Entre tapas e beijos escrita por Consuelo Campideli


Capítulo 16
Flashback


Notas iniciais do capítulo

Oiiie. Estou muito ocupada gente. Obrigada pelos reviews. Quem quiser comentar algo mais pode mandar MP.



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Estou enrolada até o pescoço. Não tenho a minima ideia do que dizer ao Mac. Foi um acidente, nem tanto. Quer dizer... Bom... Eu peguei sabendo que era dele, mas coitada de mim, sozinha e procurando algum lugar pra sentar e aí vejo a camiseta jogada sabe lá onde, sozinha. Eu me identifiquei com ela. É uma história comovente de uma pessoa e uma camisa, ambas solitárias.


Nossa, com isso tudo já dá pra fazer um filme. O que me deixa receosa é sua vingança, com certeza ele não vai deixar barato. Mac é muito vingativo e ele nunca se dá por satisfeito, não comigo pelo menos.


Ele já foi muito mal comigo. Sobre sua vingança; Eu senti na pele, o quanto ele é malvado quando quer. Aquele filho de uma boa mãe. Ele nunca vai entender que foi um acidente e mesmo que entendesse, ele não perderia a oportunidade de fazer alguma maldade comigo.


Lembro-me como se fosse ontem...


Flashback ON


Estava eu felissíma na segunda semana de trabalho. Eu de primeira não fui com a cara do meu chefe, não por minha parte, é claro. Ele é do tipo egocêntrico, se acha o rei do universo. Com seu jeito idiota de ser, e sua prepotência.
Como uma boa detetive, eu tenho uma memória muito apurada. Entretanto, sou azarada e um pouco desastrada. Confesso, que eu sou a criança que derrama o nescau dez vezes na mesa. Que tudo que pego, cai. E claro, hoje estou bem melhor.


Não sou mais a criança desastrada que fui. Agora, eu sou atenciosa. Como adoro café e a rotina no laboratório é cansativa, eu preciso de café para reabastecer minhas energias. Vou a sala que tem comida. Uma das minhas salas preferidas, eu amo comer.


Pegando meu café, saio em direção a minha sala e sem querer esbarro em um corpo forte, meu café vai todo na camisa do cara. Eu já disse que estava bem quente? Pois, estava. Quem manda ter esse corpão todo também, ocupa o espaço de tudo.


Olho para cima, um pouco envergonhada, pouco mesmo. E dou de cara com quem? quem? Sim, ele mesmo, o meu chefe. O cara que não vai com minha cara, que não gosta nem um pouco de mim.
Ele está me olhando furioso. Até parece que a culpa é minha, começo a olha-lo também.


— Sua desastrada. Não olha para onde anda, não? — Nossa, como ele tem uma voz sexy quando está irritado. Acho, que preciso derramar café nele mais vezes.


— Claro, que olho. Acontece que você que foi parar na minha frente. Não me viu porque não quis. — Digo, calma. Não sei porque tanto nervoso, todos nós detetives trazemos roupa para a troca. Ele está furioso, seu rosto vermelho. Será que eu deveria oferecer ajuda? Tipo, passar a mão no tanquinho dele, com a desculpa que vou tirar a mancha com as mãos. Quem diabos cai numa dessa?


— Você não deveria ter feito isso. — Ele diz num tom ameaçador. Ótimo, agora senti medo.


— Foi um acidente. Eu não tenho culpa, não fiz porque quis. — Digo, para ver se ele para de fazer tanto drama.


— E nem ao menos me pediu desculpas. Tsc, você tem sorte que essa não é minha camisa favorita.


Eu não pedi desculpas e nem vou. Ele é muito ignorante, egocêntrico, metido. Sou orgulhosa demais pra isso. E ele também não merece, já vem agindo dessa forma comigo, sendo que nem fiz por vontade própria, deve ter sido uma vontade interior.
A única coisa que sei é que a culpa não é minha.


— Segundo Newton, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo. Então, segundo eu, se você está vindo a minha direção querendo o espaço em que estou localizada, não vai dar certo. E claro, não podemos esquecer que toda ação tem sua reação, você esbarrou em mim, o meu corpo contra o seu fez com que meu café fosse a sua camisa. Então, se quer culpar alguém, culpe Newton, ou a física. Agora dê-me licença. — Peço, educadamente e ele sai da minha frente confuso.


Eu sou uma dama.


Eu estou tão feliz agora, sinto um prazer invadir-me. Acho que discutir com ele me faz bem. Ganhei minha manhã, volto a minha sala, muito feliz. Mesmo sabendo que o copo de café que iria repor minhas energias, agora está vazio.


Retomo o meu trabalho, por agora estou fazendo apenas relatórios. O que é chato pra caramba, preferiria estar no corredor discutindo com meu chefe. Apesar de eu não ir com a cara dele, o tempo passa rápido com ele.

As horas vão se passando o tic tac do relógio me causa nervoso. Eu fico irritada facilmente, decido ir me refrescar. Vou ao banheiro feminino, eu já disse que lá é enorme? É realmente grande, tem armários para roupas e tudo. Guardo minha arma e meu distintivo lá, enquanto tiro minha roupa. Eu não comi nada, estou quase morrendo aqui. Depois do meu banho refrescante, saio de toalha em busca da minha roupa que deixei no cabide ao lado do banheiro.


Meu coração acelera, o pânico toma conta de mim, cadê minhas roupas?Quem foi o desgraçado, filho de um capirota que pegou minhas roupas? Oh, meu Deus. Corro ao meu armário e não tem nenhuma peça de roupa. Eu não sou a barbie que pega cortina ou toalha e faz um vestido super estiloso.

Eu sento no banco e começo a chorar. Só acontece comigo, no meu próprio emprego tem gente furtando. Só tem eu e o meu chefe por enquanto. Não tem mais detetives aqui, nem tenho amigos aqui.

Eu acho que vou sair de toalha mesmo. Eu saio do vestiário de fininho, olhando para todos os lados. Para que ninguém me veja e quando estou perto da minha sala, olho para o lado, para a sala do Mac. A sala de vidro, transparente. E lá está minhas roupas expostas penduradas por alguma coisa.


Esse filhote de capiroto, perturbado. Derramei o café nele sem querer, caramba. Vou até lá, abro a porta devargazinho.


— Perdeu alguma coisa aqui, Bonasera? — Ele me perguntou, olhando para mim de cima a baixo


É agora que eu canto, baba baby?


— Digamos que eu achei, Taylor. — Respondo ríspida, vou até onde está minhas roupas e pego com pressa.


Ele olha-me erguendo a sobrancelha e sorri.


— Isso é pra você aprender a ser mais cuidadosa. Dá próxima vez eu vou fazer pior e não deixarei você levar nada. Mas como estou bonzinho vou deixar você sair com suas roupas. — Ele diz e reencosta sua costas na cadeira. O filho da mãe está com uma camisa diferente, ele tinha troca e fez isso tudo só por vingança.


Ele fica olhando para o meu corpo. Que mer…! Ele está me olhando de maneira safada. Porém, eu não me constranjo.


Mas eu não vou deixar barato, aqui se faz aqui se paga.
OFF


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