New York Love Story escrita por Vitor Matheus
Notas iniciais do capítulo
Antes de falar sobre o capítulo em si, queria agradecer aos leitores que estão sempre comentando. Não consigo responder a todos por causa do meu tempo disponível, mas saibam que estou sempre vendo vocês. (não sou -A)
O capítulo de hoje tem três coisas que vão deixar vocês com raiva: Fuinn, Brody e Rachel bêbada. Se bem que a última coisa não deveria ser tão ruim, mas isso vocês verão no final de hoje. Teremos Finn e Quinn interagindo com força, então é melhor eu ir voando para longe daqui antes que as pedras venham :P
Boa leitura! :)
Depois de voltar ao “dia de trabalho” e responder milhares de e-mails enviados por leitores fanáticos e ansiosos para os próximos artigos, resolvi dar uma olhada no andar dos colunistas para ver como estava a situação. De forma inesperada, minhas pupilas se dilataram quando não vi uma única pessoa andando ali. Literalmente, o local estava vazio.
— O apocalipse chegou mais cedo? — Falei, por impulso.
— Ainda não, Sr. Hudson. Só liberei todos mais cedo. — Quinn apareceu por trás, me assustando na mesma hora.
— Você sabe que pode me chamar apenas de Finn.
— E por que você ainda não foi embora?
— Fiquei intocado no meu escritório sem saber do que se passava aqui fora. — Virei-me, ficando de frente para ela. — Acabei de descobrir que tenho um ótimo secretário e amigo que me conta tudo.
Por conta do meu comentário irônico sobre Blaine, ela deixou um riso escapar, e seus dentes se mostraram. Permanecemos longos segundos sem trocar uma única palavra, até que a Fabray quebrou o silêncio.
— Quer uma carona?
— Você tem um carro? — Soltei, tapando minha boca com as mãos logo depois. Nova-iorquinos sempre têm carros, idiota.
— Anos como secretária da editora-chefe podem render bons resultados quando se quer.
— Obrigado, mas acho que posso ir de metrô mesmo. — Olhei para o relógio em meu punho. — Se bem que…
— O horário de passagem ainda não é agora, certo? Então eu terei que te levar, mesmo.
— Não tenho escolha a não ser ir com você.
Descemos o elevador sem dizer uma palavra. Fomos até o estacionamento e logo Quinn pegou o controle de seu carro, apertando um dos botões e fazendo com que seu Novo Uno 2014 acionasse as travas. Arregalei meus olhos novamente. Ela entrou no banco do motorista, e eu me sentei no banco do passageiro. Logo, já estávamos andando pelas ruas de New York com o carro. O rádio começou a tocar “Fancy”, de Iggy Azalea e Charli XCX, e Q começou a cantar discretamente a parte da Charli e sem elevar tanto a frequência de sua voz.
— “I'm so fancy, you already know! I'm in the fastlane from L.A. to Tokyo. I'm so fancy, can't you taste this gold? Remember my name, 'bout to blow.”
— Se eu não te conhecesse há mais de duas semanas, diria que você é uma boa cantora. — Falei, surpreendendo-a.
— Você ainda conseguiu ouvir?
— Quinn, estamos em um carro. Todo e qualquer som será audível para quem está dentro dele.
— Que vergonha deu em mim agora… — Balançou levemente a cabeça, sem tirar a atenção do trânsito à frente.
— Tudo bem. Ao menos você canta melhor do que eu.
— Não tem como eu ser melhor do que você, Finn. Sou uma secretária um tanto quanto azarada e você é um colunista de recente sucesso que tem tudo para ser o fenômeno do The New York Times.
— Primeiro: secretárias azaradas não teriam carros elegantes nem comandariam um jornal inteiro no lugar dos patrões. — Falei, ironicamente. — E depois: no que isso interfere nas nossas vozes?
— Odeio pessoas que me deixam sem argumentos. — Respondeu, ainda batucando seus dedos de leve no volante, ao ritmo da música.
Do nada, nuvens começaram a tomar espaço no céu, indicando que a chuva estava próxima. O trânsito já começava a se aglomerar à nossa frente, e o tempo passava cada vez mais devagar.
— M**da. Não trouxe guarda-chuva hoje. — Quinn vociferou.
— Posso te emprestar o meu quando chegarmos ao Bushwick.
— Faria isso por uma reles secretária que nem trabalha diretamente com você?
— Pessoas que trabalham com Cassandra July merecem minha confiança. Falo isso nos dois sentidos.
Ela riu novamente.
— Sério que eu sou tão engraçado assim, Quinn?
— Você é tudo o que nenhuma pessoa imaginaria ser.
— Blaine me diz isso quase todos os dias só porque eu não tomo banho antes de dormir.
— Então ele devia dizer isso comigo. Também não faço isso.
— Pra quê tomar banho antes de dormir se você já vai fazer isso ao acordar?
— Exatamente! Não há necessidade disso!
Logo estávamos em frente ao prédio do apartamento. A chuva caiu com força justamente naquele momento, e nós dois sabíamos que não daria para dirigir um carro naquelas condições.
— Faz o seguinte: dá a volta pelo quarteirão e deixa o carro no estacionamento do prédio. Você pode ficar comigo até que a chuva passe.
— Não se incomode com isso, Finn. Posso me virar sozinha.
— Minha cara de quem vai te deixar ir embora nessa chuva. — Apresentei minha expressão irônica para Q, que pôs as mãos na boca para não rir na minha frente outra vez. — P*rra, Quinn, não precisa rir de tudo que faço.
— Fazer o quê, se você mesmo é engraçado por natureza?
— Eu sei que sou f*da, obrigado por ressaltar.
— OK, OK, eu fico aqui.
A loira deu a volta pelo quarteirão e entrou no local que eu indiquei para estacionar. Depois de sairmos do carro e travar o mesmo, nos dirigimos por um corredor nem tão estreito até chegarmos ao apê. Peguei a chave, destravei a porta e arrastei a mesma para a direita.
— Isso é o que eu chamo de “porta incomum”.
— A culpa é do Blaine. Eu vim morar aqui depois dele alugar essa coisa aqui. — Afirmei, adentrando o lugar junto com ela. Joguei minhas coisas no sofá e Q fez o mesmo. “Já se sentindo em casa”, pensei comigo mesmo.
Conferi todos os cômodos do apartamento até constatar que meu secretário favorito não havia voltado para casa.
— É, o Anderson não voltou para casa.
— Deixa de ser careta, Finn. Ele já é um adulto, sabe o que fazer da própria vida.
— Ele dizia a mesma coisa sobre Rachel, quando ela foi para a faculdade na mesma época que eu.
— Falando em Rachel… eu estou louca para saber o que aconteceu depois que você conheceu a Harmony.
— Mas essa parte ainda não foi publicada… Quinn Fabray, você andou lendo meus artigos?
— É… Então… Sobre isso… — Tentou encontrar as palavras certas para dizer, mas no final acabou usando a ironia. — Surpresa!
— Como você conseguiu? — Esbravejei, ainda com uma face de susto em meu rosto.
— Tenho meus métodos, Hudson. Mas, voltando ao assunto, o que houve depois?
Pensei por alguns segundos, até que tive uma ideia onde nós dois sairíamos ganhando.
— Espera um minuto.
Corri até meu quarto, peguei meu notebook pessoal embaixo do travesseiro e o levei para a sala de estar, enquanto procurava a pasta com os artigos. Quando encontrei o que ela queria, abri o mesmo e entreguei a ela.
— Enquanto você lê, eu vou tomar meu banho e preparar algo para comermos, certo?
— Finn, eu já disse que você não precisa… — Interrompi-a.
— Por favor. Faço questão.
— Ah, que seja. Vou ficar entretida com as palavras aqui. — Respondeu de volta, se acomodando no sofá com o notebook em seu colo. — Pode ir.
— OK.
Tomando meu banho, acabei relembrando do que havia escrito naquele documento.
— Finny, nós vamos para uma festa! — Rachel adentrou o pequeno apartamento já dizendo em voz alta. Eu estava na sala, tentando posicionar a antena de TV num lugar em que funcionasse corretamente.
— Quem disse isso? Eu não ouvi falar de nenhuma festa. — Respondi, ainda ocupado com a antena.
— Lembra daquela minha nova amiga, a Bree?
— Aquela líder de torcida que também faz parte de uma fraternidade sem graça e tem um namorado muito broxante? — Ataquei, citando Brody Weston, namorado da tal Bree e – infelizmente – o novo sonho de consumo e desejo da Rach.
— Eu não diria que o Brody é broxante, mas… — Mesmo sem olhar diretamente, pude sentir o pesar de seu sorriso de apaixonada. — Ai, para de me desconcentrar!
— Querida, quem está me desconcentrando aqui é você. Não vê que estou tentando fazer a imagem melhorar?
— Calminha aí, Senhor Resmungão. — Ela jogou sua bolsa de materiais num canto da cozinha e veio até onde eu estava. — Enfim, ela está tentando ser legal comigo, já que eu não sou tão social; e daí me convidou para a festa de aniversário do Brody!
Devido à notícia, acabei levando meu dedo para uma região errada da antena, e tomei um choque instantâneo.
— Esquina que te viu! — Gritei.
— Que feio, Hudson. Falando palavrões…
— Primeiro: eu não falei nenhum tipo de palavrão baixo aqui. Só substituí por uma expressão que dá no mesmo. E segundo: a culpa é sua.
— MINHA? — A baixinha gritou de volta.
— Sim! Você sabe muito bem o que eu acho desses populares que ficam conversando com você.
— Eles não estão fingindo ser legais comigo, Finn. Eles são legais por natureza e me convidaram para uma festa só para eu socializar, apenas isso e nada mais.
— Não sei por que ainda me surpreendo com sua ingenuidade excessiva. — Fiquei de pé, dando de cara com uma brava Rachel à minha frente. — Nem me olhe assim, Little Rach. Você sabe, mais do que ninguém, que minha opinião sempre prevalece na família.
— Mas agora é a minha vez de dar meus próprios passos. Porra, Finn, me deixa viver!
— Agora sim você soltou uma palavra de baixo calão.
— Ah, tem coisas piores que eu poderia fazer ou dizer, francamente. Pare de bancar o ranzinza uma vez na vida e me deixe ir nessa festa. Por favor… — Ela juntou seus dedos e fez cara de “cachorro Marley na loja de adoção” que só eu sabia o que significava.
Todos os apaixonados sabem que, de todas as ações que suas paixões secretas podem apresentar, tem sempre uma em especial que mexe com o coração e baixa todas as defesas. No meu caso, eu simplesmente não consigo revidar quando ela faz carinha de “cachorro Marley na loja de adoção”. Tudo porque o único filme que me fez chorar até hoje foi “Marley & Eu”. Rachel descobriu na época, e começou a usar isso contra mim em todas as situações em que ela era a pessoa ferrada, e infelizmente acaba dando certo.
— Tudo bem. Mas só por causa dessa carinha de Marley. — Respondi, abrindo um pequeno (mas pequeno MESMO) sorriso no final.
— Sabia que você cederia! — Ela exibiu seus dentes e me abraçou fortemente, distribuindo beijos por todo o meu rosto e pescoço. Quase tive uma ereção com isso, mas consegui segurar a tempo.
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A tal festa era na casa do próprio Brody, o que já me deixou extremamente nervoso. Havia pesquisado na internet alguns dias antes e descobri o quão galinha ele era – do tipo que mete chifre nas namoradas e até dá chance para pessoas que jogam no time oposto ao cara – mas por amor a Rachel, não contei a ela sobre o que vi. Deixaria que ela tirasse suas próprias conclusões.
Fomos na moto que eu financiei dois dias depois de termos chegado em New York, e o lado de fora da casa ainda estava arrumado. Mas, quando entramos lá – e fomos recebidos pela Bree em recalque e osso, diga-se de passagem – só vimos aquilo que a reitoria de NYADA não teria orgulho em ver: jovens se drogando em um canto da sala, outros jogando Just Dance de uma forma excessivamente imoral, e mais alguns se pegando ferozmente em outros lugares. Até na sauna, mas isso não conta.
— Bom, eu tenho que ir, Rachel. Prometi que só te deixaria aqui.
— Você pode ficar, Finn! — Bree, que ainda estava atrás de nós, vociferou do nada. — A festa é para todos que souberem quem é o aniversariante.
— Falando nisso, onde está o honrado? — A baixinha declarou, praticamente gritando devido a gritaria dali.
— Aqui, em charme e osso! — Brody surgiu de outro canto da sala, onde estavam os dançarinos imorais. — Obrigado por vir, Little Rach.
OI? Eles mal se conhecem, estudam juntos há menos de um mês e ele já tem esse tratamento de “Little Rach”? Desculpa, mas isso eu não poderia aguentar. Poderia. Porque eu tive que segurar minha raiva.
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Mais de duas horas e meia depois daquela tensão, Brody parou toda a movimentação da festa e atraiu todas as atenções para si mesmo. Consegui controlar minha vontade e não bebi um único gole de álcool. Porém, Rachel bebeu três ou cinco copos de bebida; e isso foi o bastante para que ela “socializasse” com muitas pessoas apresentadas a ela pelo precipício de mau caminho chamado Bree.
— Atenção, galera! — Ele disse meio que arrastando as palavras. Nível de bebida bem alto, esse é o meu palpite. — Está na hora de escolher a garota mais bonita do baile para ganhar uma coroa especial feita por mim!
Óbvio que arregalei meus olhos na hora. Ele escolheria a Bree, que graça teria em fazer todo aquele papelão? E a “coroa especial” não tinha nada de especial, era feita de uma coisa cujo nome eu não lembrava no momento.
— E a menina escolhida é… — Todos os olhares se voltaram para a namorada dele. — Little Rach!
— EU O QUÊ? — Rach gritou, esbanjando muita felicidade no rosto.
Com o cuidado que não estava com ela naquele momento, ela andou até a mesa de centro onde Brody estava, e Bree estava visivelmente brava pelo que o namorado tinha feito, mas não o bastante para enterrá-lo vivo. Estranhei. Como ela poderia estar inerte e parada em meio a tudo aquilo?
— Vem cá, Berry. — Ele a chamou.
Duas coisas: primeiro, por que ele escolheu a Rachel? Não que ela seja feia, mas por que ela? E segundo: pra quê os apelidos? Por que ele a chamou apenas de “Berry”? Aí tinha muita coisa em jogo. Aí sim.
O Weston a ajudou a subir na mesinha de centro, e somente quando ele pôs a coroa nela e desceu do móvel, foi que eu notei uma loira baixinha e aparentemente com Síndrome de Down escondida atrás da cortina das janelas. Lembrei-me de quando eu vi um filme de terror de 2002 chamado “Carrie” e rapidamente elevei meus olhos ao teto.
Um balde transparente e cheio de tinta vermelha estava lá, pendurado e pronto para ser despejado em cima da Rachel. Da minha Rachel Berry-Hudson.
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Eita, Giovana! ~momento sem sentido~
Será que nós teremos uma clássica cena de "Carrie, A Estranha" acontecendo na fic? Lembrem-se de que Tina também sofreu isso na quinta temporada - quem não viu, é o segundo episódio, recomendo demais.
A propósito, me sigam no Twitter [@_JustAFicwriter] para saber de alguns spoilers bem especiais da fic. Yasmin que o diga, divulguei TRÊS informações bombásticas deste capítulo aqui e ela meio que surtou, certo? #ClubeDoSpoiler
P.S.: No próximo capítulo, prevejo TODOS OS LEITORES comentando e/ou favoritando. Quem quiser saber o porquê, corre pro Twitter :)