New York Love Story escrita por Vitor Matheus


Capítulo 10
'Cause All of Me Loves All of You


Notas iniciais do capítulo

Conforme os spoilers divulgados no Twitter, este capítulo contém algumas coisas:
1. "All of Me", de John Legend. Ouçam enquanto lêem.
2. O capítulo vai sambar nas suas caras e lacrar tudo até agora. Ele vai continuar o artigo que se iniciou no capítulo anterior.
3. Finchel de uma vez por todas.
4. Vocês irão amar a Quinn Fabray. É sério.

Ontem foi feriado no meu estado (Uhu!) e amanhã teremos eleições, então o capítulo veio em boa hora, até porque eu estou sem internet no lugar onde estou e este capítulo é programado. Mas ainda quero comentários no final, certo? Então, boa leitura!



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O Weston a ajudou a subir na mesinha de centro, e somente quando ele pôs a coroa nela e desceu do móvel, foi que eu notei uma loira baixinha e aparentemente com Síndrome de Down escondida atrás da cortina das janelas. Lembrei-me de quando eu vi um filme de terror de 2002 chamado “Carrie” e rapidamente elevei meus olhos ao teto.

Um balde transparente e cheio de tinta vermelha estava lá, pendurado e pronto para ser despejado em cima da Rachel. Da minha Rachel Berry-Hudson.

E eu não deixaria aquilo acontecer. Óbvio que eu não permitiria que ela fosse humilhada diante de praticamente todos os estudantes de NYADA presentes ali. Então o que fiz depois de (não) pensar foi como um ato heroico: corri para a mesa de centro e empurrei Rach de leve para o lado, fazendo com que ela saísse da mesa de centro na hora. Infelizmente, o balde virou de cabeça para baixo bem no momento em que eu havia subido no móvel, derramando toda a tinta vermelha em cima de mim. Fechei os olhos para evitar o líquido tóxico em minha retina, mas senti meu corpo inteiro sendo encharcado de tinta. Hesitei em abrir as pálpebras, mas as abri quando ouvi a voz de Rachel ao meu lado.

Finny… você está bem?

Vi todos rindo da minha situação. Brody e Bree não estavam tão desapontados por não ter sido Rachel a vítima do balde. Na verdade, pareciam estar satisfeitos com o “tiro pela culatra” que houve.

Rach… — Tentei argumentar alguma coisa, mas ela apenas me puxou da mesinha.

Nós vamos para casa.

Andamos até a porta da residência, e ela já não parecia tão bêbada assim. Pois parou por um momento e virou-se para onde o broxante Brody estava com a namorada. Chegou mais perto do aniversariante e deu um belo tapa em seu rosto.

Feliz aniversário, Brody. Este foi o meu presente. — Ironizou, dirigindo-se para Bree logo depois e deferindo também um tapa no rosto dela. — Você também merece isso, querida vadia. Aceite como um… presente adiantado.

Naquele momento, senti orgulho de ser irmão de Rachel Berry-Hudson.

.::.

(Play em "All of Me". Agora.)

Você realmente está bem? — Ela perguntou pela décima vez em menos de trinta minutos. Eu ia abrir a porta do apartamento, mas sua mão passou na frente e a abriu.

Se eu consegui voltar de moto para casa, todo lambuzado de tinta vermelha e com um ser humano se segurando nessa tinta, é, eu acho que realmente estou ótimo.

Incrível como você consegue usar a ironia em momentos como esse. Vem, você vai tomar um banho e será agora. — Rachel me puxou para o banheiro, encostando a porta do mesmo logo em seguida. — Vai, tira a roupa.

Oi? É isso mesmo o que eu ouvi?

É, Finn. Que eu saiba, você não ficará limpo se tomar uma ducha com roupas, certo?

Por algum acaso você vai dar banho em mim? — Dei uma de difícil. Mas como sempre, eu queria muito aquilo. Sem segundas intenções, só para deixar claro.

Sim?! — Respondeu.

Revirei os olhos, e obtive um dedo do meio como resposta. “Quanta imoralidade em uma baixinha”, pensei comigo mesmo, enquanto tirava a camisa encharcada, já que fui obrigado a isso.

Acho que posso muito bem tomar banho sozinho. Tenho idade para isso. — Afirmei.

Vamos à situação: você me empurrou daquela mesinha de centro sabendo que eu estava bêbada e levou a tinta no corpo inteiro por minha causa. O mínimo que eu posso fazer é te limpar do que eu mesma causei.

Rach, você não causou nada aqui. Eu fiz aquilo porque eu quis.

Não, Finny. Sou sua irmã, você tinha o direito de me proteger.

Aquilo simplesmente acabou comigo e com o pingo de sanidade mental que restava em mim.

Caramba, Rachel! Será que você nunca vai notar o quanto eu te amo? — Vociferei com toda a força que havia em minha voz.

Eu sei que você me ama! Familiares sempre se amam!

Garota, me entenda: Eu amo você. De verdade. Literalmente. Amor real. — Revidei, colocando todas aquelas palavras para fora.

Estava decidido a mudar a nossa relação, por mais que isso trouxesse as piores consequências possíveis. Então eu simplesmente quebrei o pequeno espaço entre nós e colei meus lábios aos seus. Por um instante ela tentou se separar de mim, mas quando nos demos conta, já estávamos cravando uma dança de línguas. Bom… isso até que ela optou por sair correndo do banheiro e me largou sozinho ali.

Somente eu sabia o quanto ela tinha uma cabeça dura com relação à ações por impulso, então limpei todo e qualquer resquício de tinta que havia em mim com um banho demorado – até demais – e só então me vesti adequadamente para a hora de dormir. Rachel não estava no quarto, então deduzi que ela estivesse na sala de estar. E lá estava ela, com os braços apoiados na janela que dava visão aos enormes arranha-céus de New York, sem mover um músculo e sem uma única lágrima derramada.

Rach… Eu posso explicar.

Então, explica. — Falou, sem se virar para mim.

Nenhum homem espera uma resposta assim de uma mulher, então ainda martelei por alguns segundos até criar forças e colocar para fora todas as emoções que eu havia segurado por anos.

Eu tinha 11 anos quando fui com Carole ao orfanato. Meu pai havia morrido há dois meses e eu mesmo a encorajei a adotar uma menina, até para que nós dois pudéssemos superar a tamanha perda.

Dessa parte eu sei.

Rachel, eu te vi sentada naquela mesinha do pátio ao mesmo tempo em que centenas de emoções, sentimentos e pensamentos invadiram minha mente. Sei que você tinha apenas nove anos, mas já era tão linda como é hoje. Por coincidência, mamãe resolveu te adotar, e então nós nos tornamos grandes irmãos e amigos.

Como sempre fomos até hoje. — Respondeu, ainda sem ter se virado.

Quando fui te prestigiar na sua formatura do colegial, notei o quanto você estava deslumbrante naquela beca, ao lado de seus colegas e com um diploma em mãos. Meus sentimentos por você se tornaram mais forte ali e… — Aproximei-me mais de onde ela estava. — E não pararam de crescer. Eu sabia que era errado. Sempre soube que era errado. E isso só atenuava mais o meu amor por você. — Encarei os prédios ao lado de fora. — Tudo complicou com a chegada do Sam.

Por isso todo aquele ataque no jantar? — Ousou perguntar.

Sim. Mas entenda que eu não estava com ciúmes de você. Quero dizer, um pouco, já que você sempre foi minha irmã adotiva… mas eu também estava com inveja do Evans. Porque ele conseguiu fazer você gostar dele. Porque ele podia ficar com você, e eu não. Porque ele podia sentir seus lábios, tão atraentes quanto os da Angelina Jolie.

Mas o apelido do Sam é “Angelina Jolie masculino”.

Rimos. Aquele apelido fora criado por Santana na primeira vez em que ela o viu, e desde então sempre havia zoado a cara dele por esse motivo.

Eu sei disso, baixinha. — Puxei o ar para meus pulmões e depois liberei o mesmo. — Esse foi um dos principais motivos pelos quais eu quis estudar aqui, na NYU. Para ficar longe de você e, quem sabe, esquecer tudo o que sentia. Mas aí, você resolveu vir junto, e tudo ficou mais complicado do que já estava.

Rachel finalmente retirou seus braços da janela, direcionando-se para mim.

Eu levei toda aquela tinta no corpo porque eu te amo, Rachel. Tudo o que fiz até hoje por você não foi apenas por irmandade, mas também por amor. Tudo de mim ama tudo de você. Amo suas qualidades, suas perfeitas imperfeições. Você é meu fim e também meu começo. O verdadeiro Finn Hudson só existe graças a você, e esse mesmo Finn só morrerá quando você também morrer junto.

Finny, eu… nem sei o que dizer. — Balançou a cabeça.

Quer um tempo para pensar nisso? — Falei, mais por esperança do que por impulso.

Acho que quero.

Darei o tempo que você quiser.

— Uau, Finn… se eu não te conhecesse, diria que esta história não é real e que você inventou tudinho. — Quinn comentou, quando voltei do banho e já com uma roupa mais confortável. Ri discretamente e sentei-me ao seu lado no sofá.

— Acredite: é tudo verdade.

— Só uma coisa que me intriga e muito: você ainda mantém contato com essa Rachel?

— Para ser sincero, ela nunca mais me procurou. E eu também não sei mais onde ela mora, com quem ela vive ou ao menos o número de telefone dela.

— É difícil para você acordar todo dia sem saber onde está o amor da sua vida?

Gelei. Não sabia como responder aquela pergunta sem me desabar em lágrimas ali. Sim, eu me lembro dela todo santo dia, mas como contar isso para uma colega que parece interessada em mim?

— Na verdade, sim. Abro meus olhos e a primeira coisa que quero fazer é fechá-los novamente e ter um novo sonho onde ela esteja aqui, comigo, em todos os momentos.

— E você… gostaria de poder vê-la novamente? — Q endireitou sua cabeça, como se fosse uma jornalista me entrevistando.

— Não sei. Acho que seria um choque muito grande tanto para mim como para ela.

Ficamos estáticos por alguns segundos, sem pronunciar uma única palavra naquele ambiente. Apenas encarando o nada e pensando em coisas aleatórias, até que sua voz vociferou:

— Quer que eu te ajude a achar Rachel Berry-Hudson?

.::.

Prometi à Quinn que pensaria no assunto e a procuraria na segunda-feira para declarar minha resposta. Claro que fiquei meio assustado com a pergunta. Não estava pronto para encontrar Rachel e conversar com ela depois de sete anos. Nem sei se ela ainda está viva… “Ah, espera aí, Finn Hudson, você já pode parar com esses pensamentos do capeta”, martelei em minha mente.

Depois da loira ter ido embora, ainda fiquei vendo TV por algumas horas antes do sono invadir minha sanidade mental e me levar até a preciosa cama que tenho. Já falei o quanto eu AMO dormir? Tudo bem, admito: se tem uma coisa que eu sempre amei – além de uma certa Rachel cujo assunto ainda é complicado para mim – foi dormir em camas confortáveis. Sei lá, me identifico com os preguiçosos de plantão.

Por algum motivo, fui acordado após a meia-noite pelo meu colega de apartamento.

— Finn Hudson, me faz um favor e acorde agora! — Blaine gritou, ligando a luz do quarto e me dando um susto do capeta. Sentei-me na cama, já visivelmente irritado com aquilo.

— O que é, porra? — Esbravejei.

— Calma aí, cara. — Ele se aproximou de onde eu estava.

— Não posso ter calma pelos seguintes motivos: você vai embora do trabalho sem me avisar, passa a noite fora de casa como se eu não me preocupasse com isso e ainda me acorda em meu único momento de paz. Satisfeito ou quer mais?

Pareceu pensar por alguns segundos, até dar de ombros e sentar-se no colchão.

— Desculpe. Mas eu preciso muito falar com você agora, ou então vou sufocar essa notícia dentro de mim.

— Já que o sono vazou… fala.

— Então… o Jesse disse que me ama. — Blaine jogou as palavras, me fazendo arregalar os olhos.

— Você fala como se fosse algo normal. Não devia estar feliz?

— Não, Finn. A questão é que eu praticamente surtei na frente dele e vim correndo para casa.

— Por qual motivo você fez isso, idiota?

— Simples: eu não estou pronto para retribuir isso! Não sei se o amo tanto quanto ele disse que tinha grandes sentimentos por mim, e ainda não descobri o que fazer quando for vê-lo outra vez.

— Primeiro: se acalme e depois fale. Seu transtorno de ansiedade está atacando de novo.

— Não, não está! — Gritou novamente, fazendo-me recuar um pouco na cama.

— Blaine… tem de explicar ao Jesse o que está acontecendo com você. Não pode mentir numa relação assim.

— Você não entende? Não quero magoá-lo! Acho que, se eu fizer isso, nunca irei me perdoar.

— Coincidentemente, você também não vai se perdoar caso minta para ele, certo?

— Exato!

— Então se acalme e vá dormir. Amanhã você se concentra nesse seu dilema. Agora… posso dormir?

— Não! Você tem que me dizer o que fazer, Finn! Você sempre sabe das coisas!

— Quando eu não estou com preguiça, tenho uma mente concentrada. Mas se você não notou, já é madrugada e ainda estamos aqui conversando.

— Eu vou surtar de vez se não dormir com a consciência tranquila!

— Quem vai surtar aqui sou eu, caso você continue me infortunando desse jeito, Blaine!

E algo inesperado por mim aconteceu. De todas as coisas estranhas que ocorreram comigo até hoje, essa fica no topo da lista.

Ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

Antes de arrancarem a minha cabeça por causa do beijo Hunderson no final, lembrem-se de Finchel e de Quinn querendo encontrar a Rach. Notem que dei a possibilidade dela não estar viva, mas isso pode ser falso também, então fiquem ligados no Twitter ;)

Comentários? Favoritos? Recomendações em último caso? Sambei muito na cara de vocês?



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