New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 2
The Untitled Finn Hudson Project


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo sumiço do capítulo, mas é porque eu tive que exclui-lo para consertar algumas coisas importantes para todo o enredo da história. Talvez vocês não percebam, mas tudo bem ;)

Boa leitura. Hoje tem Finchel, bitches :D



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— Então você só vai escrever aqui se esse Blaine Anderson for seu secretário? — Cassie, seu apelido sugestivo que ela mesma deu, indagou enquanto eu estava de frente para sua mesa, com meu amigo ao meu lado. Estávamos acertando os últimos detalhes para que eu finalmente pudesse escrever para o New York Times.

— Exatamente. Em toda a New York, só consigo confiar no potencial dele para isso. E, além do mais, você não sabe o que ele passa para conseguir um emprego só por causa da sua escolha de vida. — Relembrei da conversa e a emendei na frase. — E a senhorita disse que faria qualquer coisa para que eu viesse ainda esta semana. Aqui está a minha exigência.

— Tudo bem… — Deu-se por vencida e expirou. — Ele pode ser seu secretário.

— Agora sou eu que serei eternamente grato a você, Hudson. — Blaine me agradeceu, com um enorme sorriso estampado no rosto, daqueles que ele nunca deixa desaparecer.

— Então estamos quites. — Nos levantamos de nossas cadeiras, e eu apertei gentilmente a mão de Cassandra. — Espero dar o meu melhor para que nossa relação por aqui dê certo, Cassie.

— Se sua experiência nos próximos quatro meses me atrair o bastante, talvez nós sejamos bons amigos, Sr. Hudson.

— Por favor, se eu posso te chamar de Cassie, por que não me chama apenas de Finn?

— OK… Finn. Nos vemos por aí. Pode ir lá na seção de Recursos Humanos para acertar a papelada e depois fale com a minha secretária para que ela lhe indique onde ficará o seu escritório.

— Obrigado por tudo. — Falei, enquanto saíamos dali.

— Até mais! — Exclamou.

Fechei a porta logo em seguida, depois fui acertar as coisas no RH e deixei Blaine conversando com a secretária de Cassandra. Quando voltei, os dois riam e conversavam animadamente. Anotei mentalmente:

Lembrar Blaine Anderson de que o The New York Times não é lugar para fofocas.”

.::.

Garantir uma experiência de quatro meses como colunista do The New York Times é uma coisa. Mas ganhar um escritório aconchegante, com direito a vista privilegiada para toda a movimentação de NY e ainda um interfone exclusivo para conversas com o secretário, aí já é outra coisa quase diferente.

— Aproveitando a vista? — A secretária de Cassandra entrou abruptamente no meu novo escritório. Quase tive um ataque dos nervos com sua entrada brusca, mas me tranquilizei ao ver apenas… ela.

— Nunca imaginei que trabalhar aqui pudesse ser tão confortável assim.

— Vai se acostumando, Sr. Hudson.

— Por favor, me chame apenas de Finn. — Sorri. — Ah, quase ia me esquecendo de perguntar o seu nome. É estranho você saber o meu e eu não saber o seu.

— Quinn. Quinn Fabray, secretária e assistente pessoal da grande Cassandra July.

— Prazer em te conhecer, Quinn. — Fizemos um aperto de mão básico, e logo em seguida ela saiu do ambiente, dando espaço para que Blaine entrasse.

— Ela não é uma ótima pessoa?

— Blaine, há quanto tempo você a conhece para dizer isso? Dez anos? Ou dez minutos?

— Nós tivemos altos papos enquanto você resolvia suas coisas. — Respondeu, sentando-se no sofá de dois lugares localizado na parede inversa ao lado da porta. — E então, já decidiu o que vai escrever na coluna?

— Sabe que eu ainda não sei? — Acomodei-me na cadeira reclinável da mesa central, passando minha mão direita pelo meu cabelo. — A Cassie sugeriu que eu fizesse algo que pudesse atrair o público feminino do jornal, mas eu não sei se nasci para isso.

— Uma coisa que atrai e muito as mulheres: histórias românticas. Digo isso pela minha curta experiência no The Lincoln Journal quando era mais jovem.

— Pior é que você tem razão.

Eu e Blaine ainda conversamos por alguns minutos sobre os possíveis assuntos que eu poderia abordar na nova coluna. Até que, do nada, ele veio com uma ideia que me fez tremer as bases.

— E se você escrevesse sobre a Rachel?

— Surtou, foi? — Respondi, por impulso.

— Qual é o problema? Ela foi uma parte importante da sua vida anos atrás, era sua irmã adotiva, você a amava de uma forma muito maior do que como irmão e só isso que eu falei agora daria um mês de histórias sobre isso.

— Mas ainda é algo relativamente recente. Não sei se estou pronto para lidar com isso outra vez.

— Recente só na sua cabeça. — Um ar de preocupação invadiu a sala. — Finn, a Rach se foi há mais de dez meses.

Assenti. Por mais que eu quisesse contestar, no fundo eu sabia que ele tinha razão. Eu ainda não havia superado a ida de Rachel.

— Além do mais, foi você quem deixou-a ir. Pela lógica, você já deveria ter superado isso.

— Eu sei. — Respirei fundo e relaxei. — Mas e se o público não gostar da forma como eu descrevo minha relação com ela?

— Isso é o de menos, Hudson. Seja você mesmo e eu tenho certeza de que todos vão gostar de Finn Hudson, o colunista romântico. — Levantou-se do sofá, caminhando em direção à porta. — Pensa nisso, cara. Qualquer coisa que queira, estarei aqui ao lado do interfone.

— Obrigado, Blaine. — Vociferei, antes dele fechar a porta.

Ainda passei vários outros minutos andando de um lado a outro da sala, falando comigo mesmo e pensando nas possibilidades de abrir meu coração com relação a essa história tão complicada da minha vida. Não tinha tanta certeza de falar sobre Rachel Berry logo na minha estreia no New York Times, nem imaginava se conseguiria levar isso até o fim. Então, apenas para ver como ficaria, sentei-me na cadeira novamente, liguei o computador fixo e comecei uma espécie de “piloto”, como se fosse um capítulo experimental que mostrasse o início da coisa. Em meio a boas lembranças do sorriso inigualável de Rach, consegui escrever alguma coisa decente e que retratasse bem minhas impressões sobre o dia em que eu me descobri apaixonado por minha própria irmã.

Olá, querida família! Tenho novidades quentes! — Rachel invadiu a cozinha da casa com um sorriso radiante. Minha mãe, Carole Hudson, preparava uma lasanha com uma pequena ajuda minha quando a garota simplesmente irrompeu o ambiente.

Então vai contar no jantar, querida. Temos lasanha pra hoje. — Carole respondeu, pondo a comida no forno.

Mas pra mim ela vai contar agora! — Me intrometi na conversa.

Nada disso, filho. Ela vai contar no jantar.

Deixa, mãe. Eu resolvo esse problema aqui. — Rach disse, puxando-me para o jardim da casa, que ficava nos fundos.

Senti que ela não queria contar para mim antes de todos os outros, devido ao seu nervosismo visível. Deitamo-nos na grama do jardim e somente depois de alguns segundos ela dirigiu sua palavra a mim.

OK, eu vou te contar. Mas é bom fechar essa matraca depois.

Você sabe que pode confiar em mim, Berry. — Ela arqueou as sobrancelhas, como se soubesse que eu estava mentindo. — Mas fala logo.

É que… eu estou namorando. — A baixinha corou imediatamente.

SÉRIO? — Gritei, meio que sem querer, e ela rapidamente tapou minha com sua mão.

Pirou de vez, Finn? Não pode gritar! — Ela afirmou, soltando sua mão depois. — Lembra daquele menino que me levou ao baile de formatura quando ninguém quis ir comigo?

O tal de Sam Evans? — Rebati, desconcertado, por motivos emocionais.

Então, nós tivemos um encontro na semana passada e… nos beijamos.

Nossa, que interessante. Eu tô muito feliz por vocês dois, sério mesmo. — Desejei felicidades ao casal; mas já está meio óbvio que eu estava me roendo de raiva por dentro.

Obrigada, Finny. Fecha esse bico e não fale pra ninguém antes do jantar. Promete com o dedo mindinho? — Inocente como sempre foi, ela estendeu o dedo mindinho. Vi que ela não desistiria tão fácil daquilo, então me rendi.

Tá, eu prometo com o dedo mindinho. Mas vou logo avisando: isso é coisa de criança. — Falei, apertando meu dedo contra o dela.

Vou me arrumar. Te vejo daqui a alguns minutos?

Eu ainda estarei monopolizando a TV, baixinha. — Retruquei, e logo senti sua mão dando um soco fraco em meu braço.

Idiota. — Disse, afastando-se de mim depois.

Quando percebi que ela já estava a uma distância segura, debati contra mim mesmo.

P***a, seu idiota! M&**A! M&**A! É nisso que dá não revelar as coisas logo antes! É nisso que dá! — Puxei meu próprio cabelo com as mãos, em sinal de “Sou um idiota de carteirinha”. — Logo agora que eu percebi o quanto te amo, Rachel Berry! Logo agora você vem com esse seu namoradinho novo. Eu estava tão perto de te contar a verdade... — “Mentira, não estava mesmo”, pensei comigo mesmo. — Estava tão perto de me declarar… E agora, meu Deus? E agora?

.::.

— Quer que eu seja realmente sincera, Finn? — Cassandra disse assim que terminou de ler uma parte do piloto que eu havia escrito até minutos atrás. Sua expressão aparentava ser de bastante seriedade.

— Acha que eu devo melhorar ou o público provavelmente vai se agradar com isto? — Falei, tentando transparecer o mínimo de nervosismo.

— Por enquanto… Está esplêndido! — A loira sorriu, entregando-me de volta o documento. — Claro que tem uma coisa aqui e ali para melhorar, mas isso são coisas que você pode aperfeiçoar a medida que sua experiência for se expandindo. O público com certeza vai se satisfazer com seu texto. E eu não estou mentindo.

— Muito obrigado mesmo, Cassie. Não sabe o quanto eu fico feliz ao ouvir estas palavras.

— Quando terminar de escrever esta parte, me envie por e-mail e eu encaminharei para a impressão final.

— Certo, farei isso agora mesmo.

— E lembre-se de pensar no título. Já tem alguma ideia sobre qual vai ser?

— Por enquanto, não. Mas em minha cabeça, costumo chamá-lo de “O Projeto Sem Título de Finn Hudson”.

— Se fosse o título real, até que não seria tão ruim. Mas pense em algo melhor.

— Pode deixar.

Andei rumo à porta, quando fui bruscamente interrompido por ela novamente.

— A propósito… Esta história é real mesmo?

— Não que eu queira me vangloriar… Mas é a história da minha vida. Não mudei nada, apenas transferi para o papel o início da aventura amorosa que vivi há alguns anos.

— Espero poder ver um final revolucionário para ela.

— Não posso garantir nada quanto a isso!

Saí do escritório de Cassandra, feliz com a recepção positiva dela acerca de meu texto inicial. Como ela trabalhava no 10º andar e eu no 8º, tive a ideia de pegar o elevador principal do prédio. Apertei o botão, e quando a porta se abriu, senti um vulto veloz passar por mim e entrar na minha frente. Sem ligar para quem fosse, entrei e apertei a tecla do oitavo andar, e logo a porta se fechou. Logo, o tal corpo quebrou o silêncio.

— Finkenstein?

Eu reconheceria a pessoa criadora daquele apelido em qualquer lugar.

— Santana Lopez! — Ela rapidamente me puxou para um abraço, e depois nos separamos.

— Bom te ver por aqui, grandão. O que faz no The New York Times?

— Pensei que você já soubesse.

— Do quê?

— Trabalho aqui agora. Como colunista.

— Meus parabéns, Hudson! Já estava na hora de você conseguir o emprego dos sonhos, no lugar dos sonhos, com a colega dos sonhos.

— Você não perde uma chance de se vangloriar, não é?

— A zoeira nunca terminará, querido. Enquanto isso, eu trabalho como secretária de um colunista de atualidades no mesmo andar que o seu. Parabéns, seremos quase vizinhos.

— Isso vai ser épico. — Nós dois rimos. — Enfim… Eu estava no escritório da Cassandra, mostrando uma parte de meu primeiro artigo.

— Interessante. Está escrevendo sobre…

— Ela. — Deixei implícito nessa única palavra. Eu sabia que ela adivinharia.

— E como criou coragem para fazer isso?

— Meu novo secretário disse que eu poderia cativar o público feminino e ainda por cima tentar superar a ida dela.

— Seu novo secretário? Não me diga que…

— É o Anderson.

— Então quer dizer que o trio mais perigoso do McKinley está de volta em grande estilo?

— Digamos que sim. O que você faria? — O elevador parou no nosso destino, e então saímos do mesmo.

— Seu secretário te dirá o que fazer hoje à noite. Prepare-se. — Dito isso, Santie saiu andando para sua pequena mesa.

E com “andando”, eu quero dizer que ela estava desfilando como uma top model, jogando o cabelo para os lados como se espalhasse o recalque com isso. É, certas pessoas não mudam com o tempo.


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Notas finais do capítulo

Amo gente que comenta, então quero ver suas opiniões. O próximo capítulo só sai no sábado, dia 16 :)



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