Por Esse Sorriso escrita por Leo Guedes


Capítulo 5
Capítulo 5- Marissa


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Eu espero que gostem desse capítulo... Eu acho ele bastante interessante...
Enfim, boa leitura...



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Duas Semanas Depois...

“Graças aos céus acabaram as aulas... Tava muito estranho conviver com a Jess desse jeito, evitando ao máximo ficar perto, mas tentando manter a amizade e não provocar nem corresponder provocações... Juro, eu nunca pensei na minha vida que essa minha canastrice ia dar em alguma coisa...” –D

“Eu te avisei que isso ia acontecer... Mas o importante é que acabou... E aí? Como estão os preparativos pra sua vinda a Minas Gerais?” –M

“Minha mãe tá pra ter um infarto... (risos)... Faz uns seis anos que eu não ando de avião... Isso pk só andei uma vez... Mas tudo bem... Eu to super ultra mega plus blaster empolgada...” –D

“E eu então... Em que hotel que você vai ficar?” –M

“Eu não lembro o nome, mas é perto da tua casa, então prepare-se pra um mês e meio de Denise Katharine na sua vida praticamente direto... Vou conhecer as suas migs que morrem de ciúmes de mim haha...” –D

“Sei não, Denise... Acho que vou te querer só pra mim mesmo...” –M

“(risos)... Pode ser... Mas não se deixe seduzir pelo meu charme novamente...” –D

“Não ti garanto nada... Agora deixa eu ir que ainda falta um dia de aula pra eu aturar...” –M

“Tá bom... Daqui a pouco to chegando mesmo e tenho que fazer minhas malas... Aproveita hoje, amanhã e depois de amanhã que você pode se livrar de mim pk quando eu chegar em Minas não te largo mais...” –D

“Kkk... Vc vai ter sorte se eu te deixar ir embora... Beijo... Até mais...” –M

“Beijo pra vc também... Te amo...” –D

“Também te amo...” –M

Denise guardou o celular dentro da mochila. Dessa vez não tinha um livro em sua companhia. Desde que soube que viajaria para Minas Gerais nas férias, estava ansiosa demais para se concentrar em qualquer outra coisa, ainda bem que as ultimas duas semanas de aula não exigiam muito.

Ao dar a volta na casa e entrar em seu quarto, Denise logo pegou todas as roupas que estavam no guarda-roupa e jogou em cima da cama franzindo a testa para a grande bagunça.

Denise: _Definitivamente odeio dobrar roupa. –murmurou para se mesma soprando o mesmo cacho que nunca saía do lugar a não ser que a parda usasse uma das mãos. –Mas é por uma ótima causa dessa vez, mãos a obra.

Cada peça foi devidamente dobrada e separada. Não foi difícil escolher roupas para levar ao deixar de levar já que não tinha tantas roupas assim. Só deixou de fora os pijamas, pois não costumava usá-los para dormir, mas sim como se fossem uniformes de ficar em casa, e mais algumas poucas peças para usar nos dias antes da viajem. Só depois disso foi almoçar, como era previsto em seu cronograma menta.

Francenéa: _Como devagar, Denise! Vai se engastar desse jeito.

Denise: _É que eu to arrumando minhas coisas e quero terminar antes de me dar muita, muita, muita, muita, reticências (tomando ar) muita preguiça.

Francenéa: _Reticências é? (risos). Ainda faltam três dias pra essa viajem, se acalma.

Denise: _Eu sei, mas do jeito que eu sou, vou esquecer trezentas e sessenta e oito bilhões de coisas da primeira vez, então eu vou lembrando daqui pra lá.

Francenéa: _Duvido nada.

Denise: _E de qualquer forma eu já acabei de comer. –a parda levantou da cadeira em um salto e beijou a bochecha da mãe. –Eu sei que a senhora tá se roendo por dentro por causa dessa viajem, mas vai ficar tudo bem e quando eu voltar com alguma macha sinistra pra senhora tirar da minha camisa, a senhora não vai nem lembrar porque sentiu tanta saudade da morena aqui.

Francenéa: _Não, Denise! Pelo amor de Deus, tome cuidado com as suas camisas.

Denise: _Of course. Agora deixa eu lavar meu prato antes que fiquei com sono.

Sem esperar resposta, Denise pega o prato de cima da mesa, deixando o copo, pois o usaria novamente para continuar tomando Coca-Cola enquanto arrumava as roupas dobradas dentro da mala. Embora tivesse diminuído a quantidade de refrigerante desde que Marissa a pediu para diminuir a cafeína que poderia lhe fazer, nos dias de ansiedade para a viagem, aquele veneno adocicado era o único anestésico para sua euforia nervosa.

Depois de arrumar suas roupas em uma mala, pegou a mochila que usou durante todo o ano letivo e tirou tudo de dentro, em seguida começou a organizar coisas pessoais.

Como previsto, nos três dias seguintes, Denise lembrou de coisas importantes para colocar na mala ou na mochila e levou uma malinha menor para comprar lembranças para sua mãe, seu pai, seus sobrinhos e seus irmãos.

No aeroporto de Boa Vista, Francenéa chorou da descida do carro até a entrada da parda pelo portal de embarque (e muito provavelmente continuou chorando até chegar em casa, se Denise conhecia bem a mãe que tinha).

Denise não dormiu durante o voo, estava extremamente ansiosa e suas mãos estavam para deixa-la desidratada de tanto que suavam. Até a mulher e o homem ao seu lado estavam ficando nervosos com sua batida de pé no chão do avião, suas mexidas frenéticas no cabelo e suas esfregadas de uma mão na outra. O veiculo aéreo parecia ter levado o triplo das horas que realmente levou para chegar, mas finalmente chegou ao aeroporto de Varginha em Minas Gerais. Depois de pegar as bagagens, Denise se encaminhou até onde as pessoas esperavam os passageiros dos voos.

Seu coração já inquieto tentou sair do peito ao finalmente ver sua melhor amiga a uma distância milimétrica comparada a distância que estiveram desde que se conheceram. Ela ainda não a tinha visto, então Denise não pode deixar de achar uma gracinha sua expressão preocupada olhando entre a multidão que havia desembarcado também. Aproximou-se sorrateiramente.

Denise: _Marissa. –a mais clara virou-se encarando-a com um sorriso quase maior que o rosto e fez menção de abraça-la. –Não, não me abraça ainda. –pediu com uma voz chorosa.

Marissa: _Por que não? –“muito mais perfeita do que por telefone” –pensou Denise tentando controlar a vontade de chorar.

Denise: _Antes eu quero que você prometa que eu não vou acordar assim que tocar em você.

Marissa: _Como posso te prometer alguma coisa se não sei nem se não sou eu que to sonhando, Denise Katharine?

Denise: _Da ultima vez você não prometeu e eu acordei mesmo, então promete logo.

Marissa: _Deixa de ser besta.

Denise: _Anda logo, me promete, Marissa!

Marissa: _Vou prometer nada!

Denise: _Dane-se, eu quero muito mesmo te abraçar! –então a morena permitiu-se abraçar a melhor amiga, sentindo o aperto dos braços claros em torno de seu corpo. –Eu tava com tanta saudade de você!

Marissa: _Você nunca me viu antes!

Denise: _Não importa, eu sentia muita falta de você e é nisso que consiste a saudade.

Marissa: _Eu também senti muita saudade de você, então.

Apertaram-se ainda mais como se a qualquer segundo a outra fosse desaparecer no ar ou ser sugada por um buraco negro e nunca mais fossem se ver de novo. Permaneceram assim por incontáveis minutos.

Denise: _Não to conseguindo respirar. –disse com dificuldade.

Marissa: _Eu também não. –sussurrou.

Denise: _Então a gente devia se soltar. –sugeriu.

Marissa: _Seria prudente. –concordou.

Denise: _Okay.

Marissa: _Okay.

Denise: _Okay.

Marissa: _Okay.

Mas ao invés de se afastar, se apertaram ainda mais e ficaram abraçadas até precisar muito mesmo respirar.

Denise: _Nos soltamos e você não sumiu. Isso é um bom sinal.

Marissa: _Verdade. É melhor a gente pegar logo um táxi ou vão ficar todos lotados. Se já não estiverem, já que não faço ideia de quanto tempo a gente passou se abraçando.

Denise: _Ixe, é mesmo.

Marissa: _Quer ajuda com a bagagem?

Denise: _Precisa não, to de boa.

Marissa: _Gostei do seu sotaque.

Denise: _E eu achei o seu muito fofo.

Marissa: _Estamos em Minas, então tecnicamente eu não tenho sotaque.

Denise: _Não importa, é mais fofo em você.

Marissa riu e começaram a andar. Foi difícil achar um táxi vago, mas finalmente chegaram ao hotel onde a morena havia feito a reserva.

Denise: _Pelo que você falou da sua mãe, eu acho muito estranho ela ter te deixado vir com uma estranha pra um hotel, sozinha.

Marissa: _Então... A minha mãe acha que eu te conheço. Ela deduziu que você era da turminha de São Paulo que estudou da minha escola uma parte do ano.

Denise: _Marissa Amaral, você mentiu pra sua mãe?!

Marissa: _Não! Ela que deduziu sozinha. Eu não confirmei nada. Só não neguei. E de qualquer jeito, eu só vou te esperar aqui em baixo enquanto você toma um banho e troca de roupa.

Denise: _Não confia em mim ou em você perto de mim?

Marissa: _Calada.

Denise: _(risos). Já eu desço.

Denise não organizou nada fora da mala, apenas tomou um banho rápido e vestiu a primeira roupa que viu, incluindo um bonezinho de aba reta branco com a aba roxa, a frente preta e na parte preta um M roxo.

Marissa: _Esse M é de Marissa é?

Denise: _Ora, de que mais seria? A maioria dos bonés da minha coleção tem M. Você é homenageada pela sua autora favorita com uma coleção, hein, Marissa? Você é importante.

Marissa: _Sou diva. Chupa, mundo.

Denise: _(risos). Mas e aí? O que a gente vai fazer?

Marissa: _Achei que hoje você estaria um pouco menos disposta que o normal por causa da viajem, então vamos só dar uma volta mesmo. E comer alguma coisa.

Denise: _UMA PIZZA! Igual aquele meu sonho, lembra?

Marissa: _(risos). Claro que lembro. Não tem como esquecer, seus sonhos são, tipo, superproduções cinematográficas.

Denise: _(risos). Verdade. Ah como eu queria poder gravá-los de alguma forma. Ficaria rica.

Marissa: _Milionária.

Denise: _Bilionária.

Marissa: _Trilionária.

Denise: _Zilhardária.

Marissa: _Não vale! Esse número não existe.

Denise: _Um a zero.

Marissa: _Como assim “um a zero”?

Denise: _Tem a competição online e agora a competição real. A real tá um a zero.

Marissa: _E a virtual tá nove a seis.

Denise: _Exibida.

Marissa: _(risos). Boba. Ainda tens o resto das nossas vidas pra virar esse jogo.

Denise: _(risos). Eu sei. O problema é que você é muito boa.

Marissa: _Modéstia parte, sou mesmo. E quem inventou o jogo foi você!

Denise: _Pois num é! (risos).

O tempo parecia tranquilo naquela cidade. Denise sentia que estava em paz com o mundo e estar com Marissa era a causa de toda essa tranquilidade. Embora fossem muito diferentes, se divertiam muito juntas e não se cansavam de passar horas a fio apenas conversando sentadas em algum lugar ou mesmo caminhando por aí.

Durante esse um mês e meio de convivência, Denise se lembrou ainda mais de tudo que achava perfeito em Marissa no tempo em que namoravam. E de fato, aos seus olhos, aquela mineirinha parecia ser a prova cientifica de que o ditado “ninguém é perfeito” não era real.

Mas infelizmente havia chegado a ultima noite da parda em Minas Gerais, na manhã seguinte pegaria um avião de volta para Roraima sem ter previsão de volta. Mas Com certeza se esforçaria ao máximo para tirar boas notas de novo e voltar nas próximas férias, pois nem tinha ido embora ainda e já estava com saudade daquele branquela.

Ao menos a mãe de Marissa havia deixado pela primeira vez a castanha dormir no hotel com a morena. E lá estavam elas sentadas no chão do quarto, Marissa com um pijama brando e amarelo e Denise de cueca box azul, uma camisa masculina, por incrível que pareça, seu boné branco, preto e roxo. A caixa de pizza recém-aberta impregnando o ar com o cheiro do alimento.

Denise: _Não vai fazer pra eu tirar o boné pra comer?

Marissa: _Não. Você gosta de usar, então por mim tudo bem. Mas... –a castanha se inclinou e puxou a aba do boné um pouco mais para frente, já que estava de lado. –Assim fica melhor.

Denise: _Fica escroto de qualquer jeito. Eu sei disso, mas continuo gostando.

Marissa: _Não fica escroto. E se você gosta, é isso que importa.

Denise: _Você é perfeita, sabia?

Marissa: _Eu não sou perfeita.

Denise: _É, não é mesmo. Porque quando eu digo que você é perfeita, você diz que não é, então tem o defeito de ser mentirosa.

Marissa: _Para. –ela abaixou a cabeça. –Eu não sou perfeita, Denise.

Denise: _Ei. –Denise se inclinou, pôs a mãos no queixo de Marissa e ergueu o rosto levemente corado para ficar de frente com o seu. –Pra mim, você é sim. E nunca vai me convencer do contrário.

Seus olhos se encaravam da forma tão intensa que meras palavras não poderiam descrever esse momento, o rosto de Denise começou a se aproximar perigosamente do rosto de Marissa, mas no ultimo segundo seu cérebro gritou “Denise! O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO?” e a morena apenas beijou a bochecha ainda avermelhada da castanha.

Denise: _Espero que tenha entendido dessa vez. –tentou sorrir, mas mesmo sem se ver teve a mais absoluta certeza de que foi o sorriso mais falso já dado em toda a sua vida.

Marissa: _Bom... –a mais clara ainda estava atordoada, mas também tentou sorrir. –Cada um tem sua opinião, eu discordo da sua, mas respeito, né?

Denise: _Claro. Eu também respeito a sua, embora esteja errada.

Marissa: _Ah, para.

Ambas riram, mas ainda muito sem graça. Depois deram mais atenção a pizza do que uma a outra. Denise escovou os dentes primeiro e logo depois Marissa. Não trocaram palavras nem para decidir quem dormiria de que lado da cama, apenas se aconchegaram em seus cantos opostos e mergulharam em seus pensamentos.

Denise dormiu poucas horas naquela noite. Seu cérebro se recusava a desligar e seus olhos não se cansavam de velar o sono da melhor amiga. Marissa estava ali, com a respiração ressonada, tão branda. Denise sentia vontade de abraça-la, mas nunca haviam dormido juntas e o sono da mais clara poderia ser leve, se a parda a abraçasse e ela acordasse, as coisas ficariam mais estranhas ainda. Não que, de fato, a mais alta se importasse pelas coisas terem ficado estranhas. O seu arrependimento não era esse. O que a estava corroendo por dentro era o fato de não ter ido em frente.

Marissa era o tipo de pessoa que pegava no sono com muita facilidade, mas isso não queria dizer que ela não havia pensado sobre o quase beijo antes de dormir. Pensava se ela mesma não deveria ter tomado uma atitude. Mas, e se tivesse tomada? O que teria significado? Bom, para ela, teria sido o mais significativo dos beijos. Ser amiga de Denise era a coisa certa a se fazer, era isso que a parda precisava. Mas isso não diminuía os sentimentos no coração da mais baixa. Nada diminuía. Mesmo quando estava com raiva dela, era só por não poder tê-la.

Na manhã seguinte, Marissa foi a primeira a acordar. Tomou um banho rápido e foi acordar a mais alta. O que não foi uma tarefa fácil. Denise era tão fofinha dormindo. Parecia um anjinho parto de cachos escuros. Mesmo assim, Marissa precisava acordá-la, se não ela perderia o voo. Denise sentiu a carícia em seu cabelo e o beijo em seu rosto, mas pensou que era parte de seu sonho, então relutou em acordar, resmungando algo que Marissa não entendeu.

Marissa: _Eu sei que o soninho tá bom, mas vocês tem que acordar, bebezinho.

Denise: _Não. Não quero. –resmungou aconchegando ainda mais nos lençóis quentinhos e gostosos típicos de hotel, o que fez Marissa rir.

A parda estava acordada, só estava sem vontade de estar acordada, então a mais clara começou a fazer cocegas.

Marissa: _Vai acordar querendo ou não, moça.

Denise: _Isso. É. Golpe. Baixo. –falava ofegante entre risos provocados pelas cocegas. –Chega, Marissa! (risos). Já acordei, já acordei. (risos). Para!

Com um sorriso divertido nos lábios, Marissa finalmente parou com as cocegas e deixou que Denise sentasse e se espreguiçasse, então se inclinou e lhe deu um beijo na testa.

Marissa: _Bom dia.

Denise: _(sorriso sonolento). Bom dia.

Marissa: _Eu já disse que você fica engraçada com essa camisa?

Denise: _Essa já é a (pausa com expressão pensativa) terceira, quarta, QUINTA. Já é a quinta vez que você diz isso.

Marissa: _Fica uma mescla de engraçado e gracinha. Sei lá, eu gosto. (risos).

Denise: _(risos). Besta. Deixa eu tomar logo meu banho e vestir outra roupa.

Marissa: _Okay.

Denise: _Okay.

Marissa: _Okay.

Denise: _Okay.

Denise levantou, pegou a toalha e as roupas que pretendia usar e foi para o banheiro. Olhou para a camisa masculina que estava em seu corpo e concluiu que nunca mais usaria aquela camisa sem lembrar de Marissa comentando que era engraçada. Sorriu para a peça um segundo antes de finalmente tirá-la. Depois de tomar um banho rápido, escovar os dentes e prender o cabelo em um rabo de cavalo, saiu do banheiro e viu Marissa sentada na cama com um olhar distante.

Denise: _Então... –Marissa demorou cerca de dois segundos para sair de seu transe pessoal e dar atenção a Denise. –Quer tomar café aqui em cima ou lá embaixo?

Marissa: _Uh. Na verdade, eu não estou com fome, mas... Eu te faço companhia, okay?

Denise: _Bom... –a morena se aproximou do criado mudo ao lado da cama para pegar os óculos. –Eu não estou com fome também, só achei que você pudesse estar.

Marissa: _Mas você tem que alguma coisa. –dizia enquanto observava a mais alta limpar as lentes do óculos na barra da camisa.

Denise: _Não quero. Estou bem.

Marissa: _Vamos lá. Você tem que comer pelo menos um pouco antes de viajar.

Denise: _Okay, mamãe. –analisou as lentes contra a luz antes de finalmente completar seu visual nerd pondo os óculos no rosto. –Você venceu. Vamos lá pra baixo.

Depois do café da manhã, Denise e Marissa voltaram para o quarto. Denise guardou as ultimas coisas que tinha que guardar e Marissa se ofereceu para ajudar levando pelo menos a malinha menor com as lembrancinhas que a morena levaria para a família, mas Denise bateu o pé dizendo que não precisava.

Denise disse ao taxista para deixar Marissa em casa primeiro e depois seguir para o aeroporto.

Marissa: _Não quer mesmo que eu te acompanhe até o aeroporto?

Denise: _Não precisa não. –a parda forçou um sorriso. Ambas estavam tentando disfarçar, mas o clima continuava um tanto estranho entre elas e era realmente muito desconfortável.

Marissa: _Okay.

Denise: _Okay.

Marissa: _Okay.

Ao chegar em frente à casa, Denise desceu do carro com Marissa e acompanhou Marissa até o portão de grades e a abraçou. Naquela momento, esqueceram de toda a tensão que havia se instalado na noite anterior e se abraçaram como da primeira vez. A parda guardava na memória aquela mistura do perfume Rock com a pele branquinha e condicionador de cabelo Natura Spa de Acaí. A branca guardava na memória aquela mistura do perfume Sweet com a pele parda e creme de cabelo Relvazon Para Cabelos Cacheados. As duas estavam se segurando para não chorar.

Marissa colocou a mão em uma das grandes e observou Denise andar de volta até a porta do táxi. Mas ao invés de entrar, a morena segurou a porta aberta e permaneceu olhando para a mineira sem se importar de o taxímetro estar rodando. Marissa sustentou o olhar de forma curiosa, tentando imaginar o que se passava na cabeça da roraimense.

“Não faz isso, Denise. Ela é a sua melhor amiga.” –pensou consigo mesma, mas o lado menos racional e mais emocional de sua mente rebateu. –“Se eu não fizer isso agora, não vou me perdoar nunca”. Mordeu o lábio inferior tomando sua decisão definitiva, fechou os olhos e respirou fundo.

Não havia tempo pra hesitação, Denise caminhou em passos firmes até Marissa, pôs as mãos trêmulas em sua cintura e, sem medir consequências, lhe beijou.

Marissa ficou extremamente surpresa, mas ao mesmo tempo feliz, então envolveu o pescoço da mais alta e a puxou para mais perto. Denise, por sua vez, perdeu um pouco do nervosismo e segurou ainda mais firmemente a cintura da melhor amiga.

Foram muitos segundos, talvez até minutos naquele beijo intenso e apaixonado. Mas de certo não foi tempo o bastante, infelizmente, precisaram de ar. Denise não sabia o que dizer. Tampouco Marissa. Então as duas permaneceram caladas.

Denise voltou para o táxi e olhou para Marissa ainda imóvel em frente ao portão. Lançou um sorriso torto, mas não teve tempo de ser retribuída, pois o táxi começou a andar.

Marissa ficou parada alguns segundos ainda olhando para o espaço vazio que o táxi tinha deixado, então levou os dedos aos lábios que segundos antes estavam colados aos de sua melhor amiga e agora formavam um discreto e ainda incrédulo sorriso bobo. Um sorriso que iluminava seu rosto.

Por fim, entrou em casa.


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Notas finais do capítulo

E aê? Gostando?
Pena que a fic não seja muito longa... Eu gosto muito dela...
Temos mais quatro capítulos por vir apenas...
xoxo
Atenciosamente, Déborah Santana...



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