Royal Hearts escrita por Cams, Tamires, nat


Capítulo 7
Celeste- Turbilhão


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaa! Não, eu não sou só um nome entre o das autoras. Eu existo! kkkkk Enfim, piadinhas a parte gostaria de pedir desculpas a vocês (e as minhas amigas maravilhosas que escrevem essa fic comigo) pela enorme demora que foi para esse capítulo sair. Sim, já era para eu ter escrito antes e esse capítulo também deveria ter ficado pronto mais cedo. Mas eu faço faculdade (Letras *----*) e tals e parece que sempre os professores acham que eu vivo em função da matéria deles. Foi por isso que demorei, então me desculpem de novo e aproveitem!!

Tatá..



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Clarear a minha mente. Pensar em algo sereno e pacifico. Vamos Celeste, tente não se preocupar. Tudo bem estou na piscina, a água fria me abraça por todos os lados. Bata os braços, sinta a resistência da água sob a pele. Mais rápido. Se esticar o braço seus dedos vão alcançar a...

–Aaai! Por favor Kat!- ela retira rapidamente um alfinete que espetou minimamente a pele do meu braço, me tirando dos meus devaneios.

–Por favor digo eu Celeste!- ela me repreende com o olhar enquanto continua seu trabalho de ajuste. – Se a senhorita estivesse prestando atenção em todas as vezes que eu te mandei ficar parada isso não teria acontecido. Aliás se a senhorita estivesse se alimentando direito esses ajustes não seriam necessários duas horas antes do jantar de recepção dos príncipes.

–Duas horas e meia Kat, não me apavore mais. –eu respirei fundo mais uma vez para tentar me acalmar, ou pelo menos tentei pois no mesmo instante recebo um tapa de leve no braço e ouço um ruído de desaprovação escapar dos lábios da minha amiga.

–Agora suma da minha frente e tome logo seu banho para podermos te arrumar. –ela ordena enquanto me ajuda a tirar o vestido, essa é a parte ruim de ser tão próxima das suas criadas, o vínculo de amizade criado é tão grande que a intimidade é excessiva.

Em menos de meia hora já estou sentada em uma cadeira confortável em frente a uma enorme penteadeira com um espelho maior ainda, ela está coberta de todo tipo de produtos e objetos que eu nem me dou ao trabalho de saber a função. Apenas fecho meus olhos e deixo Amanda fazer sua mágica de esconder minhas olheiras e transformar meu cabelo que adquiriu uma forma estranha nos últimos dias. Durante a hora que se segue a única coisa que sinto são leves puxões em meu cabelo e a maciez dos pinceis como plumas acariciando meu rosto e me deixando quase em transe. Ela é delicada e sensível o suficiente para perceber meu nervosismo e não me repreender pelo estado crítico em que se encontra a minha pele ou meu cabelo, apenas me da pequenas instruções para facilitar seu trabalho.

Quando estou prestes a abrir os olhos ela emite um pequeno ruído e coloca a mão sobre eles, o que imediatamente me faz rir.

–Estou tão mal assim que não posso me ver?- eu brinco com ela mas minha voz tem uma leve nota de medo e eu penso imediatamente que deveria ter me cuidado mais na última semana. O que os príncipes vão pensar se eu estiver com uma cara terrível logo no começo?

–Claro que não! Confie no meu trabalho Celle!- escuto o sorriso na voz de Amanda e logo me tranquilizo, ela jamais mente pra mim. – Mas você só vai poder ver quando estiver pronta princesa.

Ela me levanta e me dirige a um canto do quarto que não esteja próximo demais de um espelho antes de finalmente tirar a mão de sobre os meus olhos, lá esta Kat com um cabide coberto por uma capa, ela sorri imediatamente quando me vê.

–Realmente Amanda, dê razão quando dizem que você tem um dom. Você sabe que estava terrível Celle. –ela sorri e diz em tom de brincadeira, então eu sei que ela já não esta mais brava comigo.

–Amanda é mágica Kat! –eu respondo e pisco para Amanda que cora em um instante.

–Caladas as duas! Vista logo esse vestido menina! –o sorriso dela quase que anula totalmente a repreensão, mas mesmo assim elas começam rapidamente a me ajudar com a peça.

Quando finalmente todos os botões das costas são fechados eu dou um giro completo em torno de mim mesma, a melhor parte de todas essas roupas pomposas é sem sombra de dúvida essas saias que me fazem sentir como aquela garotinha que saia correndo de vestido atrás dos irmãos pelo castelo. Eu abro os olhos novamente e elas olham pra mim admiradas, eu me sinto inquieta, acho que jamais vou me acostumar com o modo como as pessoas me olham mesmo que tenha sido assim desde que nasci.

–Bom agora deixem me ver se vocês merecem mesmo continuar comigo. –eu me encaminho até a parede do quarto que é praticamente toda coberta por um espelho e a visão que se segue me deixa completamente estarrecida. Tudo que vejo é o belo vestido prateado que cobre o meu corpo, as mangas são longas, justas e descem até os punhos, o descido suave permanece justo até os quadris que é quando a saia longa e rodada começa. Camadas de anágua fofa que farfalham levemente quando me movo e que me fazem parecer uma princesa vitoriana. Subo os olhos até a gola canoa que se abre até os ombros, deixando-os descobertos assim como o colar que ganhei da minha mãe. Meu rosto contém uma camada de maquiagem que foi feita com tamanha maestria que chega a parecer que aquilo me é natural, apesar dos olhos marcados em preto e dos lábios delicadamente mais rosados do que o normal. E então eu arfo, pois jamais imaginei que a bagunça de fios que eu possuía a pouco tempo atrás poderia ter se transformado em algo tão perfeito. Eles agora estão presos em um coque elaborado e cheio de tranças que foram cuidadosamente acrescidas de fios prateados que cintilam sob a luz. O choque quase me faz esquecer que sou eu mesma o reflexo no espelho e não uma bela mulher que parece quase parece confiante o suficiente para descer as escadas e entrar naquele salão cheio de decisões a serem tomadas.

Sou tirada de meus pensamentos por uma batida na porta que logo é aberta, e sou obrigada a rir nervosamente pela expressão no rosto de Daniel, parece que algo como compreensão e outra coisa passa por seus olhos, mas é impossível identificar tamanha a rapidez em que ele se recompõe.

–Hmm temos que ir Celeste. –ele murmura e eu sinto algo estranho pelo fato de ele agora encarar o chão e não mais meu rosto, mas eu ignoro essa sensação, tenho muitas preocupações pelo resto da noite.

–Claro Daniel. –eu me viro para as garotas, que ainda possuem um olhar admirado e orgulhoso no rosto, e sorrio largamente. –Muito obrigada. Vocês são simplesmente incríveis

Silenciosamente Daniel me conduz pelas escadas e corredores até uma porta lateral do Salão Principal, ele para abruptamente e me encara com olhos intensos e de uma forma que ele nunca olhou antes.

–Você esta absolutamente linda. Por favor, nunca deixe que nenhum homem faça que pense o contrário. –minhas pernas tremem ligeiramente diante de suas palavras e no mesmo momento me vem uma lembrança quase apagada de algo que parece ter se passado séculos atrás. Uma garotinha que não conhece nada e crê ter se apaixonado por um de seus únicos amigos. Mas a lembrança se dissipa tão logo que vêm e eu trato de não dar atenção a ela. –Se algum babaca desses te machucar eu e seus irmão damos um jeito de acabar com ele, afinal eu sou quase um também não é?

–Claro Daniel. –eu sorrio junto com ele, mas não tenho certeza sobre nada em suas palavras. Ele me abraça de leve e indica a porta, sussurrando um “boa sorte” logo em seguida.

Com passos silenciosos eu me dirijo até a porta e a abro no que é uma antessala, agora repleta de pessoas indo e vindo. Procuro por algum rosto salvador até que Silvia corre até mim com uma expressão severa e sua inseparável prancheta nas mãos.

–Quase dez minutos de atraso princesa! Por favor, não atrapalhe meu cronograma mais tudo bem? –sua voz é realmente brava e eu rio internamente ao me lembrar de todas as vezes em que eu e meus irmãos a deixamos possessa. Provavelmente estava no sangue tirar Silvia do sério, esta ai a minha mãe que não me deixa mentir.

–Vou fazer o possível Silvia. – eu me desvencilho dela com um sorriso no rosto enquanto ela resmunga atrás de mim. Sigo até as portas que dão para o salão e respiro profundamente pelo menos três vezes antes de abri-la e me deparar com toda a magnificência do coquetel de recepção. Realmente essa mulher tem um dom.

Desde as cortinas, passando pelos tapetes e chegando até os guardanapos. Cada detalhes parece e foi milimetricamente planejado de modo a exibir o luxo mas manter o clima acolhedor, que era tudo o que eu precisava naquele momento em que meu coração se sentia tão medroso. Menos de um minuto depois de que entrei no salão, o tempo em que fiquei apenas observando tudo ao meu redor, vejo meu pai com um sorriso vindo em minha direção.

–Dizer que você está uma princesa não seria um elogio tão grande, afinal é isso que você é. –ele passa meu braço pelo dele e me conduz enquanto andamos pelo salão movimentado, sem deixar de sorrir por nenhum segundo. –Mas você realmente está magnífica. A segunda mulher mais linda do mundo. Meu Deus! Mulher. Minha garotinha já é uma mulher.

–Ainda posso ser sua garotinha pai. –nós sorrimos juntos e ele acaricia delicadamente o meu rosto. Sinto uma vontade imensa de pedir que ele me leve ao seu escritório e que me sente sobre a mesa ou em seu colo enquanto me conta histórias sobre os objetos de decoração e de onde vieram, assim como fazíamos nos velhos tempos. Mas não posso.

–Eu sei querida. Mas agora querendo ou não você possui responsabilidades, já é uma adulta. - ele suspira, mas mantém o sorriso nos lábios. –Eu e sua mãe só concordamos com isso porque confiamos em você e sabemos que no fim você ira tomar a decisão certa. Não tenha pressa, pense com calma e não se preocupe com nada além do seu bem estar. Você é a parte mais importante de tudo isso.

–Obrigada pai! –eu seguro as lágrimas que se formam em meus olhos e o abraço. Tudo parece extremamente mais simples depois do que ele disse.

–Essa é a minha função querida. E rei nas horas vagas. –nós rimos juntos e ele beija minha testa. –Agora eu tenho que descansar um pouco de ser pai e passar para as funções de rei, dê uma volta, conheça os príncipes. Vai dar tudo certo Celle.

Eu o vejo se afastar de mim e com os olhos procuro outro rosto em meio às dezenas de pessoas, mas não tenho sucesso na procura de Luca e tão rápido quanto se instalou em mim a tranquilidade transmitida pelas palavras do meu pai se esvai. Tudo o que eu queria era uma âncora de segurança à qual me agarrar. Sem pensar muito minhas pernas me guiam rapidamente até a saída novamente. Escuto Silvia me chamar e provavelmente me xingar enquanto passo, mas tudo que eu quero é um banheiro que não esteja abarrotado de pessoas, então me dirijo a um dos inúmeros corredores que dão no salão e saio.

Eu viro algumas esquinas sem encontrar ninguém, sei exatamente o caminho para um banheiro não muito conhecido naquele andar por ser afastado dos cômodos principais. Quando estou prestes a chegar ao banheiro e totalmente perdida em meus pensamentos dou de cara em algo firme que logo me envolve. Braços. Braços fortes e que não me soltam mesmo depois de eu recuperar o equilíbrio. Olho pra cima e dou de cara com um rosto lindo e familiar. Olhos castanhos, barba por fazer e um sorriso presunçoso. Lorenzo Albuquerque.

–Ora se não é a melhor pessoa que eu poderia ter a honra de encontrar. Princesa Celeste. –ele se afasta de mim para fazer uma pequena reverência e eu dou um passo para trás. Sua fala é carregada de um sotaque envolvente e sensual que me deixa meio zonza. Ele levanta a cabeça e olha diretamente nos meus olhos antes de verificar o corredor. –E sozinhos.

–Eu...é...hmm...Estava indo ao banheiro. É um prazer conhecê-lo, mas eu lhe peço licença. –me atrapalho com as palavras e o único pensamento em minha cabeça é me afastar daquele homem.

–Princesa... –sua mão se fecha em torno de meu braço, me impedindo de seguir para o banheiro. Ele me olha intensamente e de repente aquele corredor parece muito abafado, consigo sentir o calor de sua mão através do tecido delicado do meu vestido e isso me provoca uma mistura de sensações boas e ruins. –Não devemos desperdiçar uma oportunidade tão boa como essa.

Eu não encontro mais a minha voz e tudo que consigo fazer é continuar olhando pra ele que me mede milimetricamente com os olhos até que eu enrubesço completamente. Com a mão livre ele acaricia meu rosto e meu pescoço, deixando um rastro de calor que mistura desejo e medo. Eu sei que ele não é nem de longe o meu favorito, mas para uma garotinha inexperiente como eu ter um belo homem como esse me tocando provoca algo em meu interior. Seu rosto se aproxima da lateral do meu e eu sinto seu hálito quente na minha orelha enquanto ele sussurra algo que eu não compreendo. E eu sei que ele vai me beijar quando seu rosto se desvia lentamente para se aproximar da minha boca. Uma enxurrada de pensamentos me atinge nesse momento e eu sei que não é isso que eu quero, então viro meu rosto para que sua boca encontre no máximo minha bochecha e o afasto. Lorenzo se recupera rapidamente do choque e percebo certa fúria em seu olhar, o que me provoca calafrios. Quando ele tenta se aproximar novamente eu mantenho minha mão em seu peito para que ele fique longe.

–Não. –minha voz ainda sai falha apesar de tudo e ele sorri sedutor enquanto tenta se aproximar novamente.

Eu viro minha cabeça novamente para evitar que ele me beije e vejo um rosto familiar andando pelo corredor. A explosão de felicidade e surpresa é tão grande em mim que eu consigo forças para afastar Lorenzo e correr até o garoto de cabelos escuros que se aproxima.

–Luca! –eu chamo e ele finalmente olha pra mim, seu sorriso quando me vê dissipa todo o nervosismo e preocupação dos últimos dias. Jogo meus braços em torno do seu pescoço e o abraço, em meio à felicidade percebo que agora eu tenho que esticar meus pés um pouco mais e que os braços em torno da minha cintura estão mais fortes do que da última vez. Mesmo assim ainda é o meu Luca e eu percebo isso pela risada baixa e familiar que escapa de sua boca enquanto ele me solta e me olha.

–Quando foi que você cresceu tanto garota? Assim fica difícil fazer piadas sobre sua pequenez. –nós sorrimos juntos e ele me abraça de novo. –Mas o que é que você esta fazendo aqui nesse corredor afastado?

Involuntariamente eu olho para trás e me deparo com o corredor vazio, Lorenzo desapareceu sem que nenhum de nós dois percebesse e isso me deixa incomodada. Mas eu jogo esse pensamento de lado rapidamente e me concentro em Luca.

–Hmm... Eu vim ao banheiro. Um banheiro que não esteja cheio de pessoas me encarando. –eu rio e ele me acompanha, é tão fácil ser eu mesma com Luca que eu quase esqueço todas as minhas responsabilidades e apenas desejo que possamos voltar a aqueles tempos em que nós brincávamos pelos jardins daqui e da casa dele, na Itália. Mas apesar de tudo vê-lo ali me faz perceber que eu tenho alguém em meio a toda essa bagunça.

–Sinto muito princesa, mas é bom se acostumar, agora além dos olhos de todo o país e do mundo sobre você tem também os olhos de dez príncipes querendo te conquistar. –ele diz isso com a voz ligeiramente brincalhona, mas seus olhos parecem tentar dizer o contrário e eu sinto um arrepio. Ele me abraça pelos ombros e me puxa para voltarmos para a festa, me contando amenidades, mas suas palavras anteriores e seu olhar não sairão de minha mente tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Então é isso suas lindas.. Obrigada por esperarem e por lerem. Podem me xingar pela demora se quiserem e digam a opinião de vocês.. kkk Aaahh e se tiverem alguma conhecida, amiga, tia, a mãe, a vó e afins que goste da seleção faça ela mandar uma ficha por que as vagas estão quase acabando e quanto mais rápido acabarem mais rápido sai o próximo capítulo. (Sim, estou fazendo pressão psicológica na cara dura mesmo.. kkk) Beijocas e até a mais.. *-*

Tatá..