New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 9
Rachel Just Wanted to Have Fun


Notas iniciais do capítulo

Antes de falar sobre o capítulo em si, queria agradecer aos leitores que estão sempre comentando. Não consigo responder a todos por causa do meu tempo disponível, mas saibam que estou sempre vendo vocês. (não sou -A)

O capítulo de hoje tem três coisas que vão deixar vocês com raiva: Fuinn, Brody e Rachel bêbada. Se bem que a última coisa não deveria ser tão ruim, mas isso vocês verão no final de hoje. Teremos Finn e Quinn interagindo com força, então é melhor eu ir voando para longe daqui antes que as pedras venham :P
Boa leitura! :)



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Depois de voltar ao “dia de trabalho” e responder milhares de e-mails enviados por leitores fanáticos e ansiosos para os próximos artigos, resolvi dar uma olhada no andar dos colunistas para ver como estava a situação. De forma inesperada, minhas pupilas se dilataram quando não vi uma única pessoa andando ali. Literalmente, o local estava vazio.

— O apocalipse chegou mais cedo? — Falei, por impulso.

— Ainda não, Sr. Hudson. Só liberei todos mais cedo. — Quinn apareceu por trás, me assustando na mesma hora.

— Você sabe que pode me chamar apenas de Finn.

— E por que você ainda não foi embora?

— Fiquei intocado no meu escritório sem saber do que se passava aqui fora. — Virei-me, ficando de frente para ela. — Acabei de descobrir que tenho um ótimo secretário e amigo que me conta tudo.

Por conta do meu comentário irônico sobre Blaine, ela deixou um riso escapar, e seus dentes se mostraram. Permanecemos longos segundos sem trocar uma única palavra, até que a Fabray quebrou o silêncio.

— Quer uma carona?

— Você tem um carro? — Soltei, tapando minha boca com as mãos logo depois. Nova-iorquinos sempre têm carros, idiota.

— Anos como secretária da editora-chefe podem render bons resultados quando se quer.

— Obrigado, mas acho que posso ir de metrô mesmo. — Olhei para o relógio em meu punho. — Se bem que…

— O horário de passagem ainda não é agora, certo? Então eu terei que te levar, mesmo.

— Não tenho escolha a não ser ir com você.

Descemos o elevador sem dizer uma palavra. Fomos até o estacionamento e logo Quinn pegou o controle de seu carro, apertando um dos botões e fazendo com que seu Novo Uno 2014 acionasse as travas. Arregalei meus olhos novamente. Ela entrou no banco do motorista, e eu me sentei no banco do passageiro. Logo, já estávamos andando pelas ruas de New York com o carro. O rádio começou a tocar “Fancy”, de Iggy Azalea e Charli XCX, e Q começou a cantar discretamente a parte da Charli e sem elevar tanto a frequência de sua voz.

— “I'm so fancy, you already know! I'm in the fastlane from L.A. to Tokyo. I'm so fancy, can't you taste this gold? Remember my name, 'bout to blow.”

— Se eu não te conhecesse há mais de duas semanas, diria que você é uma boa cantora. — Falei, surpreendendo-a.

— Você ainda conseguiu ouvir?

— Quinn, estamos em um carro. Todo e qualquer som será audível para quem está dentro dele.

— Que vergonha deu em mim agora… — Balançou levemente a cabeça, sem tirar a atenção do trânsito à frente.

— Tudo bem. Ao menos você canta melhor do que eu.

— Não tem como eu ser melhor do que você, Finn. Sou uma secretária um tanto quanto azarada e você é um colunista de recente sucesso que tem tudo para ser o fenômeno do The New York Times.

— Primeiro: secretárias azaradas não teriam carros elegantes nem comandariam um jornal inteiro no lugar dos patrões. — Falei, ironicamente. — E depois: no que isso interfere nas nossas vozes?

— Odeio pessoas que me deixam sem argumentos. — Respondeu, ainda batucando seus dedos de leve no volante, ao ritmo da música.

Do nada, nuvens começaram a tomar espaço no céu, indicando que a chuva estava próxima. O trânsito já começava a se aglomerar à nossa frente, e o tempo passava cada vez mais devagar.

— M**da. Não trouxe guarda-chuva hoje. — Quinn vociferou.

— Posso te emprestar o meu quando chegarmos ao Bushwick.

— Faria isso por uma reles secretária que nem trabalha diretamente com você?

— Pessoas que trabalham com Cassandra July merecem minha confiança. Falo isso nos dois sentidos.

Ela riu novamente.

— Sério que eu sou tão engraçado assim, Quinn?

— Você é tudo o que nenhuma pessoa imaginaria ser.

— Blaine me diz isso quase todos os dias só porque eu não tomo banho antes de dormir.

— Então ele devia dizer isso comigo. Também não faço isso.

— Pra quê tomar banho antes de dormir se você já vai fazer isso ao acordar?

— Exatamente! Não há necessidade disso!

Logo estávamos em frente ao prédio do apartamento. A chuva caiu com força justamente naquele momento, e nós dois sabíamos que não daria para dirigir um carro naquelas condições.

— Faz o seguinte: dá a volta pelo quarteirão e deixa o carro no estacionamento do prédio. Você pode ficar comigo até que a chuva passe.

— Não se incomode com isso, Finn. Posso me virar sozinha.

— Minha cara de quem vai te deixar ir embora nessa chuva. — Apresentei minha expressão irônica para Q, que pôs as mãos na boca para não rir na minha frente outra vez. — P*rra, Quinn, não precisa rir de tudo que faço.

— Fazer o quê, se você mesmo é engraçado por natureza?

— Eu sei que sou f*da, obrigado por ressaltar.

— OK, OK, eu fico aqui.

A loira deu a volta pelo quarteirão e entrou no local que eu indiquei para estacionar. Depois de sairmos do carro e travar o mesmo, nos dirigimos por um corredor nem tão estreito até chegarmos ao apê. Peguei a chave, destravei a porta e arrastei a mesma para a direita.

— Isso é o que eu chamo de “porta incomum”.

— A culpa é do Blaine. Eu vim morar aqui depois dele alugar essa coisa aqui. — Afirmei, adentrando o lugar junto com ela. Joguei minhas coisas no sofá e Q fez o mesmo. “Já se sentindo em casa”, pensei comigo mesmo.

Conferi todos os cômodos do apartamento até constatar que meu secretário favorito não havia voltado para casa.

— É, o Anderson não voltou para casa.

— Deixa de ser careta, Finn. Ele já é um adulto, sabe o que fazer da própria vida.

— Ele dizia a mesma coisa sobre Rachel, quando ela foi para a faculdade na mesma época que eu.

— Falando em Rachel… eu estou louca para saber o que aconteceu depois que você conheceu a Harmony.

— Mas essa parte ainda não foi publicada… Quinn Fabray, você andou lendo meus artigos?

— É… Então… Sobre isso… — Tentou encontrar as palavras certas para dizer, mas no final acabou usando a ironia. — Surpresa!

— Como você conseguiu? — Esbravejei, ainda com uma face de susto em meu rosto.

— Tenho meus métodos, Hudson. Mas, voltando ao assunto, o que houve depois?

Pensei por alguns segundos, até que tive uma ideia onde nós dois sairíamos ganhando.

— Espera um minuto.

Corri até meu quarto, peguei meu notebook pessoal embaixo do travesseiro e o levei para a sala de estar, enquanto procurava a pasta com os artigos. Quando encontrei o que ela queria, abri o mesmo e entreguei a ela.

— Enquanto você lê, eu vou tomar meu banho e preparar algo para comermos, certo?

— Finn, eu já disse que você não precisa… — Interrompi-a.

— Por favor. Faço questão.

— Ah, que seja. Vou ficar entretida com as palavras aqui. — Respondeu de volta, se acomodando no sofá com o notebook em seu colo. — Pode ir.

— OK.

Tomando meu banho, acabei relembrando do que havia escrito naquele documento.

Finny, nós vamos para uma festa! — Rachel adentrou o pequeno apartamento já dizendo em voz alta. Eu estava na sala, tentando posicionar a antena de TV num lugar em que funcionasse corretamente.

Quem disse isso? Eu não ouvi falar de nenhuma festa. — Respondi, ainda ocupado com a antena.

Lembra daquela minha nova amiga, a Bree?

Aquela líder de torcida que também faz parte de uma fraternidade sem graça e tem um namorado muito broxante? — Ataquei, citando Brody Weston, namorado da tal Bree e – infelizmente – o novo sonho de consumo e desejo da Rach.

Eu não diria que o Brody é broxante, mas… — Mesmo sem olhar diretamente, pude sentir o pesar de seu sorriso de apaixonada. — Ai, para de me desconcentrar!

Querida, quem está me desconcentrando aqui é você. Não vê que estou tentando fazer a imagem melhorar?

Calminha aí, Senhor Resmungão. — Ela jogou sua bolsa de materiais num canto da cozinha e veio até onde eu estava. — Enfim, ela está tentando ser legal comigo, já que eu não sou tão social; e daí me convidou para a festa de aniversário do Brody!

Devido à notícia, acabei levando meu dedo para uma região errada da antena, e tomei um choque instantâneo.

Esquina que te viu! — Gritei.

Que feio, Hudson. Falando palavrões…

Primeiro: eu não falei nenhum tipo de palavrão baixo aqui. Só substituí por uma expressão que dá no mesmo. E segundo: a culpa é sua.

MINHA? — A baixinha gritou de volta.

Sim! Você sabe muito bem o que eu acho desses populares que ficam conversando com você.

Eles não estão fingindo ser legais comigo, Finn. Eles são legais por natureza e me convidaram para uma festa só para eu socializar, apenas isso e nada mais.

Não sei por que ainda me surpreendo com sua ingenuidade excessiva. — Fiquei de pé, dando de cara com uma brava Rachel à minha frente. — Nem me olhe assim, Little Rach. Você sabe, mais do que ninguém, que minha opinião sempre prevalece na família.

Mas agora é a minha vez de dar meus próprios passos. Porra, Finn, me deixa viver!

Agora sim você soltou uma palavra de baixo calão.

Ah, tem coisas piores que eu poderia fazer ou dizer, francamente. Pare de bancar o ranzinza uma vez na vida e me deixe ir nessa festa. Por favor… — Ela juntou seus dedos e fez cara de “cachorro Marley na loja de adoção” que só eu sabia o que significava.

Todos os apaixonados sabem que, de todas as ações que suas paixões secretas podem apresentar, tem sempre uma em especial que mexe com o coração e baixa todas as defesas. No meu caso, eu simplesmente não consigo revidar quando ela faz carinha de “cachorro Marley na loja de adoção”. Tudo porque o único filme que me fez chorar até hoje foi “Marley & Eu”. Rachel descobriu na época, e começou a usar isso contra mim em todas as situações em que ela era a pessoa ferrada, e infelizmente acaba dando certo.

Tudo bem. Mas só por causa dessa carinha de Marley. — Respondi, abrindo um pequeno (mas pequeno MESMO) sorriso no final.

Sabia que você cederia! — Ela exibiu seus dentes e me abraçou fortemente, distribuindo beijos por todo o meu rosto e pescoço. Quase tive uma ereção com isso, mas consegui segurar a tempo.

.::.

A tal festa era na casa do próprio Brody, o que já me deixou extremamente nervoso. Havia pesquisado na internet alguns dias antes e descobri o quão galinha ele era – do tipo que mete chifre nas namoradas e até dá chance para pessoas que jogam no time oposto ao cara – mas por amor a Rachel, não contei a ela sobre o que vi. Deixaria que ela tirasse suas próprias conclusões.

Fomos na moto que eu financiei dois dias depois de termos chegado em New York, e o lado de fora da casa ainda estava arrumado. Mas, quando entramos lá – e fomos recebidos pela Bree em recalque e osso, diga-se de passagem – só vimos aquilo que a reitoria de NYADA não teria orgulho em ver: jovens se drogando em um canto da sala, outros jogando Just Dance de uma forma excessivamente imoral, e mais alguns se pegando ferozmente em outros lugares. Até na sauna, mas isso não conta.

Bom, eu tenho que ir, Rachel. Prometi que só te deixaria aqui.

Você pode ficar, Finn! — Bree, que ainda estava atrás de nós, vociferou do nada. — A festa é para todos que souberem quem é o aniversariante.

Falando nisso, onde está o honrado? — A baixinha declarou, praticamente gritando devido a gritaria dali.

Aqui, em charme e osso! — Brody surgiu de outro canto da sala, onde estavam os dançarinos imorais. — Obrigado por vir, Little Rach.

OI? Eles mal se conhecem, estudam juntos há menos de um mês e ele já tem esse tratamento de “Little Rach”? Desculpa, mas isso eu não poderia aguentar. Poderia. Porque eu tive que segurar minha raiva.

.::.

Mais de duas horas e meia depois daquela tensão, Brody parou toda a movimentação da festa e atraiu todas as atenções para si mesmo. Consegui controlar minha vontade e não bebi um único gole de álcool. Porém, Rachel bebeu três ou cinco copos de bebida; e isso foi o bastante para que ela “socializasse” com muitas pessoas apresentadas a ela pelo precipício de mau caminho chamado Bree.

Atenção, galera! — Ele disse meio que arrastando as palavras. Nível de bebida bem alto, esse é o meu palpite. — Está na hora de escolher a garota mais bonita do baile para ganhar uma coroa especial feita por mim!

Óbvio que arregalei meus olhos na hora. Ele escolheria a Bree, que graça teria em fazer todo aquele papelão? E a “coroa especial” não tinha nada de especial, era feita de uma coisa cujo nome eu não lembrava no momento.

E a menina escolhida é… — Todos os olhares se voltaram para a namorada dele. — Little Rach!

EU O QUÊ? — Rach gritou, esbanjando muita felicidade no rosto.

Com o cuidado que não estava com ela naquele momento, ela andou até a mesa de centro onde Brody estava, e Bree estava visivelmente brava pelo que o namorado tinha feito, mas não o bastante para enterrá-lo vivo. Estranhei. Como ela poderia estar inerte e parada em meio a tudo aquilo?

Vem cá, Berry. — Ele a chamou.

Duas coisas: primeiro, por que ele escolheu a Rachel? Não que ela seja feia, mas por que ela? E segundo: pra quê os apelidos? Por que ele a chamou apenas de “Berry”? Aí tinha muita coisa em jogo. Aí sim.

O Weston a ajudou a subir na mesinha de centro, e somente quando ele pôs a coroa nela e desceu do móvel, foi que eu notei uma loira baixinha e aparentemente com Síndrome de Down escondida atrás da cortina das janelas. Lembrei-me de quando eu vi um filme de terror de 2002 chamado “Carrie” e rapidamente elevei meus olhos ao teto.

Um balde transparente e cheio de tinta vermelha estava lá, pendurado e pronto para ser despejado em cima da Rachel. Da minha Rachel Berry-Hudson.


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Notas finais do capítulo

Eita, Giovana! ~momento sem sentido~
Será que nós teremos uma clássica cena de "Carrie, A Estranha" acontecendo na fic? Lembrem-se de que Tina também sofreu isso na quinta temporada - quem não viu, é o segundo episódio, recomendo demais.
A propósito, me sigam no Twitter [@_JustAFicwriter] para saber de alguns spoilers bem especiais da fic. Yasmin que o diga, divulguei TRÊS informações bombásticas deste capítulo aqui e ela meio que surtou, certo? #ClubeDoSpoiler

P.S.: No próximo capítulo, prevejo TODOS OS LEITORES comentando e/ou favoritando. Quem quiser saber o porquê, corre pro Twitter :)



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