New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 18
How Could You Leave Me This Way?


Notas iniciais do capítulo

Hoje é domingo, pé de cachimbo, o cachimbo é de... ~idiota percebendo que foi idiota na hora errada~
Er... hey, pessoas! Acho que vocês se borraram de medo quando viram que eu não atualizei a fic ontem, certo? Digamos que a prova do Enem está acontecendo no país inteiro, e como eu não queria perder visualizações no sábado e nem na sexta, optei por postar hoje, já que todos já teriam concluído suas provas e mais à noite poderiam ler e comentar sem problemas.

Mas enfim, depois de quatro capítulos assustadores, o de hoje será mais calmo e beeem focado no Jesse Mortinho da Silva. Espero que não fiquem com raiva disso, mas Finn está mais sarcástico/safado/dane-se o adjetivo hoje, e Blaine ainda está bem fragilizado com a morte do bichinho psicopata. Ryder ainda aparece no capítulo de hoje, e depois vocês verão a importância que ele terá ;)

Boa leitura, gente!



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Depois de um velório relativamente sofrido e um enterro pior ainda, todos os entes queridos e outros que foram voluntariamente começaram a ir embora. Tá, eu realmente queria ter sido um desses a ir logo depois do fim, porque mesmo que Blaine fosse meu melhor amigo, eu não estava disposto a encarar o cadáver de Jesse St. James por outros longos minutos. O velório só foi sofrido porque todos estavam chorando. E o enterro foi pior porque todos ficaram em silêncio. Certo, eu me incomodo com as duas coisas; logo, eu tenho problemas de bipolaridade! Que lindo, universo. Eu não posso mais ser normal, é isso?

Essa revolta aí só foi possível graças às palavras do doce e ingênuo Blaine Anderson, que não conseguiu destacar um único ponto negativo do desgraçado na hora de falar. Sim, ele teve as suas palavras; a família do falecido sabia da escolha do jovem e o apoiava, por isso chamou o ex(?) para destacar alguns pontos de Jesse no velório/enterro/dane-se o momento, eu não estava prestando atenção. Eu estava me sentindo um mero telespectador dentro de um debate político. Deus, como estou sarcástico hoje.

Santana, louca como sempre, foi a primeira a dar no pé, fazendo a humanidade inteira comer poeira de tanta correria que ela deu para fora do cemitério. Quinn, Artie e Cassandra foram alguns minutos depois. Ryder alegou que ficaria um pouco mais, para visitar o túmulo de sua amada Kitty Wilde, que também estava enterrada ali. Sebastian nem compareceu; também, ele não tinha muita afinidade com o morto. Depois que todo o meu círculo social tinha ido embora, fui atrás de Blaine, que ainda estava parado em frente ao lugar onde o St. James fora enterrado.

— Blaine… você quer ir embora? — “Blaine, você quer fazer o favor de ir embora daqui logo? Obrigado desde já” era o que eu queria dizer, mas optei por respeitar o momento. — Digo… praticamente todos já foram.

— Eu ainda não consigo entender, Finn. Sei que ele tinha seus pontos negativos…

— Os piores pontos negativos para um psicopata.

— Lave a sua boca, ele não era um perturbado mental. Pode ir pedindo desculpas, não quero saber. — Vociferou, com autoridade. Blaine estava na época de defender os mortos com unhas, dentes e garras, se as tivesse.

— Então tá, né… — Falei, mais para mim mesmo. Eu não ia mesmo pedir perdão.

— De qualquer maneira, Jesse ainda era meu. Ele ainda era a pessoa feita para mim. — Agachou-se, de modo que ficara com a cabeça quase encostada à lápide com os dizeres do falecido e seu ano de nascimento e ano de morte. — Como você pode me deixar desse jeito, Jesse? Como? Eu não estava preparado para um baque desses logo quando minha vida estava do jeito que eu sempre quis! Eu sei que você só morreu há dois ou três dias, mas já sinto enormes saudades. Queria que você estivesse aqui comigo, só para dizer que tudo ficaria bem. Era o que você sempre fazia quando tínhamos onze anos… eu dizia que tinha algum problema em casa ou na escola e você sempre dizia a mesma coisa. “Tudo vai melhorar, Blaine. Se eu ainda estou vivo, é porque tudo vai melhorar.”

— Mesmo quando queria animar, ainda dava um toque de egocentrismo às suas frases. — Comentei, me ajoelhando ao seu lado.

Uns provavelmente nunca fariam isso, porque talvez sujaria o paletó alugado destes. Outros só dariam um tapinha nas costas, diziam que as coisas ficariam bem e logo sairiam. Mas, mesmo que Jesse St. James tivesse sido uma das piores pessoas do mundo, Blaine ainda era meu melhor amigo. Eu precisava ficar ali, por ele. (E pelas chaves do apartamento também; o moreno fora o último a sair do apê.)

— Jesse era um pouquinho legal, só que… de um jeito nada tradicional, não é mesmo? — Eu disse, já que ele não respondera antes.

— Por que está falando bem do Jesse? Pelo que eu me lembre, você queria ir embora. — Enxugou suas poucas lágrimas, ficou de pé junto comigo e virou seu rosto para mim.

— Escuta, Blaine… eu não estou aqui pelo falecido. Estou aqui por você. Sei como se sente fragilizado e destruído por dentro. Acredite em mim, eu também passei por isso quando Rachel me abandonou sem maiores explicações.

— Pelo menos ainda há uma chance de ela estar viva, Hudson. Meu caso é diferente. Ele não voltará mais. — Ameaçou chorar novamente.

— Por favor, não chora mais. Eu estou aqui, ao seu lado.

Puxei-o para um abraço. Eu sabia o quanto o Anderson precisava de um afago amigo naquele momento. E foi o necessário para que mais lágrimas desabassem sobre meu paletó novinho, dado de presente por Cassandra pelo sucesso relativo da coluna semanal. Mas eu não ligava. Melhores amigos se sujam uns pelos outros, literalmente.

— Hey, lembra-se daquela música que nós cantamos quando Mike Chang morreu? — Tentei animá-lo, lembrando do cachorro de raça pastor alemão que Blaine tinha desde o início da adolescência e que morrera no ano anterior.

— “If I Die Young”. É perfeita.

— “Se eu morrer jovem, enterre-me em cetim. Deite-me em uma cama de rosas, afunde-me no rio ao amanhecer. Mande-me embora com as palavras de uma declaração de amor.” — Cantarolei a música, dando espaço para que ele continuasse.

— “Senhor, faça-me um arco-íris, eu vou brilhar em minha mãe. Ela saberá que estou seguro com você quando ela estiver sob as minhas cores. A vida nem sempre é o que você acha que ele devia ser, oh, não. Não é mesmo cinza, mas ela enterra seu bebê.” — B continuou, ainda em meio a lágrimas teimosas.

Saímos do cemitério ainda cantarolando a mesma música, mas com os olhares tristes deixados de lado. Afinal de contas, fomos ali para celebrar a vida de Jesse, não chorar a sua morte.

.::.

Cerca de uma semana após o enterro do pirado falecido, a rotina dos envolvidos parecia retornar aos eixos. Quinn me ajudou a adaptar o conto do Halloween de 2007, de modo que não tivesse tantas cenas explícitas a ponto de chocarem a sociedade jornalística. E mais uma vez, leitores e leitoras desesperados pela continuação me procuraram para tirar dúvidas, perguntar de novo se aquilo tudo era real e coisas do mesmo tipo. Um sorriso bobo se formava em meu rosto a cada comentário positivo.

Um ano atrás, eu não imaginava que seria um jornalista de reconhecimento nacional pelo The New York Times. Muito menos que eu voltaria a falar abertamente sobre Rachel Berry-Hudson, ou que eu teria a ajuda de um detetive particular para encontrá-la. Viva ou morta. Mas veja só: ontem eu consegui comprar um carro! Finalmente deixarei de andar de metrô todo santo dia com as loucuras da Santie ou com os desabafos de Blaine – se bem que este último com certeza vai pegar carona, então eu não terei tanta paz assim.

Hoje, Blaine resolveu sair com Quinn a fim de espairecer e refazer sua vida após o grande trauma, então eu e meu carro teríamos um bom tempo para passear na volta para casa. O rádio tocava “Until You're Mine” da Demi Lovato quando eu passei em frente ao mesmo cemitério de Jesse. Por um impulso vindo do nada, dei a volta no quarteirão e estacionei próximo à esquina ao mesmo lado do lugar. De um jeito ou de outro, eu precisava “pedir desculpas” ao St. James por todas as coisas horríveis que eu pensara a seu respeito no dia do velório e também em outros momentos.

Andei por alguns metros até encontrar sua lápide novamente. Coloquei minhas mãos nos bolsos da calça e respirei fundo.

— Hey, Jesse. — O nervosismo começava a tomar conta de mim. — Eu… só queria te pedir desculpas. Sabe, eu pensei muito a seu respeito, após a sua morte. Eu não queria ter te condenado ao inferno nem ter te mandado à merda, foram apenas ações tomadas por impulsos. — “Se bem que Deus não vai perdoá-lo por ser gay”, pensei. Mas não falei. — Desculpas por não ter sido um bom colega ou amigo quando eu podia ser. E mesmo você tendo sido a pessoa horrível que foi nos últimos meses de vida, você ainda tinha relações com Blaine Anderson. Meu melhor amigo. O único que realmente me entendeu em momentos complicados da minha vida. E eu nunca o vi tão feliz como no tempo em que vocês ficaram juntos. Você o fez feliz, Jesse. E me fez feliz também com isso, porque a felicidade do meu amigo também é minha. Eu tomo os sentimentos dele para mim. Protejo-o como se fosse a minha vida no corpo de um jovem ainda ingênuo, com o cabelo cheio de gel. Ah, como eu odeio aquele gel, mas tudo bem. Você conseguiu fazê-lo não usar esse gel por várias noites, e só eu e Deus sabemos o quanto saltei de alegria em meu quarto quando o via com seu cabelo encaracolado novamente.

Senti que alguém à minha volta estava me encarando, mas não me deixei abalar.

— E quando eu perguntava o porquê dele ser apenas ele mesmo naqueles dias, a resposta era sempre a mesma em todas as ocasiões: “Jesse St. James”. Mesmo você não sendo um amigo para mim, eu gostava da sua existência. E eu já expliquei o porquê. — Respirei fundo novamente. — Perdão, Jesse. Por tudo.

POV Ryder

Como de costume, eu visitava o túmulo de Kitty uma vez por semana. Segundo meu psicólogo, se eu começasse a entender que ela não estava mais na Terra, seria melhor para a minha recuperação. E sim, esse conselho foi dado há um bom tempo, mas eu ainda o sigo. Gosto de relembrar coisas vividas com minha loirinha. Gosto de contar relatos da minha vida atual para ela. No fundo, eu sei que ela ouve. Mesmo quando viva, eu desabafava e Kitty fingia que não escutava, então agora isso não faz tanta diferença.

Já estava saindo do cemitério quando me deparei com o mesmo Finn Hudson que conhecera uma semana antes ali, parado, com as mãos nos bolsos, conversando com o túmulo enterrado do mesmo Jesse St. James que eu matara. Por ter atirado em legítima defesa, – ele estava prestes a matar um inocente e poderia atirar contra mim também – eu fui liberado a tempo de ir ao seu enterro. Finn estava ali, conversando com um Jesse morto que ele odiara? Oi? Aquilo estava relativamente fora do comum, então me aproximei para ter uma palavrinha com ele.

— Hey, Finn. — Chamei. Ele deu um pequeno passo para trás. Obviamente levou um susto.

— Ah, oi, Ryder. Não sabia que estava por aqui.

— Vim ver a Kitty. Como sempre faço toda semana. — Arregalou os olhos. — Eu sei, é meio estranho.

— E eu vim “conversar” com o Jesse. Sabe, todo aquele ódio não fazia muito sentido. Eu meio que tomei as dores do Blaine e fiquei furioso demais.

— O bastante para odiar um cara que morreu na sua frente?

— O bastante para isso. — Afirmou com a cabeça logo depois. — O modo como ele se foi me lembra a Rachel.

— Sua ex-namorada?

— E ainda irmã de criação. Ainda me lembro do dia em que ela foi embora sem se explicar.

— Mas o que houve antes dela ir?

— É isso que me incomoda. Eu quase perguntei uma noite antes o que acontecera, mas deixei de lado e não o fiz.

— Grande burrice.

— Artie também me disse isso. — Rimos levemente. — Enfim, era uma manhã nublada.

Finn acordou com um sorriso no rosto. A noite anterior havia sido maravilhosa, tanto para ele como para sua amada Rachel Berry-Hudson – que agora tinha um motivo real para ter o “Hudson” no nome, ele fez questão de lembrar. Não queria abrir os olhos e perceber que aquilo fora uma mera fantasia de sua mente. Ele queria abrir e ver a mesma Rachel dormindo ao seu lado. Ele queria mais noites como aquela.

Infelizmente, bastou encarar o quarto para notar que ela não estava mais ali. O guarda-roupa fora claramente revirado, e todas as roupas dela sumiram. Seu travesseiro favorito também não estava mais na cama. O cheiro de bacon matinal não invadiu o ambiente. Finn levantou bruscamente da cama, correndo para a cozinha e encontrando tudo arrumado, do jeito como havia deixado no fim da tarde anterior. “O que será que aconteceu? Cadê a Rach? Eu preciso saber se ela está bem”, foram seus pensamentos ao encarar aquela cena. Era uma cozinha normal. Mas ela não estava ali.

Tentou ligar várias vezes para a baixinha, mas todos os telefonemas caíam na caixa postal. Telefonou para Santana. Nada. Ligou para a mãe. Sem informações da garota por lá. E a cada ligação que fazia, o grandão deixava todos desesperados. Nem ele nem seus amigos e parentes próximos sabiam o que fazer.

Porra, Rachel! Como você pode me deixar desse jeito? — Gritou como nunca.

E agora? Como encontrar uma garota que sumira sem deixar pistas ou notícias?


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Notas finais do capítulo

Juliana está DES-MAI-A-DA depois desse capítulo sambante! Rachel sumiu, e agora? Isso vai interferir no presente? (Não, imagina) O que Blaine vai fazer no próximo capítulo? Qual será a importância do Ryder na fic? Tudo isso logo será resolvido aos poucos, vamos aguardando com calma...
Estou muito feliz com os 50 comentários que a fanfic já atingiu! É sério, muito obrigado a todos vocês. As bombas de NYLS não seriam as mesmas sem as loucuras que vocês cometem nos comentários ;) Lembrando que o próximo capítulo será postado normalmente no sábado - FERIADO, P*RRA!



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