New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 23
Nobody Said It Was Easy, Part 1/2


Notas iniciais do capítulo

EITA, GIOVANA! Hoje teremos DOIS capítulos! O porquê disso? Simples, a inspiração bateu em excesso e eu escrevi quase 4 mil palavras, então precisei dividir o capítulo ao meio para não judiar da paciência de vocês (acabei de provar meu amor pelos leitores, mereço favoritos!) ;)
Traduzindo o título: "Ninguém Disse Que Seria Fácil". Recomendo que hoje ouçam The Scientist - versão gleek, de preferência - enquanto leem as duas partes, certo? Hoje teremos Rachel incorporando a Piper de Orange Is The New Black, revelações e mais bombas... e reencontro Finchel depois de sete anos! Já morreram? Não? Ótimo, sobrevivam para os comentários :)



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POV Finn

— Sente-se preparado? Sabe, para ver a Rachel e tal... — Sebastian falou, depois de vários minutos em silêncio.

Ele estava me dando uma carona até a penitenciária onde Rachel fora condenada a ficar, já que eu logo pensei em visitá-la. Foi uma decisão que eu tive de esconder da Madison, ou então ela me obrigaria a trazê-la. E como toda a humanidade deve saber, crianças não entram em presídios nem por vontade própria.

— Sinceramente? Ninguém está preparado para nada nessa vida. Mas é bom enfrentar as coisas, assim a gente prova que sabe se virar diante do que vem.

— Finn, você é o novo Sócrates, só pode. — Ironizou, rindo levemente em seguida porque aquela piada não tinha mesmo tanta graça assim.

— O que vale é a intenção, certo? — Expirei. — E então? Como vai a sua relação ninfomaníaca com a Santana?

— Não conta pra ela, mas eu quero avançar para algo mais sério desde nossa última conversa... eu pedi para ir a Lincoln com ela para o Natal e, bem, acontece que eu vou.

— Vai ser bom te ver lá também, vai que vocês se casam logo... — Arqueei discretamente a sobrancelha.

— Do que está falando?

— Nada, Sebastian. Depois eu te conto. — Sorri maleficamente para o espelho retrovisor, mas foi tão rápido que ele nem deve ter notado.

— Chegamos, Finn. Está entregue. — Disse ele, quando finalmente havíamos chegado ao presídio onde Rachel se encontrava, a alguns quilômetros do centro da metrópole.

— Obrigado por ter me trazido até aqui, Sebastian. Eu não chegaria a tempo se não fosse pela carona.

— Só estou ajudando meu amigo a encontrar a mãe de sua filha. É errado?

— Claro que não. — Mesmo sabendo que foi Santana quem o forçou a vir (ele não viria de boa vontade, convenhamos; ninguém viria), dei de ombros. Abri a porta do passageiro e finquei meus pés no chão. Voltei minha cabeça para a janela após fechar a porta. — Vai esperar aqui?

— Vou tomar um café e volto. Você vai demorar um pouco mesmo...

— É, realmente vou. Enfim, até mais!

Ele deu partida no carro e saiu, deixando-me em frente às grades que cercam o local. Dois policiais estavam na parte da grade que poderia ser aberta.

— Nome e intenção. — Um deles disse, quando cheguei mais perto.

— Finn Christopher Hudson. Vim visitar Rachel Barbra Berry.

— Espere aqui. — O outro se pronunciou. — Vamos ligar para a diretoria para autorizar a sua entrada.

Fiquei parado ali, em pé, esperando a autorização para entrar naquela cadeia. A cada segundo que se passava, a ansiedade em reencontrar Rachel depois de sete anos aumentava dentro de mim. Quero ver e tocar seu rosto macio e confortante. Quero abraçá-la, sentir seu cheiro inocente e único que existia ao menos alguns anos atrás. Quero sentir seus lábios chocando-se contra os meus, selando um beijo que poderia ter se repetido várias vezes se ela não tivesse desaparecido. Quero ver a mesma Rachel de 2007. Mas sei que isso não acontecerá. Em vez disso, provavelmente encontrarei um rosto marcado pelo tempo na cadeia e um semblante bem decepcionante.

O portão se abriu, e um dos homens que estavam lá me conduziu até uma sala iluminada por apenas uma lâmpada pendurada no teto. Havia uma mesa com apenas duas cadeiras posicionadas de lados opostos. Sentei-me numa delas, e levei um “chá de cadeira” esperando que outros carcereiros trouxessem ela. Mas a espera que parecia interminável logo teve fim. Uma funcionária trouxe Rachel, que estava com as mãos algemadas e a cabeça baixa. Ela não disse nada ao entrar na sala, mas eu me deixei ser levado pela emoção e levantei meu corpo da cadeira, abraçando-a poucos segundos depois.

A baixinha ficou imóvel diante do que fiz. Não retribuiu o abraço, apenas ficou com a cabeça encostada em meu peito, enquanto eu tinha meu queixo em cima de seu cabelo, que já não era mais tão sedoso e macio como antes. Estava áspero, mais curto e com vários fios rebeldes tomando caminhos diferentes. Sorri involuntariamente, deixando meus dentes à mostra. Senti que ela respirava profundamente encostada em mim... e foi tão bom sentir aquilo de novo.

E por um segundo, esqueci todos os sete anos que se passaram depois que ela sumira. Esqueci as noites que passei em claro, pensando em onde e como ela estaria naquela hora. Esqueci os momentos que passei com Quinn e Artie, procurando alguma pista que levasse ao paradeiro da minha amada.

— Oi, Rachel. — Foi só o que consegui dizer, ainda abraçado a ela.

— Oi, Finn. — Ela respondeu, afastando-se de mim.

Sentamo-nos nas cadeiras correspondentes e nos encaramos por breves segundos. Meus olhos marejados e os dela secos como folhas de outono. “Cara, de onde eu tirei essa melancolia toda? Eu, hein”, pensei comigo mesmo, enquanto procurava algo para falar e quebrar o silêncio.

— É... eu tenho tantas coisas a perguntar, não sei por onde começo. — Soltei. “Ah, que entrada patética, Finn Hudson, valeu”, pensei outra vez.

— Do começo, ué. — Ao menos ela não mudou na ironia.

— Tem uma coisa que me intriga, sabe, desde quando descobri onde você esteve. — Ela fez uma cara de interrogação. — E sim, foi Shelby quem contou.

— Porcaria, por que ela fez isso? — Sussurrou, tão baixinho que eu quase não ouvi. — Enfim, o que te intriga?

Sua reação fora tão fria e insensível que nem me dei ao luxo de reclamar... como ela pode mudar tão drasticamente ao longo destes anos?

— Por que você não me disse onde esteve? Eu poderia ter te visitado sempre que pudesse. Eu poderia até trazer fotos da Madison, para que você acompanhasse o crescimento dela. Poderia ter ficado ao seu lado durante todo esse tempo. — Se antes meus olhos estavam marejados, agora já estavam a ponto de expulsarem as lágrimas. — Eu te amei, Rachel. Eu ainda te amo. Mas nunca consegui engolir os seus motivos para se afastar de mim. Pode ao menos me explicar isso?

— Claro, eu podia muito bem chegar até você e dizer: “Oi, não nos vemos há um tempo, eu matei meu ex-namorado, mudei meu nome, não contei pra ninguém e fui presa porque quis e ainda assim tive sua filha na prisão”. Não seria a coisa mais fácil do mundo? — Olhou para mim com desprezo. — Você me apoiaria se soubesse que eu tinha matado um cara e ainda ficado grávida nesse tempo?

Parei por alguns segundos, procurando uma resposta que fosse a ideal, mas ela interpretou erroneamente.

— É claro que não me apoiaria. Homens sempre são assim.

— Desculpe se te ofendi. Não era minha intenção...

— Vai querer saber como eu vivi esses anos todos ou não? — Interrompeu-me de modo brusco. — Porque, de repente, eu senti uma vontade de te contar. E vontade que vem, também vai na mesma velocidade.

— Então, me diga. — Respondi na mesma frieza. Se era assim que ela se comportaria pelo resto daquela conversa, responderia da mesma maneira. Afinal, ninguém disse que aquilo seria fácil; mas nenhum ser humano me avisou que seria tão difícil.

POV Rachel

Finn havia desmaiado logo após bater a cabeça contra a madeira do guarda-roupa. Sam estava nu na minha frente, e eu, ainda amarrada, não podia fazer nada fisicamente possível para impedi-lo de abusar de mim. Mas eu notei um pouco antes que a mordaça em minha boca poderia ser folgada com um pouco de esforço. Então eu fiz o máximo que pude com aquela parte, e graças a Deus minha boca ficou livre antes que aquele loiro nojento injetasse seu órgão em mim.

Livre-me disso, por favor! — Gritei, quando ele já estava a ponto de entrar.

Por qual motivo eu faria isso, docinho?

Porque eu posso te dar algo muito melhor do que isso. — Blefei, mas com tanta voracidade na voz que Sam pareceu acreditar de imediato.

E o que seria? — Perguntou, com os braços ainda por cima da minha cabeça e mãos encostadas na cabeceira da cama.

Um presentinho de Halloween para você. — Sorri maleficamente, mas por dentro eu estava morrendo de medo do que poderia vir em seguida.

Como posso acreditar em você? Está namorando o próprio irmão adotivo...

Mas eu posso te provar que ainda sinto algo por você! Só me liberte dessas amarras e eu te darei uma noite inesquecível. — Menti de forma descarada, ainda esperando que o loiro pudesse crer nas minhas palavras.

Inesperadamente, Sam desamarrou os panos que me prendiam à cama e vestiu-se adequadamente, me ajudando a ficar de pé logo depois. Não entendi o porquê daquelas ações, mas aproveitei para aprofundar meu jogo.

Tem um motel nesta mesma rua. Encontre-me lá em quinze minutos, vou colocar minha fantasia novamente. OK? — Senti-me obrigada a beijá-lo, o que fiz rapidamente para que não fosse significativo para mim. — É uma promessa.

Tudo bem. Mas eu saberei quando estiver mentindo, querida. E se você não for, eu mesmo venho aqui e gravo nossas últimas memórias. — Apesar da intenção de ameaça, sua voz soou tranquila. “É assim que os psicopatas agem, criatura”, pensei comigo mesma. Ele se aproximou de meu pescoço e depositou um selinho ali. Fiz cara de nojo, mas voltei a sorrir quando ele já se encontrava com os olhos presos ao meu rosto. — E é bom que seja inesquecível.

Ah, vai, sim... — Sussurrei para mim mesma, vendo-o sair pela porta do quarto.

Só depois de ouvir a batida de porta lá da sala de estar, pude respirar em alívio. Eu iria, sim, mas não daria a ele o que queria. Então, com cuidado, arrastei Finn até a cama, enrolei-o nos lençóis e dei um selinho em sua testa, sussurrando um “volto logo” depois. Com Finn, não havia muito o que fazer a não ser esperar que acordasse, por isso o deixei ali e vesti minha fantasia novamente, pondo um casaco que cobria todo o meu corpo e saindo do apartamento poucos segundos depois. Ah, e carregando um canivete suíço na mão.

.::.

Chegando ao motel, perguntei à recepcionista qual era o quarto de um hóspede chamado Samuel Evans. Ela sorriu discretamente – provavelmente ele contara que eu chegaria – e me deu as orientações necessárias. Subi pelas escadas, sabendo que as câmeras do elevador poderiam flagrar o meu nervosismo, e cheguei ao 4º andar após vários degraus escalados. A porta correspondente ao quarto 403 estava escancarada. “Ele pensou em tudo, menos no que eu posso fazer agora”, pensei.

Parada em frente a porta, comecei a ficar em dúvida sobre minhas próximas ações. Seria o ideal matá-lo? Atrai-lo até um motel e depois enfiar um canivete suíço em seu coração como se fosse a Clara daquela novela “Passione” não estava nos planos do que eu faria futuramente. Mas se aquilo era necessário para exterminar de vez o meu único fardo da adolescência, eu o faria. Pelo meu futuro. Por um final feliz com meu Finn Hudson. Nem que eu tivesse de matar pessoas.

Abri a porta. Ouvi apenas um barulho de águas caindo de um chuveiro. Sam estava tomando banho... uma pena que aquele seria o último dele. Retirei meu casaco de corpo e deitei-me estrategicamente na cama, posicionando o canivete abaixo de um travesseiro que se encontrava em cima de mim. “Clara teria orgulho de ter uma seguidora fiel ao modo como ela matou Saulo”, pensei. Eu estava agindo de modo tão frio que me impressionei comigo mesma por ter um sangue tão gelado como o que circulava em mim naquele instante.

Você veio. — O loiro saiu do banheiro, já nu. Notei a toalha jogada em um dos cantos daquele quarto.

Venha. Eu quero te mostrar o meu lado mais obscuro. Um lado que eu nunca mostrei a ninguém... — Tentei fingir uma voz sedutora, que pareceu funcionar na situação.

Com todo o prazer do mundo, minha dama...

Sam saltou para a cama, e ao sentir seu corpo acima do travesseiro, empurrei o canivete com toda a força que tinha em meu braço direito, fazendo o objeto perfurar o espaço existente e entrar exatamente onde eu queria: na região do coração de Sam Evans.

Vadia! Por que fez isso? — Pronunciou em voz alta, quase parando de falar.

Hey, por que está gritando? — Tapei sua boca com minha mão livre. — Achei que seria melhor te matar, Sam... eu não aguentava mais a sua presença. Eu devia ter te deixado cair daquele balanço quando pude. — Puxei de volta o canivete, que estava imundo de sangue.

E-era v-você?

E então ele expirou profundamente, dando a entender que havia morrido no instante em que descobrira que eu já o conhecia de outros carnavais. Morreu de olhos bem abertos e arregalados; fechei-os delicadamente.

Sim, era eu, Sam. Sua namoradinha de infância.


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Notas finais do capítulo

E aí está como Rachel matou Sam Evans. Espero que vocês ao menos engulam para dentro os motivos que a levaram a fazer isso; mas aqui em NYLS todos estão longe de serem perfeitos. Até a Madison tem seu trauma de não se lembrar de como é a mãe. E essa foi apenas a primeira parte do reencontro Finchel, na próxima parte temos uma cena do Sebastian em discussão e o final dessa coisa aí... comentem, queridinhos :D

E como propaganda é a alma do negócio, venham conferir o novo episódio de How I Met Your Mother:
http://fanfiction.com.br/historia/565760/How_I_Met_Your_Mother



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