O Preço da Honra escrita por Julia Nery


Capítulo 15
A Mensagem de Eberus




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533470/chapter/15

A subida levou menos tempo do que Emma pensou, com sua mente que facilmente se distraía perante o silêncio. Seus pensamentos vagavam por entre assuntos aleatórios, e tudo o que ela ouvia eram os passos de Connor e os dela própria.

O inverno já não parecia um grande inimigo graças ao casaco feito por Ellen, mas o vento ainda beijava o rosto de Emma, escondido sob o capuz, e seus olhos atentos haviam se acostumado um pouco à escuridão, e sua visão aquilina ajudava, mas quando Connor e ela atingiram a nuvem baixa, ela foi obrigada a parar em uma das rochas que servia de superfície plana.

— Connor? – chamou Emma, mantendo-se perto da parede fria do penhasco, não se movendo e tomando o cuidado de não pisar no vazio.

— Não consegue escalar um simples penhasco? – A voz dele vinha de algum lugar acima.

— Perdoe minha insignificância, assassino-que-vive-em-uma-floresta. Eu consigo escalar, só não enxergo nada.

— Por aqui – Emma o localizou logo acima dela, onde ela finalmente conseguia ver uma parte do topo do penhasco. Viu o rosto de Connor e ele estendeu sua mão para Emma.

Ela segurou a mão dele e foi puxada para cima sem maiores esforços. Mas a visão que a deu boas vindas quando ela parou em pé nas rochas, acima da nuvem, fez seu coração falhar uma batida, e um som de choque escapou de seus lábios rachados pelo frio.

O céu. Ela nunca havia visto o céu daquela maneira em toda a sua vida. Não havia lua, mas era uma imagem saída de um conto de fadas; parecia um mar de estrelas salpicando um fundo que parecia quase azul devido a seu brilho, como pequenos diamantes. Elas cobriam tudo acima de Emma, de Norte a Sul, Leste a Oeste; não havia uma única parte que não estava coberta de pontos cintilantes; o firmamento de joias lançava uma aura prata suave na floresta abaixo, e havia tanto brilho – um brilho que refletia no sorriso de Emma, e em seus olhos.

Emma ergueu a mão em direção ao céu; era tão lindo e parecia surrealmente perto. Por um momento, ela sentiu-se flutuando. Eram tantas estrelas que apenas pensar em um número para definir tamanha magnitude parecia uma tarefa tola. Emma tentou abrir a boca e manifestar qualquer um dos sentimentos que enchiam seu peito, mas falhou.

— É lindo, não é? – disse Connor, parando ao lado de uma Emma estupefata.

— É... eu... – Emma suspirou, e abraçou a si mesma. Estava mais frio lá em cima, mas ela sorria. – Eu nunca vi nada como isso antes.

Emma virou-se para Connor, que possuía sua usual pose de braços cruzados. Lentamente, ele se aproximou de Emma.

— Mais cedo você perguntou... O que me fez abandonar minha vila.

O sorriso de Emma enfraqueceu um pouco enquanto Connor estralava os dedos, um pouco desconfortável.

— A vila que você esteve hoje – continuou ele, parando ao lado de Emma e se encostando em um tronco seco. – foi atacada quando eu tinha quatro anos. Na época eu acreditei que Templários estavam por trás do incêndio que quase acabou com tudo. Minha mãe morreu naquele dia. Eu assisti enquanto ela queimava diante de meus olhos, e eu não pude fazer nada. Alguns anos depois eu encontrei Achilles, e me juntei à Irmandade.

Emma se sentia tonta pela pequena história terrível que Connor contara em menos de cinco minutos. Mas ficou satisfeita que ele confiava nela o suficiente para contá-la aquilo.

— Connor... eu não fazia ideia.

O assassino deu de ombros.

— Foi há muito tempo. Estou perto de terminar o que comecei.

— E eu estou em seu caminho. Sinto muito.

— Não sinta. Você tem sido uma... distração de todo esse peso. Não sentir o fardo em meus ombros é bom, nem que seja apenas por um tempo. E eu a agradeço por isso.

Emma sorriu docemente, mas desta vez seu rosto não corou.

— Eu devo agradecê-lo também. Você tem me mostrado outro lado desta... nossa vida. Um lado onde pessoas se importam e... – seus lábios se esticaram nos cantos novamente e virou o rosto alegre para o céu estrelado. – onde as estrelas sorriem para você à noite.

Emma sorriu para Connor, e ele sorriu de volta.

— Acho que fazemos um bom time – Emma murmurou. Ela sentia uma vontade estranha... queria segurar a mão dele novamente.

Ele assentiu, e Emma estava prestes a dizer mais, mas o rosto de Connor mudou, ficando sério de repente, como se um botão repentinamente fosse desligado. Ergueu os dedos e tocou os lábios de Emma com eles.

— Espere – disse. – Ouça.

Emma piscou os cílios longos, levemente confusa, mas aguçou seus sentidos. Ouviu apenas o farfalhar dos galhos, o vento, e o grito de Akwe ao longe.

— É Akwe – Emma disse por baixo dos dedos de Connor. – Não...

Ouça— enfatizou ele.

Emma prestou mais atenção, e tentou enxergar com a audição além das árvores e da neve.

— Emma! – A assassina detectou, lá embaixo, no chão, quase inaudível. – Connor!

Os olhos agora assustados de Emma voltaram-se para Connor, que estava igualmente aflito. O tom da voz que os chamava era urgente.

Então, sem dizer mais uma palavra, Emma e Connor correram para a beirada do penhasco. Lá embaixo haviam montes de folhas secas onde poderiam pousar. Sendo assim, saltaram quase ao mesmo tempo, executando um salto de fé, dando que a urgência do chamado não os daria tempo para descer do penhasco normalmente.

As folhas amorteceram a queda e os assassinos correram de volta para a aldeia, onde Sombra e Kenra:ken os esperavam, mas não precisaram ir muito longe. Na floresta, mais à frente, uma luz se projetava da escuridão, deixando tudo ainda mais sinistro, provavelmente provida de uma tocha, e se locomovia rápido.

— Emma! Connor! – Chamou de novo, e desta vez seu dono foi reconhecível. Era Warren, o fazendeiro. Agora Emma conseguia ter certeza.

Os assassinos galoparam em meio à neve e árvores, desviando de troncos caídos e arbustos de erva daninha, e finalmente encontraram a fonte da luz e da voz. Warren freou seu cavalo marrom ao mesmo tempo de Connor e Emma, e os três se encontravam no meio de uma clareira.

— Graças a deus eu os encontrei – disse, limpando o suor da testa com as costas da mão. Estava frio, e para Warren estar tão nervoso a ponto de suar, não deveria ser nada bom. Ele olhou com curiosidade para Emma. – Por que seu rosto... Bem, não importa. Precisamos de vocês.

— Warren, o que aconteceu? – Emma o impulsionou, incomodando-se com o ritmo acelerado de seu coração, aumentando a cada segundo que Warren não revelava o motivo de sua urgência.

— É Ellen – disse, tirando o chapéu de palha e coçando a cabeça quase careca. – Ela desapareceu.

Emma não soube como reagir pelos primeiros segundos, e ficou em cima de Sombra, apenas encarando Warren com olhos marrons grandes e arregalados. Então sacudiu a cabeça, voltando à terra.

— O que você quer dizer com isso? Ela não voltou?

— Não. Maria me disse que Ellen saiu e a deixou com você. Isso faz horas, e já anoiteceu.

— Vamos voltar para a fazenda – disse Connor, em um tom mais sério que antes. – Vamos organizar um grupo de procura.

— Eu vou procurar por aqui – disse Emma, puxando o capuz para cima da cabeça. Suspirou, e a fumaça de vapor usual flutuou pelo espaço em frente a ela. – Vocês procuram na fazenda.

— Você não vai sozinha – decretou o assassino, e pelo seu tom, não havia discussões quanto àquilo. – Vai acabar se perdendo.

— Eu fico – disse Warren. – Sei me locomover bem na fronteira.

Connor se silenciou por um momento, ponderando, e Kenra:ken se mexeu na neve, dando alguns passos para trás, inquieto com toda aquela tensão.

— Sejam cuidadosos – disse ele, finalmente, mas seus olhos estavam em Emma. – O frio está traiçoeiro.

Emma assentiu, e Connor instigou seu corcel, e começou a fazer o caminho de volta, desaparecendo na paisagem branca e cruel.

— Vamos começar pela divisa entre a fazenda e a Fronteira – sugeriu Warren, e Emma concordou.

Connor tinha razão, afinal – nada muito longe do esperado. A floresta parecia um labirinto eterno, com as árvores desprovidas de suas folhas, e fossilizadas pelo inverno e, se não fosse por Warren, ela já estaria perdida. O fazendeiro disse que estavam seguindo para Noroeste, para onde as terras de Achilles terminavam na fronteira. Emma perdera Akwe de vista, mas tinha certeza de que a águia-real estava vigilante em algum lugar lá em cima.

Emma poderia não ser tão boa em se localizar na floresta, mas se lembrava da lição curta de Connor quanto a rastros. Então, enquanto galopavam, os olhos de Emma captaram algo na neve, que estava mais grossa naquela parte mais alta, de onde podia-se ver parte da floresta da fazenda.

— Warren, olhe – anunciou ela.

Emma foi até seu achado em um trote suave e pulou de Sombra antes que a égua pudesse parar propriamente. A assassina abaixou-se na neve, observando cuidadosamente com sua visão especial.

Na terra que se misturava com neve, haviam algumas pegadas de sapatos pequenos, sem dúvida femininos. Não muito longe, havia uma pequena fruta vermelha, que quando Emma pegou em seus dedos e a amassou, um líquido escarlate sujou suas luvas. Era uma das tinturas de Ellen.

— Ela passou por aqui – Emma seguiu a trilha com os olhos. – Não deve ter ido muito longe.

— Emma, ali! – disse Warren, apontando para um arbusto a alguns metros.

Emma correu até lá, puxando Sombra consigo e havia um pedaço de tecido verde preso aos espinhos. Ela segurou o veludo nas mãos. Ela estava perto. Emma podia sentir.

Então, confirmando suas suspeitas, um grito baixo subiu das árvores, assustando alguns corvos que descansavam nos galhos.

Socorro!

Emma não precisou de um segundo aviso. Correu até Sombra e montou, galopando em direção ao pedido de ajuda, sem mesmo ver se Warren a estava seguindo. O pelo negro da égua estava sujo dos flocos de neve que ameaçavam cair com ainda mais força, e suas patas disparavam pela grama morta.

A visão aquilina de Emma identificou Ellen logo à frente, amarrada a uma árvore, lutando para se soltar das cordas que a prendiam ao tronco gelado. Seus olhos ergueram-se para a forma negra que surgiu, e alívio dominou seu rosto jovem.

— Emma – ela suspirou. – Graças a deus.

— Ellen, o que aconteceu? – Emma desmontou de Sombra e correu para socorrer Ellen, usando suas adagas escondidas para cortar as cordas.

— Você precisa tomar cuidado! Eles voltarão logo!

— Quem?

Ellen não precisou falar nada. A resposta surgiu do nada, pulando de algum galho e caindo em cima de Emma, com as mãos grosseiras e fortes mirando em seu pescoço. Emma ficou presa embaixo de um mercenário, com a pressão em sua garganta, sem conseguir respirar.

— Ellen – disse Emma, com a voz quase inaudível devido às mãos que a apertavam. – C-Corra.

Sem discutir, Ellen correu para Warren que acabara de entrar e subiu no cavalo marrom.

— Emma! – exclamou o fazendeiro. – Não podemos deixa-la aqui!

— V-Vão! – Emma tentou gritar, e finalmente conseguiu ativar suar lâminas e enfia-las na barriga de seu atacante, cujas mãos soltaram seu pescoço.

Emma chutou-o para o lado, tirando o peso de cima de si, e levantou-se rapidamente, mas outro homem surgiu das sombras e a segurou por trás. Emma se debatia incessavelmente, e um terceiro homem chegou para agarrar seus pés que se sacudiam, mas Emma não o deu esta chance. Ela lhe desferiu um chute na cabeça e agarrou seu pescoço com ambas as pernas e a torceu, quebrando-o e acabando com sua vida.

Para se livrar do brutamontes que a segurava, Emma tentou bater sua cabeça na dele, mas não foi o suficiente, apenas a deixou tonta. Mas ela não estava sozinha.

Akwe mergulhou do céu escuro, visando o atacante de Emma, e cravou suas garras afiadas no homem que, desesperado e surpreso, soltou Emma, que caiu de joelhos na neve, e começou a bater os braços para afastar a águia, que voou para longe, mas deixou sua marca. O rosto do homem estava completamente arranhado e sangrando.

Mesmo não conseguindo ver muito à frente, ele tentou dar um soco em Emma que, já em pé, desviou-se, e acertou-o com o cotovelo. Então, com um pequeno salto, Emma pisou nas dobras dos joelhos de seu oponente, quebrando suas pernas e deixando-o de joelhos, finalizando-o com um golpe da espada na garganta.

Respirando com dificuldades ainda, Emma parou em meio a três corpos mortos, mas ela ainda possuía companhia.

Outro mercenário se aproximou dela, mas ele não era como os outros; possuía vestimentas mais finas, e suas mãos enluvadas batiam palmas sarcásticas enquanto chegava mais perto da assassina, que já se preparava para mais uma luta.

— Você deve ser Emma – disse em uma voz grave e levemente irritante. – Eberus manda seus cumprimentos.

Um arrepio percorreu os braços de Emma ao som daquele nome. Ela apontou a espada para o desconhecido, mas ele também era rápido; sua pistola direcionou-se para o meio da testa de Emma ao mesmo tempo.

— Por que estão aqui? – Emma questionou, dando um passo para longe. – Decidiram vir um pouco mais longe para oprimir mais cidadãos? Não te contaram que estas terras estão protegidas?

Na escuridão, Emma só pode ver seus olhos azuis cintilantes e um sorriso tão frio quando o próprio inverno que os cercava. Ele a lembrava muito de Phillips.

— Alguém precisava distrair os protetores – explicou. – Estamos os observando há dias. A costureira era uma isca, mas vocês nos fizeram este favor. Observar estrelas juntos? Por favor. Não foi uma boa ideia deixar a fazenda sozinha.

O coração de Emma afundou no peito e ela engoliu em seco. A espada em sua mão começou a tremular de leve.

— O que quer dizer com isso?

— Veja por si mesma – o homem baixou a pistola para apontar para o leste.

Emma não sabia se ele estava tentando enganá-la, mas seus instintos foram mais fortes que ela. Virando a cabeça para a direção onde ele apontava, por entre os galhos secos e sem folhas que possibilitaram a visão, Emma viu uma coluna de fumaça negra se estender da direção do mar. Seus olhos se arregalaram ainda mais. Vinha da fazenda.

Ela começou a andar em direção a Sombra, mais preocupada que tudo, mas o estranho segurou seu braço. Um grande erro.

— Podemos fazer isso por bem ou por mal – sibilou. – Eberus não disse que deveríamos leva-la viva.

Numa velocidade incrível, Emma se virou e socou a barriga do homem, que curvou-se, e torceu seu braço que a segurava, virando-o de costas para ela com o braço torcido no meio da lombar, e matou-o atravessando seu pescoço com a espada. Ela não tinha tempo para aquilo.

Jogou o corpo na neve, que manchou-se de vermelho do sangue que jorrava para fora e correu para Sombra, montando novamente e batendo os pés com força em seus flancos. Enquanto Emma voltava para a fazenda, com o coração pesado, a floresta parecia mais infinita que nunca, mas ela iria achar o caminho. Ela precisava encontrar o caminho.

Mas a imagem que encontrou quando atingiu o penhasco da costa, onde a fronteira encontrava o oceano, a imagem que viu lá de cima ao longe a atingiu como um raio. Era o Aquila. Estava em chamas.

A fumaça que subia do incêndio foi o que ajudou Emma a voltar para casa. Nunca se sentiu tão aliviada ao voltar para a vila, mas as casas estavam vazias. Provavelmente todos estavam no porto, tentando ajudar a apagar as chamas que iluminavam o céu como se estivesse de dia. Enquanto corria com sombra pela descida que levava ao píer, Emma já conseguia sentir o calor.

Mas quando chegou ao navio que ardia em fogo, ao pular de Sombra perto do píer, ela recuou alguns passos, levemente assustada. Tanto fogo trazia terríveis memórias de volta, mas algo à sua frente a fez voltar a si. Era Connor. Ele ajudava os cidadãos com baldes de madeira e areia, tentando controlar o fogo.

Ela começou a correr até ele, e seus olhos se encontraram por um segundo. Emma viu seus lábios se movendo, formando o nome dela em um sussurro de... surpresa, ou alívio? Talvez ambos.

Mas Emma parou no meio do caminho, um movimento em cima do convés do Aquila chamando sua atenção. Era um mercenário, definitivamente não parte dos aliados. Ele pulava das chamas para o píer, e tinha uma bolsa sobre o ombro que parecia pesada. Era o imã. Ele roubara o imã.

Emma esqueceu-se completamente de tudo que a cercava, e começou a correr atrás do ladrão, que montou em um cavalo assustado que havia sido deixado ali. Emma aparentemente daria mais um passeio com Sombra mais cedo do que pensara.

Sem perder um segundo, Emma já estava de volta à sua égua e bateu os calcanhares nela, que, já assustada pelo incêndio, empinou-se e relinchou. E, mais uma vez, correu como o vento.

Connor POV

Antes que Connor pudesse começar a pensar em fazer algo, Emma agarrou as rédeas de Sombra e montou-a, esporando seus flancos com os pés. A égua empinou-se e lançou-se para frente, e ambas dispararam para a floresta novamente. O coração de Connor se apertou.

— Emma, pare! – Gritou ele, mas era inútil.

Ele começou a correr atrás dela mas, ao passar ao lado do Aquila, barris de pólvora no depósito se explodiram e jogaram todos no píer cinco metros para longe.

Connor se levantou, com a visão um tanto borrada, só conseguindo distinguir o branco da neve e o laranja flamejante das chamas em seu navio. Seu ouvido apitava, e sentiu algo segurando-o, impedindo-o de dar mais um passo. Era Faulkner.

— Capitão, precisamos apagar o fogo! –gritou, puxando para o lado oposto da estrada. Para longe de Emma. – Ou o Aquila vai se reduzira uma pilha de cinzas no fundo da baía!

Connor sacudiu a cabeça e viu todos os marinheiros do navio e também os moradores correndo com baldes de água do oceano até o incêndio. Olhou para cima com pesar. As velas brancas já haviam queimado quase completamente, e lançavam um sinal de fumaça do tamanho de uma montanha no ar. O céu e os arredores estavam sendo iluminados por uma luz laranja infernal, e o calor que emanava em pleno inverno era surreal. Era como se a noite houvesse se tornado dia.

Emma POV

Emma estava bem atrás do ladrão.

Eles haviam adentrado os limites da fronteira havia alguns minutos, e a respiração forçada de Sombra avisava Emma de que o animal logo começaria a se cansar de correr tanto sem parar. O ladrão ocasionalmente olhava para trás, com medo, como se para se certificar de que ainda estava sendo perseguido.

Mas eles não correriam por mais muito tempo.

Emma se aproximou mais e quando os dois cavalos estavam a poucos centímetros de distância, ela se ergueu na sela e pulou para cima do homem, enfiando sua espada em suas costelas, atravessando seu tórax horizontalmente. Ele gritou, mas Emma arrancou a bolsa que continha o imã e o jogou para fora de seu cavalo, puxando a espada de volta.

Ela se sentiu vitoriosa, mas durou pouco. Não viu o que estava logo à frente.

O cavalo freou na beirada de um penhasco, salvando-se, mas Emma, que não possuía os pés nos estribos, foi brutalmente jogada para o vazio da queda. Ela sentiu o vento frio arranhar seu rosto, e apenas fechou os olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, comentários são muito apreciados ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Preço da Honra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.