New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 24
Nobody Said It Was Easy, Part 2/2


Notas iniciais do capítulo

E cá estou eu com a segunda parte do capítulo de hoje. Espero que curtam, desmaiem como a Juliana (ela apareceu no telejornal do meu Estado, sabiam? Foi tão legal!) e comentem ao terminar a leitura de hoje, a reta final se aproxima... e os próximos episódios serão especiais de Natal! Quem aí está preparado para os bonecos de neve?

Boa leitura, e continuem ouvindo The Scientist ;)



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Sam saltou para a cama, e ao sentir seu corpo acima do travesseiro, empurrei o canivete com toda a força que tinha em meu braço direito, fazendo o objeto perfurar o espaço existente e entrar exatamente onde eu queria: na região do coração de Sam Evans.

Vadia! Por que fez isso? — Pronunciou em voz alta, quase parando de falar.

Hey, por que está gritando? — Tapei sua boca com minha mão livre. — Achei que seria melhor te matar, Sam... eu não aguentava mais a sua presença. Eu devia ter te deixado cair daquele balanço quando pude. — Puxei de volta o canivete, que estava imundo de sangue.

E-era v-você?

E então ele expirou profundamente, dando a entender que havia morrido no instante em que descobrira que eu já o conhecia de outros carnavais. Morreu de olhos bem abertos e arregalados; fechei-os delicadamente.

Sim, era eu, Sam. Sua namoradinha de infância.

— Rach, do que está falando? — Finn me interrompeu. — Você já conhecia o Sam?

— Ele também era órfão, Hudson. — Respondi friamente. — Ele e sua irmã Brittany eram meus melhores amigos na minha época de orfanato. Eu tinha uma amizade especial com Sam, mesmo tendo apenas nove anos. Ele foi o primeiro garoto que me beijou na boca, e fomos “namoradinhos felizes” por apenas alguns dias. Mas um dia ele e Britt foram adotados por um casal de malucos... no último dia dele antes de ir embora, estávamos brincando no balanço. Eu o empurrava e ele se divertia. Só que eu o empurrei tão alto que ele quase bateu a cabeça numa parede de tijolos que estava sendo construída na frente desse balanço. Eu estava triste pelo nosso “término” e ia deixá-lo sofrer aquele trauma, mas o bom senso tomou conta de mim e puxei-o de volta. — Coloquei todas aquelas palavras para fora, sem pausas.

— Por isso você gostava tanto dele... e por isso o matou.

— Meus parabéns, detetive Hudson. — Ironizei, batendo palmas em seguida.

— Mas quando e como você descobriu que estava grávida?

Depois daquela noite na qual nós tivemos nossa primeira vez, fugi de New York e consegui telefonar para minha mãe, que sem perguntar o que eu tinha feito, mudou meu nome para Rachel Barbra Berry – sem o Hudson – e excluiu você e sua mãe de todo o meu currículo da vida. Com meu nome limpo, voltei à metrópole e descobri que a polícia já sabia da minha existência. Então eu simplesmente me entreguei à Justiça e fui presa.

Mais de um mês depois, comecei a sentir enjoos cada vez mais consecutivos e vomitei na cela quando a carcereira Shannon Beiste me contou que a data do meu julgamento já havia sido firmada. Ela – ou ele, até hoje não consigo entender – me fez ser levada a um médico e ele constatou que eu estava grávida.

Entrei em um choque tão grande com a notícia que, na primeira oportunidade que tive, tentei abortar a criança que existia dentro de mim. Infelizmente, o tiro saiu pela culatra e eu fui conduzida a uma cela solitária. Mesmo presa, recebi os cuidados necessários para o desenvolvimento da gravidez, e quando eu descobri que era uma menina, comecei a sentir um afeto por ela.

Já pensou em um nome para sua filha, Barbra Berry? — Shannon perguntou-me uma vez, quando eu cantei algumas notas de “O Holy Night” para a menina, que já ocupava um espaço considerável em minha barriga... resultado de cinco meses de gestação.

Por que está perguntando? — Respondi, de forma dura.

Ela precisa de um nome quando forem editar a certidão de nascimento dela.

Eu apenas sei de uma coisa: ela é Madison Catherine. — Permiti-me sorrir pela primeira vez em meses, voltando a cantar o hino solenemente.

— E antes que o nosso tempo de conversa acabe, acho que você merece saber como sua filha nasceu. — Senti minhas defesas de sarcasmo baixarem pouco a pouco. — Por mais que eu não queira contar...

— Por favor, me diga. — Finn interveio.

— Tudo bem. Mas é um pouco traumático.

Era o dia do meu julgamento. Eu seria penalizada de alguma maneira por homicídio duplamente qualificado cometido a Samuel Evans, e minha gestação de oito meses poderia até ajudar na pena, mas não o suficiente. Beiste se comprometeu a me conduzir em segurança até o Tribunal de Justiça. Porém, já no corredor principal do presídio, senti fortes contrações – como nunca sentira antes – em minha barriga, e a placenta se rompeu logo em seguida. Caí de joelhos no chão, e não consegui me levantar até que trouxessem uma cadeira de rodas.

Fui conduzida até o hospital mais próximo – coincidentemente, era um hospital próprio da Polícia Militar – e pelo fato de que a placenta já havia se rompido, meu estado era de emergência; então fui levada até uma sala de cirurgia. Apenas Shannon pode ser liberada para ficar ao meu lado naquela situação, e enquanto a médica me encorajava a forçar a saída da criança, a carcereira apertava minha mão cada vez mais forte, pedindo a mim para que eu liberasse logo o bebê ou então ambos morreríamos por falta de ar.

Depois de minutos torturantes, pude soltar um suspiro de alívio ao ouvir um choro estridente invadir a sala. Madison Catherine Berry nascera, e eu não pude conter a emoção.

Posso vê-la? — Perguntei, ainda sem muita força para falar. — Por favor, é a minha filha.

Tem de ser rápido. Foi um parto prematuro, Rachel... — A médica me mostrou Madison. — Ela terá de permanecer na incubadora por um tempo.

Mas deixe-me tirar ao menos uma foto... é o que eu peço antes de meu julgamento penal. — Pedi com clemência, enfraquecendo minha aura de “forte como um muro” por segundos.

Beiste logo retirou seu celular do bolso, e quando recebi Mad em meus braços, só tive tempo de sorrir brevemente para a câmera. [N/A: Vamos fingir que os celulares de 2007 tinham câmera, certo? Certo.] Minha filha foi retirada de meu colo logo depois, e levada para fora da sala.

— Acabou o tempo de visita, sr. Hudson. O senhor terá de ir embora. — Um dos policiais que encontrei na entrada do presídio entrou na sala, dando espaço para que a mesma carcereira de antes viesse buscar Rachel.

— Tudo bem, eu já ouvi o que precisava. — Menti, mas eu sabia que ainda haviam questões não solucionadas com ela. Já estava saindo do ambiente quando...

— Finn. — Ela chamou meu nome.

— Sim? — Virei-me para trás.

— Eu terei alguns dias de liberdade neste Natal. — A baixinha falou.

Mas o que ela queria dizer com aquilo? Eu poderia ficar com ela no feriado? Ela queria rever a filha? Ou ela apenas disse isso por dizer? Não, ela não me chamaria do nada só para dizer algo banal. Pensei em algo que poderia ajudar.

— Vou pensar nisso. — Respondi, abrindo um tímido sorriso depois.

Eu não sei se minha intenção de dizer a ela que poderia ficar comigo no Natal deu certo, mas deu para notar que ela mostrou suas covinhas pela primeira vez em anos.

É, eu acho que dei sorte nesse feriado.

POV Sebastian

Tomando meu café relaxadamente, pude espairecer minha cabeça e jogar para a “lixeira mental” tudo que só estivesse ocupando um espaço desnecessário em mim. Santana era uma das minhas prioridades a partir daquele momento. O próximo Natal seria decisivo, e se eu não tomasse logo uma atitude, nossa relação ficaria para sempre na base do “sexo sem compromisso”. E pior do que ter uma “amizade em outro nível” com uma mulher, é ter uma relação sexual com Santana Lopez e nada mais além.

Meu planejamento era simples, objetivo e rápido: pedi-la em namoro – sério – na frente dos amigos e família logo antes da meia-noite que marcaria o feriado natalino. Mas tudo dependia do humor da latina: se ela estivesse mais alegre, eu o faria; se o estresse reinasse, pediria apenas na manhã seguinte. Em ambos os casos eu poderia estragar tudo; mas ao menos eu diria “bom, eu tentei” depois. E se ela realmente me amasse como eu a amo, as chances de aceitar o pedido aumentariam consideravelmente.

— Sebastian Smythe, precisamos conversar.

— Oi? Harmony?

Fiquei perplexo quando ela tomou uma cadeira que sobrava em minha mesa e sentou-se nela. Seu olhar parecia ser vingativo, então não questionei aquela ação. E provavelmente ela viera para pedir explicações sobre o nosso término no passado... “Isso não será fácil”, pensei.

— O que faz aqui, Destiny? — Perguntei.

— Pondo em prática o final da minha vingança.

— Vingança? Do que você está falando, criatura?

— Acha mesmo que Jesse St. James fez tudo aquilo porque não estava sendo reconhecido no trabalho? Acha mesmo que aquelas fotos suas com a Santana vazaram por acaso? — Harmony jogou todas aquelas palavras sem parar.

— Você... estava por trás disso? — Bati minhas mãos na mesa.

— Sim, eu estava. Pensei que aquilo te destruiria por dentro e que você logo pensaria no nosso término brusco.

Fiz cara de interrogação. Mesmo tempos depois, Harmony Destiny ainda achava que tudo era sobre ela, que o mundo girava em torno das suas vontades. Eu nunca pensei no envolvimento dela naquelas histórias; mas se realmente era sua intenção me destruir, e se ela se achava mesmo “a tal”...

— Bom, eu tenho o prazer de lhe informar que seu plano não deu certo.

— Ah, é? Por quê?

— Porque tudo o que você “fez” — Apontei mesmo com as aspas, me julgue — não atrapalhou a minha vida. Pelo contrário, só me fez evoluir. Só fez o amor da minha vida, de nome Santana Lopez, evoluir junto. Todos naquele prédio melhoraram. Jesse St. James foi como uma água passageira: veio e foi embora na mesma velocidade. Aquelas fotos? Cassandra só nos repreendeu e mais nada. Ninguém comentou porque eu ainda não sou reconhecido. Mas você... — Comecei a rir ironicamente.

— Eu o quê?

— Se você não sumir da minha vida a partir dos próximos trinta segundos, você vai se ferrar totalmente. Eu conto a todos a vigarista que você foi ao induzir Jesse a cometer crime de sequestro. Eu conto a todos que você deu uma de paparazzo sem autorização de empresa alguma. — OK, essa última parte não fez o mínimo sentido. — Você acha que destruiu a minha vida, quando eu posso destruir a sua de verdade.

— Vai direto ao ponto!

— Direto ao ponto? CAI FORA DAQUI, MULHER! — Levantei-me da mesa, gritando em alto e bom som para que os funcionários e os poucos clientes pudessem ouvir.

Harmony saiu com o rosto enterrado nas mãos, como se fosse chorar. “Ela devia ser atriz da Broadway, não jornalista”, ironizei mentalmente. E pelo que parece, alguém ouviu a nossa conversa e começou a aplaudir, sendo seguido de todas as outras pessoas que estavam ali. Meu pequeno momento de fama fora interrompido por uma mensagem de Finn.

Já saí do presídio, emoção atrás de emoção. Pode vir me buscar? — Finn”

Estou indo, vou querer saber de tudo antes da Santie. — Sebastian”

Canalha, ela vai saber disso! — Finn”

Não se eu te contar uma coisa. Morra na ansiedade enquanto eu chego. — Sebastian”


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Notas finais do capítulo

Sebastian sambando com salto 15cm na inimiga, gostaram? Ele jogou na cara da Harmony o que vocês provavelmente já sabiam: a evolução dentro de nós vem depois das lutas e das perdas. Verdade ou fato? ~sem sentido~
E a gravidez/nascimento da Madison Catherine? Quase babei quando reli o que havia escrito, espero que tenha sido emocionante o bastante para vocês :) Agora é a hora de comentar!

O Natal está aí só restam duas one-shot's no projeto a serem postadas, você não vai querer perdê-las, certo?
http://fanfiction.com.br/historia/570896/Deixe_a_Neve_Cair/
Desde já, desejo Boas Festas o/



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