New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 26
Love Will Tell Us Where to Go


Notas iniciais do capítulo

Cara... chegamos. Último capítulo de New York Love Story. Claro que ainda temos o epílogo para concluir tudo de uma vez, mas... a jornada de Finn Hudson em Nova York se encerra aqui para todos nós. Talvez continue nas nossas imaginações... talvez nos sonhos... mas não em palavras. A história termina por aqui.
Este aqui é o maior capítulo que eu já escrevi em toda a minha vida, cerca de 3.700 palavras. Então é bom que vocês amem-o ou deixem-o. (Mentira) Teremos Sebtana em excesso, de um modo que vocês nunca presenciaram antes. Teremos Madison divando. Teremos Quartie numa cena que vou deixar no suspense... e Finchel, óbvio!
Talvez vocês achem que quase tudo hoje é sobre outros personagens e não Finn, mas lembrem-se de que o epílogo é totalmente focado nele e numa cena que vocês vão amar! Uma chorosa última leitura ;)
Dica de música? Love Will Tell Us Where to Go, da Bridgit Mendler. Notas finais? Importantes!



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Manhã de 26 de dezembro de 2014. Santana, Sebastian, Artie e Quinn voltaram de Lincoln a tempo de admirarem Madison enquanto eu deixava Rachel no presídio, para que ela voltasse a cumprir sua pena de quinze anos de cadeia – que não foram reduzidos em nenhuma instância. Durante o caminho de ida – peguei o carro do Smythe emprestado – ela não se pronunciou. Nem eu. Preferimos ficar naquele silêncio. Mas ficou óbvio que não seria pior se eu falasse.

— Então... — Ela pareceu voltar à realidade. — Você ainda não me explicou porque me tratou de forma tão fria quando te visitei pela primeira vez.

— Oh, eu sabia que você ia falar disso. — Puxou uma mecha de seu cabelo para trás. — Eu meio que fui obrigada a isso.

— Como assim?

— Detentas que são carinhosas e esbanjam sorrisos aparentemente não ganham regalias porque “já foram mimadas o suficiente fora do presídio”. Se eu agisse daquela maneira na frente dos carcereiros, o boato se espalharia e então eu não ganharia minha macarronada de todo sábado.

— Puro interesse, não é?

— Apenas isso. Puro interesse.

— Mas... como conseguiu se manter dócil durante todos esses anos? — Segurei a conversa com outra pergunta. — Uma mulher comum seria facilmente corrompida pela frieza da cadeia.

— Por meio de um psicólogo que trabalha por lá. O nome dele é William Schuester. E quando contei a ele sobre Madison, ele praticamente dedicou as visitas seguintes a mantê-la viva em minha mente... e eu acho que foi essa esperança de vê-la outra vez que me manteve assim. — Baixou a cabeça. — Ou talvez a possibilidade de voltar a ter uma vida normal, fora da cadeia, tenha me motivado a reencontrar Mad, e daí o resto.

— Está explicado. — Eu disse. — Preciso encontrar esse Schuester depois. Para agradecê-lo por isso.

— Vou ver o que posso fazer sobre esse assunto.

— Outra coisa: como você sabia que a Clara matou o Saulo daquele jeito em “Passione”?

— Você está se matando para descobrir como eu sei disso, não é mesmo? — Sorriu mais uma vez, desconcertando-me por dentro. “Ela precisa parar de sorrir se quiser me manter vivo”, pensei comigo mesmo. — A culpa é da carcereira Beiste. Ninguém a mandou se viciar naquela novela pra depois jogar spoiler para todas as prisioneiras.

Após alguns minutos, chegamos à entrada do presídio. Retirei meu cinto de segurança, assim como Rachel fez em seguida. Saímos do veículo e andamos até o portão devido.

— Então... eu ainda posso vir aqui e te visitar?

— Só quando tiver vontade. — Respondeu de forma fria. “Os policiais na entrada. A máscara de frieza”, juntei dois com dois e entendi que ela já voltara à sua antiga personalidade.

— Tudo bem, se você diz... mas eu vou voltar.

Nossas mãos, que até aquele momento estavam unidas, separaram-se em um ato rápido, como se um band-aid estivesse sendo arrancado. Os policiais a chamaram para entrar, mas antes que isso se concretizasse, puxei-a para mim outra vez.

— Rach, eu... preciso fazer isso antes de te deixar ir.

Sem mais delongas, quebrei o espaço entre nós e encostei meus lábios aos seus, formando o que todos chamam de “beijo do amor verdadeiro”. E por mais que isso seja muito, mas muito clichê, esse termo acabou se encaixando perfeitamente naquele instante onde eu resolvi beijá-la enquanto eu pudesse ter a liberdade de fazê-lo.

Um dos homens que estava ali perto precisou pigarrear para separar nosso beijo.

— É... — Tentei falar alguma coisa, mas ela me interrompeu.

— Está tudo bem, Finny. Eu também senti falta disso.

.::.

Estacionei o carro na garagem, mas não entrei no apartamento de imediato. Preferi andar pelas ruas – que estavam incrivelmente calmas – que rodeavam o prédio. Os outros edifícios, tão altos quanto aquele onde eu morava, continuavam ali, de pé, testemunhando peripécias vividas por aqueles que passam em frente ou dentro deles. Lembro-me do dia em que passei andando somente com algumas malas em mãos e um telefone discando para o número de Blaine Anderson.

Finn Hudson! A que devo a honra de um telefonema seu?

Oi pra você também, Blaine. Enfim… Só queria uma informação sua.

Pode perguntar.

Você ainda mora no Bushwick?

Sim, eu ainda vivo por aqui. Só Deus sabe como eu sobrevivo.

Bom saber.

Por que está perguntando isso?

Simples. Digamos que eu esteja indo para a real New York.

Sério? Quando você vem pra cá? Poderíamos colocar o papo em dia!

Toquei a campainha. Ouvi o barulho ecoar do outro lado da linha, e ele disse:

Espera um pouco que eu vou atender a porta aqui.

Quando ele a abriu, continuei com o telefone na orelha e falei:

Que tal se fizéssemos isso… agora?

Ah, Blaine. O melhor amigo. Aquele que me acolheu na hora certa e me empurrou para enfrentar o medo de falar sobre Rachel e nosso assunto mal resolvido – e que agora, estava tão concluído quanto a última temporada de “24 Horas”.

E se você escrevesse sobre a Rachel?

Surtou, foi? — Respondi, por impulso.

Qual é o problema? Ela foi uma parte importante da sua vida anos atrás, era sua irmã adotiva, você a amava de uma forma muito maior do que como irmão e só isso que eu falei agora daria um mês de histórias sobre isso.

Mas ainda é algo relativamente recente. Não sei se estou pronto para lidar com isso outra vez.

Recente só na sua cabeça. — Um ar de preocupação invadiu a sala. — Finn, a Rach se foi há mais de dez meses.

Assenti. Por mais que eu quisesse contestar, no fundo eu sabia que ele tinha razão. Eu ainda não havia superado a ida de Rachel.

Além do mais, foi você quem deixou-a ir. Pela lógica, você já deveria ter superado isso.

Como tudo aquilo passou tão rápido? Pensei que a coluna semanal sobre Rach tinha estreado ontem, não antes disso. Relembrar todos os momentos únicos e mágicos que vivi com ela... os dilemas dos meus colegas de trabalho... o Halloween que resultou na morte de Jesse St. James e na inserção de Ryder Lynn na nossa sociedade... a vinda da minha filha para New York... como tudo passou tão rápido?

É difícil para você acordar todo dia sem saber onde está o amor da sua vida?

Gelei. Não sabia como responder aquela pergunta sem me desabar em lágrimas ali. Sim, eu me lembro dela todo santo dia, mas como contar isso para uma colega que parece interessada em mim?

Na verdade, sim. Abro meus olhos e a primeira coisa que quero fazer é fechá-los novamente e ter um novo sonho onde ela esteja aqui, comigo, em todos os momentos.

E você… gostaria de poder vê-la novamente? — Quinn endireitou sua cabeça, como se fosse uma jornalista me entrevistando.

Não sei. Acho que seria um choque muito grande tanto para mim como para ela.

Ficamos estáticos por alguns segundos, sem pronunciar uma única palavra naquele ambiente. Apenas encarando o nada e pensando em coisas aleatórias, até que sua voz vociferou:

Quer que eu te ajude a achar Rachel Berry-Hudson?

Os dias que vivi tentando encontrar a minha Rachel, incluindo o dia da proposta, foram os mais marcantes para mim. E New York continuou sendo o “pano de fundo” dessa investigação que teve ótimos resultados. Finalmente encontrei o amor da minha vida. Conversei abertamente com ela. Juntei a família (eu, Rachel e Mad) com a qual sempre sonhei desde a briga judicial que fez minha mãe, Carole, garantir a vitória sobre a guarda legal de Madison nos tribuinais – ainda que tenha sido com o apelo de uma fogosa Santana Lopez. Ah, Santie... outra grande memória que não sairá da minha cabeça.

Finkenstein?

Eu reconheceria a pessoa criadora daquele apelido em qualquer lugar.

Santana Lopez! — Ela rapidamente me puxou para um abraço, e depois nos separamos.

Bom te ver por aqui, grandão. O que faz no The New York Times?

Pensei que você já soubesse.

Do quê?

Trabalho aqui agora. Como colunista.

Meus parabéns, Hudson! Já estava na hora de você conseguir o emprego dos sonhos, no lugar dos sonhos, com a colega dos sonhos.

Você não perde uma chance de se vangloriar, não é?

A zoeira nunca terminará, querido. Enquanto isso, eu trabalho como secretária de um colunista de atualidades no mesmo andar que o seu. Parabéns, seremos quase vizinhos.

Isso vai ser épico.

Respirei fundo, puxando aquele ar puro – puramente poluído, digo – de New York City para dentro de meus pulmões. Nunca tinha feito aquilo. Por mais que seja uma atitude simples, é algo que liberta a pessoa. E é respirando aquele ar – e contraindo uma pneumonia no futuro – que eu finalmente me dou conta de que estou bem. Estou exatamente onde eu deveria estar. Realizei meu sonho de escrever para um jornal conhecido. Realizei meu outro sonho de reencontrar Rachel.

Uma funcionária trouxe Rachel, que estava com as mãos algemadas e a cabeça baixa. Ela não disse nada ao entrar na sala, mas eu me deixei ser levado pela emoção e levantei meu corpo da cadeira, abraçando-a poucos segundos depois. […] E por um segundo, esqueci todos os sete anos que se passaram depois que ela sumira. Esqueci as noites que passei em claro, pensando em onde e como ela estaria naquela hora. Esqueci os momentos que passei com Quinn e Artie, procurando alguma pista que levasse ao paradeiro da minha amada.

Oi, Rachel. — Foi só o que consegui dizer, ainda abraçado a ela.

Oi, Finn. — Ela respondeu.

Depois daquele momento de nostalgia, decidi retornar ao apartamento para conferir se os quatro babás se deram bem na tarefa de cuidar da Madison. Sem a menor das cerimônias, arrastei o portão para o lado, revelando uma cena um tanto quanto curiosa – e divertida, a meu ver: Sebastian e Artie sentados no sofá, erguendo as mãos para um lado e para outro, como se estivessem dançando na sintonia com alguma música... e Quinn, Santana e Mad com escovas de cabelo nas mãos e cantando algo que reconheci ser “Love Will Tell Us Where to Go”, da Bridgit Mendler.

“Assuma o mundo, vamos enlouquecer. O amor nos dirá para onde ir. Eu serei sua garota, seja meu bebê. O amor nos dirá para onde ir... oh, oh, oh, por uma noite escura... oh, oh, oh, sem um nascer do sol... oh, oh, oh, nós ficaremos bem. O amor nos dirá para onde ir.”

— OK, o que está acontecendo aqui? — Interrompi a brincadeira, ganhando olhares furiosos dos cinco que estavam ali. — Não poderiam ter ido a um karaokê pra isso?

— Se saíssemos com a Madison, você reclamaria. Se ficássemos aqui com a Madison, você também reclamaria. Então juntamos o útil com o agradável. — Artie interveio, com seus argumentos que me venceram de imediato.

— É, nisso vocês tem razão. — Dei de ombros e as meninas iam voltar a cantar, mas interrompi outra vez. — Santana, posso falar com você agora?

— Porra, estou ferrada. — Sussurrou tão baixo como uma ovelha berrando nos campos. — Vamos lá para fora.

Ela me acompanhou até que eu fechasse a porta do apê, quando já estávamos do lado de fora. E foi direto ao ponto em seguida.

— O que você quer?

— Calma, quanta brutalidade em uma frase só... — Falei sarcasticamente, recebendo um soco no braço como resposta. — Tudo bem, tudo bem, eu vou logo no assunto: como estão as coisas em Lincoln?

— Se está falando do Blaine... ele está feliz. Muito empolgado com as novas perspectivas do próprio futuro. Sério, Finn, ele parece uma nova pessoa agora.

— Fico magoado comigo mesmo só de lembrar que eu não pude ir para lá. Queria ter conversado com o Anderson.

— Acredite, o garoto gel disse o mesmo sobre você. Até o obriguei a nos visitar um dia desses...

— Você não roubou dinheiro da conta do Blaine só para ele vir aqui em New York pegar de volta, não? — Perguntei, relembrando de um momento da juventude em que Santie realmente fez isso.

— Não cheguei a esse ponto. Só o fiz prometer na frente do clã Hudson. — Sorriu maliciosamente.

— Falando em clã... soube que os Anderson e os Lopez dividiram a ceia de natal com os meus pais, confere?

— Confere. Você só esqueceu da parte em que o Seb me pediu em namoro na frente de todos eles.

— SANTA GIOVANA DOS FORNINHOS! — Gritei, talvez um pouco alto demais, porque um vizinho berrou “Vai dormir, desgraçado” logo depois. — Como foi isso, garota?

E esse é um breve resumo – com minhas palavras – do que aconteceu naquela hora.

Com licença, caros amigos. Eu gostaria de fazer uma coisa aqui na frente de todos. — Sebastian levantou-se de seu lugar e bateu alguns sinos que estavam por perto. Afinal, o que não faltam no Natal são sinos para badalar.

Ih, lá vem... — Blaine revirou os olhos, já prevendo o que aconteceria. Aparentemente, Santana foi a única que não se tocou do que viria a seguir.

Há algumas semanas eu venho tendo uma relação diferente com Santana Lopez. Além de ser a minha secretária no The New York Times, ela também é... relativamente uma amiga. — Franziu as sobrancelhas ao falar “relativamente”. — Chegamos a ter uma relação apenas sexual.

Calma, queridos, não fiquem horrorizados. Ele é bom de cama. — Santie ergueu a mão para falar estas palavras. — Acho que piorei a situação... mas continue, Sebdiota.

Então... desenvolvi sentimentos inexplicáveis por essa mulher. E esses sentimentos podem se resumir numa única palavra: amor.

Acho que vou chorar. — O Anderson mais jovem fingiu enxugar lágrimas de seus olhos.

Cale-se, Blaine. — Maribel, a mãe de Santana, vociferou para ele. — Quero ver onde isso vai dar.

Mãe, por favor...

Cale-se você também, menina. — Advertiu, e voltou seus olhos para o orador do momento. — Continue, Smythe.

Santana, eu te amo como nunca amei outra pessoa nesse mundo. Dispensei Harmony Destiny um dia desses simplesmente por sua causa. Vi o quanto você evoluiu nos últimos tempos e tenho de admitir, evoluiu para melhor. Tanto como pessoa como em outra coisa que eu não posso citar aqui porque tem crianças no recinto. — Todos no ambiente se permitiram rir daquilo, já que as “crianças” as quais Sebastian se referia eram as irmãs mais novas de Santie. — E eu não quero ser apenas seu parceiro. Nem apenas seu chefe. Quero ser muito mais que isso. Então eu venho aqui, na presença de todos da família Lopez, pedir a mão de Santana em namoro.

Expressões múltiplas surgiram no rosto da latina. Ela estava sem entender aquilo. Como assim, seu próprio chefe estava pedindo-a para ser sua namorada? E ainda mais na frente da família inteira? Primeiramente, ela pensou na vergonha que tinha sido aquilo. Mas ao ver o rosto esperançoso e sincero de Sebastian, jogou tudo para o alto.

Tudo bem, eu aceito ser sua namorada. — Gritos e aplausos eclodiram no lugar, mas logo foram interrompidos por ela mesma. — Mas eu quero que minha escrivaninha fique dentro do seu escritório. Não fora.

— Você disse isso mesmo, Lopez? Não acredito. — Arregalei os olhos e me pronunciei após ela contar essa história toda.

— Vai por mim, ele disse que faria o que fosse possível para que eu ficasse satisfeita.

— Eita... ele está tão ferrado... — Ironizei, já puxando o portão da casa de novo.

— Não conta pra ele. Quero aproveitar esse momento diva.

.::.

— E então, Artie? Como vai a vida agora? — Perguntei a ele, enquanto os outros se distraíam com alguma coisa na televisão.

— Não muito diferente da época em que trabalhava para você. Tenho novos casos em cima de mim, problemas sentimentais a serem resolvidos...

— Problemas esses que se resumem em Quinn Fabray. Estou certo?

— Co-como você descobriu? — Sua voz saiu trêmula no momento.

— Eu te conheço há pouco tempo, Abrams, mas dá pra notar o que acontece contigo quando o assunto é a Quinn. Olha, saiu até um sorriso involuntário na sua cara. — Apontei para seu rosto, que já estava corado. — Além do mais, vocês são grandes amigos. O que pode dar errado se você contar a ela o que sente?

— Muitas coisas podem dar errado, Finn. Vai que ela não queira corresponder e...

— E isso é o máximo que pode acontecer: ela dizer um “não” e pronto! — Direcionamos nossos olhares para Q, que estava sorrindo abertamente para Mad na sala de estar. — Não custa tentar, Artie.

— Continuo com medo. — Tentou falar firmemente, mas ficou claro que ele morria de vontade de fazer isso.

— Deixe-me ajudar com isso... Hey, Quinn! — Exclamei para ela. — O Artie quer a sua ajuda com uma coisa aqui na cozinha!

— E por que você não o ajuda? — Vociferou do lugar onde estava.

— Porque eu... porque eu... tenho que ir ao banheiro, fui! — Saí correndo direto para o cômodo do banheiro, mas não sem antes dar uma espiadinha e conferir se a loira realmente foi até lá “ajudá-lo na cozinha”.

Andei sorrateiramente até o quarto de Madison, que ficava mais próximo de onde ambos estavam.

— Curiando as conversas dos outros, Déda? — A garota fez esse favor de entrar no próprio quarto sem avisar, dando-me um susto daqueles.

— O tio Arthur vai dizer pra tia Q que a ama, quer calar a boca?

— Agora eu quero! — Esgueirou-se para perto de mim, encostando o ouvido na parede a meu lado.

Ouvimos Artie declarar tudo, desde o dia em que a conheceu até a parte em que se viu perdidamente apaixonado por ela. De início ela ficou estática, sem entender nada; e só depois de um tempo, se permitiu sorrir e prometê-lo que pensaria no assunto. Eu e Mad saímos de seu quarto tão sorrateiramente como entramos, mas uma certa Santana já nos esperava na porta.

— Ouvir a conversa dos outros é feio, sabiam?

— Não me diga que você e o Sebastian não estavam fazendo isso, porque eu sei que estavam. — Blefei. Para ser sincero, eu nem sabia se eles ouviram tudo ou se mantiveram o foco na pegação costumeira.

— Idiota, você me paga por essa chantagem. — E não é que minha previsão estava certa?

POV Narrador

Dois anos depois…

— Então esse é o tão falado Hareton Earnshaw Smythe-Lopez? — Finn apontou para o jovem de cinco anos que se encontrava entre Sebastian e Santana, ambos parados em pé na frente de seu apartamento.

Depois de transarem uma vez sem as proteções adequadas, Santie tomou todos os cuidados possíveis com o corpo, achando que poderia ficar grávida depois. Infelizmente, uma visita rotineira ao médico causou um tornado na vida do casal: ela descobriu ser estéril. Não podia engravidar. As primeiras semanas foram de uma choradeira intensa por parte de ambos, até porque, mesmo com a relativa idade – jovens até certo ponto – já pensavam num futuro com cinco ou seis filhos correndo pela mansão de Beverly Hills. E isso não se concretizaria. Até que a própria mãe de Santana, Maribel Lopez, veio até New York para fazê-la engolir o choro e pensar na alternativa de adoção. Afinal, milhares de crianças por aí não têm o amor que só um pai e uma mãe podem dar, porque eles mesmos rejeitaram-nas no início de suas vidas.

Sem pensar duas vezes, o casal Sebtana – como Quinn costuma apelidá-los – iniciou de imediato os preparativos para adotar uma criança. Depois de várias discussões sobre menino ou menina, Finn os obrigou a ir direto para um orfanato e adotar aquela criança que cativasse os dois de uma vez. No meio de toda uma criançada alegre e esperançosa, Sebastian encontrou um garotinho franzino, desenhando calmamente em uma folha de papel, longe de toda a animação. A latina seguiu o olhar do namorado e pousou no mesmo garoto. O resultado? Hareton Earnshaw foi oficialmente adotado por eles duas semanas depois, e ganhou “Smythe-Lopez” na certidão de nascimento.

— Sim, é ele mesmo. — Seb acariciou os cabelos pretos do novo filho. — Ele ainda está meio tímido como no início da convivência, mas agora já consegue se comunicar abertamente.

— Mas somente conosco. Hareton não consegue se socializar facilmente como eu. — Santana sorriu ao olhar para o menino.

— Talvez ele possa falar mais se for com alguém de idade próxima. — Finn sugeriu. — Madison!

— Sim, papai? — A garota, que agora estava no auge de seus oito anos de idade, apareceu na sala com a mesma empolgação de sempre.

— Lembra do menino que a tia Santie disse que adotou? — Disse ele. — Este aqui é Hareton, o garoto do qual estávamos justamente falando naquele dia.

— Prazer, Hareton. Meu nome é Madison, mas pode me chamar de Mad! — Ela prontamente ofereceu sua mão direita para o mais novo.

— Oi, Mad. — Foi apenas o que ele conseguiu dizer. — Pode me chamar de Toni.

— Esqueci de falar sobre isso... — A latina interveio. — Ele criou esse apelido realmente estranho chamado “Toni”, que não tem nada a ver com o nome dele.

— Está tudo bem, tia Sant! Se eu também tenho um apelido, porque ele não pode ter? — A mais nova surpreendeu a todos com aquela declaração. — Vem, Toni, eu posso te mostrar minha coleção de desenhos!

E saiu puxando o menino para seu quarto, deixando os três adultos sem saber o que fazer.

— Bem, eu acho que ela já se enturmou com o Hareton.

— Vocês sabem que ela é sociável com todos. Nem deviam estranhar... afinal de contas, não é você mesma a mais sociável deste grupo de amigos, Santana? — O grandão ironizou, criando uma crise de risadas entre ambos os três.

— É, mas foi esse nível social que me levou a conhecer Sebastian.

— E foi isso que nos levou a viver uma história de amor em New York.

— Não se esqueçam de que eu também vivi algo assim com a Rachel.

— Sua paixão começou em Lincoln, isso não conta. — A Lopez desprezou a declaração do amigo.

— Hey, mas eu aposto que vocês lembram daquela música... — Finn relembrou o dia em que Quinn e Santana cantaram em seu apartamento. — “O amor nos dirá para onde ir”. Esse amor que eu tive por ela me trouxe a New York, e olha como estou agora!

— Faz sentido. Vou ter de concordar com ele, querida. — Seb comentou. Infelizmente, ela mostrou o dedo do meio para ele e para Finn.

— Vocês dois não prestam. Finkenstein, não vou falar contigo por 24 horas. Sebastian... greve de sexo por 24 semanas.

— Amor, não faz isso comigo.

— Ah, eu faço, sim! E já comecei a minha meta! — Saiu porta afora, deixando o namorado e Finn ainda no apartamento.

— Sebastian, você está tão ferrado...

— Quem diria que eu ia viver uma história dessas na cidade que nunca dorme?


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Notas finais do capítulo

E então, pessoas? Gostaram desse final? Curtiram toda a trajetória de NYLS até aqui? Comentem. Deixem suas - quase - últimas palavras sobre a história aqui... favoritem. E recomendem, caso o amor esteja tão grande assim!
Finn Hudson e toda a trupe do The New York Times agradecem a atenção que vocês deram à New York Love Story, e espero que a gente se veja por aí em outras fics!

P.S. Vejam os novos trailers da fanfic White Is The New Black, e preparem-se para a grande estreia dessa parceria com a Chery Melo, que acontece NO PRÓXIMO SÁBADO, ao mesmo tempo em que o epílogo de NYLS é postado e HIMYM é atualizada!
https://www.youtube.com/watch?v=dnlXwJ_hUTw
https://www.youtube.com/watch?v=GqKhF93ST5M



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