New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 7
But If You Close Your Eyes


Notas iniciais do capítulo

Sim, o título foi retirado da música "Pompeii", da Bastille. E não, o capítulo não tem nada a ver com a música, só peguei o título como inspiração mesmo.

O capítulo de hoje é mais tranquilo que o anterior. Óbvio que temos muito mais Finchel hoje, mas também veremos aquelas pitadas especiais de Sebtana e St.Anderson. Vamos todos surtar =D

Boa leitura, meus caros leitores ;)



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— Socorro, eu preciso da minha cama urgentemente. — Suspirei de alívio, quando eu e Blaine finalmente havíamos entrado em casa. Nenhuma sensação é melhor do que a de estar no lar, sem sombra de dúvidas.

— É, bem que eu realmente gostaria de dormir agora. — O Anderson respondeu, jogando suas coisas na mesa de jantar e abrindo a geladeira bruscamente.

— Você fala como se não pudesse fazer isso.

— Poder, eu posso. Só não hoje. — Parou de exprimir qualquer som depois disso.

— Blaine Cooper Anderson, eu te conheço o bastante para saber que você está me escondendo algo. — Cruzei meus braços, e logo ele percebeu que não tinha saída.

— Tá, você me pegou. — Pegou uma garrafa de suco e foi à procura de um copo. Quando o encheu com o líquido, virou-se para mim e permitiu a si mesmo revelar o que tanto queria esconder. — Vou sair com uma pessoa hoje.

— PARA TUDO! — Santana empurrou a porta rolante do apartamento, irrompendo o lugar como se fosse a Beyoncé. — O meu amigo mais anormal da história vai ter um encontro com um jogador do mesmo time? Ah, isso é motivo para um brinde!

— Santie… sabia que a casa é nossa e você não tem o direito de entrar sem permissão ou mesmo convite? — Reclamei, obtendo um dedo do meio como resposta. — Me admiro com a sua delicadeza.

— Também me admiro com a falta de ter o que fazer que está sempre presente em você, mas não jogo na sua cara. — Ela respondeu, como se já fosse dali. — Vim ver como minhas aberrações preferidas passariam a noite.

— Conversa com o Finn, então. Eu vou me trocar. — Blaine já ia para o seu quarto, quando a latina interveio.

— E eu posso saber com quem você vai se encontrar, criatura?

— Não é um encontro, Santana. Vou apenas sair com uma pessoa. Não me venha com esse papo de que eu não posso me divertir, porque quem decide o que faço ou deixo de fazer sou eu. E por isso não vou te contar com quem irei sair. Eu vou me trocar.

Quando ele entrou e trancou a porta, não resisti ao meu hábito de fofocar.

— Aposto que é com o Jesse St. James.

— Eca, aqueles dois se merecem, vou te contar.

— E você? Não vai embora, não?

— Ih, já está me expulsando? Vejo como sou muito bem-vinda aqui.

— Santie, eu te conheço tanto quanto o Blaine. Você só recorre a mim para pedir favores ou desabafar bravamente sobre algo que te irritou no dia.

— Supondo que eu tenho um chefe “maravilhoso” que não precisa de reclamações… — Ela deu ênfase no “maravilhoso”. — Tente adivinhar qual o motivo de minha aparição triunfal.

— Então ele é a razão de você estar aqui, irritada com o planeta? Senta, jovem. Vamos conversar. — Eu disse, sentando-me no sofá e batendo minha mão direita no mesmo para que ela se sentasse também.

— Aquele Smythe me causa um ataque de nervos a cada três minutos. Acredita que nós estamos em pé de guerra para descobrir quem mais inferniza quem?

— Vindo de você, até que é algo bem normal. — Respondi, controlando meu riso.

— Ele se sente desafiado por pessoas que questionam sua personalidade. Já eu me irrito só por saber que aquele cara de fuinha existe. O Sebastian é tão egocêntrico que usa seu cargo como jornalista E meu chefe só para conseguir o que quer. Não sei o porquê, mas quem deveria dar as cartas nesse joguinho da vida era eu, não ele. Não sou controlada por ninguém, e você sabe disso, Hudson. — Ela respirou fundo antes de voltar a tagarelar. — Sem falar naquele visual despojado de gente boa que sempre engana todo mundo. Aqueles olhos de quem planeja algo, as palavras que saem de sua boca menor que a do Sam Evans, e ainda tem os músculos escondidos na sua roupa social…

— Cara Lopez, nem me lembre do Sam. Mas se eu não fosse seu amigo, diria que você está apenas se sentindo… atraída por ele.

— Retire o que disse ou vai sofrer sérias consequências. — Apontou o dedo no meu rosto.

— O que deu em você agora? Só estou falando a verdade! — Ergui minhas mãos como defesa.

— Que verdade existe aqui, Finkenstein? Eu não estou atraída pelo Sebastian coisa nenhuma! — Dava para notar o nervosismo na voz dela.

— Prevejo que daqui a um tempo, quando você finalmente se dar conta do que sente, vai vir correndo até mim apenas para dizer que eu estava certo, e aí eu vou querer 100 dólares. Depois não venha com aquele papo de “Você não me avisou”, pelo fato de que: Eu. Te. Avisei. — Pronunciei estas três últimas palavras lentamente, saindo do sofá e indo direto para meu quarto com uma vitória sobre Santana nas mãos.

.::.

Deus sabe como o Blaine se livrou da presença da latina. Tudo o que sei é que, quando voltei à sala para comer alguma coisa, não a encontrei. Nem o próprio Anderson estava ali, então deduzi que ele já tivesse ido ao seu encontro com um certo Jesse St. James. Com aquela pequena diversão garantida com minha melhor amiga, acabei me lembrando do primeiro dia em que estive em New York, quando tive de dividir a cama com Rachel.

Pensando bem, eu acho que vou para o sofá mesmo.

Nada disso, Finny. Você prometeu que dividiria a cama só essa noite.

É por isso que eu não gosto de fazer promessas, sabia?

Que besteira! Garanto que amanhã de manhã você já terá esquecido disso aqui. Além do mais, somos apenas irmãos. Que mal pode haver nisso?

Tirando o fato de que eu te amo mais do que tudo nesse mundo e dormir ao seu lado é uma das coisas que eu sempre quis fazer? Nada, imagina”, pensei comigo mesmo, como se estivesse respondendo para ela. “Cala a consciência, criatura! Estamos falando de sua irmã adotiva.”

É, acho que não faz muito mal. Mas amanhã, a primeira coisa que faremos será comprar uma cama para você. Entendeu? — Ela assentiu, mexendo a cabeça. — Eu só não sei se vou conseguir dormir sabendo que tem outro ser humano ao meu lado. Sabe, eu rolo muito na cama e…

Só se preocupe em fechar os olhos, Finn. Se você apenas fizer isso, a noite vai passar tão rápido quanto a viagem de avião que fizemos hoje. Certo?

É, acho que sim. — “Penso que não”, completei mentalmente.

OK, vou trocar de roupa. Pode ir se deitando, se quiser. — Rach afirmou, indo para o banheiro logo depois.

Eu sabia que ela demoraria, já que não havíamos montado praticamente nada no dia da mudança, apenas ajeitei a cama e liguei a energia da casa para que pudéssemos usar um ventilador e o fogão no dia seguinte. Sendo assim, acabei me virando para o lado, mas não consegui pregar os olhos. A possibilidade de ter o amor da minha vida deitada ao meu lado, vestida apenas com o seu pijama cuja camisa tinha os dizeres “Dog Days Are Over”, não me deixava com vontade de dormir e esperar pelo dia seguinte.

Revirei por uns minutos até que ela voltou. E, Deus, como eu não queria ter olhado naquele momento para como estava vestida. Exatamente como eu pensei: com o seu pijama anteriormente citado, sem a maquiagem que servia de barreira emocional ou qualquer coisa que a transformasse em outra Rachel.

Para de olhar pra mim, por favor! Eu fico com vergonha desse jeito. — Esbravejou, enquanto se sentava na cama.

Fazer o quê se eu tenho a garota mais linda do mundo como irmã adotiva? — Deixei escapar.

Aquelas palavras não soaram como eu realmente queria, então me virei para o lado da parede e fiquei nessa mesma posição, até conseguir fechar os olhos. Eu não podia desejar Rachel. Eu simplesmente não podia. Mas ninguém consegue controlar os sentimentos, não é mesmo?

Basta fechar os olhos e não vai ser tão ruim assim, Finn. Você consegue. — Sussurrei para mim mesmo, enquanto forçava minhas pálpebras a fecharem.

— Certo, já chega de pensamentos como esse por hoje. — Falei, depois de redigir aquelas lembranças no computador.

Precisava de todo esse material para os próximos artigos. Não era hora de pensar em Rachel naquele momento. Bom, pelo menos eu achava que não, até o meu cérebro fazer esse enorme favor de lembrar o que aconteceu na manhã seguinte.

Tirando a parte em que eu acordava no meio da madrugada a cada cinco minutos só para conferir se eu realmente estava dormindo com Rachel ao meu lado, foi uma noite tranquila. Nem percebi quando a manhã inundava o quarto por meio da janela que se encontrava atrás da minha cabeça. Só notei o raiar do dia mesmo quando aquele cheiro familiar de bacon da minha cozinheira preferida começou a se espalhar pelo apartamento.

Levantei-me da cama, enfrentei os 30 segundos que se seguiram com um estralo nas costas que indicava sinais de que eu não dormi tão bem como deveria e só então fui ao banheiro fazer minhas necessidades matinais. Antes de abrir a porta do mesmo, eu meio que olhei de relance para Rach no cômodo dos sonhos que não era muito longe. E, Deus, eu tive uma visão que nem em anos de convívio na casa da mamãe eu a veria daquele jeito: vestindo um short jeans que mal chegava nos joelhos e a blusa do pijama “Dog Days Are Over”, já um pouco suja do óleo de bacon da panela.

Espantei todos aqueles pensamentos e entrei no banheiro sem pestanejar por mais um único segundo. Encarei minha imagem no espelho por um bom tempo antes de encarar o dia que viria à frente.

Bom dia, Little Rach. — Falei, quando me sentei à mesa de madeira que havíamos trazido de nossa antiga casa. — O cheiro está muito bom, sabia?

Claro, o que você queria de uma futura ganhadora de 6 Oscars que herdou o talento de cozinhar da mãe adotiva? — Ela disse, como se fosse a coisa mais normal do mundo ganhar seis Oscars.

Quer mesmo saber o que eu queria de uma pessoa assim? — “Todo o amor que ela pudesse ter por mim”, completei mentalmente, seguido de um breve sorriso por fora.

Não, obrigada. Eu só quero comer e enfrentar o grande dia. — Despejou o bacon num prato qualquer e depois colocou na mesa, trazendo alguns pães do dia anterior logo depois. — Pronto?

Ainda não acredito que vamos para as faculdades dos nossos sonhos, mas estou pronto. — Ironizei, pegando um pão e o abrindo com a faca.

Pois devia começar a acreditar. Sonhos podem até ficar na sua mente, mas New York é real, bitch.

.::.

— Blaine… vamos conversar. — Exclamei, quando nos sentamos nos bancos do metrô. Eu e ele já estávamos indo para mais um dia de trabalho no The New York Times.

— Sobre o seu sucesso repentino no jornal ou sobre Rachel?

— Não desvie do que eu realmente quero saber, criatura. — Arqueei as sobrancelhas. — Eu sei o que você fez na noite passada.

— Nem vem com essa história de “Eu Sei o Que Fizeram no Verão Passado”. Não vai adiantar.

— Mas já adiantou. Consegui te fazer falar, não é ótimo?

— Sua idiotice me impressiona. Como você consegue escrever ótimos textos e ainda ser um retardatário na vida real?

— A questão não é essa. Vai me contar como foi sua “noite de diversão” ou não? Lembre-se de que eu nem te vi chegar em casa.

— Tá, você venceu. — Respirou fundo. Fechou os olhos e depois os abriu, dando de ombros em seguida. “Paranoias de um Anderson”, pensei. — Eu saí com o Jesse St. James.

— Eu sabia! Como foi?

— Não me faça parar logo no início. — Apontou seu dedo indicador para mim. — Nós fomos a um parque de diversões. Parece meio infantil, eu sei.

— Imagina, continue. — Eu não podia estressá-lo logo naquele momento.

— Enfim, nós dois relembramos muitas trapalhadas da infância e eu soube um pouco mais de como ele tem vivido depois da nossa separação aos 11 anos de idade.

— E o que ele disse?

— Naquele dia em que nos trombamos no jornal… — Logo me lembrei de quando Blaine havia me contado sobre o reencontro. — Ele estava indo para uma entrevista de emprego com a Cassandra, mas quando chegou lá, deu de cara com outro jornalista no lugar.

— Deixe-me adivinhar: era o Sebastian. — Concluí, e ele assentiu em seguida.

— Felizmente, a Poderosa Patroa gostou muito da sua capacidade de trabalho e o colocou como jornalista no andar das atualidades. Ele deve começar na próxima semana!

O moreno parecia muito animado com o novo emprego do “amigo”. Pela primeira vez em tantos anos de amizade, percebi que ele nunca havia estado tão feliz como no momento em que me contou as novidades.

— Isso prova que Cassandra July pode ter um bom coração quando quer.

— Pois é. Ah, e quando fomos na montanha-russa do parque, o Jesse meio que me obrigou a ir.

— Estava com medo? Típico de Blaine Anderson.

— Cala a boca, idiota. — Deu um leve tapa em meu braço. — Ele me convenceu a fechar os olhos nos primeiros segundos e a segurar sua mão. Eu já não tinha mais escolha, então fechei meus olhos e apertei a mão dele bem forte.

— Que gay, gente.

— Santana, é você? — Foi a vez de Blaine ironizar. — E, no final, acabou dando certo. Consegui abrir os olhos depois e lá estava ele, ao meu lado, sorrindo como se não houvesse amanhã.

— Não me diga que você está começando a gostar dele.

— Ainda é muito cedo para dizer, Finn. Mas, se isso acontecer, você será o primeiro a saber.

— Por que eu? — Fingi espanto.

— Vamos aos motivos: melhor e único amigo homem que não se importa com minha opção sexual, além de colega de apartamento e chefe favorito. Te convenci?

— Tá, você está certo. Eu sou tudo isso mesmo. — Sorri ironicamente e me virei para o lado, pronto para me defender de mais uma sessão de baixarias com meu melhor amigo.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que agora dá uma vontade enorme de apertar as bochechas de Blaine e Jesse, mas ainda é um pouco cedo para discutir o futuro dessa relação, certo? Certo! [Eu, Kéfera]
E sim, a Rachel está fazendo o Finn delirar de amores só pelo que ela veste, imagine quando eles passarem mais tempo juntos! OK, chega de spoiler :(

Vocês sabem o quanto eu adoro comentários, certo? Certo! Comentem :)



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