Moran escrita por Laís


Capítulo 9
Aquilo que cerca Sherlock Holmes


Notas iniciais do capítulo

Nem sei se ainda tenho coragem de aparecer por aqui depois de todo esse tempo. Peço desculpas pela demora absurda, mas a verdade é que esse ano resolveu me dar uns golpes de machadinha e eu to completamente acabada. Mas enfim, esse é o último capítulo. Amanhã venho aqui só postar o epílogo (que já está escrito).
Apesar de ter gostado bastante de escrever esse cap, confesso que to bastante insegura. Se ainda houver alguém por aqui, espero que você goste. Foi feito para você (e para essa voz dentro da minha cabeça que detesta coisa pela metade).



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–Isso é loucura!

–Eu sei, John, mas tente entender...

–Entender o que exatamente? A loucura de uma linhagem e a transmissão dela a todos ao redor?

Molly Hooper franziu os lábios e desviou o olhar.

–Eu não esperava isso de você – repreendeu John.

–Claro que não, ninguém esperava nada de mim – retrucou Molly com um tom magoado.

–Não, eu não quis dizer...

–Ah, por favor, você sabe que é verdade e é por isso que esse foi, desde o início, o plano perfeito.

–Mas... Por quê?

–É uma questão de escolha, John. Os inimigos precisam ser escolhidos com mais cuidado que os amigos.

–Então você ficou em cima do muro e decidiu escolher mocinhos e bandidos ao mesmo tempo?

–“Mocinhos e bandidos”? É essa distinção que você faz? O que qualifica Sherlock Holmes como o mocinho e Professor Moriarty como bandido?

–Você só pode ser louca se não consegue ver a diferença – gritou John – Sherlock nunca...

–Nunca matou ninguém? Isso deixou de ser verdade.

–Ele fez aquilo por mim e por Mary – exclamou exasperado.

–Eu sei disso, John. Não estou acusando ninguém de nada. Só quero que você entenda que a linha entre o certo e errado, às vezes, é quase inexistente. – Molly suspirou. Carregava um ar cansado – Quero ajudar você a colocar um ponto final nessa história, chega de efeitos colaterais.

Ela foi interrompida pelo toque estridente do seu celular. Sua expressão congelou ao olhar a tela.

–O que foi? Quem é?

Ignorando as perguntas de John, atendeu a chamada e ficou em silêncio por uns instantes.

–Chego aí em alguns instantes – e desligou.

–O que foi? – John exigiu saber.

–Vá para a casa do Professor.

–O que? Por quê?

–John, por favor, ele estará esperando. Por favor, John, você precisa confiar em mim. Por favor.

~x~

Nem ao menos um segundo se passara antes que a luz acesa do outro lado da rua provocasse uma reação em Sebastian Moran e Sherlock Holmes. Este último sabia que seu inimigo era um exímio atirador, logo era mais provável que nunca houvesse tratado como prioridade o aprimoramento da luta corpo a corpo. Tudo que precisava fazer era impedi-lo de lutar em sua zona de conforto. Um sorriso torto e repleto de malícia perpassou a face de Sebastian antes que ele levasse a mão ao revolver preso no cinto da calça. Seu plano consistia em mobilizar Sherlock e, em seguida, pensar no próximo passo. Talvez devesse encerrar aquilo naquele instante, entretanto, soava um pouco como desistência.

Moran não aparou o golpe de Holmes, o chute veio à direção da sua mão e atingiu o alvo. A distância entre os dois já houvera sido estreitada e, agora, armas ao chão, os dois volviam o olhar um ao outro.

–Ah, Sherlock... – sorriu, segundos antes de lançar-se mais ainda para frente e tentar atingir o rosto de Sherlock com um soco. Desviando habilmente para a esquerda, Holmes aproveitou a oportunidade para atordoar o adversário, dando-lhe uma tapa no ouvido com extrema força aplicada. Quando ele contorceu-se levemente e levou a mão ao local atingido, Sherlock aplicou um golpe usando os braços na coluna e, tirando vantagem da abertura, uma joelhada no estômago.

Sebastian ajoelhou-se, resfolegando ao chão. Apesar de sua respiração sair-lhe entrecortada, Sherlock Holmes não vira dificuldade em subjulgar o outro. Lançou um olhar ao apartamento e tivera a impressão de enxergar uma silhueta que lhe parecera diferente de John.

–Você se acha tão esperto. Tão esperto... – a risada foi interrompida por uma leve tosse. – Esperto ao ponto de não considerar a esperteza alheia.

Não houve diálogo excedente. Não fora uma daquelas cenas de filmes onde o vilão aponta a arma para o herói enquanto perde tempo falando, fornecendo a chance para uma reviravolta. Sebastian Moran somente atirou.

O impacto fez com que Sherlock cambaleasse.

–Eu previ seus movimentos. Sabia que daria o primeiro golpe para me desarmar. Você não chutou a arma, Sherlock. Eu a joguei. E conduzi todos os seus movimentos para o exato canto em que ela estava. Tão óbvio...

–Você não vai me matar, isso sim seria óbvio – a firmeza naquela voz não condizia com a situação.

Sebastian ainda ao chão, atirou uma segunda vez.

–Talvez eu goste de finais óbvios, Holmes.

O primeiro disparo fora levemente desviado – atingindo o ombro – pois Sherlock o previra, contudo o segundo o alarmara. Não esperava por ele.

–Há algo que todos parecem ter esquecido – Sebastian apontou enquanto levantava-se, a arma empunhada – Algo que até mesmo eu possa ter esquecido, por um tempo. Mas tudo está perfeitamente claro agora. Não sou Jim Moriarty.

Sherlock Holmes fora baleado pela segunda vez um pouco acima do ombro, próximo à clavícula e agora sangrava copiosamente. Uma voz interna o alertou.

“Ninguém chuta um cachorro morto, Sherlock.”

Seus joelhos tombaram.

–É verdade o que dizem, não é mesmo? Quanto mais alto... Bom, se não se importa, lidarei com John Watson agora. Matar você é, de fato, óbvio. Mas, se não tiver sangrado o suficiente até quando estiver de volta para pegar minhas coisas, farei o que tem que ser feito.

Sherlock permaneceu calado.

–Acho que John merece encarar o homem do outro lado da mira da arma, você não acha? Admito, primeiro, ele era somente uma forma de atingir você, mas agora é mais que isso... Você vai morrer, Sherlock. E não quero nenhum amigo vingativo atrás de mim. Viu? Estou sempre um passo à frente. Vejo você em alguns instantes – lançou uma piscadela para Sherlock – ou talvez você queira me acompanhar? Bom, decida-se. Sabe onde estarei.

Sebastian Moran seguiu em direção ao apartamento de John Watson. Sherlock levou a mão ao ferimento e espantou-se com a quantidade de sangue, respirou fundo.

“Agora você sabe que precisa levantar. Não está tão fraco, precisava somente que ele fosse logo embora. Vamos, irmãozinho, não é hora para drama.”

A voz do seu irmão ecoava em sua mente, o impelindo a continuar.

Sherlock sabia que John fora até lá com o intuito de confrontar Moran, logo, não estaria despreparado. No entanto... Com dificuldade, ergueu-se e desceu todos os lances de escada que o separavam do lado exterior. A rua estava vazia e não havia ninguém para se preocupar com sua extrema palidez e as roupas manchadas de sangue. Na calçada, estupefato e atordoado, entreouviu o som de um disparo.

Algum transeunte poderia ter facilmente confundido o som com qualquer outra coisa, mas ele estava esperando por aquilo. Seu coração congelou e as batidas pareceram ter cessado por um instante. Atravessou a rua e entrou no edifício. Não havia ninguém na portaria, agradeceu por isso e depois se recordou que Sebastian já passara por lá, então se houvesse alguém lá, provavelmente Sherlock encontraria somente o corpo sem vida. Desconsiderou aqueles pensamentos e começou a subir as escadas. Sentia dores cada vez que respirava, mas a ideia de John em perigo lhe concedeu a força que necessitava para vencer os degraus.

Enquanto buscava apoio, deixou marcas da sua mão suja de sangue no corrimão e nas paredes. Finalmente, estava em frente à porta de John Watson.

Não estava armado. Não tinha condições de lutar. Era irracional estar ali, contudo, quando se trata daqueles que amamos, você se agarra a qualquer fiapo de esperança. Não sabia o que faria e não tentava planejar algo enquanto irrompia pela porta.

–John – gritou com dificuldade.

–Não está em casa.

Ao ouvir aquela resposta, todo seu sistema pareceu ter se esquecido da dor. Seu estômago despencou e ele cogitou estar alucinando.

Sebastian Moran jazia morto no sofá de John, um tiro certeiro na testa.

–Sentiu minha falta?

A visão periférica de Sherlock afunilou-se cada vez mais até que ele tombou, inconsciente.

~x~

–Um homem morto? Um homem morto no meu apartamento? – John esfregou as têmporas violentamente – Isso é loucura. Loucos, todos vocês.

–Você fez amizade com o homem mais louco de Londres, esperava o que exatamente? – o Moriarty mais velho sentava na cadeira atrás de sua mesa e bebericava uma taça de vinho. John Watson sentiu vontade de rir daquele clichê de filmes sobre a máfia, mas talvez fosse só o nervosismo de estar em um escritório com os dois irmãos mais perigosos de Londres.

–Sherlock é brilhante, não louco.

–Oh, John, você é adorável. Como um cachorro que nunca perde a lealdade. Ainda tem aquele olhar confuso de uma criança que tenta entender a conversa dos adultos.

–Jim – o Professor chamou a atenção do irmão mais novo.

–O que foi? É verdade.

James Moriarty estava sentado na poltrona próxima à estante de livros. Ainda usava o sobretudo e tinha um ar apressado. John ficou agradecido pelo contato metálico da arma presa na parte de trás do cós de sua calça.

–Caso esteja preocupado – disse o Professor – já fiz algumas ligações. Seu apartamento estará novo em folha pela manhã.

John o encarou, estupefato.

–O que você esperava de mim? Eu não permaneci no anonimato por tanto tempo por descuido, meu jovem.

–Resumindo – Jim começou a falar enquanto mexia no celular – meu irmão tem TOC.

–Receio que eu tome um cuidado excessivo enquanto James pende para o lado da irresponsabilidade e autodestruição.

–Showbusiness, irmão. Eu amo jogo de sombras.

–Isso é doentio. Simplesmente doentio.

–Ah, pelo o amor de deus, pare de ser tão óbvio – Jim bufou.

John não explicou que a estranheza daquele momento se devia ao fato de que ele estava vendo, logo à sua frente, Sherlock e Mycroft Holmes. Afinal, quais eram os irmãos mais perigosos – e loucos – de Londres?

O celular de John tocou. Era Lestrade.

–Greg. Sherlock baleado? Como assim? Moran está morto? Estou com Mary, mas chego aí o quanto antes. Ele vai ficar bem, certo? Ok, obrigado.

Desligou o celular e fitou Jim.

–Viu? Nós cuidamos das coisas.

–Como exatamente?

–Simples. Eu tinha um carro me esperando no canto da sua rua quando fiz uma adorável visita ao seu apartamento. Moran entrou e boom, depois Sherlock entrou e, veja bem, eu não quero causar nenhuma discórdia no seu relacionamento, mas ele caiu nos meus braços. Nessa hora, Molly já estava chegando porque eu havia ligado para ela antes mesmo que tudo acontecesse. Sim, sim, sei o que você vai dizer. Eu sou muito esperto, eu sei. Molly fez os primeiros socorros, levamos Sherlock e o corpo de Moran até a rua, forjamos a cena da briga. Nos livramos das coisas de Moran do outro prédio, ligamos para a polícia e a ambulância. Voilà. Tudo isso enquanto você virava melhor amigo do meu irmão.

John, na verdade, passara o tempo todo apreensivo e sozinho no escritório. Quando o Professor aparecera pedira para que ele não se alarmasse e, em seguida, James Moriarty fez sua entrada triunfal – ajeitando o paletó e o encarando como se possuísse o mundo.

–E Sherlock? Ele poderia ter sangrado até a morte enquanto a ambulância não chegava.

–Você realmente acha que Molly deixaria isso acontecer? Não, ela já havia cuidado de interromper o sangramento. Ela é inteligente, John – o timbre forte de James Moriarty reverberava pela sala e o Professor manteve-se em silêncio. Isso dizia bastante sobre suas respectivas personalidades.

John, não pela primeira vez no dia, ficou sem palavras.

–Estou interrompendo algo? – Molly estava postada no batente da porta, o casaco sujo de sangue.

–Onde você estava? – questionou o Professor.

–Eu não dou satisfações a você ou a mais ninguém.

Jim levantou uma sobrancelha na direção de John.

–Viu? Como eu disse. Inteligente.

–James, você não deveria ter vindo. Prometeu que ficaria longe.

–Ah, querida, você me conhece. Eu apareço onde há drama.

–Mas deve ir embora – ordenou, com a voz lúcida e controlada.

–Ela está certa – o Professor confirmou.

–O que? – Jim levantou da poltrona, finalmente perdendo o aspecto de estar entediado com tudo e todos. – Sherlock já sabe que eu estou vivo, qual o significado de continuar fingindo?

–Sherlock estava perdendo sangue e agora está no hospital recebendo doses de morfina e outras drogas. Se ele se lembrar do que aconteceu, não vai admitir. Ele não vai admitir que viu um morto caminhando para que ninguém questione sua sanidade. – explicou Molly.

–Eu não vou mentir para o Sherlock – declarou John antes que a situação fugisse de controle.

–Você vai, doutor. Porque é isso que os bons amigos fazem, eles mentem. Para o bem do seu melhor amigo, você vai mentir – o Moriarty mais velho retrucou calmamente.

–É o melhor, John – Molly tentou convencê-lo. – Mas, se Sherlock lembrar, ele vai tentar encontrá-lo – voltou-se para Jim – mesmo que não admita a ninguém, por isso você deve ir embora.

James Moriarty fitou o irmão. Professor Moriarty. O verdadeiro dono da rede.

–Você deve ir, Jimmy. Não é definitivo, eu prometo.

Jim tirou um chiclete do bolso e, em passadas longas e lentas, parou em frente a John, fazendo uma bolha de chiclete enquanto o encarava com os olhos mais escuros e insanos que o doutor já vira.

–Mazel tov. – a voz era monótona, arrastada, rouca.

Lançou uma piscadela para Molly e saiu da sala.

–Quando Sr. Holmes sair do hospital ele virá me procurar, talvez ele venha sozinho, então não vejo que outros assuntos pendentes nós podemos ter, Doutor Watson. Portanto, adeus. No entanto, caso precise de mim, agora sabe onde me encontrar.

Nesse instante, levantou-se e andou até ficar de frente para John.

–É importante saber quais batalhas devem ser lutadas e quais são melhores longe do nosso teto – tinha as duas mãos espalmadas nos ombros de John – Lembre-se disso, guarde os meus segredos e, quando o dia chegar, eu o pouparei.

–Venha, John, vamos ao hospital – Molly o puxou pelo braço, retirando-o da presença quase mística do velho Professor.

~x~

–O que ele quis dizer?

John Watson e Molly Hooper estavam no quarto do hospital e observavam um Sherlock sedado. Gregory Lestrade havia saído segundos antes.

–O Professor disse “quando o dia chegar”. Do que ele estava falando? – volveu-lhe um olhar inquisidor.

–Do dia em que Sherlock fosse confrontá-lo. Todos nós sabemos que isso vai acontecer. O Professor é um homem muito diferente do irmão, ele não quer os holofotes. Só quer cuidar dos seus negócios em paz, porém nós sabemos que Sherlock não vai ficar sossegado enquanto não desmontar completamente a teia de Moriarty. Ele já estava trabalhando nisso, sabia? Desde que Jim morreu ele vem se esforçando para apagar as bifurcações da rede e acho que estava perto de descobrir o verdadeiro dono dela. Ele estava nos calcanhares do Professor.

–Então o velho Moriarty contratou Sebastian – concluiu.

–Não, não. Sebastian agiu sozinho.

Ficaram alguns instantes em silêncio até que John interrompeu o barulho constante dos aparelhos hospitalares.

–Quem é você, Molly?

–Eu poderia perguntar o mesmo, John. É estranho, não é? Toda a loucura que cerca o Sherlock. O irmão, os amigos e os inimigos, todos peculiares. Faz você imaginar se ele atrai tudo isso ou se somos nós que o envolvemos nessa bagunça toda.

–Não, Sherlock é perfeitamente capaz de construir sua própria anarquia.

Molly sorriu.

–Eu suponho que esteja certo.

–Só tem mais uma coisa que não encaixa.

–O que?

–Como Moriarty sobreviveu?

Molly o encarou, um ar de quem trama alguma coisa no rosto.

–Para isso você precisa responder uma única coisa: como enganar um dos homens mais inteligente do mundo? Como fazer algo escapar dos olhos ávidos de Sherlock Holmes?

John deu de ombros.

–O deixe bêbado? Eu acho que isso incapacita qualquer um.

–Palpite de sorte, mas você quase acertou.

Ele a encarou completamente aturdido.

–Você o drogou?

–Sim. Na hora que tudo aconteceu ele estava tonto, confuso, sem conseguir raciocinar direito e, possivelmente, alucinando. O resto foi fácil.

–Então você ajudou Moriarty e Sherlock. O que acontece agora?

–James Moriarty continua morto. Sebastian Moran vira manchete e depois é esquecido. Sherlock se recupera e faz mais algumas coisas estúpidas para acrescentar na lista.

–E nós mentimos para ele.

–Uma parte de mim sente que Sherlock sabe de tudo. Talvez ele tenha suspeitado de mim desde o início e por isso mesmo me procurou quando soube que teria que morrer. Ou talvez tenha suspeitado quando começou a desmantelar a rede de Moriarty. Ele vai saber que estamos mentindo e nós vamos fingir que não sabemos que ele sabe e empurraremos a situação enquanto for possível.

–Parece um bom plano.

–Ainda há muito por vir, John. Espero que você não esteja desejando uma vida sossegada.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, pessoal. Como eu disse, amanhã apareço com o prólogo e depois é só.
Qualquer crítica é mais que bem-vinda e eu vou ficar muito feliz se você decidir me dar um 'olá' nos reviews.
Milhões de beijos e até amanhã!



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