"E com você meu mundo faz sentido, o seu lugar é aqui comigo!"

Pedro, Galera da Ribalta.

Eu não acredito que o Pedro tem ciúmes de mim! Não deveria está tão feliz e satisfeita com isso.

O Moleque tinha me chamado para ir ao parque com ele e a Tomtom, eu iria adorar ir mas já tinha combinado de ir ao shopping com a Fabi, lógico que não contei a ele que na verdade eu queria ir e não só por que a Fabi iria e sim por que eu preciso de algumas roupas, pois Pedro adora sair e minhas roupas se resumem em regatas e shorts de malhar, claro que não me vestiria como a Bianca, serei eu mesma, só que com mais diversidade. Mas a Fabi furou pois passou mal, então voltei pra cama. Quando acordei encontrei um bilhete do seu Gael dizendo que foi ao mercado com a Bianca.

Faço minha higiene, tomo um banho, aproveito e como algo e vou pra frente da TV. Acabo cochilando e acordo com uma batida na porta, a abro e dou de cara com o Cobra.

– Bom dia gatinha. - ele fala esse bendito apelido ao me ver, então me olha dos pés a cabeça. - Gostei do pijama.

– O que ta fazendo aqui? - eu perguntei.

– Seu pai pediu pra pegar um pen drive, que está com alguns papéis para imprimir.

– Ah! Ele disse mesmo. Espera ai que vou pegar. - eu falei e vou la dentro pegar o pen drive, assim que acho volto pra sala e encontro o Cobra esparramado no sofá.

– Mas é folgado né! - falei entregando o objeto.

–Sou mesmo. - ele pegou o pen drive. - Mas me conta, como está o namoro com o guitarrista?

– Na real? Está muito bom. - eu disse suspirando, mas logo me recomponho. - Ainda não matei ele, então está bom.

– Não adianta disfarçar, você está gamadinha!

– Eu apenas gosto dele, mas tenho algumas dúvidas. - falei pensativa.

– Como assim dúvidas? Esse garoto não está aprontando não né? - Cobra flexiona as mãos, e eu sorri, ele tem sido um ótimo amigo.

– Não, ele não aprontou. Mas eu acho que uma hora ele vai perceber que eu não sirvo e nem combino com ele. - disse corando.

– Para agora com isso, Karina. O moleque é louquinho por você, ele vive te cercando sem que perceba, já bateu de frente com o Zé um monte de vezes, e com outros caras da academia. O cara tá gamadão. - Cobra falou sorrindo.

– Ele é um idiota mesmo, se alguém da academia pegar ele, vai sair todo machucado. - falei tentando disfarçar o que sinto com essa informação.

– Ele já sai machucado namorando você, pois você acaba com aquele menino direto.

– Nem bato nele tanto assim agora. - falei rindo, pois sim ele apanha bastante.

– Ta bom, vou fingir que acredito. - Cobra fala se levantando. - Loirinha, tô indo nessa!

Eu o levo até lá embaixo, mas então ele me conta que foi na casa da Jade para pedi-la em namoro.

– Você acredita que a mãe dela disse que jamais a Jade me namoraria, pois não sirvo pra ela. - ele falou, e eu comecei a rir. - Vou namorar a Jade e não ela.

– Meu Deus aonde você se meteu, em ?

– A Jade vale a pena. - ele disse sorrindo que nem bobo.

Foi nessa hora que a Tomtom chegou correndo e me abraçando, Pedro estava logo atrás dela mas com uma cara séria, além dele ter sido grosso comigo, ele tratou o Cobra super mal, e ainda deixou a Tomtom ir sozinha pra casa. Acabamos discutindo, teve bateção de porta, gritaria, e quando percebi que ele estava com ciúmes amoleci na hora, pois descobrir que ele tem medo de me perder, me dá mais confiança. Então ele me elogia, diz que os caras prestam atenção em mim, o que eu não acredito.

– Olha desculpa, eu sei que devo parecer um idiota, mas não gosto da idia de você com outro. - ele diz fazendo beicinho.

– Eu não quero outro. - falo lhe dando um selinho rápido. - E quem sou eu pra julgar, não lembra que empurrei a Pri no chão. Na verdade eu sempre acabo com ela no ringue lá na academia, antes eu sentia dó agora eu nem ligo mais.

– Nossa que Esquentadinha, mais ciumenta. - ele diz, e eu faço uma careta.

– Acho melhor você ir, por que se meu pai te pegar aqui ele vai inventar outro castigo. - eu digo.

– Você está me expulsando? - ele pergunta, mas então me empurra pra porta. Minhas costas batem forte na porta, e eu sorrio.

– Sim estou te expulsando, mas gosto do jeito que estamos aqui.- eu falo, me esticando para depositar um beijo em seu pescoço.

– Ah! Você gosta? - ele fala, e me beija e eu gemo quando ele gruda mais nossos corpos, suas mãos vão para minhas coxas, e ele me puxa para seu colo, prendo minhas pernas em sua cintura. A coisa esquenta tão rapidamente, tudo com Pedro é intenso, bom, lento e maravilhoso. Quando me ajeito em seu colo, e gememos juntos. Então tudo para, ele me desce de seu colo, enquanto tentamos voltar a respirar, eu abro meus olhos e vejo Pedro todo vermelho. Meus olhos descem pra baixo, e consigo ver um certo volume em sua calça, mordo o lábio já sabendo que devo está vermelha também.

– Acho melhor eu ir embora mesmo. - ele fala super rápido, me dá um selinho e sai pela porta correndo.

Fico rindo sozinha, então me deito no sofá, e fico meio chocada por descobrir que causo isso no Pedro, que ele causa essa excitação toda em mim, sempre foi mito claro, mas não sabia que eu o atingi assim. E isso me dá algumas ideias, já que adoro tirar uma com a cara dele.

**

Quando meu pai e Bianca chega os vejo sorrindo, é incrível como meu pai é todo sorrisos com ela e já comigo é só briga e castigos.

– Boa tarde, filha. - seu Gael fala deixando as comprar na mesa. - Hoje a Dandara vai vir para fazer um almoço pra gente.

– Você sabe que adoro a ideia, e ainda acho que vocês deveriam morar juntos. - Bianca fala toda sorridente.

– Que ideia ótima, e aonde o João vai ficar? Na sua cama? - eu digo com ironia.

– Você só ta falando isso por que não suporta a Dandara.

– Isso é verdade Karina? - meu pai me olha perguntando.

– Lógico que não. Não tenho nada contra a Dandara, o problema é que você nem estão juntos a tanto tempo e outra não temos espaço para mais um adolescente.

– Sosseguem as duas, isso só desrespeita a mim e a Dandara. - ele diz. - E Karina vai trocar de roupa, pois daqui a pouco a morena e o João já chegam.

– Pai estou indo lá chamar o Duca. - Bianca diz indo pra porta.

– Espera um momento. - eu digo e ela para e me olha emburrada.

– O que foi agora Karina? - ela fala bufando.

– O Duca vai vim? Se for assim quero o Pedro aqui também. - aviso ao meu pai.

– Por mim tudo bem, o Pedro é um amor.

– Pra que trazer aquele moleque? - meu pai logo se crispa.

– Pai se ela pode trazer o namorado dela, por que não posso trazer o meu?

– Por que além do Duca ser meu aluno, ele me respeita. Já o seu namorado dona Karina só sabe fazer gracinhas, e você fica rindo com ele de mim.

– O Pedro além de ser aluno da Dandara na Ribalta, é o melhor amigo do filho dela, e ela adora ele. - eu falo e ele bufa. - Então desculpa, se o Pedro não vier, eu não almoçarei com vocês.

Então ele concorda ainda mal humorado, eu sorrio e vou pro quarto.

**

Depois de mandar uma mensagem para o Moleque o convidando a vir aqui, vou no meu guarda roupa procurar uma roupa já que ainda estou de pijama. Biana entra e começa a passar creme, mas então fica me olhando enquanto me troco.

– O que tanto olha? - pergunto já não suportando mais.

– Você vai colocar essa roupa? O Pedro sempre te ver de regata e calça.

– E o que tem? - eu digo já me sentindo insegura. - Ele nunca reclamou do jeito que me visto.

– Ainda nao . - ela desdenha. - Nenhum cara gostaria que a namorada se vestisse como um ....

– Como um que? - eu falo mais alto, sentindo os impactos de suas palavras.

– Como um menino, pois você sempre usa essas regatas, e só calças ou bermudas, nenhum garoto aguenta. - ela diz e sai do quarto.

Me sento na cama, e então percebo as lágrimas descendo, não estou chorando por que não sou igual as outras garotas, estou assim pois minha própria irmã me disse essas coisas que mais pareciam facadas. Termino de me trocar, mas ainda continuo chorando. Posso escutar do quarto Dandara, meu pai e Bianca conversando enquanto Dandara deve está começando a fazer a comida.

– Fala, esquentadinha. - João me assusta entrando no quarto. - O que faz aqui, por que não está com a nossa família, lá na cozinha?

– Não estou afim, por que você não vai pra lá. - digo tentando disfarçadamente enxugar as lágrimas.

– Também não estou afim. - ele fala se sentando na minha cadeira. - Por que está chorando? - ele fala assim que percebe meus olhos.

– Não estou chorando. - eu falo.

– Não sou do tipo que consola garotas indefesas, mas como você não é indefesa, vou direto ao ponto. Despeja agora.

– Okay. - eu sussurro, pois preciso tirar isso de mim. - Você acho que me visto mal?

– Sabe você não se veste na moda, mas não vejo nenhum problema nisso. Você faz seu próprio estilo.

– Será que o Pedro se importa com isso? - a pergunta sai sem querer.

– Sério isso? É lógico que ele não liga, ele gosta de você do jeito que é, até eu não tenho nada contra a sua roupa, você continua sendo uma gos... - ele fala, mas logo para me olhando e dando um sorriso sem dente. - Mas me conta, quem enfiou isso em sua cabeça? Por que você nunca ligou pra isso.

– Quer saber, não importa. - digo me levantando, e limpando meu rosto. - E muito obrigado, maninho.

– Ah! Maninha assim fico emocionado, será que posso chamar o Gael de papai? - ele fala e nós rimos. - Agora vai querer um abraço, pois minha analista diz que abraços selam um sentimento grande.

– Que papo é esse de abraço pra cima da minha namorada? - Pedro fala adentrando o quarto.

– Pow Pedro você sabe que adoro dividir as coisas com meu melhor amigo. - João brinca, e ao mesmo tempo Pedro e eu damos um pescotapa nele. - Vocês são dois malucos.

– Minha gatinha Esquentadinha. - Pedro me abraça assim que João sai.

– Oi Pedro. - digo, tudo que a Bianca falou pra mim volta a minha mente.

– Ta tudo bem, Karina? - ele se preocupa.

– Ta sim. Acho melhor irmos pra sala antes que meu pai surte. - falo o puxando pra fora.

Dandara está no fogão, enquanto Bianca está no colo do Duca no sofá, o João está na poltrona jogando em seu celular. Meu pai olha pra minha mão ligada à do Pedro, e revira os olhos, o que não entendo é lógico, a Bianca pode sentar no colo do Duca, mas eu que estou apenas de mãos dadas ele não gosta.

– Sabe Dandara, eu queria te perguntar aonde você comprou esse vestido, ele é tão bonito, e feminino é claro. - Bianca diz, e eu paraliso, isso foi uma indireta?

– Pedro preciso falar com você, vem aqui. - João chama o Pedro, ele me dá um beijo na testa e vai atrás do amigo. Eu aproveito e ajudo meu pai arrumar a mesa.

**

Estamos todos á mesa, Pedro, João e eu na lateral, Dandara, Bianca e Duca na outra, e meu pai na ponta ao lado da Dandara. A comida não está ruim, mas percebo que Bianca tenta me provocar o tenta todo, sempre fala de alguma roupa na moda, ou maquiagem, só não entendo essa nova perseguição dela comigo e meu jeito de se vestir.

Duca está falando do seu estágio na Aguazém, João fica fazendo caretas, enquanto Pedo e eu tentamos não rir.

– Sabe pai amanhã eu e o Duca estamos querendo ir a praia. - Bianca informa, pois ela nem precisa de permissão já que meu pai sempre deixa ela ir pra qualquer lugar.

– Que bom filha, você poderiam ir também. - seu Gael fala olhando para nós três.

– Ah! Pai melhor não, na praia não podem usar as roupas que a K usa e gosta. - Bianca diz amorosamente.

– Qual seu problema comigo? - eu grito me levantando. - De novo esse assunto sobre como me visto?

– Karina pare de gritar agora. - meu pai diz batendo na mesa.

– E você do lado dela. Que surpresa! - ironizo, e saio da cozinha.

– Então foi você? Qual o seu problema? - escuto Pedro falando alto enquanto fecho a porta.

Exatamente qual é o problema da Bianca, qual é o motivo dela fazer isso e logo na frente do Pedro? Mas o que não sai da minha cabeça, é será que ele concorda com ela? Será que quer que eu mude também?

Nunca tive vontade de mudar meu jeito, mas está com o Pedro desperta toda minha insegurança, e agora com a Bianca batendo na mesma tecla, está complicado.

Paro em frente ao espelho e me olho, passo a mão pelos meus cabelos, quando os cortei não me importei pois atrapalhava na hora da luta, pois soltava toda hora, então nem liguei, apesarem de terem me dado alguns apelidos ofensivos, eu apenas não me importei.

Tiro minha roupa, e pego uma camisola rosa da Bianca, coloco em frente meu corpo, quando vou me vestir, escuto a voz do Pedro.

– Já pedi desculpas, mas agora irei falar com a Karina.

A porta se abre e aparecem Pedro, com João logo atrás, e ao lado o Duca e mais atrás meu pai. Pedro está quase babando, João está me encarando com um sorrisinho, Duca me olha boquiaberto, e meu pai está furioso.

– KARINA DUARTE, SE VESTE AGORA. - ele berra, então é que percebo que estou com roupa intima na frente de três garotos e ainda por cima do meu pai. - Anda menina, e vocês três fora AGORA.

Eles saem e eu pego a camisola e a visto, e saio pra sala, a camisola fica um pouco grudada mais é comprida pois Bianca é mais alta. Assim que chego na sala, Bianca e Dandara não estão, o Duca não consegue me olhar, João não para de sorrir, já Pedro está me engolindo com os olhos, e também não para de sorrir, eu balanço a cabeça e mordo o lábio, mas quando vejo meu pai que aparenta está super ultra mega irritado e pelo visto comigo, só penso: FERROU !