Watanabe - Interativa escrita por Cloo Muller


Capítulo 3
Bem-vindos!


Notas iniciais do capítulo

Oie... Como vocês estão?
Eu estou bem e super feliz. Sabem que dia é hoje?
"20 de outubro?"
"Quinta-feira?"
"Dia de postar capítulo novo?"
Sim, sim e sim. Mas também é o meu dia. Exatamente, estou completando idade nova. Vinte anos no dia vinte hehehe (Aqui falta quase dez minutos para meia-noite, então ainda está valendo rsrsrs) e para comemorar, lá vai um capítulo novo ^^
...
Nas notas finais estará os nomes dos personagens novos de hoje e seus respectivos criadores...^^
Chega de enrolação. Boa leitura ^^



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A ala feminina era parecida com uma mansão inglesa de três andares, a cor branca com detalhes preto a deixava com um ar um tanto moderno. Em todos os quartos havia um par de camas, duas cômodas, uma estante enorme, uma mesa próxima da sacada e um banheiro. Walker, sabia que teria uma colega de quarto, mas não se interessou em saber por hora.

Kaoru, Ester e Gyo desceram do último andar até o térreo. Saindo da ala feminina, andaram cerca de dez metro por uma trilha feita de pedras brancas encaixadas, em volta, o jardim era colorido com várias flores e as diversas árvores projetavam sombras deliciosas, no final da trilha um portão imenso de ferro envelhecido, decorava o ambiente. Até ali, a ruiva não havia percebido que o dormitório era cercado por um muro baixo, feito com as mesmas pedras brancas da trilha.

Tudo era muito medieval e majestoso. Logo à frente, a ala masculina parecia o reflexo da feminina, com a diferença nas cores, a mansão dos rapazes, era de uma tom amarelado com os mesmos detalhes pretos. Entre as duas alas, uma estrada  de pedras cinzas, as conduziam para o refeitório.

No caminho, Gyo tentava ajudar Esther com a apresentação da Academia, além de falarem sobre como é bom ser uma estudante daquele lugar. Três minutos depois, viraram à direita, seguindo em direção do refeitório, de longe ouviam as vozes dos diversos alunos.

Com a agitação e nervosismo, Kaoru entrou com as meninas no refeitório. Andando pelo corredor, sentindo-se constrangida e tentava não fitar o rosto dos jovens que volte e meia a observavam. Pegaram as refeições e seguiram em direção as mesas.

— Não se preocupe. – disse a pequena de olhos coloridos – eles não sabem quem você é. O máximo que deduzem é, “Nossa! Que novata linda”, ou, “Nunca vi essa menina antes”. – Gyo tentava engrossar a voz enquanto imitava os supostos alunos.

— Ali. – Uzumaki apontou para uma mesa, nela, um rapaz pálido de olhos azuis tão escuros que pareciam ser negros, o cabelo era preto e estava completamente bagunçado, sentado sorriu levemente para as garotas. Ele trajava o uniforme, calça social preta, camisa branca simples e uma gravata mal arrumada. – Oi, Lucky. Achei que iria para a cidade hoje. – Esther disse já na frente do garoto.

— O Guardião dos Raios nos proibiu de sair, desde o incidente com o roubo. Até encontrarem o artefato, ninguém sai.

— Ainda não encontraram o ladrão? – perguntou Gyo sentando-se à mesa, assim como Walker e Uzumaki.

— Ele tem nome? – Kaoru interrompe a conversa, desviando os olhos das mãos para Esther.

— Quem? – pergunta Lucky, confuso.

— Meu pai. – Por um instante o jovem sentiu vontade de rir, mas segurou-se, percebendo o clima tenso. – Todos o chamam de Guardião dos Raios, mas nunca dizem seu nome.

Lucky não sabia que Kaoru fosse filha de um Guardião, na verdade nem a tivera notado. Esther, sempre educada, explicou a mais nova amiga que ninguém chamava os guardiões pelo nome, já que isso era apropriado somente para os familiares amigos mais íntimos. E com paciência redobrada, contou sobre o paradeiro da ruiva, dizendo-lhe que quando o professor Sora chamou ela e Gyo, ambas não faziam ideia do que se tratava.”Duas estudantes podem me ajudar em alguma coisa”, foi o que dissera.

— Então o nome dele é Oono, Enzo Oono. – sorrindo, Kaoru agradeceu a jovem dos longos cabelos.

Enquanto os jovens conversavam distraídos enquanto comiam, Kaoru os observava. Bem, realmente não fizera questão de prestar atenção, pois, a cabeça ameaçava doer com tanta informação, além disso, sabia muito bem que iria sentir enjoos, caso uma enxaqueca desse o ar das graças de tortura-la. Falando em tortura, como será que Angel está? Talvez bem? Ou algo mais sério teria acontecido, assim como… Sim, Lucinda estava provavelmente morta e Kaoru temia por isso, tentou varias vezes afastar aqueles pensamentos. Tudo era somente hipóteses, ninguém havia falado que a jovem Tameredu, tinha sido consumida pela morte. Kaoru implorava que aquela fleuma continuasse viva, mesmo não merecendo.

Olhando fixamente para Esther e Lucky, percebeu algo diferente, para ser mais sincera ela já havia visto várias vezes, principalmente quando Angel e Eduardo tomavam café juntos, apesar do irmão nunca abrir uma barreira sequer.

— Vocês dois estão namorando? – A pergunta fez a pequena Worthurk se engasgar com o suco de laranja.

— Quem namora? – Um rapaz alto, surge atrás de Esther e de Lucky. O par de olhos amarelo-dourado e cabelos negros, ganhavam destaque na pele levemente bronzeada. – King, espero que você não tente nenhuma gracinha para cima dela. – Apesar da beleza, sua expressão era repugnante. Com tremenda facilidade, puxou Esther pelo braço, a pondo em pé. – Vamos, você vai sentar comigo. – Esther não reagiu, mas pela expressão facial, estava extremamente magoada.

— Quem você pensa que é? Como pode tratar ela assim? – Kaoru perguntou alterando a voz, após ter batido as palmas das mãos na mesa enquanto se colocava em pé. – O refeitório se calou, observando Kaoru e Nice.

— Eu quem pergunto. – O jovem Uzumaki sorriu de esguelha, o sorriso era pior do que Lucinda, o que fez Kaoru achar, que eles fariam uma dupla perfeita, – Quem, você é?

A pergunta parecia facadas. Quem ela era? Filha de um homem importante – mas, não o conhecia –, uma garota que possivelmente arrancou a vida de seis pessoas de uma forma desumana. O que ela era?

— Está tudo bem, Kaoru. – Esther sorriu de forma meiga, mas seu olhos continham o mais gélido e sofrido sentimento. – Nice é meu irmão. – A menina se soltou do irmão, pegou sua bandeja com a refeição e dirigiu-se ao outro lado do salão. Nice fora loga atrás dela.

Kaoru praticamente se jogou de volta para o banco, onde estivera sentada. Sentia-se tão pesada quanto um âncora. Rapidamente olhou para Lucky, ele estava com a cabeça baixa e os punhos cerrados em cima da mesa.

— Nice é um pouco complicado. Mas… – Lucky não deixou Gyo continuar.

— Esse cara não é complicado. É um possessivo, arrogante e babaca.

Kaoru perguntou para eles o motivo dela não reagir e se ela não reclamava aos pais. Segundo a jovem Worthurk, os senhores Uzumaki, haviam falecido há dez anos, em uma guerra que durou cerca de dois anos. O pai dos jovens era conhecido como Guardião do Fogo e a mãe, uma maga conselheira. Antes de irem para guerra, fizeram com que Nice jurasse cuidar da família caso eles não voltassem.

— Meu pai também foi assassinado na guerra. – Lucky se levantou com as mãos nos bolsos da calça. – Prometi proteger minha mãe. Mas, não ajo com tanta repulsividade, muito menos a proíbo de namorar alguém. – Com uma mistura de raiva e mágoa, King se retirou com um andar pesado.

— Isso significa que eles se gostam? – Kaoru perguntou a Gyo, que tão somente confirmou com um sinal de cabeça.

Após as refeições, Gyo sugeriu que Kaoru fosse para o quarto descansar. Mesmo relutante, a ruiva seguiu sozinha para a ala feminina, pois, Gyo tinha pegar umas anotações do professor de alquimia.

No caminho, viu um garoto moreno carregando uma pilha de livros. Ele era moreno de cabelos negros, seus olhos eram coloridos também, um direito era preto e o esquerdo beirava ao castanho. Quando seus olhos cruzaram, instantaneamente o rapaz foi ao chão, espalhando os vários livros que carregava. Walker correu na direção do rapaz e o ajudou a pegar os livros.

— Pronto. – falou Kaoru quando pegara o último livro do chão. Com um sorriso meigo, o rapaz agradeceu. – Por acaso não nos conhecemos?

— Acredito que não. – O rapaz parecia uma pessoa simpática. – Meu nome é Christopher. – Assim que se apresentou, saiu correndo com a pilha de livros.

Kaoru riu da reação do jovem e continuou andando.

A jovem observava atentamente cada pedacinho que seus olhos podiam alcançar, e não se cansava de elogiar aquele lugar. Apesar das “loucuras” que aconteciam, por mais estranho que as pessoas pareciam ser, Watanabe era linda, ao menos a academia era. Chegando na ala feminina, subiu as escadas para chegar no corredor de seu quarto, várias meninas andavam de um lugar para o outro, riam e conversavam distraídas. Finalmente, em frente da porta de seu quarto, ouviu uma gritaria vindo do final do corredor, movida pela curiosidade, seguiu o tumulto. A cada passo, sentia que a temperatura despencava aos pouco, até ficar atrás das várias meninas reunidas, tentou ficar nas pontas dos pés para ver direito.

— Me tira daqui, Stacey – Uma voz vinda de dentro de um quarto, gritava desesperadamente. – Eu vou congelar teus órgão se não abrir essa porta. – continuava gritando, enquanto a temperatura caia mais e mais. Kaoru olhou para o chão quando ouviu um estalo. estava congelando. – Agora! – A ruiva teve que se abraçar para conter o frio. Paredes, pisos e até mesmo o teto estava sendo coberto por camadas finas de gelo.

 

— Nevasca, cala a boca. – ordenou uma menina magra e alta, enquanto tentava puxar e empurrar a maçaneta da porta congelada do banheiro. As madeixas coloridas pareciam um arco-íris na trança embutida que descia até o meio da costa, destacando os olhos castanho-esverdeado. Dentro do cômodo, um jovem chorava encolhida entre a pia e o bidê, em volta dela, o lugar parecia uma câmara fria. Por conta do albinismo que sofria, seus cabelos eram naturalmente platinados e os olhos azuis claríssimos, além da pele extremamente pálida.

— Não me manda ficar quieta, senhorita Stuart. – Nevasca odiava que mandassem nela, mesmo que fosse para ela manter calma.

— Droga! – Urrou, Stuart. Sem saber o que fazer a jovem cerrou os punhos e logo eles se tornaram uma forma parecida com terra, mas era extremamente resistente, aproximou-se da porta dando-lhe um murro, a madeira se fez em pedacinhos. Dando uns passos para dentro do banheiro, retirou a amiga do local e a pôs no chão em meio ao quarto, mas Nevasca já estava desacordada. — Chamem alguém, a enfermeira, diretora, sei lá. –  pediu aos berros, pondo a cabeça da amiga em seu colo. – Digam que Nevasca teve outro ataque de claustrofobia. – Algumas alunas saíram correndo pelos corredores em busca de ajuda, enquanto Stacey Stuart acariciava as madeixas da amiga. – Vai ficar tudo bem, Mariana. – sussurrou.

 

Assim que uma enfermeira chegou, a aglomeração foi diminuindo, e como a maioria das alunas, Kaoru retornou para o quarto. Logo que abrira a porta, sentiu o corpo exausto, desejou deitar na cama instantaneamente. Assim que avistara uma menina escorada na para o céu pela pequena sacada, não querendo atrapalhar, pois ela parecia muito concentrada, entrou rapidamente no banheiro para jogar água no rosto e no pescoço, na tentativa de conter a fadiga inesperada.

Ao sair, pode perceber que a menina continuava lá, mas desta vez olhando para a movimentação entre as alas. Sentada na cama, observou os belos cabelos da menina, da raiz até a altura do queixo, as madeixas eram onduladas e negras, conforme desciam, a cor preta mesclava-se com fios brancos, nas pontas ganhavam o formato de cachos e o tom completamente branco. Ela aparentava ter alguns centímetros a menos que a ruiva, parecia ser uma pessoa solitária, sem amigos. Afinal, não dividia o quarto com ninguém, e essa parecia ser a primeira vez.

Ambas as jovens – confinadas em seus pensamentos individuais – ouviram alguém bater na porta. Kaoru se levantou para abrir, avistando uma menina baixa, o topo da cabeça da jovem alcançava pouco acima do seu queixo, os olhos eram cinzas e os cabelos castanhos.

— Oi! A Deborah, está aí? – perguntou a pequena.

— Pode entrar, Lynne. – Deborah, falou se aproximando da porta. Estava com um enorme sorriso, ele brilhava junto com seus olhos castanhos. – Onde estão as outras? Não tínhamos marcado para fazer o trabalho de alquimia juntas?

— Sim, mas o professor Kudo me pediu para chamar uma aluna. – disse arrumando a franja – E eu esqueci o nome dela. Só lembro que ela é novata.

— Por acaso o nome não é Kaoru Walker? – pronunciou-se a ruiva. –  Sou eu. – sorriu.

— Minha nossa! – Deborah exclamou. – Eu estava tão desligada que nem me apresentei. Deborah Martell. – disse se curvando, e com um movimento suave, pegou a barra do vestido e os ergueu levemente. – Ao seu dispor. – achando graça no jeito divertido e extrovertido de Deborah, Kaoru abriu um largo sorriso.

— Meu nome é Evelynne Metallics – disse a menina baixa, estendendo a mão formalmente para Kaoru. – Mas meus amigos me chamam de Lynne. – O sorriso da jovem teve que se desmanchar ao lembrar do professor. – Pelos Espíritos! – exclamou, pegando Kaoru pelo braço, antes de correrem para fora do corredor. – Faz quase uma hora que estive te procurando. Precisamos correr.

*

Exaustas, chegaram em frente da sala dos professores. Tinham corrido desde as alas até o edifício onde eram aplicadas as aulas – subiram as escadas sem diminuir o ritmo –  Kaoru sentia que suas pernas iriam se partir ao meio. Mas, Evelynne não parecia tão cansada.

— Como você não está cansada? – perguntou afobada.

— Nosso professor de Técnicas de Combate é extremamente rigoroso. – respondeu esticando os braços acima da cabeça. – Bem, eu já vou indo. Nos encontramos depois? – Kaoru assentiu e Evelynne retornou para o exterior do edificio.

Walker adentrou na sala, logo avistando Eduardo – que não vira no refeitório – e o professor Kudo. Ambos estavam sentados, mas se puseram em pé quando a jovem entrou.

— Posso te fazer uma pergunta? – Kaoru se aproximou do professor. – Como a Angel está? E Lucinda?

— Se está se referindo, às vítimas do desastre de ontem. – Tatsuo deu uma pausa. – Uma menina e quatro homens foram encontrados desacordados no mesmo local do incidente. – disse o professor entregando um jornal da cidade onde Kaoru morava. Nele estava escrito sobre um atentado, acreditavam que Kaoru queria tirar a vida de Lucinda, usando tecnologia super avançada. – Como pode ver, não fala sobre a Angel. Mas acredito que esteja viva, já que não há relatos de mortes.

— Espero que ela esteja bem. – Kaoru sussurrou para si mesma. Sentia uma onda de alívio invadindo seu corpo. Relaxada por não ser uma assassina, sentou-se em uma cadeira próxima a mesa do professor e perguntou sobre assunto que Tatsuo queria tratar com ela e seu irmão.

— Peço minhas sinceras desculpas, senhorita Walker. Mas tenho uma péssima notícia para lhe dar. – Tatsuo se aproximou da enorme janela que clareava a sala, olhou brevemente para o céu e depois á Kaoru. – Seu pai tinha ido atrás de um ladrão. Não sabemos ao certo o porque do roubo, mas…

— Mas? – Kaoru sentiu um frio intenso na barriga.

— Ele desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá.
Personagens do dia.
Lucky King/ Lucas
Nice Uzumaki/ Douglas
Christopher Lee/ Ele pediu segredo
Deborah Maetell/Alysanne Targaryen
Mariana Oliver(Nevasca)/WalkerGirl
Stacey Stuart/Julie Chan
Evelynne Metallics/Mini Line

O próximo capitulo vai demorar para ser postado. O ENEM já está quase aí e eu tenho que estudar mais a fundo :/