia brincar com Draco até o funeral de seu pai. Fechou os olhos brevemente, tentando afastar o pensamento. Eles caminharam pela mansão fria e escura em direção da sala de estar. Gregory sorriu para o velho amigo, que conversava com Thomas Greengrass.

– Gregory! – Draco abriu os braços, segurando a bengala/varinha herdada do pai. – Estavamos te esperando! Oh, as belas Nott! Erin, divina como sempre.

– Muito obrigada, Draco. – sorriu Erin. Eles se cumprimentaram enquanto Nathan ia em direção de Yaniv, de cara fechada no sofá.

– Que foi? Com saudade da balofa? – Yaniv ergueu seus olhos lentamente assim como seu dedo médio em direção do amigo. – Seu estúpido! Onde está o viadinho?

– Onde mais ele poderia estar? – sorriu Yaniv. Os dois se entreolharam entre risinhos maliciosos e saíram atropelando os adultos em direção da escadaria. Os McNair e Rookwood haviam acabado de chegar. Eles subiram as escadas entre os trôpegos, ficando em silêncio já no primeiro andar, afinal, Scorpius tinha que ser surpreendido. Mas antes que pudessem se mover, um vulto negro e alto parou diante deles.

Odeio crianças. – murmurou, mórbida. Yaniv girou os olhos para o rosto da tia, mas Nathan sequer conseguiu passar do grande decote. Havia se esquecido que comeria a tia-avó de Yaniv mesmo que ela tivesse uma doença mortal que o mataria segundos depois. – Onde tem mais vinho?

– Como vamos saber? – indagou Yaniv, achando um absurdo sua pergunta.

– Vocês não bebem? Sério? – indagou ela. Sua idade avançada lhe deu uma aparência mística semelhante a de Mortícia Adams, a não ser pela única e grossa mecha branca para anunciar sua idade. Até mesmo o longo vestido marcando seu corpo e o decote abusado eram semelhantes, assim como a maquiagem e o batom vermelho.

– Tia! São crianças! – Nathan gemeu ao ver Astoria Greengrass atrapalhar a vida do universo ali no corredor. Porra, só queria flagrar Donna e Scorpius transando! – E chega de vinho para a sernhora!

– Não me chame de senhora, seu traste. – corrigiu a Greengrass. – Argh, odeio todos vocês, tão inocentes e puros... Que nojo.

– Por que a senhora não vai conversar com Narcisa? Ela estava te procurando.

– Ah, a única que presta! – riu ela, caminhando com sua taça de vinho. – A única menos idiota, porque você, Astoria, é uma IMPRESTÁVEL!

A mãe de Scorpius apenas assistiu sua tia descer as escadas e virou-se para os sobrinhos. Ela tinha uma aparência doce e sensível que quebrava drasticamente todas as caracteriscas quase maligna da reunião familiar. Seu cabelo curto e castanho estava penteado para trás com gel e suas roupas eram escuras, mas nem isso tirava sua áurea passiva.

– O que vocês estão fazendo aqui em cima?

– Viemos atrás de Scorpius. – respondeu Yaniv.

– Ah... Bem, ele está com Donna agora. Não querem esperar lá embaixo? – Os garotos se entreolharam, vencidos, eles desceram as escadas em direção de Paris e Regina, que os esperava. Assim que Astoria desapareceu sala adentro, o grupo começou a falar.

– Festa hoje da casa de praia da Dominique. Vamos aparatar com Augusto.

– Onde ele está? – indagou Nathan para Paris.

– Na sala com a corja, temos que arranjar uma boa desculpa. – replicou ela.

– Podemos dizer que vamos à algum lugar. – chutou Regina.

– Não... A mãe de Donna é muito esperta. Ela pode desconfiar e coloca pilha em todos para que desconfiem. – pensou Yaniv, com as mãos no bolso do terno. Os adolescentes pensaram em silêncio, contrariando a barulheira da sala de estar. A tia-avó de Yaniv se enfiou entre eles, sorridente.

– Eu ajudo vocês, crianças burras. – sussurrou ela. – Conheço um feitiço que vai fazer esquecê-los por algumas horas.

– Não confiem nela. – alertou Yaniv. A mulher pareceu ofendida.

– Garoto você não tem nem um terço da minha idade para dizer tal asneira! – estrilou ela, irritada. – Bem, é pegar ou largar.

– Por que quer nos ajudar? – perguntou Paris, desconfiada.

– Porque infelizmente já não posso fugir como vocês. – lamentou ela, terminando sua taça de vinho. – Uma hora da manhã, certo? Estejam prontos.

Ela foi em direção da sala novamente, recebendo olhares. Às vezes Yaniv pensa que sua tia-avó Piper falava como se estivesse em uma prisão. O que contrariava o fato dela diariamente desaparecer e aparecer, sem avisos prévios.

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Scorpius pegou a mão de Donna, brincando com a mesma.

Ela apenas fitou seus olhos cinzentos, sorrindo. The Smiths escorria quase silenciosamente pelo enorme e escuro quarto de Scorpius. Ele dissera a Donna uma vez que aquele era o menor quarto da casa, mas o lugar era assustadoramente grande. Às vezes ela entendia o porque dele não gostar muito de sua casa. Ele diz que se sente melhor no pequeno dormitório da Sonserina.

– Está com fome? – perguntou ele. Donna fez que não.

– Não vieram nos perturbar ainda. Estranho. – comentou ela, observando a porta.

– Provavelmente minha mãe os impediu, eu pedi à ela. – sorriu Scorpius, levantando-se do tapete. Ele foi em direção de sua mochila e voltou com uma caixinha. Donna sorriu para o baseado dentro de mesmo. – Presente de Natal atrasado.

Scorpius acendeu e tragou fortemente, prendendo a fumaça e passando para Donna, que o imitou.

– Seu pai falou alguma coisa? – perguntou ela.

– Claro que falou, encheu o saco como sempre. Mas ele nunca supera minha avó. – ela riu. Scorpius odiava a avó com todas as forças e Donna sabia muito bem o porque.

A senhora Malfoy era um monstro.

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MUSE – SUPREMACY

Andromeda Tonks andou lentamente pelo longo jardim, admirando a passagem.

Seu vestido negro se rastejava pelo chão enquanto ela tirava seus óculos escuros para sorrir ao ver sua irmã no topo da escada, de braços cruzados. Ela desceu rapidamente e encontrou a irmã no meio de caminho. Narcisa não tirou suas luvas ao agitar sua mão para o portão, o abrindo bruscamente.

– Saia! – sibilou ela, odiosa. Andromeda apenas sorriu para o vulto negro se distorcendo no ar em direção das duas. Piper Greengrass materializou-se ao lado das duas, ainda com a taça de vinho.

– Incrível. – elogiou Andromeda.

– Simpática como sempre, Andie. – Narcisa arregalou os olhos para as duas, chocada.

– Não fale com esse traste, Piper. – ordenou a Malfoy. – Por favor, retire-se. É uma festa para convidados.

– Ohhh, você não tem pena da pobre velhinha que não tem família? – sorriu Andromeda. – O uso de varinhas já não é necessário por conta da idade?

A Tonks ergueu sua mão em direção das grossas e grandes portas escuras da mansão e abriu-a bruscamente, caminhando em direção da mesma, sendo seguida por Piper e Narcisa, sendo que a primeira ria abertamente.

– Confusão familiar para agitar essas festas pacatas e imbecis. – murmurou ela.

– O... Ah...? – Astoria continuou de boca aberta ao apertar a mão de Andromeda, que sorria ao analisar a casa.

– Ahhhh, continua exatamente a mesma coisa. – Andie virou-se para sua irmã, ainda sorrindo. – Não sei porque, mas tem um cheiro de gente podre...

– É um odor que sempre te acompanhou, Andromeda. – retrucou Narcisa.

– Eu daria tudo para que Bellatrix estivesse viva. – lamentou Piper. – Ela seria a mais velha entre nós, e eu continuaria sendo a mais bonita.

As mulheres mais velhas andaram em direção da sala de estar, onde poucos pararam para analisa-las. Andromeda pegou para si uma taça de vinho e sorriu para a irmã. Draco olhou rapidamente para a mãe, não notando a convidada, e perguntou-se o porque dela aparentar irritada.

– Ciça, querida, poderia me buscar algo mais forte? – perguntou Piper.

– Não me faça te machucar de novo, Piper. – ameaçou Narcisa. A Greengrass engoliu seco, apenas terminando seu vinho silenciosamente. Péssimas lembranças. Narcisa sentia que iria explodir de raiva a qualquer momento. Apenas retirou-se da sala, caminhando lentamente pelos longos corredores da mansão Malfoy, lembrando-se de Lucius e seu pai, os grandes homens de sua vida.

Tantos ensinamentos... E hábitos.

Narcisa desceu as escadas de seu porão tirando suas luvas negras lentamente. Acendeu a fraca luz e observou o corpo no chão. Estaria morto? Desejou que Draco tivesse o descoberto ali e talvez feito o que seu pai fazia. Seria o orgulho da vida de Ciça. Mas pelo jeito o animal estava vivo, abrindo os olhos lentamente, instantaneamente apavorado.

Narcisa Black Malfoy aproximou-se dele, sorrindo lentamente para o trouxa.

Sentiu saudades?

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– Está gostando? – perguntou Astoria pela vigésima vez. Às vezes Nathan se perguntava se a tia era retardada ou algo do tipo. Ela acariciou a nuca do filho, sorrindo. Narcisa Malfoy, sentada no antigo lugar de seu marido, girou os olhos.

– Ele não é retardado como você, Astoria. Não precisa repetir as coisas. – cortou ela. A mesa ficou em silêncio enquanto Nathan fazia todo o esforço universal de tentar não gargalhar. Draco fuzilou a mãe com os olhos, largando seus talheres. Mas Astoria apenas continuou sorrindo.

– É que eu não o vejo há tanto tempo! – riu ela, apertando as mãos. – Meu bebê...

Merlin...– gemeu Piper Greengrass, ao lado da sobrinha. – Por favor, cale-se Astoria, você fica mais bonita quieta.

Narcisa ergueu sua taça em sinal de concordância.

– Kyle, conte à família, filho. – sorriu Augusto I para o filho. Ele não o chamava pelo menos nome e sim pelo segundo. O garoto sorriu bobamente para o pai e Scorpius simulou vomitar em cima da mesa, fazendo Donna rir silenciosamente. Nathan ainda estava com raiva dos dois por terem fumado sem ele.

– Fui convidado para jogar no United Puddlemere! – todos aplaudiram e riram enquanto Regina girava seus olhos para o irmão. – É isso aí!

– Uau, isso é magnifico! – sorriu Draco. Scorpius gemeu, já prevendo as cenas. – Gostaria que Scorpius tivesse o mesmo interesse por esportes. Mas é um grande homem de negócios!

O garoto apenas fingiu rir, fitando seu prato, talvez se não fizesse contato visual com seu pai, ele não continuasse a falar. Por debaixo da mesa, Donna apertou sua mão. Ela sequer tocara em sua comida, comera apenas algumas verduras para disfarçar. Narcisa acendeu um cigarro e fitou o neto.

– Toquem as mãos por cima da mesa, Donna e Scorpius. – dissera ela, assustando os dois. Nathan agitou-se, pronto para a confusão. – Todos aqui já perceberam a relação de vocês.

– Não... Não tem relação, Narcisa. – corrigiu Scorpius, sentindo vontade de atear fogo em sua avó. Seu pai limpou a garganta, odiava quando seu filho chamava a mãe pelo nome, uma total falta de respeito. – Somos amigos.

– Ahhh, uma pena... – sorriu Ciça para Donna. O olhar dizia tudo. – Uma pena.

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Donna deu descarga em seu vômito e ajeitou sua fantasia, nervosa.

Devia ter ficado uns dias sem comer para ficar melhor, Cliodna era mais magra! Ajeitou seu cabelo por dentro do véu roxo e saiu do banheiro, descendo as escadas rapidamente. Scorpius esperava no fim da escada, também coberto pela capa, todos estavam, para cobrir a fantasia. A Greengrass abriu a porta da mansão rapidamente, ainda de olho nos convidados na sala.

Os adolescentes fugiram pelo jardim, as capas negras rastejavam pelo chão cinzento e Piper observava a falta de cor no ambiente. Ela fechou as portas da mansão lentamente, sorrindo.

Daria tudo para ser jovem mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu falei dos Malfoys, porque convenhamos, a única Malfoy de verdade nesse lugar é a Ciça!

Eu sei gente, loucura total a Narcisa dar continuidade ao mito de que Lucius torturava trouxas no porão, mas eu PRECISO de ruindade nas minhas histórias, a maldade precisa existir!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E eu continuei sim com o mistério do ódio do Scorpius porque não está na hora de sabermos o que Narcisa fez além de existir para fazer o neto detestá-la tanto.

E eu acho que vocês conhecem essa tal de Piper né... Risos.

Se ela realmente estivesse viva nos tempos atuais (só aqui na fanfic, minha Piper original está muito bem morta, obrigada), ela teria aparência da Mortícia Adams com uma mecha branca. Sem marido, filhos, nada dessa palhaçada. E saudosa... Minha pobre Piper :'(

Espero que tenham gostado. Não posso entregar todo o relacionamento deles de mão beijada como foi dos Potters, preciso soltar devagar...

Enfim, já voltou respondê-las...

Até.

*Soundtrack das BRUXAS MAIS PODEROSAS DA CIDADE: http://8tracks.com/sterguarido/baddest-witches-in-the-town
*Soundtrack de Scorpius x Donna porque sim: http://8tracks.com/sterguarido/scorpius-x-donna



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