Watanabe - Interativa escrita por Cloo Muller


Capítulo 7
Um pouco sobre...


Notas iniciais do capítulo

*Me escondendo das pedras, facas e tomates voadores*
Oiii, galerinha linda!
Vamos com calma ae, tenho uma ótima desculpa por essa demora absurda: Entrei num segundo emprego por motivos particulares, e digamos que, estou trabalhando 17hs por dia e quando é minha "folga", como nas terças-feiras, geralmente estou arrumando meus AP que está de ponta cabeça e se não é isso, estou dormindo em algum canto da casa.
Enfim... Saibam que não desisti da fic.
Por desleixo, acabei não revisando direito.... Gomen!!!
Agradeço desde já, a paciência.

P.S.: A história começa a sair da inocência.



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— Rebecca, desenhe novamente o Selo. — ordenou o homem da cicatriz à uma menina de sete anos, que tinha uma expressão chorosa. — Mas, desta vez, faça direito. — bradou irritado, saindo do que parecia um escritório abandonado, batendo a porta com brutalidade.

Tentando conter o choro, Rebecca retirou uma espécie pergaminho preto — de uma das diversas prateleiras cobertas pó —, abriu cuidadosamente para não rasgar o fino papel. Assim que aberto, o colocou sobre uma pequena mesa, onde estava um pincel banhado em tinta vermelha para desenhar o Selo Corrompido. Antes de começar o desenho, fechou os olhos escondendo as belas íris rosadas, após um longo suspiro, abriu-os novamente. Pegando o pincel com delicadeza, desenhou um círculo grande e um pequeno dentro dele, entre as linhas dos círculos, Rebecca desenhou — dividindo perfeitamente o espaço — a sombra de uma águia, uma lança, gotas d’água, um fogo, um floco de neve, um raio, três linhas com as pontas circulares representando o vento e uma folha, em seguida adicionou uma estrela no meio do círculo e finalizou com mais detalhes no centro e na margem do círculo maior. Assim que terminou, observou o projeto do selo orgulhosa de si mesmo pelo belo trabalho. O mais bem feito de todos os que já fora amassado e jogado num canto da sala, por Lysander.

— Terminei!!! — sorrindo, Rebecca saiu do escritório o mais depressa possível, passou por um corredor iluminado apenas por tochas e velas, assim como qualquer outra sala daquela caverna. Ao finalmente chegar no final do corredor, adentrou um cômodo no qual continha uma porta de metal. — Senhor X, eu terminei de fazer o selo. — disse com o mesmo sorriso enorme, que se desfez ao deparando-se com Enzo preso numa cadeira por correntes negras, onde saiam neblinas do mesmo tom.  Do pescoço para baixo, o homem estava completamente imobilizado.

— Transfira-o para o centro da sala. — Lysandre ordenou, referindo-se ao selo desenhado.

Com passos rápidos, a pequena ficou de frente para Oono. Sugou o máximo de oxigênio para seus pulmões que pode e então, os soltou enquanto abria agilmente o pergaminho, sussurrando palavras tão baixinho que nem Enzo ou Lysandre entendiam.

Três segundo e o pequeno selo desenhado, saltou do papel, mantendo-se suspenso no ar com o tamanho multiplicado em vinte vezes. O selo ficara suspenso por apenas alguns segundos, antes de se desfazer em pequenas partículas vermelhas luminosas, que desapareceram antes de tocar no chão.

— Alguém fracassou novamente — disse sarcástica uma voz feminina, atrás da criança. Elaine estava escorada no batente da porta com os braços cruzados, trajava um vestido vinho, com uma fenda lateral, deixando as belas coxas amostras. — Oh! Que peninha! — fez biquinho, zombando.

— Eu deveria quebrar suas pernas e te jogar em algum lugar escuro da floresta. — disse Lysandre para a pequena, já sem paciência, ignorando completamente a presença da Elaine.

Enzo, que só até então assistia tudo — na expectativa de entender o que se passava naquele ambiente —, riu melancólico, antes de dizer algo:

— Será que você só pensa em quebrar pernas de crianças indefesas, Lysandre?

— Covardes e fracos não merecem vi…

— Oras! Qual criança não iria fugir do pai que tentava fazê-la portar magia negra?  — perguntou Oono, sem querer saber a resposta. — Para seu governo, a senhorita Saotome é uma das melhores alunas que já tive. E o pai adotivo dela, sente orgulho do poder crescente da filha. Sabe o que é sentir orgulho de uma filha, senhor X? — Lysandre não demonstrara qualquer reação, continuava com seu olhar frio e vazio. — Não, claro que não. Você foi capaz de abandonar a própria filha na floresta e se não bastasse tamanha covardia, ainda quebrara ambas as penas da menina. — Ao ouvir isso, Rebecca afastou-se de Lysandre e saiu correndo da sala, sentindo medo de acontecer o mesmo com ela.

— Claro! — Lysandre aproximou-se de Enzo, para sussurrar em seu ouvido — Você age como se fosse a melhor pessoa do mundo. Ainda me lembro bem o quê eu, você e o Takeru fazíamos na adolescência.

 

***

Somente pela presença de Yuki, o cansaço e o sono de Kaoru haviam desaparecido. Agora, o único sensação que vagava no seu corpo era da adrenalina causada pelo nervosismo. As respostas de suas perguntas estavam ali, dentro de uma menina ruiva que estava sentada na outra ponta da cama, Kaoru só precisava perguntar, mas nem mesmo sabia por onde começaria.

— Lamento pelo que aconteceu! — Yuki dera o primeiro passo, ou melhor, as primeiras palavras. — Fiquei sabendo do ocorrido na dimensão humana e…

— Como soube? — Kaoru tentou esconder a surpresa pela irmã já saber daquilo, e a vergonha pelo ocorrido.

— Iriyost, me contou.

— Não sabia que aqui também rolava muita fofoca. — resmungou Kaoru, com o cenho franzido. Mas, logo o desfez, dando lugar a uma tristeza súbita. — Sou um erro! — admitiu, abraçando os próprios joelhos.

— Tudo bem! — Oono aproximou-se — Você não é um erro, pode acontecer. Temos que dar lado a sua inexperiência e, até onde eu fiquei sabendo, você nem sequer sabia do quê carregava contigo.

— Para ser bem sincera, ainda não sei. — suspirou — É tudo muito confuso, não sei qual é o botão de liga e desliga, não sei onde fica o motorzinho que descarrega essa energia, eu não sei como surgiu e…

— Você realmente está bem confusa. — Walker olhou a irmã mais nova com uma expressão sarcástica de “Jura que percebeu?”, tirando um riso tímido de Yuki. — Posso ajudar.

Kaoru sentia-se recebendo uma uma escada para sair do poço, o poço no qual era infestado de sentimentos e acontecimentos confusos. Talvez, se ela tivesse ao menos perguntado a Esther ou a Rika, provavelmente teria recebido um esclarecimento ou algo próximo à isso. Agora, pensando melhor, se perguntava o motivo de não ter realmente perguntado antes.

— Vou me esforçar, prometo. — sorriu Yuki, lembrando-se das aulas que tivera ao oito anos de idade, mas que só realmente ganharam sentido aos onze anos. — A magia começa a ser despertada no início da puberdade. Mas, sempre vem aos poucos, nunca de uma vez só.

— Se vem no início da puberdade, por que deu as caras, cinco anos depois? E por que tão carregada?

— A Dimensão Humana pode ter retardado ou não conseguia se libertar. — Oono acariciou o queixo, pensando. — Como uma bexiga de ar, sua magia pode ter ficado estocada e com o tempo foi estocando cada vez mais, sem liberar quaisquer sinais, e quando seu corpo não pode mais suportar, ela extravasou. E boom! — Yuki gesticulou com as mãos — Vieram à tona. Mas, isso é apenas uma teoria. — Kaoru apenas a olhava, um pouco admirada com a explicação, mas Oono não a deixou perguntar mais nada, seguindo de volta para a explicação. — Bem! Preste atenção. Os portadores de magia são divididos em duas classes mágicas, podemos assim pra dizer: a primária e a secundária, também conhecida como aleatórias. Somente nove magias pertencem as primárias: água, fogo, ventania, inverno, fauna, flora, metálicos, terra e raios; As aleatórias não tem uma quantidade definida, elas estão sempre mudando, assim como mutações genéticas.

— O quê classificação tem haver com a origem? — Walker perguntou, claramente confusa.

— Me deixe terminar. — Yuki franziu o cenho — Depois revemos as partes que não entendeu. — suspirou — Continuando, se um mago da água e uma maga do Inverno tiverem um filho, a criança terá duas “opções” de magia. Ou dominará a água, ou o gelo. Já o filho de um casal aleatório, raramente herdará a magia dos pais. Isso também conta, se um aleatório e um primário tiverem um filho, nesse caso, a criança nunca herda a magia do primário.

— Que loucura… — Kaoru se esforçou para não dar uma bela gargalhada. O quê era aquilo afinal? Aula de biologia acompanhada de um chá forte de cogumelos? De qualquer modo, se tudo aquilo era alucinações, não pareciam acabar tão cedo, pelo contrário, a tendência era só piorar. Então, por que não ir de cabeça? — okay! — suspirou, retirando os pensamentos “humanos” da cabeça — Isso significa que, somente os portadores de magia primária seguem a regra da genética?

— Exatamente! — a ruiva mais nova abriu um largo sorriso, feliz pela irmã ter compreendido. — Papai pesquisava muito sobre isso. Ele amava descobrir como as coisas funcionavam. — Yuki desviou o olhar, fixando-os na tempestade que acalmava-se a cada segundo. Sentia falta do pai, eram muito grudada à ele, uma união e uma amizade que ultrapassava qualquer limite. A mente de Oono vagou até as memórias de sua infância, das lágrimas aos sorrisos. Teria ficado mais ali, nas lembranças nostálgica, se o estômago de Kaoru não tivesse roncando tão alto, fazendo a irmã mais velha corar imediatamente, provocando gargalhadas de Yuki. — Vamos! A chuva passou e também estou sentindo meu estômago se fundir com as minhas costelas.

Kaoru fora praticamente arrastada até o refeitório, onde conheceu Stacey, Mariana e Katherine sentadas em uma mesa com seis lugares. Depois de alguns tempinho, Ako também juntou-se ao pequeno grupo.

De longe, Nice observava as meninas junto de Steffan e Iriyost.

— Olhem, só! — disse Steffan indignado — Eu não acredito que as meninas estão conversando com aquela humana… — o rapaz fora interrompido por um tapa na nuca, recebido de Iriyos. — Aiii!

— Você só sabe reclamar? — perguntou já retirando-se dentre os amigos, seguindo em direção de Yuki e companhia.

— Eu não acredito! — Steffan cruzou os braços intrigado, enquanto Nice apenas retirou-se da mesa. — Onde vai? — perguntou ao jovem Uzumaki.

— Para o meu dormitório, não tenho muito o que fazer aqui. — respondeu sério. — Até depois.

Sozinho na mesa, Steffan bagunçou a franja do cabelo, desejando ser um telepata para saber o que tinha de errado com a cabeça de todo mundo.

 

Em uma outra mesa, Gyo contava algumas novidades para Rika e Esther.

— Gyo! Gyo! Gyo! — uma gritava pelo salão do refeitório, segurando uma sacolinha transparente com bolinhas coloridas dentro. — Gyoooo!? — parou em frente da amiga, ajeitando os fios roxo que haviam se desprendido da trança, no momento em que corria.

— Morreu alguém, Riko!? — Perguntou Esther preocupada.

— Experimente minha mais uma nova receita. — disse eufórica empurrando a sacolinha para as meninas.

— Entendi! — falou Frederika, escorando o queixo na mão esquerda. — Alguém não morreu, mas vai. — apontou para os doces de Riko, recebendo um beliscão de Esther no mesmo instante. — Aiai! — reclamou baixinho.

Sem ligar para o comentário da ruiva, Gyo pegou imediatamente o pacotinho e o abriu, jogando a primeira bolinha na boca, no qual tinha uma cor amarela. Ao degustar, sentiu um sabor diferente, parecia uma bala mas era tão macia como algodão doce, o sabor parecia de frutas cítricas mas não dava para ter certeza de qual era.

— Hum! É gostosa, parece balas mas é muito macio…

— Meninas. Me encontro com vocês no dormitório. Quero falar com meu irmão. — disse já se distanciando do trio. — Depois eu provo teus docinhos, Riko.

Logo que Esther havia se retirado, Gyo começou a segurar uma risada nervosa.

— O quê foi, Gyo!? — Kyotsuki perguntou, estranhando o ato tão repentino.

— Eu não… eu não… — continuou tentando segurar a risada, que pouco a pouco ganhava mais intensidade — Eu não consigo… PARAR!!! — gritou, caindo na gargalhada no mesmo instante, atraindo olhares de todos no refeitório.

— Petecaaaa!!! — Riko ergueu as mãos para o alto, enquanto dava uma volta em si mesma. — Eu vos apresento, a balinha da felicidade!

— Riko! O refeitório inteiro está nos olhando. — Frederika avisou, olhando preocupada para Gyo que rolava no chão com as mãos na barriga, sem parar de dar gargalhadas. Riko corou ao perceber os olhares curiosos. — Faz ela parar. A menina mal está respirando.

— Opa! — disse se agachando, escondendo o rosto com as mãos. — Não sei como fazer isso.



***

Fora do refeitório, Nice passou a mão sobre uma ferida no braço direito, onde um inseto o havia ferroada. A ferida estava inchando aos poucos e ganhando uma tonalidade escura com o decorrer dos minutos. Havia se retirado do refeitório, exatamente por este motivo. A ferida estava ardendo e gerava uma sensação estranha não só no braço, mas no corpo inteiro.

— Maninho! — Esther aproximou-se do irmão, preocupada com o mesmo, que fazia uma expressão de dor. — Quer que eu te acompanhe até a ala masculina?

— Não… Eu… — Nice olhou nos olhos da irmã mais nova, logo sentirá que a sensação incômoda havia cessado, mas também ganhara uma necessidade de ser acompanhado até sua ala. — Claro! Seria uma boa ideia. — disse sorrindo, fazendo Esther estranhar seu comportamento.

— Você não está com febre, está? — perguntou pousando a costa da mão na testa do jovem, sentindo que o irmão estava numa temperatura corporal elevada. — Isso explica alguma coisa. Vamos para a enfermaria, você está queimando em febre.

— Não precisa preocupar-se, estou bem. — com um sorriso enorme no rosto, a trouxe para mais perto — E de qualquer forma, eu "sou" quente. — com agilidade fez uma bola em chamas, surgir em sua mão. — Eu realmente estou bem. Agora, vamos.

Dando um suspiro alto, Ther começou a andar. No caminho, Ambos não trocaram muitas palavras, apenas comentaram sobre tudo estar tão agitado e, até mesmo os professores estavam fora do normal.

Próximos as alas, em um ponto mal iluminado, Nice parou de andar. Ele estava olhando para o chão e Esther não pode ver seu rosto, mesmo ela sendo mais baixa do que ele.

— Nice?! — chamou, preocupada com o irmão. — Você tem certeza que não quer ir à enfermaria?

— A única coisa que quero, é você minha irmãzinha. — Nice ergueu a cabeça, fitando Esther, que estava ficando gradativamente confusa. — Só você. — sussurrou antes de dar uma risada sinistra, fazendo a pequena recuar um passo.

— Para com isso, Nice. — ordenou — Você está me assustando e… — Antes de terminar a frase, Nice a empurrou para uma parte mais escondida, próximo de uma parede, onde pode encurralar-lá para facilitar que seus lábios encontrassem o pescoço da mesma. Assustada, Esther não conseguira livrar-se do irmão e, por conta da pressão que estava sofrendo na região dos seios, não conseguira fôlego para gritar por ajuda. Estava atordoada. — Para! — sussurrou com dificuldade, em meio as lágrimas. Quando Nice anunciou que iria beijá-la, Esther tentou reagir novamente, dando-lhe alguns empurrões com mais força, mas ele era mais alto e muito mais forte. No momento que ele a segurou pelos pulsos, Esther percebeu uma enorme mancha negra de onde saiam fluidos luminosos, vermelho. “Magia Negra”, pensou. — Você está contaminado. — falou soluçando por causa do choro, se esforçando para desviar dos lábios do irmão. — Para! — sussurrou novamente, fechando imediatamente os olhos, se preparando pelo pior, quando ele tocou seus seios.

Esther ouviu um som de alguma barra de ferro sendo batida em alguma coisa, sentindo um vento no rosto. Sem mais ninguém a pressionando contra parede, caiu sentada no chão enlameado. Finalmente ao abrir os olhos, viu Nice estirado no chão, desacordado e a sua frente uma figura pálida, sem quaisquer emoções nos olhos.


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Notas finais do capítulo

Algumas coisas ficaram confusas, ai!?
Se sim, então como diz Riko "Petecaaa! Eu consegui." rsrsrs
No próximo capitulo, irei explicar algumas coisas. Juro que vou tentar não demorar tanto.
Era para ter ficado maior, mas eu atrasaria mais duas semanas rsrsrs
Beijinhos mágicos :♥