Royal Hearts escrita por Cams, Tamires, nat


Capítulo 23
Shay - Declínio


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores lindos *-* Eu já estava com saudades de vocês! Muito tempo sem postar nenhum capítulo! Espero que vocês gostem! Deu a louca no príncipe Shay SAHUSUAHS. Tenho um recadinho pra vocês, nos vemos nas notas finais.! Beijos :*



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A imponente porta que levava ao escritório do rei ficava maior à medida que eu me aproximava. Meu coração batia forte, mas eu não iria vacilar. Eu sempre quis uma chance para provar que o "filho defeituoso" também poderia ser um exímio rei, se assim quisesse. Nunca havia me empenhado nas tarefas que o rei nos atribuía, em parte porque o futuro rei já estava escolhido, e eu não queria ferir meu orgulho tentando seguir os passos de Jules. Ele é ele, eu sou eu. Posso parecer tolo por ter esse tipo de pensamento, mas as pessoas frequentemente esqueciam que nós éramos dois indivíduos separados. Dois seres completamente diferentes, apesar da aparência semelhante. Bati à porta. Quando escutei a voz do rei convidando que eu entrasse, meu estômago se revirou. Calma, Shay! Vai dar tudo certo!

– Vossa majestade me chamou? - eu disse com o tom petulante que sempre usava com Maxon.

– Sim, eu o chamei. - Ele me lançou um olhar severo, misturado com uma pontada de algo que eu não conseguia decifrar.

– Como você está ciente, seu irmão passou pelo treinamento de ser rei por um dia, tomando todas as decisões relacionadas ao país, sozinho, com minha assistência dando alguns conselhos, porém a palavra final era dele. - para demonstrar mais respeito, abandonei um pouco minha postura sarcástica de sempre e o escutava atento. - Infelizmente, o seu treinamento será adiado devido à alguns problemas graves que estão acontecendo e que exigem minha atenção. Eu não posso colocá-lo neste caso. Me desculpe.

Aquelas palavras tiveram um efeito ácido dentro de mim. Eu não podia acreditar que justo na minha vez ele estava fazendo isto. Não é nada justo. O Jules pessoalmente tomou conta deste assunto urgente ao qual ele se referia. Porque ele pode e eu não? Será que ele realmente acredita que sou um inútil que não consegue tomar nenhuma decisão sensata? Soltei uma gargalhada.

– Eu sabia que seria assim desde o início. Você nunca planejou me preparar para ser rei de qualquer jeito. - Maxon me observava, sem dizer uma palavra. - Você não pode deixar que o filho defeituoso assuma o trono, não é?

– Shalom, não é isso. Este assunto requer minha experiência como...

– O JULIAN TOMOU CONTA DESTE ASSUNTO! PORQUÊ VOCÊ CONFIA NELE E EM MIM NÃO?- apesar de tentar me conter, minha voz se elevou. Respirei fundo para voltar ao normal, não quero demonstrar fraquezas na sua frente. Jamais vou me mostrar fraco perto dele.

– Meu filho, se acalme. Você sabe...

– O quê? Você está com medo que eu perca a cabeça? Como ocorre todas as vezes em que nós temos mais de 5 minutos de conversa? - Maxon estava machucado, mas eu só estaria satisfeito se eu conseguisse feri-lo na mesma proporção que ele havia me ferido. - Claro, que vergonha seria não é? Que as selecionadas e toda Illéa descobrissem que o príncipe tem uma doença mental. Você não quer isto não é, papai?

– Shalom você está passando dos limites. No caso do seu irmão foi diferente, ele estava no Conselho e o problema foi discutido quando ele...

– Não aja como se você nos tratasse igualmente. Todo o Conselho espera que o Julian assuma o trono. Todo mundo sabe, não sei porque eu ainda participo dessas tarefas estúpidas sendo que eu nem tenho chance alguma. - Eu andava de um lado para o outro naquela sala enorme que parecia me engolir a cada segundo que eu ficava ali dentro. Doía demais ver claramente a preferência de Maxon por Julian. Meus defeitos começavam a saltar na minha mente e eu me sentia cada vez mais agitado.

– Eu não estou dizendo que você não terá uma chance de ser o rei, eu só estou dizendo...

– Me poupe. Você e o Julian venderam a Celeste por alguns grãos de milho. Sabe o quanto esta atitude foi baixa? Eu realmente não sirvo para ser um rei e também não quero. Nunca conseguiria fazer isto sem o consentimento dela... - eu sabia que iria estourar, eu precisava sair dali agora antes que... Maxon está tocando o meu braço.

– NÃO ME ENCONSTA! - me afastei rapidamente daquele contato que pareceu queimar minha pele e despedaçar meu coração. Maxon me encarava surpreso e quase conferiu para ver se eu não havia me machucado de verdade com um simples toque. - A partir de hoje não participarei deste teatro que é a escolha do futuro rei. Concentre seus esforços no Julian.

Fiz meu caminho até a porta o mais rápido que pude, sem dar uma oportunidade para que Maxon me impedisse. Quando abri a porta Julian estava parado do lado de fora com os olhos esbugalhados e o rosto pálido.

– Shay, nosso pai...

– Seu pai. Julian não começa. Saí da minha frente se você não quer que sobre para você. Eu realmente estou te odiando neste momento. E eu odeio quando estes momentos acontecem.

Sem esperar qualquer reação de Jules peguei as escadas e cruzei os corredores com um único destino em mente: meu quarto. Eu não conseguia pensar claramente, minha visão estava ficando turva e meus ouvidos zuniam. Eu sabia o que aquilo significava. Uma crise.

Diagnosticado com transtorno explosivo iminente aos 11 anos de idade devido a traumas de infância, minhas crises iam e vinham, mas elas ocorriam com maior frequência na presença do catalisador Maxon. Ele conseguia me irritar de uma maneira que ninguém mais podia, ele arrancava tudo o que há de pior em mim. Eu sabia que agora era um daqueles momentos. Os momentos em que minhas ações não são controladas por mim, e sim por algo dentro de mim, um ódio que é quase palpável. Quando minhas crises ocorrem eu tenho o hábito de destruir para aliviar aquilo que já está quebrado há muito tempo dentro de mim.

Agora, já dentro do meu quarto, e com a cabeça à mil, eu não conseguia pensar em nada a não ser em destruir. Peguei o taco de baseball que ganhei do Tio George, saí do quarto e comecei ali mesmo, no corredor dos nossos quartos, no terceiro andar do palácio, a quebrar tudo quanto é vaso, mobília e quadro que apareciam em meu caminho. Os guardas que estavam guardando as portas fizeram menção em me impedir, mas com apenas um olhar desistiram da ideia. Fui descendo a escadaria para o segundo andar, onde alguns príncipes encaravam com curiosidade e procuravam saber o motivo de tanto barulho que vinha do andar de cima. Lancei lhes um sorriso psicótico e comecei a destruição outra vez. Eles me encaravam espantados e perplexos. As selecionadas saíram de seus quartos para saber o que estava acontecendo, mas eu não me importava. Tudo que eu queria fazer era aliviar aquela dor.

A medida que avançava junto com minha temporária insanidade, deixando tudo devastado por onde passava, aquele sentimento dentro de mim ia se anestesiando. O alívio que aquilo me trazia era evidente. Quando ergo meu braço para mais uma tacada ouço uma voz que me impede.

– Shalom Schreave! Largue imediatamente este taco! - minha mãe gritava. Me virei para encará-la. Quando olhei para aqueles olhos tristes e receosos um pedaço da realidade me atingiu, aquele torpor estava passando. E ver a decepção e preocupação que emanavam dela me fizeram sentir culpa. Eu havia perdido o controle e a machucado. Porém, minha vontade de parar era quase nula, eu queria ferir as pessoas, mesmo que depois disso eu me arrependesse. Quebrei mais um quadro.

– Shalom, por favor. Eu estou te pedindo. - ela não tinha coragem de chegar mais perto de mim, de modo que ao menos que eu escutasse suas palavras, não tinha como eu parar. Isaac e Marlee acompanhavam minha mãe, e assistiam suas súplicas.

– Eu não posso parar mãe! - eu lhe disse de volta com os olhos ardendo em lágrimas. Minha mãe sentindo-se impotente também segurava as lágrimas a medida que tentava me acalmar. O desejo de destruir crescia em mim a medida que eu via minha mãe ferida. Comecei a destruir mais partes do castelo enquanto escutava os gritos de minha mãe e o murmurinho das selecionadas e dos príncipes.

– Isaac, você é o único que pode lidar com ele. - por fim ela admitiu. Eu sabia o que aquilo significava. Agora era o momento em que eu e Tames, depois de uma bela surra, iríamos parar na enfermaria.

– Muito bem, Sr. Rebelde. Pronto para relaxar?

Tames acertou um soco em cheio no meu queixo o que me fez cair no chão. Me levantei, joguei o taco para o lado e parti pra cima dele. Nós dois nos conhecíamos muito bem, então antecipávamos os movimentos um do outro. A luta entre nós sempre foi equilibrada. Marlee olhava apreensiva preocupada com seu filho.

Alguém em meio à multidão chama minha atenção, enquanto todos estavam perplexos, havia uma pessoa que chorava. O olhar de Beatrice em mim estava carregado de uma compreensão que eu não consegui sentir, nem com os milhares de psiquiatras que havia tido. Ela realmente entendia aquela dor. Porém, naquele momento de distração, Isaac levou a melhor e me deu um murro tão forte, me apagando... Mas antes de Isaac me colocar pra dormir, eu pude ver o olhar de horror de todos que ali estavam, menos da loira.

***

Abri os olhos e encontrei um teto branco em cima de mim. A luz fraca da enfermaria brilhava e uma dor latejante me atingiu, o que provocou uma careta. As cenas da minha fúria e briga com Isaac passeavam pela minha cabeça e provocavam repulsão. Não percebi a presença ao meu lado até que a pessoa se manifestasse.

– E aí cara, tá tudo bem? - A pessoa ao meu lado não era minha mãe, Tames, Ams ou Jules como eu esperava, mas o príncipe da África que demonstrava uma postura tensa e temerosa. Eu ri do jeito que ele estava e uma dor forte me atingiu novamente.

– Sua cara está impagável. - ele tentou suavizar o olhar. - Tudo bem, eu sei que depois disso ninguém estaria confortável ao meu lado. - baixei meu olhar, envergonhado.

– Na verdade eu me ofereci para ficar aqui de companhia com você. - aquela confissão me pegou desprevenido, nem éramos amigos. Porque será que ele estava ali? - Eu sei que você deve estar se perguntando porque eu estou aqui e minha resposta é: Eu entendo. Não exatamente o que você está sentindo, mas vamos dizer que eu passo por algo parecido. - não entendi muito o que ele queria dizer com aquilo mas resolvi não perguntar. Apenas assenti.

– Tames?

– Teve ferimentos leves e saiu daqui porque segundo ele: "o desejo de quebrar sua cara era forte demais para que vocês dois pudessem ocupar o mesmo lugar." - sorri com o comentário.

– Minha mãe?

– Ocupada, não pôde ficar. Pede desculpas e disse que quer conversar com você depois.

– Jules?

– Não veio.

– Ams?

– Veio aqui e teve que sair porque a Sarah achou que você estava morto e começou a chorar. - comecei a rir. - Ah, é! Ela chutou o Isaac quando ficou sabendo que foi ele quem te bateu. - Sarah sempre comprando briga com quem me feria.

– Algum outro visitante?

– Por acaso eu sou sua secretária?

– Por acaso eu disse que você era? Quem quis ficar aqui foi você! - Zaki sorriu com meu comentário.

– Você é impossível. - ficamos em silêncio constrangedor.

– Você não vai perguntar? O porquê eu fiz aquilo?

– Sua mãe já explicou para todos, sobre sua doença... - Agora era oficial, todas as selecionadas iriam pedir para sair da minha seleção. Nenhuma delas iriam querer casar com um príncipe doente.

– Sobre qual doença?

– Sobre você ter transtorno explosivo... Espera aí, existe outra?

– Não. Só estou brincando. - se ela não falou sobre, é melhor que continue assim. Zaki riu acreditando ser apenas uma brincadeira.

– A propósito, quantas horas são?

– 16 horas.

– Nossa, eu fiquei apagado por 6 horas? Isaac, filho da puta! - Zaki começou a gargalhar do meu comentário.

– Então, eu quero muito sair daqui e fazer alguma coisa. O que você acha? - perguntei à ele.

– Por mim tudo bem. Mas, acho que você deveria ler este bilhete que deixaram para você primeiro.

– Quando eu perguntei se outra pessoa veio aqui por que você não me disse logo?

– E estragar a surpresa?

Peguei o bilhete. Era um papel simples branco, sem assinatura por fora. Dentro havia apenas uma frase escrita. Assinado por uma inicial.

"Palavras não podem expressar o que quero dizer. Fique bem.

B."

Então Beatrice havia me visitado também. Mesmo que ela não soubesse como se expressar, eu entendia o significado atrás daquele bilhete. Mais tarde eu iria visitá-la. Não tinha ânimo para encará-la agora. Não queria ver ninguém. Por incrível que pareça, me sentia confortável na frente de Zaki.

– Então, acho que nosso passeio fica pra depois né? - ele me encarava depois de eu ter lido o bilhete.

– Não, não! Como eu levei um murro na cabeça estou meio idiota, então, você meu caro, ganhou uma chance rara na vida e poderá escolher o que nós vamos fazer. Você é a única pessoa que consigo encarar agora. - Zaki me lançou um olhar de piedade. - Não faz essa cara pra mim.

– Ok, ok. Já que você está, segundo você mesmo, um idiota hoje, e não sempre, como a maioria das pessoas iria concordar - sorrio pelo comentário - eu escolherei o que vamos fazer. E o que eu quero é andar de cavalo. Eu vi os estábulos quando cheguei ao palácio e não tive a oportunidade de visitá-los.

– Boa escolha! Vamos então! Porém, você vai ter apenas minha companhia já que estou impossibilitado de fazer exercícios físicos por enquanto. - digo enquanto aponto para meu rosto marcado.

***

Passar o resto da tarde com Zaki foi melhor do que eu podia imaginar, ele era o único príncipe além de Woo Bin que eu gostaria que a Celle escolhesse. Os outros ou eram idiotas demais, ou conservadores demais. Ou, no caso de um específico, mulherengo demais. Zaki teve que se juntar aos demais no jantar porque, segundo suas próprias palavras, não queria parecer rude por não comparecer. Até o final dessa seleção eu ensinaria a ele algumas coisinhas. Agora, sentado no meu quarto de "castigo" como enfatizou dona América, eu estava no limbo esperando a visita dos meus pais, Celle, Ams e Jules. Não sabia onde essa reunião familiar daria, contudo posso garantir que não era nada bom. Maria trouxe meu jantar mas eu mal o toquei, meu apetite era zero. Tudo o que eu conseguia pensar era em como as selecionadas deveriam me temer e odiar depois desse episódio. Enquanto jogava um jogo de montar quebra-cabeças no tablet que Woo Bin me presenteou ouço a porta se abrir. Lá vem a comitiva toda. Continuo jogado na cama, na mesma posição; me faltava a coragem e petulância para encará-los. Porém isso rapidamente mudou quando senti a presença de Maxon, me fuzilando do outro lado da cama.

– Pois não, família linda. A que devo a presença ilustre de todos vocês nos meus aposentos? - o meu eu sarcástico voltou. Qualquer coisa para irritar o rei.

– Meu filho, por favor sente-se direito porque devemos conversar. - não tinha como eu não obedecê-la. Corrigi minha postura e procurei os olhos mais confortáveis do mundo inteiro. Ams me olhava de onde estava com aquela ternura que me impedia de ser ruim na frente dela.

– Shalom, eu conversei com todos os príncipes e selecionadas sobre sua condição. Nenhum deles vai revelar seu segredo para ninguém, você está seguro.

– Você quis dizer o país, não é papai? - Celle e Jules me observavam como se estivessem olhando para um ser de outro mundo.

– Shay, por favor. Nós estamos aqui para saber como você está e não para brigarmos, não é? - após uma profunda encarada da rainha, todos responderam em uníssono um "sim".

– Como vocês já viram estou muito bem. Agora se me dão licença, eu quero descansar.

– Como quiser meu filho. - minha mãe beijou minha testa e se virou para sair.

–Ah, mãe. - ela se virou novamente para mim - Avise a todas as minhas selecionadas que eu estou cancelando toda a minha agenda com elas. E que elas tem um dia para pensar se querem continuar na seleção de um membro da família real que possuí uma doença mental e que não será rei. Como está no começo do processo diga que quem quiser pode sair ou ser transferida para a seleção do futuro rei. E que é pra pensar muito bem mesmo, porque daqui pra frente as coisas só vão piorar. - todos me encaravam sem reação.

“E eu estou me retirando oficialmente da linha de sucessão ao trono. Comunique a todos. É oficial. Se por acaso, o príncipe Julian não puder assumir o trono, as próximas na linha sucessória são Ams ou a Celle. Quando minha seleção acabar eu irei morar no campo com minha avó. Isso é tudo”. - um a um, todos foram saindo do quarto, sem pronunciar qualquer palavra. Jules ficou por último.

– Shay, você não deveria fazer isto. É uma atitude muito drástica.

– Jules, eu já decidi. E eu não quero brigar com você. Nós somos metade de uma pessoa só, eu não quero que isso fique nos impedindo de ser irmãos. Eu já me decidi. Como Woo Bin mesmo disse: "No céu não podem existir dois sóis". O sol é considerado o rei da nação na Nova Ásia e o sol de Illéa é você, não eu. Eu sou o caos caindo sobre este país. - eu ri para descontrair mas, Jules não achou graça na minha piadinha. Ele me encarava preocupado. -Jules você nasceu para isto! Vai dar tudo certo. Eu vou viver nas suas custas pro resto da vida. Isso é mais do que muitas pessoas podem ter neste país miserável.

– Você promete?

– Desde o começo esse lugar nunca me pertenceu. Você será um ótimo rei. - dou um abraço forte no meu irmão. - Agora vai embora antes que eu tenha que trazer um lencinho para você enxugar essas lágrimas.

– Só um comentário antes de partir, você sabe que não pode realmente sair da linha sucessória não é? Isso é apenas um ato de rebeldia.

– Que assim seja! Agora vaza! - fechei a porta com uma sensação pesada dentro do peito, eu não sabia se aquilo era o que eu queria, só sabia que aquilo era a atitude certa a ser tomada diante da situação. Afinal, quem confiaria um reino a mim?!

Afundei minha cabeça no travesseiro tentando conquistar o mundo dos sonhos, ou pesadelos. Entretanto eu simplesmente não conseguia pregar os olhos. O rosto de Beatrice vinha a minha mente sem minha permissão e um desejo forte de vê-la foi tomando conta de mim. Resolvi vê-la. Porém, antes, visitei meu quarto de miniaturas para pegar um presente que havia construído para a garota.

Evitando as rotas dos guardas e tomando cuidado para não ser pego por ninguém, cruzei os corredores do palácio e cheguei à porta do quarto de Bea. Bato três vezes e espero ansioso. A garota meio desperta, meio dormindo, abre a porta e se assusta quando me vê.

– Jesus! Shalom! O que você está fazendo aqui?

– Cala a boca e sai da frente. - a garota perplexa abre passagem para que eu entre no quarto.

– Se alguém te pega aqui você vai ter que se casar comigo porque vou alegar que você me desvirtuou. - ela responde num tom sarcástico.

– Não me importo em me casar com você, afinal, depois de hoje, tenho a impressão que meu leque de opções vai diminuir. - o tom ácido de minhas palavras acertam Bea que me lança um olhar de compreensão.

– O que é isto em suas mãos? É pra mim? - ruborizo um pouco ao pensar que havia preparado aquilo desde nosso primeiro encontro.

– Eu deveria te dar no nosso encontro de verdade, mas não pude esperar...

– O que é? O que é? Deixa eu ver! - a garota saltou em cima de mim e pegou o embrulho que carregava nas mãos.

– Cuidado, é frágil! Você vai quebrar! Eu demorei 5 dias para fazer! - escapou.

– Então foi você que fez? - ela me olhou alegre. - Achei que tinha comprado!

– Abre logo. - digo a ela. Beatrice pega o embrulho, agora com mais cuidado, e o desfaz como se estivesse saboreando cada momento antes de saber o que é. Quando ela percebe do que se trata, seus olhos se enchem de lágrimas e ela me olha.

– O que foi? Não gostou?

– É lindo Shay! Você que construiu? Como? É igual à da minha cidade... Só que a sua está linda, e...

– Você me disse que gostaria de saber como eram os brinquedos do parque de diversões de sua cidade, eu construo coisas em miniatura... Então achei que você gostaria disto, se chama roda gigante, eu pesquisei na biblioteca do palácio para saber como eram... Mas não acabou, não é só isso.

Eu peguei o brinquedo que havia construído e me aproximei do criado que ficava perto da cama de Bea, peguei a tomada e liguei. Imediatamente a roda começou a girar e as luzes do brinquedo a piscar. Beatrice ficou tão maravilhada que começou a rir ao mesmo tempo que algumas lágrimas escorriam por seu rosto.

– É maravilhoso Shay! É lindo! Como você fez isso? Você é maravilhoso! Você... - ela correu e me abraçou forte, o que me pegou desprevenido. A medida que os braços da garota me aqueciam por dentro, eu relaxei com aquele contato físico e correspondi aquele ato de carinho. Ficamos assim por alguns segundos, até nos separarmos. Encarando aqueles olhos lagrimosos não pude evitar e secar uma lágrima que escorria lentamente. Beatrice fechou os olhos enquanto minha mão acariciava aquele rosto que podia ser duro e doce ao mesmo tempo.

– Bea... Eu... Você sabe, eu não mereço você, nem ninguém desta seleção. - eu confessei. Bea continuava em meus braços.

– Shay, eu entendo. Eu sei um pouco pelo o que você está passando, confie em mim. Você é uma pessoa maravilhosa, olha o que você fez por mim. Essa é, no máximo, a quarta vez que conversamos e olha o presente maravilhoso que você foi capaz de me dar conhecendo tão pouco de mim. As pessoas precisam conhecer você por completo. Elas vão te entender. - aquelas palavras significavam muito, Beatrice tinha um efeito forte sobre mim. Aquela garota conseguia me confortar de uma maneira nova e eu gostava daquela sensação. Acariciando aquela pele branca, aqueles cabelos macios e cheirosos. Não havia reparado antes, mas a garota estava apenas embrulhada em um robe branco de seda e nossos corpos estavam muito próximos. Meu rosto, sem que eu percebesse, foi se aproximando do dela, nossas bocas estavam quase se tocando...

– Senhorita Beatrice. - uma voz de mulher chamou do outro lado da porta.

– Meu Deus! Quem é essa hora da noite? - eu exclamei.

– Não sei, talvez Lilian.

– Quem é Lilian? Tem alguma selecionada com esse nome?

– Não seu idiota, é minha amiga. Ela é minha empregada.

– Eu tenho que ir embora. Ela não pode me ver aqui. - corri em direção a sacada para fugir.

– Shay! Aí é a sacada! Como você vai ir embora?

– Quem está no quarto ao lado?

– Lis!

– Tudo bem, eu me viro com ela.

– Você tem certeza?

– Claro! Tchau. - Antes que Bea pudesse pronunciar qualquer outra palavra eu pulei para a sacada ao lado. E vamos apenas dizer que se eu tivesse errado, com certeza não teríamos mais briga pelo trono. Era uma vez um príncipe... Ao ouvir o som da minha aterrisagem a garota saiu para fora vestindo apenas roupas íntimas. Levou um minuto para que eu recuperasse a fala.

– Olá senhorita Lis, resolvi te fazer uma surpresa.

– Jules?

– Claro que sou eu... Ficou feliz? - a garota me encarava com um olhar sarcástico do que dizia "você não me engana seu retardado, eu sei que você é o príncipe Shalom" mas resolveu entrar na minha.

– E como fiquei! Por favor entre... - se existia uma pessoa mais teimosa que eu neste mundo, eu podia garantir que está pessoa seria Lis. Ela não fez menção alguma em colocar algo para tampar seu corpo, apenas indicou que eu me sentasse, enquanto ela me servia algo que parecia ser um suco.

– Você está confortável?

– Claro, muito obrigado. - a garota estava me provocando, não iria deixar assim. - Eu passei aqui para terminarmos o que começamos na noite da festa. - ela me encarou surpresa, mas disfarçou o olhar.

– Vamos terminar então. - ela disse provocativa. Peguei ela pelo pulso e a taquei na cama. Meu coração estava disparado, muita aventura para uma noite só. Eu não podia beijá-la, mas também não queria dar o braço a torcer. Subi na cama, em cima de Lis e fui abaixando minha cabeça lentamente, até que a garota gritou.

– Ah! Tudo bem, você venceu Shay! Saí de cima de mim seu pervertido!

– Garota, você jura que eu ia te beijar? Só não podia dar o braço a torcer! E pra você é sua alteza.

– Você quer que eu grite pro castelo inteiro que você está no meu quarto? Se quiser eu FICARIA... - tampei a boca dela.

– Tudo bem, tudo bem. Estamos quites!

– Há! Não é tão fácil assim lidar comigo.

– Pois é, não pensei nisso direito quando vim pra cá.

– O que o senhor estava fazendo no quarto da Bea?

– Nada que lhe interesse. Quem está batendo no quarto das pessoas tarde da noite assim?

– A Sílvia passando algum comunicado de última hora. Essa mulher não descansa!

– Nem me diga! Ainda bem que agora tem mais pessoas no palácio para ela encher! - nós dois começamos a rir juntos.

– Como você sabia que era eu?

– O seu irmão nunca entraria no quarto de uma garota que não fosse pela porta da frente e com o consentimento dela. - eu ri e ela me acompanhou.

– Bem observado. Bom, obrigado por me ajudar. Preciso ir. Não conte a ninguém que eu estive aqui, ou ali do lado.

– Pode deixar alteza, seu segredo está seguro comigo.

– Ah, e da próxima vez que um garoto vier ao seu quarto, coloque roupas!

– Da próxima vez que um garoto vier ao meu quarto, espero estar sem nenhuma. - trocamos um sorriso cúmplice.

Depois teria que levar um papo com Jules sobre as escolhas dele na seleção. Lis com certeza estaria dentro das minhas se ela estivesse entre as minhas opções. Ela é uma garota muito especial.

Abri a porta do quarto com cautela para observar o movimento no corredor. Lis ficava sussurrando atrás de mim para eu ter cuidado. O corredor parecia vazio, então me arrisquei e saí. Do lado de fora e iluminação era pouca e eu levei um tempo até que meus olhos se acostumassem. Andei devagar pelo corredor para não acordar ninguém, porém ao virar para a esquerda trombo em uma pessoa e escuto pratos caindo. Pronto, fui descoberto.

Ao olhar para frente me deparo com a garota que tinha os cabelos da cor do pôr-do-sol. Ela vestia uma camisola azul de seda com um robe branco por cima, sua pele pálida se destacava a meia luz e seus olhos azuis feito gelo me encaravam.

– Assaltando a geladeira é, Tais? - percebi que havia bolo e doces espalhados por todos os lados. A garota ficou vermelha e um pouco irritada.

– Fiquei com fome porque não comi direito no jantar. Ainda bem que Maria estava na cozinha e me fez um prato especial. Mas alguém fez o favor de derrubar ele todo no chão não é?

– Desculpa, eu não te vi.

– Se você estivesse no quarto, onde você deveria estar, e não andando pelos corredores do castelo parecendo uma assombração isso não teria acontecido. - ela estava realmente com raiva, fiquei surpreso pela reação dela. Vendo minha expressão ela percebeu o que tinha acontecido e ruborizou novamente.

– É desculpa, eu não quis te ofender... É que...

– Tudo bem, fome deixa qualquer um de mau humor. - ela sorriu.

– É, fome deixa qualquer um de mau humor... Mas e você? Resolveu fazer uma boquinha na madrugada também?

– Só andando para esquecer...

– Hum... Entendo... Posso dizer apenas uma coisa?

– Posso me arrepender disto, mas vai em frente, pode falar.

– Eu não acho que você seja ruim. E todos nós temos defeitos e qualidades. Eu estou disposta a te conhecer por completo, se você quiser... - desviamos nosso olhar um do outro por causa da vergonha. Tais era doce, que nem aquelas guloseimas que trazia consigo. Me levantei e ofereci minha mão para ajudar a garota a se levantar. Limpei minhas roupas e ajudei ela a se limpar.

– Também gostaria de te conhecer melhor, Tais Singer. - ficamos em silêncio por um momento, apenas encarando um ao outro, então tive uma ideia.

– Vamos voltar para a cozinha! Maria nunca fala não para mim, vou pedir para ela fazer meu prato preferido para nós.

– Agora? No meio da noite?

– Sim, por que não? - eu ofereci meu braço para ela. Tais sorriu e entrelaçou seu braço ao meu e juntos caminhamos rumo à cozinha. Não me importava se alguém nos visse, o que eu achava difícil. Aquela garota gentil estava tentando me animar e eu gostaria de mais alguns momentos de sua companhia.

***

O despertador de Jules me acordou mesmo estando do outro lado da parede. Ele tinha que ter um relógio tão alto? Aposto que os criados na cozinha conseguiam escutar! Coloquei o travesseiro na cabeça e tentei voltar ao sono. Havia menos de 4 horas que eu tinha me deitado. Minha noite foi no mínimo estranha. Tive dois encontros com duas das minhas selecionadas e um com Lis, quer dizer, com ela foi uma conversa de amigos. Acho que nós já nos considerávamos assim. Bea e Tais alegraram minha noite, embora a manhã que me esperasse fosse cruel. Ter que encarar todos depois do que havia acontecido no dia anterior não era nada fácil. Ainda bem que eu tinha meu escudo construído com o melhor do sarcasmo e ironia. Tentando criar coragem para me levantar fiquei deitado na cama, porém Jules aparentemente não sabe respeitar o horário biológico das pessoas e acha que todos possuem a mesma disposição que ele de manhã.

– Bom dia meu irmão não tão lindo quanto eu! - ele estava pulando em cima de mim.

– Mau dia. Péssimo dia. Me faz um favor?

– Diga.

– Pega aquela espada ali no canto e enfia bem no meu coração.

– Tão dramático! Levanta rápido e vai se arrumar! Vou ser legal e vou junto com você para o café. Um pouco de força fraternal para ajudar você! - as intenções dele eram as melhores, assim fiz um esforço para me levantar.

– Só me levanto com uma condição. Jogue fora essa porcaria de despertador. Tenho certeza que você comprou isso só para me irritar!

– Hoje que você percebeu?

– Idiota!

– Anda depressa Shalom. A pontualidade é...

– A melhor qualidade de um príncipe. - eu completei.

– Se você já sabe, então se troque. - ele olhou para minhas roupas. - Você já está vestido!

– É... que... Resolvi dormir de roupa para economizar tempo... Vou só escovar meus dentes e já estou pronto pra ir. Tá vendo? Prático, não?

– Meus pêsames para a pessoa que casar com você.

– Digo o mesmo, gracinha. - mandei um beijo para ele enquanto caminhava para o banheiro.

Escovei os dentes e tomei um banho rápido, quando saí encontro Jules vestido exatamente igual a mim.

– Porque você está vestido com minhas roupas? Tira isso, não combina nem um pouco com você. Esse cabelo desarrumado e essa roupa velha... Não dá. - comecei a rir.

– Claro que dá, se você fica bem assim, porque eu não ficaria? Somos gêmeos IDÊNTICOS, lembra?

– Mas é óbvio que eu sou mais bonito, sem contar que você não tem a atitude certa para usar estas roupas.

– Sério não? Olha só: "Oi, eu sou o Shay, eu odeio o mundo, saí de perto de mim".

– Cara, eu não sou assim...

– É sim...

– Não sou...

– É sim...

– Tá, um pouco. - começamos a rir. Como eu sentia falta de momentos como esse. Eles estavam ficando raros a cada dia que passava.

– Sério Jules, porque você está vestido assim?

– Porque nós vamos iguais para o café. Dessa forma nós dois receberemos olhares estranhos, porque ninguém saberá quem é você e quem sou eu. Só nós dois. - abracei Jules com as palavras presas na garganta. Eu faria qualquer coisa por ele para demonstrar minha gratidão.

– Tá Shay, chega desse momento gay.

– Todo mundo vai saber quem é quem. Mas valeu Jules.

Coloquei uma roupa parecida com a do Jules e então nós dois caminhamos em direção ao Salão Principal. Os olhares que recebemos eram uma mistura de espanto com diversão. Minha mãe e todos da nossa mesa sabiam quem era quem, mesmo quando eu me sentei no lugar de Jules e ele no meu. Não fiquei muito feliz em me sentar perto de Maxon, mas o sacrifício valia a pena quando os criados começaram a trocar meu café com o do Jules. Sarinha esperta como sempre não deixou o Jules enganá-la falando que era eu e pedindo-lhe um abraço. Ele levou um chute na canela. Todos começaram a rir. O café da manhã passou assim no meio de brincadeiras e risadas. Nem parecia que o dia anterior tinha sido tão ruim.

Algumas selecionadas ainda evitavam me olhar, porém, outras, me lançavam olhares que queriam transmitir confiança e compreensão. Fiquei grato a elas. Lis me encarava descaradamente e quando os outros não estavam a observando me mandava beijos e piscadas. Essa garota é demais! Tais comia um monte de doces, como imaginei que seria seu prato de café, e Bea estava perdida em meio a seus pensamentos, mal reparando meus olhares. O meu apetite estava de volta, então comi que nem o Jules no café, o que foi ainda mais estranho. Ma, como tudo que é bom dura pouco... Maxon pronuncia no final do café:

–Direto para meu escritório após o café, Shalom, Celeste e Julian. – Nós três trocamos olhares para descobrir quem havia aprontado dessa vez, porém ninguém parecia saber do que se tratava. Eu não estava no clima de outra conversa desagradável com ele, de modo que planejava pular essa reunião calorosa.

Com o salão vazio, os únicos que faltavam se retirar éramos nós. Me levantei primeiro que os outros e caminhei apressadamente para fora do salão, mas não fui rápido o bastante. Maxon, Jules e Celle estavam bem atrás de mim.

–Pensando em escapar maninho? – Jules pergunta para me irritar.

–Isso nem passou pela minha cabeça. Mas infelizmente eu já tenho um compromisso, então vou me retirar. – reverencio os três e dou as costas até que a voz de Maxon me impede.

– Porque você estava passeando pelos corredores do castelo à noite? – Puta que pariu, não havia nada que acontecesse nesse castelo que ele não soubesse!

– Eu estava fazendo uma caminhada.

– Dentro do quarto de uma selecionada? – me virei para encará-lo. Jules e Celle encaravam sem entender.

– Se você quer saber se aconteceu alguma coisa pode ficar tranquilo que eu...

– O problema não é esse! Essa não foi a etiqueta que eu te ensinei como um príncipe! Você está destruindo a imagem dessa família!

– Pai, acho melhor nós conversarmos sobre isto em outro lugar. – Celle pede.

– Não, vamos conversar aqui! Eu sou o único destruindo a imagem desta família? EU NUNCA BEIJEI NA BOCA! E O JULES QUE LEVOU UMA SELECIONADA PARA O QUARTO NO DIA DO BAILE?

– Golpe baixo esse aí Shay! Eu também nunca beijei na boca! Você sabe muito bem! – Maxon nos encarava sem dizer uma só palavra, parecendo envergonhado... Então eu escuto umas risadinhas. Olho para trás e vejo que estávamos discutindo na porta do salão das mulheres. Todas as selecionadas estavam escutando nossa conversa no corredor na companhia de dona América.

– Foi essa a educação que eu ensinei para minha família? – Nenhum de nós teve coragem de falar algo. Andei mais alguns passos para frente para abrir a porta de uma sala qualquer que havia no primeiro andar.

– Mãe, vamos conversar dentro desta... – quando abro a porta meus olhos se deparam com uma cena que eu não estava pronto para presenciar. Jules vendo minha reação corre para o meu lado e fica pasmo. Minha irmã e meus pais fazem menção em se aproximarem, mas eu os impeço.

– Não deem mais nenhum passo! – meu tom de voz e meu semblante deviam estar bem firmes porque ninguém se moveu, todos ficaram olhando com expectativa querendo saber o que estava atrás da porta.

– Lorenzo... Você... Como você pôde? – Jules balbucia algumas palavras, mal formando uma frase.

– As coisas estão prestes a ficar muito ruins para o seu lado. Para o seu e essa aí... - antes que desse por mim já estava correndo para dentro do quarto.

– Não Shay! – Jules gritou atrás de mim. Mas eu não conseguia pensar em mais nada.


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Notas finais do capítulo

OOOOOI pessoas *-* Gostaram? Espero que sim! Comentem, recomendem e acompanhem! Agora a história está começando a pegar fogo! HSUAHSUAHSUAH E aí selecionadas do Shay, querem sair da seleção dele? Espero que não! Desculpem a demora para postar capítulos é que uma de nós, não vou falar quem, é muito enrolada HSUAHUSHUASUHAUSH Nós reparamos que temos muitos acompanhamentos que não são visíveis, então pedimos a vocês encarecidamente que coloquem nossa história como pública, ou seja, visível para todas as pessoas. A chata da Cams está pedindo para vocês nos enviarem no máximo 3 músicas brasileiras que vocês gostem. Ela gostaria da participação de vocês porque essas músicas estarão no próximo capítulo dela. MUUUUUUITÍSSIMO OBRIGADA! BEEEEIJOS -Nat :*



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