Watanabe - Interativa escrita por Cloo Muller


Capítulo 4
Irmã?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo... Personagens novos... agradecimentos novos.
— Agradecimentos?
Hai! ^^
Primeiro... Obrigada por terem lido e comentado ♥
Segundo... Obrigada pelos acompanhamentos ~> Eureka, Katherine Havegreen, Carolina, Mini Line e o outros 11 que não aparecem.
Terceiro, que deveria ser o primeiro... Obrigada pelos que favoritaram ~> Alysanne Targaryen, Julie chan, Connor Hawke e Sophie Uzumaki. ^^
Quarto... Obrigada pela colaboração dos personagem ^^
— Filha, tu enrola de mais.
Ain, perdão.
Vamos lá... Boa leitura ^^
Nos vemos nas Notas Finais. ♥



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Enzo estava inconsciente, caído de joelhos e com os braços acorrentados acima da cabeça, no centro de uma cela. Suas vestes estavam sujas e rasgadas, na região do torso manchas de sangue eram bem visíveis, o rostos e os braços continhas cortes profundos, ocasionados pelo mago misterioso com quem lutara na floresta.

O ambiente era iluminado por duas velas próximo a entrada da cela, as paredes rochosas mantinham um clima gélido e úmido, acompanhado por um forte odor de mofo.

Os ruídos da cela sendo aberta, fizeram Oono despertar com fortes pontadas na cabeça, fazendo-o formar uma expressão horrível no rosto. Com a visão turva vira um vulto aproximando-se dele e tocando seu rosto, mas num extinto fugaz, tentou exasperadamente se afastar.

Não vou te machucar. — sussurrou uma mulher jovem. Aquele tom da voz. Algo parecia familiar. Uma sensação de nostalgia fez com que o coração do professor saltitasse com força e rapidez. Forçou a vistas para poder enxergá-la melhor, mas ela usava uma túnica vinho com um capuz, impossibilitando vislumbrar seu rosto. — Meu mestre pediu para curar suas feridas. — A voz continuava suave. Enzo fechou os olhos quando a jovem tocara as feridas do joelho esquerdo, no começo, o toque trazia uma ardência incomoda, mas aos poucos um calor anestésico aquecia a ferida. O toque esfriou e a jovem retirou a mão de cima do joelho, que antes tinha cortes e hematomas, e agora, estavam sem nenhuma cicatriz.

Maga... Curandeira. — Enzo disse com pouco ar nos pulmões. Os lábios machucados esboçaram um sorriso triste. — Sua voz, a magia. Me faz lembrar... — Uma pausa — Sonho todos os dias com ela. — Atrás do professor, a curandeira se ajoelhou para poder curar as feridas da costa do homem. — Gillian!? — Revelando o par de olhos rubelitas, a jovem fitou as madeixas grisalhas do homem, ela não parecia estar espantada, mas seus olhos rosados brilharam com uma fagulha de esperança. — Não. Você é jovem demais para ser ela. — finalizou Enzo, com outro sorriso melancólico.

— Já terminou? — perguntou um homem alto, com uma enorme cicatriz, ela começava do olho direito, descendo até o lado esquerdo da maxilar. Ao olhar para o professor, abriu um sorriso sinistro. — Quanto tempo, Oono?

*

A Diretora e quatro professores estavam reunidos na sala de reunião, onde um enorme relógio marcava dezoito horas. A Diretora estava andando de um lado para o outro em completa tensão. Ela trajava um vestido vitoriano preto com vários detalhes que iam do roxo ao lilás. Os belos cabelos brancos brilhosos, ganhavam destaque sobre a pele negra.

— Precisamos descobrir o que planejam com o Talismã dos Nove Selos. — disse a mulher — Principalmente. Quem está por trás disso?

— Não será um trabalho fácil, Diretora. — Argumentou um dos professores. Este que antes estava escorado em uma estante, aproximou-se do grupo. Alto e magro, tinha uma bela postura que combinava perfeitamente com sua beleza.

— Todos sabemos disso, Zeno. — retrucou outro homem que sentava em uma poltrona. Ao contrário de Zeno que era branco e magro, Arminius era moreno e musculoso. Seu rosto era coberto por uma máscara de metal bruto, somente os olhos verdes vibrantes e hipnotizante ficavam a mostra.

— Essa não é a primeira vez que esse talismã foi roubado. — Pronunciou-se Zia, com uma voz calma e passiva. Sentada no chão numa posição de meditação, trajava uma manta vermelha e alaranjada com várias pedras coloridas em determinados pontos e um tecido sobre os cabelos sem cor. A sua volta, oito esferas flutuavam cautelosamente. Assim como Arminius, Zia também usava uma máscara, porém a sua era completamente feita de ouro, tinha um rosto sem expressão esculpido na superfície, além de olhos que aparentavam estar observando tudo e todos em volta ao mesmo tempo. Muitos alunos julgavam que aquela máscara via através das pessoas, diziam que ela enxergava a alma e os verdadeiros sentimentos de qualquer um. — Quando Takeru Saito planejou derrubar os selos, ele havia roubado o Talismã.

— Ele morreu há anos e era o único que sabia como fazer isso. — Tatsuo, que mantinha o máximo de distância de Zia, engoliu em seco quando ela virou-se em sua direção.

— De qualquer forma. — interviu Hélida, a Diretora. — Qualquer teoria ou proposta é bem-vinda. O Talismã estava sobre o poder da Academia, portanto somos responsáveis por qualquer coisa que acontecer com ele.

Todos concordaram e a reunião deu-se por encerrada.

Zia levantou-se graciosamente com as esferas acompanhando-a, seguindo em direção a saída junto de Zeno e Arminius. assim que abriram as portas duplas, dois homens adentraram a sala carregando duas meninas alta. uma era ruiva, as madeixas onduladas estavam amarradas em um rabo de cavalo, vestia uma calça de couro preta e um espartilho do mesmo tecido, além de botas cano alto. A outra tinha o cabelo violeta, a cor dos olhos eram difíceis de identificar, variava entre negro, roxo e azul, esta trajava uma bermuda preta e uma blusa de mangas caídas quase no mesmo tom que os cabelos.

— Ddioth? — Zeno e Arminius disseram em uníssono.

Hélida dera um longo e profundo suspiro com os olhos fechados, antes de pronunciar algo:

— Tatsuo, o Oráculo deve estar para chegar. Vá encontrá-lo para mim. — Com os olhos negros sombrios, fitou as irmãs Ddioth. — Zeno e Arminius, traga essas garotas para mim. O resto podem se retirar.

Zia retirou-se com os dois homens que trouxeram as garotas. Ambos os professores acompanharam as garotas até a mesa da diretora, nenhum dos dois escondiam o desapontamento. Ann, a menina ruiva, era uma das melhores alunas de Técnicas de Lutas, na qual Arminius era o professor, assim como Aeleth era uma das melhores de Zeno em Alquimia.

— Três anos. — Hélida continuou. — Já faz quase três anos que vocês foram aceitas para entrarem na academia. E vocês ainda não aprenderam a usar o uniforme?

— Mas,...

— Só mais uma vez. — A Diretora interrompeu Aeleth. — Da próxima vez que vocês duas forem contra as regras da Academia. — Hélida socou a mesa, assustando as irmãs. — Serão expulsas.

— Isso é um exagero. — Ann, disse indignada. — Nós duas, só não gostamos desses vestidinhos e …

— Calada. — Brandou a Diretora. — Já tenho que me preocupar com muitas coisas aqui. Não irei admitir que duas crianças façam seus gostou. Ou vocês obedecem, ou serão punidas da pior forma: Expulsão. — Com o tom de voz mais suave, continuou. — Zeno, você será responsável por Ann, enquanto Arminius, cuidará da punição de Aeleth. — Ao ver a expressão de surpresa nos rostos das jovens, complementou. — Acompanho os relatórios sobre os alunos. Ann precisa se esforçar mais em Alquimia e Aeleth nos treinos. — Finalmente olhando para os professores, ordenou. — Não quero que peguem leve. Durante uma semana, quando a lua estiver no centro do céu, vocês darão duas horas de aulas extras. Estamos entendidos?

Assim que as meninas saíram, Hélida se jogou em sua cadeira massageando as têmporas.

— Hélida... — Arminius aproximou-se. — Prefiro que o treino começasse quando o sol se pôr? — Hélida não dera ouvidos e continuou com os olhos fechados. — Não me importo em ser carrasco, mas aula extra à meia-noite fará com que elas fiquem exaustas no dia seguinte. Não pretendo atrasar minhas aulas, caso algumas delas tenha desgaste físico ou mental.

— Fique tranquilo, isso não ocorrerá. De qualquer forma, espero que fiquem cansadas o suficiente para não pensarem em como odeiam os “vestidinhos”. — disse ríspida.

— Claro! A partir de hoje, elas irão amar eles. — Zeno saiu da sala com um sorriso sarcástico formado nos lábios, fazendo com que Hélida o fitasse com frieza.

*

Tatsuo seguia para os grandes portões do CTW — Centro de Treinamento de Watanabe — com passos largos. O caminho era iluminado por várias luminárias e tocheiros presos em algumas colunas trançadas que sustentavam algumas estátuas humanas.

Assim que chegara nos portões, dois homens baixos, porém fortes, abriram passagem para ele. No lado de fora, um garanhão negro aproximava-se trazendo uma pequena carruagem consigo, sem nenhum cocheiro aparente. Assim que o cavalo parou na frente de Tatsuo, o animal bufou abaixando um pouco a cabeça.

De dentro, um senhor de idade retirou-se com a ajuda do professor. O ancião, vestia uma calça, uma blusa branca e uma estola vermelha, na mesma cor que seus olhos.

— Boa noite, Oráculo. — Tatsuo o cumprimentou.

— Quanto tempo não o vejo, meu jovem? — perguntou o Oráculo, dando-lhe um sorriso, enrugando os olhos.

— Não me lembro, senhor. Talvez uns dez anos? — mantendo o sorriso, o ancião concordou. — Bem, vamos? A nossa amada Hélida, o espera.

De braços dados, o professor guiou o ancião para juntar-se com Hélida. No caminho, conversavam distraidamente, relembrando os momentos que Watanabe já enfrentara, os bons e os ruins. Ao passarem pela praça que localizava-se no centro da Academia, vários alunos passaram por eles cumprimentando-os, e seguiam para o refeitório.

Poucos metros á frente, duas meninas vinham conversando.

— Diane, não tem como você se apaixonar pelo Otsuki, só porque ele te ajudou a carregar alguns livros. — orientou a jovem mais alta.

— Não me apaixonei por causa disso, Kelina. Me apaixonei pela gentileza dele. — explicou, Diane, a menina de longos cabelos castanhos e olhos lilás. — Falando no meu amor. — apontou o dedo indicador para a entrada do refeitório, onde havia um rapaz moreno e alto acenando para ela. — Vou indo na frente. — avisou já correndo em direção de Klaus Otsuki.

— Vou ter que acordar essa menina. — sussurrou Kelina com um sorriso maléfico, pondo as madeixas brancas para trás da orelha. Com a mão no queijo, fitava o chão enquanto bolava um plano, para convencer a amiga, que ela se iludira sozinha e que o rapaz não tinha um gosto por mulheres. Enquanto pensava, sem querer esbarrou em um homem. — Desculp… — Assim que vira o ancião, Kelina engoliu em seco. O olho esquerdo, que era cinza, cintilou, logo vira a aura do Oráculo, variando entre branco, preto e vermelho, a cor da morte. No mesmo instante, o verde claro do olho esquerdo ficou preto e ela começou ver flash e cenas aleatórias. Primeiro uma lua vermelha, depois sangue, punhal, um colar, e por fim o Oráculo caído no chão com suas vestes ensanguentadas. — Desc… — tentou pedir novamente. Mas o que acabara de ver a deixou nervosa. O olho direito previa o futuro, mas eles sempre eram próximos, questão de duas horas ou um pouco mais. Desta vez, por algum motivo, levaria algum tempo para acontecer. Vira uma adaga perfurar o peito do Oráculo, pode sentir a dor no seu próprio peito, inconscientemente, deu um passo para trás.

— Senhorita Foster? — chamou Tatsuo, quebrando o transe da menina.

— Boa noite. — Disse a jovem por fim, correndo em direção de Diana e Klaus.

Curioso, Kudo especulou o ancião:

— O senhor sabe o que ela viu? Digo, ela vê a aura das pessoas e um futuro próximos, questão de duas ou três horas no máximo. — vendo que o ancião não dera atenção á sua curiosidade, insistiu. — Fiquei preocupado com a expressão no rosto dela, parecia desesperada.

— Ela estava pensando na amiga dela quando esbarrou em mim. — Assim como Kelina, o Oráculo carregava duas magia. Uma delas era a telepatia e a outra, também clarividência, uma magia que se acopla em determinados magos. Um evento raro, ninguém, além do Oráculo, sabia o motivo. Ele viu que ela teve uma visão sobre sua morte, mesmo assim, manteve um sorriso sereno. — Essa jovem é especial. — concluiu, voltando a andar.

*

Kaoru estava jogada na cama de bruços com os braços escondendo seu rosto molhado por lágrima. Tentar conter o choro não era muito fácil, principalmente quando não fazia a menor ideia do porque. Como poderia chorar pelo desaparecimento de uma pessoa quem nem conhecia? Talvez fosse por causa da decepção, estava feliz em saber que conheceria o pai biológico e então, ele simplesmente some, desaparece sem motivo explícito.

Desde a conversa com Tatsuo, Walker havia se trancado no quarto. Gyo e Ther tentaram falar com ela, mas a jovem não quis nem ao menos abrir a porta para as meninas.

— Ah! Droga. — esperneou a ruiva. — Não posso nem voltar para casa.

Ouvindo a porta sendo destrancada, sentou rapidamente na cama enquanto secava o rosto. Deborah entrou no quarto seguida de uma menina alta e magra, ambas pararam quando viram Kaoru com os cabelos desgrenhados e os olhos vermelhos e inchados.

— Você estava dormindo? — perguntou Deborah.

— Ela estava chorando, Deborah. — corrigiu, a menina alta. — Fala sério. Como consegue ser assim?

— Assim como? Eu só não reparei.

— Você nunca repara em nada.

— Hey! — falou Kaoru — Eu ainda estou aqui. — As meninas olharam para Walker.

— Desculpe. — pediu a menina que acompanhava Deborah. — Pode me chamar de Janne. — disse estendendo a mão para a ruiva. — Sou irmã dessa cabeça de vento.

— Mais velha? — perguntou Kaoru.

— Mais nova. Eu sei, eu sei. Não parece porque sou mais alta. — Kaoru observou as duas, tinham uma certa semelhança. — Também sou mais magra. — Janne, pôs as mão na cintura enquanto empinava o nariz.

— Você parece um galho. — Deborah riu ao ver a irmã olhar feio para ela, enquanto se jogava em sua cama. — Corpo magrelo, dedos compridos, olhos pretos, cabelos ondulados e negros. Isso me lembra a deusa Hécate, mas desnutrida.

Kaoru tentou conter os risos, mas não consegui, automaticamente as outras meninas também começaram a rir. As risadas duraram pouco, dando lugar a um silêncio incômodo. Janne sentou-se na beira da cama da ruiva.

— Porque estava chorando? — perguntou com a voz mansa.

Kaoru suspirou e começou a contar o que tinha acontecido, tentando ao máximo não chorar. Pode perceber que a jovem ficara admirada em saber que Kaoru era filha do Guardião dos Raios e surpresa pelo seu desaparecimento. No fim, Janne a pegou pelo braço para tira-la da cama.

— Daqui a pouco ele aparece. Ele é um dos nove magos, tenho certeza que está bem — Janne sorriu, trazendo bem estar para Kaoru. — Não é mesmo, Deborah?

— Oi? — perguntou confusa.

— Aí! Esquece. — Janne suspirou com as mão sobre a testa. — Vamos jantar. Estou morrendo de fome.

— Vamos aproveitar e apresentar para a Kaoru, a irmã dela. — Deborah disse animada.

Kaoru — que estava arrumando as madeixas bagunçadas — parou no mesmo instante, pasma.

— Irmã?


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Notas finais do capítulo

Personagem do dia e seus criadores.
Arminius ~> The Bringer of Rain
Zeno ~> Zeno
Zia Ein ~> Mobby
Irmãs Ddioth ~> DeMoon
Kalina Foster ~> DarkParadise
Diane ~> Hime Yuki
Klaus Otsuki ~> Arthur Graa
Janne Milton ~> Gabii Vidal
...........
Então? O que achou deste capítulo?
Ótimo? Legar? Mais ou menos? Péssimo?
Não tenha medo, eu não mordo rsrsrs
Pode comentar e fazer suas criticas. Estou ansiosa para responder teu comentário e de todo mundo ^^