" Teu sorriso tem a dosse certa, pra me fazer feliz."

A Gente Só Precisa Acreditar - Ivo Mozart

Meu pai e a Dandara deixou eu e Bianca em casa e foram para casa da Dandara. O passei foi ótimo, seria melhor se a Bianca não tivesse tentando me tirar do serio toda hora, mas Dandara logo percebeu e levou Bianca pra longe, e foi bom pois meu pai e eu tivemos uma conversa bem franca sobre meu namoro com Pedro.

Chegamos no boliche, que é um lugar que meu pai sempre levou Bianca e eu. Fizemos nossas duplas, Bianca e Dandara, meu pai e eu. Ficamos jogando um bom tempo até que Bianca começou com as provocações.

– É claro que a Karina joga melhor, ela parece um homem.

– Bianca pare com isso. - meu pai chama a atenção.

– Estou apenas brincando, pai. - ela diz toda doce e meiga novamente.

– Acho melhor Bianca e eu irmos comprar algo, enquanto você ajeitam isso ai. - Dandara dá uma aliviada.

Eu sorrio para ela, já que está sendo uma ótima pessoa comigo, meu pai fica me olhando e eu percebo que ela já conversou com ele.

– K minha filha, eu sei que conversou com a Dandara, e ela me disse que precisamos conversar sobre seu namoro com aquele guitarrista. - ele diz, e se senta ao meu lado.

– É pai, eu realmente pensei que gostasse do Pedro. - eu falo.

– Gostava antes dele virar seu namorado. - ele diz, e eu bufo. - Ô filha, você é muito ingenua, você nunca namorou antes, já o Pedro é todo descolado e espertinho. Eu já fui adolescente antes eu sei do que estou falando.

– Faz tempo isso né, pai. - digo brincando, e ele me olha com cara feia. - Tô brincando. Eu só não entendo por que essa marcação comigo, você sabe que um dia eu iria namorar.

– Sim, mas não esperava isso tão cedo. E nem sabia que você ficaria toda assim.

– Toda assim como? Olha eu que você me acha uma idiota, mas eu sei me defender ta.

– No ringue. Na vida você tem muito o que aprender. - ele diz. - Eu já peguei vocês dormindo, aos beijos no chão da nossa sala, trancados dentro do restaurante.

– Nós não fizemos nada. - eu digo, mas fico vermelha pois no restaurante quase fizemos.

– Pode ser, mas na vida a luta é muito mais cruel. Vai com calma, ta.

– É mais o único jeito de aprender namorar, é namorando. - digo tentando fazer que ele entenda.

– Essas coisas do coração são complicadas.

– Eu sei, mas eu realmente gosto do Pedro, e ver você o tratando com diferença me incomoda muito, na verdade me magoa.

– Se eu garoto te magoar, você sabe do que eu sou capaz. - ele ameaça.

– Você só pensa no pior né.

– Mas eu sou seu pai eu tenho que me preocupar com vocês.

– Comigo, né? Por que não vejo você desse jeito com a Bianca, na verdade você super apoia o namoro do Duca com ela, e você sabe que eles já fizeram coisas bem pior do que beijar.

– É diferente. - ele diz.

– Nada a ver, isso é que você prefere a ela.

– Não é nada disso. - ele fala. - Karina você é minha menininha, ainda é uma criança. Sua irmã não, ela já está crescida e não precisa de mim. Você sempre vinha me perguntar sobre tudo, e depois desse garoto, não te vejo direito e você vive ocupada.

– O que você quer que eu faça, que eu pare de namorar o Pedro. Ou melhor que não namore nunca, para que eu possa apenas querer passar meu tempo com você?

– Ruim não iria ser, mas não precisa disso tudo não. - ele diz, e eu sorrio. Ter meu pai dizendo que sou a menininha dele, é uma das coisas mais lindas que ouvi, e apesar de não gostar de parecer filhinha de papai, foi um conforto escutar isso. - Mas tem uma coisa que você precisa aprender nesse seu primeiro namoro.

– E o que é? - digo curiosa.

– É dizer não, decorou? - ele fala.

– Decorei pai. - digo, pois ele não para de voltar ao assunto namoro. - Mas você podia confiar um pouquinho mais na sua filha.

– Claro que eu confio em você, apenas não confio no Pedro, e nem no resto do mundo. - ele fala e a gente ri.

– Relaxa pai, sem contar que o Pedro morre de medo de apanhar. Ele sabe que se aprontar, está morto.

– Essa é minha garota, que eu amo e por isso me preocupo. - ele diz me puxando para um abraço.

– Promete tentar tratar ele melhor? - peço, e ele fica fazendo caretas.

– Prometo, mas tenta fazer que ele não fale nenhuma besteira.

– Sério? O Pedro não falar besteiras? Não sonha pai, você sabe como ele é. - digo rindo, e ficamos ainda conversando um bom tempo, até Bianca voltar e se senta no meio.

Paro de pensar sobre isso quando recebo uma mensagem.

Moleque: Linda, me salva pelo amor de Deus, seu pai não quer deixar eu ir embora. Vem pra porta da sua casa: AGORA !

Começo a rir e corro pra sacada do meu quarto, vejo meu pai e Pedro conversando em frente minha casa, quer dizer vejo meu pai falando pois Pedro está se cagando como sempre. Desço as escadas rindo, e passo pela sala aonde Bianca está conversando com Duca pelo celular.

– Hey pai, pensei que iria demorar. - digo assim que apareço na porta.

– Eu iria mas João mais uma vez atrapalhou meus planos. - ele fala, então se vira para Pedro. - Espero que se lembre do que eu disse.

– Pode deixar, mestre. - diz Pedro.

– Karina pode se despedir desse garoto, quer dizer, do Pedro. - diz meu pai se esforçando.

– Obrigado pai. - digo e lhe dou um beijo no rosto. E ele entra, na mesma hora Pedro me puxa pela cintura.

– Senti sua falta hoje. - ele diz.

– Que bom, pois não estou a sua disposição. - digo lhe dando um selinho.

– Como foi o dia com seu pai? - ele pergunta.

– Foi bom, conversamos e percebemos alguns problemas. - eu digo.

– Eu percebi, ele falou comigo que a partir de hoje, tentará melhorar o seu relacionamento comigo.

– Menos mal né. - digo, mas sorrio. - Como foi seu dia?

– Começou bem, e depois desandou e mais tarde meu brother me ajudou. - ele fala.

– Quer conversar?

– Não, o João me ajudou bastante. - ele diz, então sentamos na calçada. - Mas tenho uma ótima novidade pra você.

– É e qual é?

– Amanhã tem um show na Ribalta, da banda. Para comemorar a demo que está pronta.

– Ai que ótimo, Pê. - digo realmente feliz.

– E como você é minha musa, e minha inspiração para a musica, você não pode faltar.

– Pode deixar, que não faltarei. - digo, e então ele me beija.

Ficamos ali conversando e nos beijando até meu pai me mandar entrar.

**

Dandara está insistindo sobre o mesmo assunto desde manhã, mas foi de noite que ela me encurralou para que eu pudesse ir mais arrumada para festa da demo do Pedro.

– Sabe K, você é a musa inspiradora da música dele. – ela insiste. – Vale a pena experimentar alguma coisa diferente. E é uma noite especial, tanto pra você quanto pro Pedrinho.

– Mas eu não sou assim. – eu digo. - Não sou de ficar agradando namorado.

– Vamos fazer o seguinte, eu te ajudo, se você não aprovar você tira. – ela diz, e eu aceito, ela está sempre me ajudado, não custa nada tentar, eu acho.

– Ta bom, mas não me veste como patricinha. – eu reclamo. – E outra se eu pegar alguma roupa da Bianca ela vai surtar, em falar nisso cadê ela?

– Não iremos pegar uma roupa da Bianca, eu já tenho a roupa perfeita. E ela foi se arrumar na casa da BB.

Então começou meu processo de tortura, Dandara enquanto foi pegar a roupa, mandou eu tomar banho. Assim que sai e fui pro quarto me deparei com minha cama cheia de coisas, e ela disse que iria pegar leve.

Ela me deu um conjuntinho, que era uma calcinha cintura alta e um sutiã de renda preto, depois secou meu cabelo e quando já estava seco, passou um creme-gel e fez uma franja meio de lado e por fim colocou uma tiara de pedras, eu já estava me sentindo estranha, mas eu realmente gostei do meu cabelo assim. Depois foi a maquiagem, ela passou uma base e depois apenas um blush, nos olhos passou um delineador deixando bem marcado, e um pouquinho de brilho no côncavo, rímel também, a sombra era branca e dava apenas um pequeno destaque. Quando a maquiagem estava pronta e o cabelo também, ela me mostrou a roupa.

– Você quer que eu vista isso? – eu digo preocupada. – Vou ficar ridícula.

– Não fale isso, você é linda K, e isso só contribui um pouco mais. – ela fala.

Escutamos alguém bater na porta e eu fico nervosa, pois sei que é o Pedro pois ele já tinha que viria me pegar. Será que ele vai gostar? Ele que disse que gosta tanto do jeito que sou.

Então pego o vestido e o coloco, ele é curto e me incomoda um pouco. Vejo Dandara pegar um sapato da Bianca, mas não falo nada pois não quero estressar. Ela diz para mim calçar enquanto ela iria na sala para fazer minha chamada, acho isso ridículo mas vejo que ela só quer ajudar. Termino de colocar o sapato, e tento ficar em pé naquilo, mas desequilibro e caio na cama, começo a rir de mim mesma, não tenho o menor jeito pra isso. Pego meu colar e o coloco, depois tento de novo, e consigo ficar em pé, paro em frente ao espelho e me olho, pelo menos com o colar que o Pê me deu, me sinto eu mesma. Saio do quarto, e passo pelo corredor e fico parada esperando Dandara chamar.

– Preparem seus corações, tenho o grande prazer de apresentar: a nova Karina. – Dandara diz e reviro os olhos, aonde fui amarrar meu bode. – Vem K.

Eu saio do corredor e vou andando, na verdade vou contando os passos para que eu não caia, continuo assim até está de frente para meu pai, João e Pedro. Que estão me olhando surpresos, enquanto Dandara só sorri pra mim.

– O que foi que vocês fizeram com minha filha? – meu pai diz.

– É a Karina mesmo? – João pergunta, será que estou tão diferente?

– Incrível! Isso tudo é meu! – a cara do Pedro está estranha quando ele diz isso, ele não para de me olhar e sorri que nem o Coringa do Batman.

– Ah! Eu vou tirar isso, estou ridícula. – falo quando os três continuam me encarando estranho.

– Você não está ridícula, filha. Você está linda. – meu pai elogia.

– Gostosa. – Pedro diz ainda me encarando.

– Eu não acredito que eu ouvi isso. – meu pai diz nervoso, então se vira para o Pedro. – Você falou isso? Você falou o que eu ouvi?

– Eu não falei que eles iam gostar. – Dandara fala.

– Ah! Mas pensando bem, eu que não gostei. – falo e então aponto pra mim mesmo e continuo. – Além do mais isso aqui não tem nada a ver comigo, essa não sou eu.

– Fato né maninha, você não é tudo isso. – João provoca, e leva um pescotapa do Pedro.

– Não se mete João por favor. – Dandara fala. – K meu amor, você está linda, linda demais e você vai arrasar.

O bobo do Pedro pula a mesinha de centro da minha sala, e para de frente pra mim.

– Não tira nada não, por que você está maravilhosa. Eu quero desfilar pra todo mundo ver a perfeição que eu namoro.

– Essa é nova, o namorado pedindo pra namorada não tirar a roupa. – João diz e enquanto meu pai olha feio pra ele, eu rio pois Pedro parece encantado me olhando.

– Ta bom, eu vou assim. – digo, e então olho bem para o Pedro. – Mas só se você prometer não fazer nenhum escândalo.

– Eu nem faço escândalos. Mas eu juro. – ele diz e se ajoelha e pega minhas mãos. – Pela minha guitarra.

– Então vamos, antes que eu mude de ideia. – falo, e pego a mão do Pedro para sairmos.

– IOU, IOU. Pensando bem acho que esse vestido está muito curto. – meu pai fala.

– Tem nada curto. Podem ir crianças. – Dandara tenta acalmar meu pai.

Saímos pra rua João, eu e Pedro, que está praticamente me segurando, pois estou com medo de cair.

– Isso não foi feito pra andar não, não é possível! – digo falando do sapato, enquanto João fica rindo da minha cara.

– Eu te entendo meu amor. Quando eu coloco a malha me sinto exatamente assim. – Pedro tenta comparar.

– A diferença é que sua malha não faz com que pareça que está andando que nem uma pata. – eu digo.

– A diferença é que você está linda, relaxa. Você que está arrumando desculpas. – ele fala.

– Quem diria em Pedrão, ta quase nadando na própria baba. – João brinca. – Mas vamos logo pelo amor de Deus.

Chegamos na academia, e paramos perto da escada que Cobra e Jade estão parados conversando com umas pessoas da Ribalta. Pedro para pra bater papo com João e outro menino, quando me vêem parada ficam todos me olhando, fico sem graça na hora.

– Loirinha? É você? – Cobra chega perto.

– O que foi Cobra, perdeu algo aí? – Jade se aproxima e me olha feio.

– Nem foi isso, Jade. É nunca vi a K assim, tão arrumada. – Cobra fala me olhando de cima e baixo. – Nossa você está linda. Sério muito gata.

– Para com isso, cara. – eu falo já que estou super vermelha.

– Só disse verdades. – ele diz rindo e me olhando.

– IOU,IOU. Pode ir tirando o olho da minha namorada ta. – Pedro chega passando o braço pelo meu ombro, e encarando o Cobra.

– Fica tranquilo guitarrista, eu já tenho dona. – Cobra fala.

– A sua dona já subiu faz um tempinho, e se você tivesse tirado os olhos da minha namorada teria percebido isso. – Pedro diz, e eu vejo que é verdade, nem tinha percebido que Jade tinha saído.

– Ih! Ferrô, K e guitarrista, depois vejo vocês, deixa eu ir atrás da minha dama que deve está uma fera. – Cobra diz e sobe correndo.

– Esse Cobra vive em cima de você. – Pedro reclama.

– Para com isso. – eu falo, e então subimos. Assim que chegamos o Nando chama o Pedro para passagem de som, e ele tem que me deixar. Me encosto numa parede, e espero o Pedro resolver tudo, é quando Bianca e Duca chegam perto de mim.

– Uau, como minha cunhadinha está linda. – Duca fala.

– Obrigado. – falo baixinho, Bianca está me olhando estranho.

– Está linda mesmo, maninha. – ela diz, então se vira para o Duca. – Duh, pega um suco pra mim.

– Bi, você está com um suco na mão. – ele diz rindo.

– É pra K, né bobinho. – ela fala e lhe dá um selinho. E ele vai buscar. – Sabe K você está realmente bonita.

– Hum, obrigado? – digo.

– Mas sabe tem um grande problema. – ela fala, e vejo seus olhos brilhar de maldade. – Eu acho que você está chamando atenção demais, odeio que meu namorado repare em você, ainda mais depois de você ter se declarado pra ele.

– Bianca do que você está falando? Nem gosto mais do Duca e estou com o Pedro.

– Eu sei, mas ninguém fica mais bonita do que eu para meu namorado. E eu simplesmente não gosto de você chamando atenção. Já basta a musiquinha ser pra você, ainda quer chamar a atenção de todos os caras? – ela fala, então se aproxima. – Sabe seu vestido está manchado.

– Do que voc.... – eu me interrompo, pois sinto um liquido escorrer em meu peito e barriga. Ela jogou seu suco em mim, de uva ainda por cima.

– Ops, não te disse que seu vestido estava manchado? – ela fala sorrindo, e eu a empurro e corro para o banheiro.

Qual é o problema dessa minha irmã? O que fiz para ela? Meus olhos se enchem de lágrimas, hoje era para ser especial e por que ela tinha que estragar tudo?