New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 14
New York Horror Story, Part 1/4 - Why Don't You Scream a Little Louder?


Notas iniciais do capítulo

Então... como é que eu vou explicar isso... TEREMOS CAPÍTULO DUPLO HOJE, B*TCHES!
Eu me empolguei tanto quando escrevi o especial de Halloween que ficou realmente grande. Então hoje teremos dois capítulos, ambos no presente, em 2014; e no próximo sábado teremos mais dois, ambientados em 2007 - a época de Finchel.
Hoje: Uma festa está ocorrendo no prédio do The New York Times, e depois que Finn conhece um dos funcionários do jornal, uma fatalidade acontece com um dos protagonistas... Quem será e quem cometerá a coisa? É HOJE, no Fantástico :P #mentira

Espero que gostem, eu tive de assistir American Horror Story (Murder House, óbvio) para pegar o espírito do terror e trazê-lo para cá. Também tem uma cena MUITO FOFA entre Finn e Madison hoje!
Boa/assombrosa leitura ;)



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— Finn, tem uma pessoa na linha. Posso passá-la para você? — Blaine me chamou pelo interfone.

Eu mesmo não estava esperando uma ligação àquela hora do dia, então me atrevi a apertar o botão de resposta.

— Quem é? Você reconheceu, por algum acaso?

— Cara, é ela. Só posso dizer isso.

— Ela? Ela quem? — Fiz minha melhor interpretação de cínico, mas já tinha uma ideia de quem poderia ser. — Dane-se, passe a chamada.

Cinco segundos depois, retirei o telefone do gancho e o coloquei em minha orelha direita.

— Alô?

Ouvi um pequeno riso do outro lado da linha. Minhas suspeitas se confirmaram. Era ela.

— Oi, papai.

— Mad, como você conseguiu ligar para o papai aqui?

— Tive uma ajudinha da vovó Carole. Como o senhor está aí na cidade grande?

— Com seis anos, já fala como uma mocinha, não é mesmo? — Rimos ao mesmo tempo. — Estou me virando por aqui, querida. Papai está fazendo sucesso com os textos que escreve para o jornal.

— Não precisa se referir a você mesmo como se outra pessoa estivesse falando de você, Finny.

— Ops. Desculpe, Mad. Eu não sabia que você ficaria tão inteligente meses depois da minha partida. Mas você sabe que eu ainda te considero como aquela garotinha que vi andar pela primeira vez, lembra?

— Claro que eu não lembro! E eu sempre serei sua garotinha, papai.

— É tão bom ouvir isso da sua voz, querida…

— Sinto sua falta.

Meus olhos lacrimejaram levemente, mas controlei-os na mesma hora e pensei no quanto eu também sentia falta de Madison. Sentia falta da sua correria pela casa, sempre com sua voz doce e animada e sua estatura baixa. Ela tinha mais traços de Rachel do que de mim.

— Também sinto sua falta, filha.

— Você vai vir para a festa de Halloween?

— Ai, não. Sabia que estava esquecendo de algo. — Ouvi seu suspiro profundo. — Desculpe, meu amor. Tenho algumas coisinhas para resolver aqui na cidade grande. Não vai dar tempo de voltar a Lincoln para pedir doces na vizinhança com você.

— Mas, papai…

— Eu sei que é difícil, Little Mad. — Falei receosamente, chamando-a do apelido que ela deu para si própria um ano antes. — Mas eu prometo que vou comemorar o Dia de Ação de Graças e o Natal com você, está bem?

— Jura juradinho? — Ai, não. Eu não ia cair nessa de “Jurar juradinho” de novo. Já me ferrei tanto com isso… mas é a minha filha. Não posso decepcioná-la.

— Tá bem. Juro juradinho para você, Madison.

.::.

Todos os funcionários foram liberados meia hora mais cedo. Cassandra estava de bom humor e decidiu adiantar os preparativos para a festa de Halloween que aconteceria no prédio do The New York Times mais tarde, às 21h. O idiota do Blaine esqueceu de comprar sua fantasia a tempo, então optou por sair com Quinn em busca da roupa perfeita para impressionar Jesse – vai entender o que se passa na mente desse cara, todo o planeta já sabe que um é “a azeitona da empadinha” do outro, e vice-versa. E como eu havia comprado meu “uniforme” alguns dias antes, só precisei me preparar e esperar que o motorista de Cassandra, um tal de Ryder, chegasse para me levar ao evento – ordens da Poderosa Chefa, para que eu aparecesse impecável no jornal.

Alguns poucos minutos depois, Ryder buzinou a ponto de que eu ouvisse claramente seu chamado.

— E então, Sr. Hudson? Pronto para a festa? — Ele perguntou, assim que eu entrei no veículo no qual ele veio.

— Por favor, me chame apenas de Finn. E se eu dissesse que sim, eu com certeza estaria mentindo. — Soltei um breve riso. — Já participei de várias comemorações, mas nunca imaginei que chegaria ao ponto de conviver com a alta sociedade jornalística num evento grande como esse.

— Sei bem como é. Todos os anos, a Dona Cassandra… — Ri mentalmente do “Dona Cassandra”. Óbvio que eu não ia gargalhar naquele momento, seria estranho. — …faz uma festa destruidora de forninhos… — Desculpe a quantidade de risadas, Ryder, mas é que você inevitavelmente me faz rir com seus comentários” não pareceu ser uma boa coisa para dizer, certo? Certo. — …sempre querendo surpreender a quem participa ou até mesmo a concorrência que fica de olho. Quando ela está com um humor excelente, convida todos os funcionários para vestirem suas fantasias e saírem se exibindo nessa festa. Até motoristas como eu, que não têm um passado tão agradável de se lembrar.

— Como assim? O que houve? — Perguntei, meio curioso.

— Falar sobre isso em pleno Halloween pode te fazer pular deste carro no segundo seguinte. Quer mesmo que eu diga?

Arregalei os olhos, tamanho o susto que levei com aquela frase. É sério isso, produção?

— Eu não me importo. Quase fui morto por um psicopata sexual, então acho que posso dizer que sobrevivo a tudo nessa vida. [N/A: Já é uma dica para a segunda parte do especial, não acham?]

— Então, tá… fui internado numa clínica psiquiátrica aos dezoito anos. Nada a ver com sexo nem drogas. — Respirou fundo. Parecia que não falava daquilo há um bom tempo. — Eu sofri muito depois que fui sequestrado com minha noiva, Kitty, no dia do nosso casamento, e ela fora assassinada na minha frente. Depois disso, eu comecei a vê-la em todos os lugares que lembravam a sua existência, e até ouvi sua voz em vários momentos. Como ninguém acreditou nas minhas visões, eu fui internado e fiquei lá por uns dez ou onze meses.

— Dez ou onze meses? Foi difícil assim? — Acabei soando meio assustado com aquilo. A verdade é que eu realmente estava começando a ficar com medo daquele cara.

— Num dos primeiros dias, tive uma discussão feia com meu psicólogo e… bem, acabei o matando sem querer com um canivete.

Naquele momento, eu realmente senti a vontade de pular fora daquele carro, mas a sorte é que nós já havíamos chegado ao prédio no meio disso tudo.

— Chegamos. Obrigado por me trazer até aqui, Ryder.

— Nada que uma Cassandra July não me obrigue a fazer… nos vemos na festa.

— Vai estar lá?

— Digamos que esse seja uma daquelas épocas em que até os motoristas loucos são convidados.

— Como vou saber quem é você lá dentro? — Interroguei, já abrindo a porta do carro.

— Vamos brincar de esconde-esconde. Eu me escondo numa fantasia, me infiltro lá e você tenta me encontrar. No final, nós vamos nos cruzar mesmo…

Saí do veículo sem entender o que ele havia dito. Entrei no prédio bem na hora que o elevador se abriu, então consegui pegá-lo a tempo de me encaminhar para o andar da cobertura, onde o evento de Halloween estava sendo organizado. Porém, o mesmo parou três andares antes, abrindo espaço para uma Santana Lopez deslumbrante adentrar com sua fantasia de Mulher-Gato. Se ela não fosse apenas minha amiga, eu já teria feito coisas com aquela mulher.

— Giovana, me segura, porque meus forninhos caíram! — Ela vociferou. — Quem é você, seu gato, e o que fez com meu amigo Finkenstein?

— Ironia você falar em “gato”. — Santie riu. — Ah, e meu nome é Bond. James Bond. — Respondi, apontando para minha fantasia de Agente 007.

.::.

Ao chegarmos no andar da cobertura, nos deparamos com toda uma decoração preparada especialmente para a comemoração do Halloween: todos muito bem caracterizados com suas devidas fantasias, músicas típicas soavam ao fundo, e vários bonecos (um tanto quanto) assustadores estavam espalhados pelo lugar. Não podemos esquecer dos flashes vindos das dezenas de câmeras que rondavam o espaço.

— Finalmente, a estrela chegou! — Cassie abriu os braços, para que eu pudesse abraçá-la. Depois do abraço, nos separamos. — Nada como um James Bond para animar ainda mais o clima da festa. Venha, todos do andar dos colunistas já estão aqui.

— E como sempre, eu sou a esquecida da história. — Uma Santana aparentemente desapontada se pronunciou ao meu lado.

— Qual é, Santie. Não pode deixar a sua ignorância de lado por míseros minutos apenas para aproveitar esta festa aqui? — Respondi, puxando-a para perto dos outros.

— Caralho, Lopez! — Blaine exclamou quando chegamos mais perto. Estavam ele, Jesse, Sebastian, Cassandra, Quinn e Artie ao redor da mesa de bebidas, só para variar. — Se eu não fosse gay, eu te pegava de jeito.

— Sai pra lá, porcelana teen. Guarde a sua Anaconda para o St. James aí do lado. — Sebastian, Quinn e eu rimos discretamente, enquanto Jesse e Blaine ficaram sem ação.

— Depois dessa, eu vou no banheiro ter um ataque de vergonha. Com licença. — O Anderson deu um selinho em Jesse – em público, o que foi uma novidade percebida por todos – e saiu em direção ao toalete.

Logo em seguida, o DJ colocou no ar “Raise Your Glass”, de P!NK, e acabei trazendo os amigos à pista de dança. Enquanto eu tentava fazer movimentos decentes, Santana sensualizava com sua fantasia de Mulher-Gato; Sebastian babava pela secretária mais do que tentava dançar; e Quinn apenas fazia uns passos diferentes, livre, leve e solta, por vezes até movendo a cadeira de rodas do Artie, para que ele dançasse também. Por um momento, deixei um sorriso escapar de meus lábios. Ainda que eu tivesse perdido Rachel, tinha os melhores amigos que um homem de quase 30 anos poderia ter.

Mas, como eu disse, foi apenas por um momento. Do nada, todas as luzes se apagaram. A música cessou. Todos pararam o que estavam fazendo e rodearam seus olhos no lugar, com um silêncio meio que sepulcral.

Um grito humano fora ouvido. Seguido de outro grito, ainda do mesmo ser. Ninguém sabia de onde tinha vindo, nem de quem havia sido. Mas eu sabia.

— Quinn… — Sussurrei para a loira secretária.

— Oi? — Virou-se discretamente para mim. — O que foi?

— Esse grito é do Blaine. Eu reconheceria em qualquer lugar.

De repente, ele gritou outra vez, só que com palavras.

— ME LARGA!

Quinn e eu saímos correndo direto para o banheiro masculino, ainda com as luzes apagadas e o espaço completamente imóvel. A porta parecia ter sido arrombada.

— Fique aqui e me chame se acontecer alguma coisa. Eu vou ver lá dentro.

— Tudo bem, Finn.

Adentrei o banheiro, e curiosamente ninguém estava ali. Não havia resquícios de sujeira. Nenhuma marca humana, aparentemente. Até que virei para o espelho e encontrei uma mensagem.

— QUINN!

— Diz. — Ela entrou rapidamente.

— Olha isso. — Falei, apontando para o espelho. Minhas mãos estavam tremendo com aquilo.

Vamos brincar de esconde-esconde. Eu me escondo com B e vocês tentam me encontrar. Se perderem, gravarei as últimas palavras dele.

X”


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Notas finais do capítulo

EITA, GIOVANA, TÔ COM MEDO :/
Daqui a pouco tem o final desse suspense de cima, mas já podem ir comentando :)



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