Uma nerd muito diferente escrita por Sophia M R


Capítulo 7
Histórias da Disney com um pouquinho de terror e conto de fadas da Alice parte 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpa, pela demora, que é enorme por sinal, mas resumindo:
Repeti de ano e fiquei sem cabeça para escrever comédia.
Internet ruim.
Indo todos os dias na casa da minha tia para, acredite se quiser, ajudar ela com a festa de renovação de votos dela. Mas ela é normal então é bodas de prata.
É isso. E não pensem vocês que eu esqueci do spoiler. Vou falar disso nas notas finais.

Aproveitem o capitulo!!



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Tomei coragem para abrir a porta, e dessa vez ela não se abriu sozinha. Assim que abri a porta não acreditei no que estava vendo.

Bella estava parada, do lado da pia e lavando louça, falando pelos cotovelos, enquanto um velhinho, realmente com cara de zangado, resmungava alguma coisa.

– … E, tipo, ele com certeza não sabia do que estava falando. Ah, oi gente! – Bella disse sorrindo, assim que nos viu.

Eu esperava qualquer coisa. Tipo, o velhinho botou a Bella para correr atirando no chão perto do pé dela. Que ele fosse só mais um velhinho louco e Bella correu com medo. Até mesmo que ele resolvesse a manter refém, e nós tivéssemos que chamar a polícia. Mas eu realmente não esperava que ela estivesse arrumando a casa de um velho rabugento, que apontou uma espingarda pra ela, com um gato passando por suas pernas e fazendo charme.

– Que merda é essa?! – perguntou Rosalie um tanto quanto incrédula. Todos estávamos.

– Bem, esse é o Carl Severus. Senhor Severus, essa são minhas irmãs Alice e Rosalie, e esse são meus amigos, os irmão Edward, Jasper Emmett. – nos apresentou Bella, e o velhinho só balançou a cabeça e resmungou algo. Eu realmente não pude evitar rir do nome dele. Qual é, era coincidência de mais. Mas parece que o cara não gostou muito não, já que me olhou zangado.

– Desculpe, mas é que seu nome … – tentei me explicar rapidamente, mas fui cortado por Emmett.

– O que tem o nome dele? – perguntou curioso.

– É que Carl é o primeiro nome do Seu Fredricksen, aquele velhinho do filme “Up: altas aventuras” e ele é um pouco zangado, nome de uns dos anões da Branca de Neve. E ironicamente Severus é o significado de zangado em latim, e também é um dos personagens de Harry Potter, saga pela qual Bella é fascinada, que era de mal com a vida. – fiz minha pequena explicação e todos pareceram entender. Não teve graça para ele por que eu tive que explicar, porque se não...

– Mas então. – falou Rosalie, olhando para Bella – Quando você vai nos explicar o que aconteceu?

– Foi assim. Quando eu estava falando com vocês no telefone, Carl começou a tossir e tossir, quase chegou a cair no chão. Eu pensei em aproveitar esse crise e fugir, já que meu carro tinha finalmente saído da lama. Mas eu simplesmente não podia deixar ele lá assim, daquele jeito. Então eu desci do carro e fui ajudá-lo, levei ele para dentro de casa e ele me disse que tinha asma e que a sua bombinha estava na mesa da cozinha. Eu busquei a bombinha, e depois dei uma bronca nele.

– Ahn? – perguntou Alice.

– Provavelmente a asma dele atacou por causa da situação em que estava essa casa, parecia que ninguém a limpava a anos. Então eu resolvi limpar a casa para ele. – disse Bella dando de ombros.

– Então é assim? – indignou-se Alice – Você nos faz pensa que tem um velhinho, que foi abandonado pela esposa por um porto-riquenho, louco, querendo atirar em você, e que se viéssemos te procurar ele atiraria na gente e empalharia nossas cabeças como troféus, mas, na verdade, você simplesmente resolveu fazer uma boa ação e esqueceu de nos avisar?! – depois dessa todos nós ficamos em silêncio, mas depois Bella respondeu.

– É exatamente isso. – respondeu e se calou novamente, e eu pensei que o silêncio voltaria a reinar mas o Carl Severus se pronunciou.

– Como vocês sabem que a minha esposa me abandonou por um porto-riquenho? – perguntou, e nós quatro, eu, Jasper, Alice e Emmett olhamos para Rosalie perplexos.

– Que foi? Eu falei que pela descrição ele tinha cara de ser esse tipo.

– E isso é um tipo? – perguntou Jasper.

– Com certeza é! – concordou Bella, e eu pensei no tipo “corno”. Fiquei com um pouquinho de pena dele, já que recentemente eu passei para esse time. Eu espero mesmo que seja só time, e não tipo. – Mas então, eu já terminei de arrumar a casa e já até alimentei o Boris.

– Boris? – perguntou Emmett.

– É, esse gatinho fofinho! – disse pegando aquele gato, com ar de superioridade, no colo – Ele não é lindinho?

– Pode ser. Mas e então? Vamos ficar aqui, com esse senhor, tomando chá da tarde ou vamos para casa por que temos ensaio? – perguntei, depois de responder Bella.

– O ensaio! – exclamou Bella – Foi mal, gente. Eu juro que tinha me esquecido.

– Isso não vem ao caso agora. – disse Rosalie – Então, vamos ou não?

– Mas e o Carl? – Bella perguntou, apontando para o senhor Zangado.

– Eu vou ficar bem. – disse o velhinho resmungando – Não basta você ter vindo aqui me encher a paciência, tem que trazer mais amigos arruaceiros.

– Eu também gostei muito de você, Carl! – disse Bella sorrindo e pondo Boris no chão. – Já que é assim, vamos nessa.

E nós fomos. E eu novamente tentei ajudar Jasper: O menino BV nessa, mandando ele pedir a Bella para ir no carro com as garotas, mas como ele é mais burro que porta, menos a do Carl que se abre sozinha, ele me chamou de irritante e disse para deixá-lo em paz. Falando em porta...

– Bella, porque a porta daquela casa se abriu sozinha? – perguntei quando chegamos entrada da minha casa. Vi que nossos irmãos ficaram curiosos pela resposta.

– Ah, aquela porta está emperrada. Tem que fazer um esforço para fechá-la, e provavelmente o trinco da maçaneta, que está enferrujada, não saiu, o que fez a porta se abrir. – explicou dando de ombros, e eu me senti realmente idiota por pensar que tinha algum fantasma naquela casa.

– Eu já sabia dessa. – disse Emmett com um deboche muito mal fingido.

– Sério?! – perguntou Rosalie fingindo espanto – Tem certeza que não vai subir para o seu quarto e trocar de calça? – perguntou maldosa, fazendo Emmett virar o rosto, envergonhado.

Eu só fiz rir, enquanto abria a porta. Entramos e imediatamente Renee se levantou do sofá e foi abraçar Bella. Mas depois deu uma bronca nela.

– Nunca mais faça uma coisa dessas, hein?! Porque não me disse que não ia direto para casa? Eu teria te esperado para irmos juntas, mas nããão!! Você tinha que dar uma de sabe-tudo, e olha no que deu?!

– Desculpa, mãe! Eu não sabia que ia me perder.

– Tudo bem, Renee. Já passou, as crianças estão bem. – disse minha mãe – Mas então o que foi que aconteceu?

Alice que narraria tudo, mas Emmett disse que ele era o mais alto então o direito era dele. E ele foi contando, e nossos familiares foram rindo, e nós fomos ficando envergonhados, e Bella não parava do nos zoar. É claro que se fosse eu que tivesse narrando eles não ririam, mas como era o Emmett, né?!

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Bella

– Vocês já se desequilibraram em cima do salto alto? – perguntei para as irmãs Denali, que estavam sentadas do meu lado em um dos banquinhos que tinha no quintal dos Cullen.

– Não. – responderam juntas, enquanto balançavam a cabeça ao mesmo tempo, me causando arrepios dos pé até a cabeça. Elas pareciam Barbies de tão perfeitas, só que eu não poderia arrancar as cabeças delas quando ficasse com raiva, como eu fazia com as minhas.

O lance é que, depois que eu cheguei na casa dos Cullens, minhas irmãs e eu ficamos um tempinho conversando com eles, e aí elas passaram por nós. Elas poderiam ser mais bonitas que qualquer uma de nós menos Rosalie. Alice disse que perto delas, ela se sentia uma velha boneca de pano enquanto elas eram as de porcelanas. Os Cullens disseram que era assim mesmo, que elas pareciam perfeitas, que até chegaram a pensar que elas eram vampiras, mas quando foram a praia a ideia foi descartada.

E aí eu entro nessa bagaça. Falei para eles que ninguém pode se tão perfeitinho assim, e eles me disseram que se até o final do dia eu descobrisse nem que fosse um defeitinho em uma só delas, eles me recompensariam, cada um, com um boneco pop. E eu, é claro, aceitei. Então aqui estou eu tentando descobrir algo.

– Vocês já soltaram pum na frente de alguém?

– Eca! – foi o que me responderam, juntas novamente, e eu me levantei dali pois acabaria arrancando a cabeça delas, mesmo que elas não fossem Barbies.

– E ai? Descobriu algo? – disse o Gostoso Cullen, em tom zombeteiro. Ah se não fosse tão bonito!

– Não, não descobri. Mas não pensem vocês que eu desisti!

– Bellinha, se com dezessete anos de convivência eu não descobri nada, imagine você com um dia. – falou Emmett.

– Talvez, e eu disse talvez, você tenha razão. – minha mãe nos chamou. Estava na hora do ensaio.

Durante o ensaio eu descobri que não tinha nada demais na dança, era só aquela valsa típica, sem nada elaborado. Eu acabei fazendo par com Edward, o que não foi uma novidade, já que a mãe dele está dando uma de Eros, e parece que minha mãe estava satisfeita com isso. Rosalie fez par com Emmett e Alice com Jasper. Preciso dizer que Emmett estava se saindo bem sem minha ajuda, já que ele estava dizendo alguma coisa no ouvido de Rosalie enquanto dançavam e ela parecia que estava gostando de escutar. Já não posso dizer a mesma coisa de Alice e Jasper. Ele não falava nada e Alice parecia estar prestes a chorar. Ah, o primeiro amor!

– O que será que está acontecendo? – Edward perguntou no meu ouvido, me causando arrepios, e apontando com a cabeça na direção dos nossos caçulas.

– Seu irmão, provavelmente, não está tomando iniciativa. – respondi dando de ombros.

– Ele tem motivos pra isso. – Edward disse, olhando para o lado, como se não tivesse importância. Mas uma mão dele, que estava na minha cintura, foi parar nos seus cabelos, ou seja: ou ele estava nervoso ou impaciente; talvez os dois. Ele aparentava nervosismo ou alguém que queria dar com a língua nos dentes, faltava só alguém perguntar o que é. Eu, é claro, não me fiz de rogada.

– E quais são esses motivos? – perguntei realmente interessada.

– Bom, é que … Jasper além de tímido nunca chegou em uma garota, pra nada. – terminou a frase sugestivamente, como se tivesse algo a mais. Eu como boa curiosa que sou, tentei ler nas entrelinhas. Jasper nunca chegou em uma garota … pra nada … nada?

– Seu irmão já namorou? – talvez fosse isso. Se ele nunca namorou não saberia chegar em uma garota que quisesse algo mais duradouro que uma noite.

– Não. – respondeu da mesma forma, então tinha algo a mais. Mais que isso … se ele nunca namorou e o assunto é mais embaixo provavelmente ele nunca …

– Seu irmão já ficou com alguém?

– Nunca. – nunca? Pera aí, então …

– Ai caramba! Seu irmão … – exclamei um pouco alto de mais, chamando atenção para nós, e Edward tampou a minha boca – Seu irmão nunca beijou na boca?! – sussurrei para Edward e ele me confirmou com um aceno. Olhei para Jasper, ele me olhou curioso. Dei um sorriso solidário, e na mesma hora ele arregalou os olhos, olhou para Edward e depois abaixou a cabeça vermelho.

– Ele vai tentar me matar! Eu não devia ter te contado. – Edward se lamentou.

– Se não devia então por que contou? Não se lamentou quando foi corno, mas se lamentou só porque eu descobri que Jasper é um menino puro. Francamente! – eu até achei que tinha ido um pouquinho longe, não se meche com orgulho ferido, quando Edward abriu um sorriso de quem plantou verde e colheu maduro.

– Eu te contei por que você é maluca o suficiente pra fazer alguma coisa merdamente idiota que vai acabar juntando os dois.

– Eu não sou maluca! – exclamei alto, fazendo minha mãe me olhar torto. Dei um sorrisinho e olhei pra Edward indignada.

– Não?! Na escola todos acham que você é maluca, no refeitório você se fingiu de maluca, você tem essas crises aí de ficar falando alto. Você bateu em uma criança mesmo sabendo que poderia ter morrido, em vez de correr ficou falando da verruga de uma velhinho … quer mais?! – perguntou sarcasticamente. Estreitei os meus olhos em sua direção.

– Quer saber?! Eu vou fazer algo sim, Cullen! Mas não vai ser merdamente idiota, não. Vai ser fodidamente demais. Você vai ver!

– Fodidamente demais? – perguntou debochado.

– Eu não sei se você sabe, mas fodidamente existe. Agora eu não sei de onde você tirou esse merdamente. – falei jogando meus cabelos e o deixando pra trás no exato momento em que a música acabou, eu conhecia aquela música de cor. Atrás de mim, eu pude ouvir a risada de Edward. Tá legal, eu sorri junto, mas ele não precisa saber disso.

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– Ele não gosta de mim! Ele não me ama! – disse Alice, ou melhor, gritou, subindo as escadas e batendo a corda do seu mundinho cor-de-rosa vulgo quarto.

Acabei soltando um suspiro antes de a seguir. Alice veio chorando o caminho todo falando que Jasper não amava, que ele não tinha nem falado com ela direito e foi só a perfeita da Kate o chamar que ele foi correndo. Tentei explicar que eles eram primos, mas aí ela me deu um resumo de vida dos Denali: Eleazar Denali, irmão de Esme era um viúvo solitário, Carmem, mãe de três meninas, foi abandonada pelo marido. Como precisava de emprego ou não teria como sustentar a casa e as filhas, e não tinha feito faculdade, virou empregada doméstica do Denali. Aí o lobo solitário se apaixonou pela ovelha, e foram felizes para sempre. Portanto Jasper NÃO era primo dela. Por isso Edward usou aspas ao mencioná-las. Só sei que Alice também disse que seu mundo cor-de-rosa tinha virado cinza. Ela não suporta cinza pois alega que é a cor de um cocô nada saudável.

Prata, prateado, até metalizado, mas cinza não!

– Alice? – bati à porta do seu quarto. Nada. – Alice, vai, abre a porta! Eu venho em paz. Prometo tentar não falar algo merdamente idiota, eu só quero conversar. – sério que eu falei merdamente?

– Mesmo? – perguntou Alice pondo a cabeça pra fora do quarto. Ela estava com uma cara de choro e um biquinho tão fofo que chegava a dar dó.

– Mesmo. – falei afirmando com a cabeça. Ela me deixou entrar e ia fechar a porta quando Rosalie a impediu e entrou também. Rosalie é assim: quando se trata do nosso bem, ela não pede, ela faz. Ela pode ser toda mandona e estressada, mas pela nossa família ela vai até o limite, talvez além. Me sentei na cama e dei uma batidinha para Alice se sentar ao meu lado, e assim ela o fez, então deitou a cabeça no meu colo. Rosalie puxou uma cadeira se sentando de frente para nós duas e pegou uma mão de Alice.

– Vai falar agora? – perguntei suavemente. Alice poderia ser a rainha do drama as vezes, mas sempre tínhamos paciência e esperávamos quando a outra estava com vontade de falar. Se Alice era a rainha do drama, Rosalie era a que nos xingava até não aguentar mais e botar tudo pra fora e eu era a que fingia que não me importava e depois de muita insistência eu caia no choro.

– Eu acho que ele não gosta de mim como eu pensei que gostava. – disse secando as lágrimas.

– É claro que gosta! – exclamou Rosalie – Está mais na cara que nariz!

– Mas então, se ele gosta por que não faz nada, não me chama pra sair ou algo assim? Ele nem se que fala comigo direito!

– Talvez ele nunca tenha chegado em uma garota. – sugeri como que não quer nada.

– A tá, eu acredito! – debochou Alice – Ele, bonito, lindo como todo Cullen é, nunca ter chegado em uma garota?! Impossível!

– Você é linda, e nunca nem se quer beijou na boca. – argumentou Rosalie, que não sabia de nada.

– Eu nunca beijei ninguém, por que queria que fosse especial, e com alguém que eu gostasse. Esse alguém é o Jasper e ele nem se toca! – de repente minha língua começou a coçar e eu fiquei com vontade de falar, assim, sutilmente que ele realmente nunca tinha beijado na boca. Mas aí eu pensei melhor e resolvi que era o próprio Jasper quem tinha que contar – O Jasper é homem, e homem nem liga pra isso.

– Não tem nada a ver ser homem ou não! – reclamei – Corrigindo o que você disse, a maioria dos homens não ligam pra isso, mas sempre tem aquele que é especial, e Jasper parece ser. Talvez ele tenha beijado na boca, talvez não, talvez ele tenha ido além, talvez não. Mas uma coisa que não tem talvez é que ele realmente gosta de você, vai ver ele tenha os motivos dele. – esclareci o meu ponto de vista, e pensei que isso fosse acalmar a Alice, mas nããão! Ela se levantou com a cara toda vermelhar.

– E se ele já beijou alguém? E se ele já transou com alguém! É esse o motivo dele então. Ele não ficaria com alguém que seja boba e que nunca beijou na boca! E se ele estiver nesse exato momento ficando com alguém?! – e de repente ela chorava de novo – Meu mundinho cor-de-rosa está mais cinza que tempo nublado! Enquanto ele está lá, ficando com aquela perfeitinha Kate, eu estou aqui chorando por ele. – aí ela deu um sorriso, estranho, em meio ao choro, como se tivesse acabado de ter uma ideia – Quer saber?! Eu vou sair hoje! E não estou nem aí que é segunda! Se ele não quer ficar comigo por que eu nunca beijei na boca, então eu vou para alguma festa ou bar e agarrar o primeiro bonitinho que aparecer na minha frente, depois esfregar na cara do Jasper que eu não preciso dele, mesmo que seja mentira!

– Alice, Alice! – chamou Rosalie ficando de frente para ela – Você sabe que tudo que você disse é infundado, né? Pelo amor de Deus, Alice! Talvez ele só seja tímido. – Alice não deu ideia e foi em direção banheiro – Aonde você vai? – perguntou.

– Tomar banho, me arrumar e ir para qualquer lugar que tenha caras bonitos.

– Até porque você não encontraria uma casa de festas bombando as seis e meia da noite. – Rosalie murmurou e Alice bateu a porta do banheiro. Minha irmã mais velha me olhou pedindo ajuda, mas eu estava muito ocupada andando de um lado ao outro do quarto. As irmãs Swans tinham puxado um defeito da mãe delas: impulsividade. Eramos impulsivas as vezes, o que acabava nos rendendo arrependimentos futuros. Alice então, nem se fala. Eu sei que devemos deixar ela fazer as escolhas dela e ficar do lado dela quando ela caísse e aprendesse a lição. Mas ela era a nossa caçulinha, nossa fadinha, nossa mascotinha, e com certeza se arrependeria depois, por ter beijado alguém e depois que soubesse que Jasper nunca beijou ninguém.

– Alice, para com essa palhaçada! – gritei frustrada, sentando na cama.

– Como é que se beija? Você enfia a língua na boca dele primeiro ou ele enfia na sua? – perguntou e eu escutei o barulho do chuveiro.

– Eu vou te dizer aonde enfia …! – me levantei indo em direção ao banheiro, mas Rosalie me impediu.

– Bella, é melhor não. Nós já tentamos, se ela ainda insiste deixa ela. Ela vai em qualquer lugar e beijar qualquer boca que não seja do Jasper. E depois se arrepender, e nós vamos estar aqui … que sorriso é esse? – perguntou meio desconfiada, vendo que eu comecei a abrir um sorriso quando a mesma disse “Jasper”.

– Quem disse que ela não vai beijar na boca do Jasper? Pode não ser hoje, mas com certeza ele vai ser o primeiro garoto que ela vai beijar ou eu não me chamo Isabella. – falei decidida indo em direção a porta.

– Aonde vai? – perguntou Rosalie confusa.

– Prenda ela até eu chegar. Não a deixe sair dessa casa até lá.

– Como? – perguntou com um leve tom de irritação.

– Sei lá, diz que nenhuma roupa que ela botar serve pra ocasião, se vira! Volto logo. – falei fechando a porta atrás de mim. Desci as escadas correndo, e, por um milagre divino, eu não caí dela.

– Aonde vai? – perguntou meu pai, que estava sentado de frente pra TV abraçado a minha mãe, assim que cheguei na sala.

– Impedir uma loucura! Não se preocupem eu não demoro, vou de carro, não vou me perder, meu celular está carregado, sei o telefone de casa de cor e salteado e blá, blá, blá. – disse indo em direção a porta e tive tempo de escutar um “tudo bem, boa sorte!” antes de fechá-la.

Agora eu sabia aonde ficava a casa deles, não tinha como eu me perder. A não ser que eu fosse muito azarada, mas achei melhor ignorar esse pensamento. Fui rapidamente para a casa dos Cullens, pela primeira vez eu pus o motor do meu bebê para funcionar daquele jeito. Tá bom, ele não era o carro mais rápido do mundo, mas que pai em sã consciência daria algo assim para o filho? Eu não daria.

Cheguei na casa dos Cullens mais rápido que eu previa, mas era melhor. Eu não queria me aproveitar da paciência de Rosalie, que sempre foi pouca. Toquei a campainha e esperei alguém abrir aporta. O que não demorou a acontecer.

– Bella? O que faz aqui, minha querida? Esqueceu-se de algo? – perguntou Esme assim que abriu a porta e viu que era eu. – Vem, entra.

Não me fiz de rogada e entrei, quanto mais rápido melhor. Olhei ao redor e vi Edward e Emmett me encararem confusos.

– Desculpa a falta de educação, mas eu vou fazer algo muito mais mal-educado agora. Aonde está o Jasper? – perguntei olhando para Esme.

– Está no quarto dele.

– E aonde é o quarto dele?

– Corredor de cima, segunda porta a direita. – respondeu Esme com um olhar curioso, mas eu estava ocupada demais me relembrando que direita é a mão que eu escrevo. Sem dizer mais nada fui em direção a escada sendo seguida por Edward e Emmett.

– Ele tranca a porta? – perguntei para qualquer um deles.

– Não. Vai fazer algo merdamente idiota, não é? – Edward perguntou zombeteiro.

– Ótimo. E não, não vou fazer algo merdamente idiota, já disse que vai ser fodidamente demais.

– Jasper não gosta que entrem sem bater, – disse Emmett – por tanto arrombe a porta.

Teria rido se não tivesse concentrada no meu plano. Cheguei na segunda porta a direita e a abri. Jasper estava deitado na cama, com os fones de ouvido e os olhos fechados; estava também só de cueca boxer, mas isso não vem ao caso. Até por que isso só seria interessante pra Alice.

Cheguei de fininho perto da cama dela, olhei para os lados e encontrei um travesseiro no chão, o peguei tendo uma ideia.

– Acorda! Anda, levanta! – gritei enquanto batia com o travesseiro em Jasper. Ele ficou tão assustado que caiu da cama, mas se levantou rapidamente e olhou para os lados até parar em mim, com o travesseiro na mão.

– Que merda você pensa que está fazendo?! – perguntou irritado.

– O que eu estou fazendo? Impedindo minha irmã mais nova de fazer algo merdamente idiota! – e de novo eu escutei a risada do Edward, mas dessa vez eu não ri. – Mas para isso eu preciso de você.

– O que Alice vai fazer e por que precisa de mim?

– Vai ir para algum lugar e ficar com o primeiro bonitinho que der mole para ela. – respondi e vi Jasper fazer cara de surpreso e depois de triste.

– Eu e Edward já te falamos, mano. Quem não dá assistência perde para a concorrência. – disse Emmett tentando consolá-lo.

– E é por isso que eu preciso que você mexa essa bunda magrela até o banheiro e troque de roupa, porque você vai comigo.

– O que?! Eu não vou não! Se ela quer ficar com outro cara é porque não gosta de mim.

– Ou porque ela cansou de esperar. – sugeriu Edward e eu balancei a cabeça concordando com ele.

– É mais ou menos isso. E é por esse motivo que você vai até lá tentar convencer aquela drama queen de que ela está fazendo uma burrada. Anda, vai logo para o banheiro se trocar! – falei empurrando ele até uma porta que deduzi ser o banheiro. Ele estava tão confuso que nem discutiu. Olhei para Edward e ele me encarava com um sorrisinho superior.

– O que foi? – perguntei.

– Eu falei que você ia fazer algo merdamente idiota. Eu não sei o que é, mas vai.

– Já falei que não vai ser idiota, vai ser demais. – disse cruzando os braços na altura do peito o encarando.

– Do que é que vocês estão falando? – Emmett perguntou.

– Nada! – respondemos juntos, e depois rimos um para o outro.

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Jasper ficou o caminho todo me perguntando o que ele iria fazer lá em casa, mas eu não respondia, não queria assustar o garoto. Se sozinho ele já tinha medo de chegar na Alice, imagina eu contando para ele o que eu pretendia?

Edward e Emmett, que quiseram vir também, só sabiam implicar com ele falando que eu ia fazê-lo cantar uma serenata em baixo da janela do quarto da Alice. Até parece, o meu plano era bem simples.

– É o seguinte, Jasper, – falei, estacionando o carro em frente a minha casa em vez de botá-lo na garagem. Eu ainda precisaria dele – você vai entrar lá em casa, chamar a Alice e depois convidá-la para sair com você, não importa o lugar, só chame ela pra sair.

– É o que?! Não, não. Ela vai rir da minha cara! – disse Jasper sacudindo a cabeça. Bufei e revirei os olhos.

– Pelo amor de Deus, homem! Honre o que você tem dentro da calça. Você vai sair da merda desse carro agora e chamar a Alice para sair, se não você não vai ter chance nenhuma com ela! Enquanto você fica aí com medinho de convidar uma garota, que está na cara que gosta de você, para sair ela fica se perguntando se você não gosta dela.

– Mas eu gosto! – disse Jasper, exasperado.

– Então pronto, poxa! Anda, levanta daí e vem! – mandei enquanto eu mesma saia do carro, sendo seguida por Emmett e Edward. Jasper relutou em sair do carro mas eu o puxei. Abri a porta da sala e deixei aberta para os outros dois passarem, olhei em volta e meus pais não estavam em lugar nenhum, provavelmente já foram dormir. Fui em direção a escada arrastando Jasper junto comigo e já estava subindo quando ouvi passos no andar de cima vindo de encontro a nós.

– Mas Alice, por que você não experimenta aquele rosa?! Esse aí não é o mais bonito, e para um dia como esse você tem que arrasar. – Rosalie vinha andando rápido atrás de Alice que bufava impaciente.

– Chega, Rose! Essa é a minha décima troca de … – Alice se interrompeu quando viu Jasper parado no pé da escada, Rosalie acabou trombando nela mas por sorte não caíram. Fato que eu achei sem graça, por que naquela casa só eu era zoada por cair daquela arma mortal que chamam de escada.

Eles ficaram se encarando e Rosalie impaciente passou por baixo dos braços de Alice e veio para perto de mim murmurando um “Até que enfim, eu já estava sem desculpas para inventar!”. Jasper parecia encantado com Alice, o que eu achei fofo. Mas convenhamos, minha irmãzinha estava linda. Usava um vestido preto de alças finas justo até um pouco acima da cintura e depois ele caia solto até o meio da coxa mas com um pouco de volume, aposto que tinha nágua em baixo. Aonde terminava a parte justa tinha um cinto cor de vermelho sangue combinando com o scarpin meia pata da mesma cor. Alice estava com o cabelo solto como sempre, mas em vez de espetado ele estava liso; ela tinha posto uma maquiagem bem leve em um tom clarinho e os lábios com um tom de rosa muito bonito. Se ela queria chamar a atenção hoje com certeza conseguiu.

– Nossa, mana. Você está linda! – elogiei – Fala com ela! – sussurrei para Jasper, mas ele não fez nada, então eu fiz – O Jasper tem algo a te pedir. – falei com Alice, empurrando Jasper para mais perto da escada.

– O que?! – perguntou nervosa e ansiosa, mexendo nos cabelos.

– É … você …

– Eu … – Alice o incentivou, o fazendo fechar os olhos e respirar fundo, acho que tentando tomar coragem.

– Eu queria saber se você não que ir … no cinema comigo hoje. Agora para ser mais exato. – falou tudo rapidamente, mas pelo menos dessa vez ele falou.

– Assim?! – Alice perguntou duvidosa.

– Se você não quiser tudo b …

– Não! – Alice se apressou em dizer, um pouquinho alto e com um sorriso enorme – Quer dizer … estava me referindo a roupa, não é muito apropriada para ir ao cinema, é?!

– Você está linda assim! – Jasper confessou, fazendo Alice corar e o resto de nós soltar exclamações tipo “awn!”. Quer dizer, o resto de nós meninas, mas eu ouvi uns suspiros desfarçados de tosse, disso eu tenho certeza.

– Tudo bem então. Mas como nós vamos? – Alice perguntou. Merda! Eu não pensei nessa parte, e pelo visto Jasper também não já que ele não estava ciente do plano até chegar aqui, mas Edward foi mas rápido e tomou a frente.

– Jasper esqueceu a carteira dele no banco do carro da Bella. Como vai chamar um táxi assim, seu mané?! – Edward disse entregando a carteira para Jasper, ato que me fez franzir o cenho. A carteira de Jasper era marrom, preto era a cor da carteira do Edwar … ah!

– Er … valeu, Edward! – Jasper disse o olhando agradecido. – Então, vamos? – perguntou para Alice.

– Claro! – Alice concordou sorrindo e descendo as escadas, quando chegou no último degrau Jasper estendeu o braço para ela, que sorriu para ele e cruzou seus braços com o dele. Ficaram tão entretidos com eles próprios que passaram pela porta da sala sem dar tchau.

– Que fofinho! – disse Rosalie, sorrindo.

– É mesmo! – concordei indo para a janela que dava para o lado de frente da casa. Um táxi tinha acabado de passar na rua, provavelmente para deixar alguém por perto já que aqui não era ponto de circulação deles, e Jasper fez um sinal. O táxi parou do lado deles e Jasper disse algo ao motorista depois abriu a porta de trás dando passagem para Alice e entrando em seguida. – É isso ai! – falei saindo de casa.

– Aonde vai? – perguntou Rosalie confusa.

– Como aonde eu vou?! Vou atrás deles ver no que vai dar. – respondi e eles me olharam estranho. – Não me olhem com essas caras. Não é tão errado assim. Eu só estou curiosa para saber no que vai dar esse encontro deles.

– Não é isso! – Rosalie fez sinal de descaso com a mão. – Como é que você vai atrás deles e não tem a coragem de nos chamar para ir junto. – falou e Edward e Emmett concordaram.

– Beleza. – falei lentamente. – Estão esperando o que então? Que eu abra a porta do carro para vocês? – falei indo em direção ao carro e eles rapidamente me seguiram. Entramos no carro e eu rapidamente o pus em movimento.

– Para onde será que eles vão? – perguntou Emmett e todos nós olhamos para ele. – Que foi?

– Você ouviu a parte em que o Jasper chamou Alice para ir ao cinema, não ouviu? – Perguntou Rosalie, que estava do lado dele no banco de trás. Edward estava do meu lado.

– Então eles vão para o cinema? – perguntou Emmett, e nós afirmamos. Internamente eu me perguntei se ele fazia isso de propósito. Quer dizer, como ele chegou no terceiro ano? Edward, que até então olhava par trás, me olhou e depois deu um sorriso debochado.

– Você sabe que o seu plano é merdamente idiota, não sabe? – começou. Eu nunca admitiria isso em voz alta, mas até que eu estava gostando dessa nossa briguinha, ele também não. Talvez seja por que é algo nosso.

– É fodidamente demais, Edward. É você quem tem que admitir algo. Tem que admitir que eu sou inteligente e fiz algo que nenhum de vocês conseguiram. Admita. – pedi, e ele sorriu; dessa vez um sorriso sincero.

– Nunca. – falou e foi a minha vez de rir enquanto o observava de canto de olho, e ele fazia o mesmo. Acho que estava começando a entender o que Selena quis dizer.

– Ah caramba, Selena! – falei e pisei no freio. Todo mundo foi pra frente.

– Se quiser morrer me avisa, que eu pulo do carro! – disse Rosalie brava. Ignorei.

– A Selena vai me matar! Que horas tem?

– 19: 06. – respondeu Edward olhando seu celular. – Por quê? O que tem Selena?

– Tenho que ajudar ela a fazer uma surpresa para o noivo dela essa noite. – respondi e eles me olharam estranho. – O que? – perguntei e repassei a frase na minha cabeça. Eu, ela noivo dela, essa noite. – Seus idiotas! Que merda! Tira essa imagem da minha cabeça. Seus pervertidos!

– Então o que você vai fazer de noite na casa deles? Eles é que são os pervertidos, não nós. – disse Rosalie, que conhecia bem Selena.

– Mas não a esse ponto. Eles morrem de ciúmes um do outro. Não daria certo. E mesmo se não fosse isso, eu não faria. Ela é minha amiga e professora, e ele é um policial. Francamente.

– Então, se fosse outras pessoas você faria? – Emmett perguntou sacana, e todos riram, menos eu.

– Vocês querem parar de falar merda?! – falei sacudindo a cabeça e me concentrando na estrada.

– Bella está santinha hoje. – Zombou Edward. Ah é? Soltei um sorriso maldoso, e logo depois um sacana. Comecei a levar o carro para o acostamento.

– O que você vai fazer? – perguntou Rosalie.

– Vou mostrar para o Edward a santinha. Vocês podem sair, mas se quiserem assistir eu não me oponho. – falei e esperei as reações. Edward me olhou de olhos arregalados, Rosalie escancarou a boca e Emmett disse “puta que pariu!”. Queria ter uma câmera agora. Comecei a rir, e depois a gargalhar. – Vocês tinham que ter visto a cara de vocês! Foi hilário. – falei voltando a pôr o carro em movimento.

– Isso não teve graça. – disse Edward.

– Tadinho do meu irmão! – zombou Emmett. – Foi com tanta sede ao pote. Bella, quando chegarmos você vai ter que recompensar ele. – falou, e o senhor e a senhora Tomato deram as caras.

– Até que não seria má ideia. – falei baixo para Edward ouvir. Eu sou Isabella Swan afinal. Não podia deixar essa passar. Mas Edward também sabe brincar.

– Com certeza não seria. – ele disse abrindo um sorriso safado. Foi a primeira vez que eu vi esse sorriso, e ele me fez pensar em coisas que não se deve. Ah Edward, por que tão gostoso?!

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Chegamos no cinema bem rápido, quando eu estacionei o carro Jasper e Alice já estavam entrando. Eles estavam tão distraídos um com o outro que nem nos viram ali, coisa que seria bem fácil se você olhasse para os lados.

O cinema nem estava muito movimentado, não que ele seja naturalmente. Jasper comprou os ingressos para um filme que eu não vi qual era. Era só esperar eles entrarem em uma sala, e perguntar pro carinha que fica parado na porta qual filme estava dando e compra ingressos.

A seção começaria as nove, então eles ficaram sentados em um banquinho que tinha ali, conversando (Nós estávamos escondidos atrás de uma parede, com as cabeças para fora. Senti como se estivesse em um filme de crianças arteiras ouvindo a conversa dos adultos.). Ele estava fazendo Alice sorrir, e ele até parecia gostar quando ela desatava a falar sem parar. Depois ele se levantou e comprou um pote grande de pipoca. Sorri por que se ele tinha comprado um só pote vai ter aquela coisa de “Vou fingir que vou pegar pipoca ao mesmo tempo que você só para encostar sua mão na minha”.

– Precisava ter comprado do grande? Essas coisas são caras no cinema. – resmungou Edward, com a cabeça acima da minha.

– Deixa de ser rabugento. – falei sorrindo. – Vamos, eles estão entrando.

Chegamos na porta da sala que eles entraram e perguntei para o rapaz que filme estava dando naquela sala e ele disse que era A Penúltima Música. Voltamos para comprar o ingreço.

– Esse não é o nome daquele livro do Nicholay Parks. Sobre aquela garota rebelde que nunca sorri, que se apaixona por um jogador de futebol e o pai dela morre por que o apêndice dele inflamou e ele não foi no hospital aí piorou? – perguntou Emmett.

– É esse mesmo, e ela até toca banjo no livro. É uma adaptação com aquela atris e cantora que eu esqueci o nome. Ela até fez aquela série, Rã na Montanha.

– Tá falando da Mily Cyrcus? – perguntou Edward.

– Aquela garota é muito louca. E esse filme é “antigo”. – comentou Rosalie. É verdade, mas aqui é Port Angeles, né?

– Hoje é dia de reprise. – falei.

– Ah. – disse ela.

Entramos e procuramos por eles, que estavam na antepenúltima fileira, então ficamos na última. O filme começou com a Roxie babando a janela do carro. No começo Alice e Jasper prestavam a atenção no filme, mas depois começaram a conversar. A sala estava tão vazia que eles tinham aquela fileira só para eles. A essa hora Jasper já estava com os braços em volta de Alice.

– Aposto que Alice vai perguntar o porque dele nunca tê-la chamado para sair e ele vai dizer a verdade, aí ela vai abrir um sorriso maior que o da lua crescente e aí eles vão se beijar. – falei para eles. Edward estava do meu lado direito, Rosalie do esquerdo e Emmett do lado dela.

– Nem vou apostar. – disse Emmett. – Ninguém é tão idiota a esse ponto. Tá na cara que eles vão fazer isso. – e nessa hora nos três estávamos olhando para ele. Nunca tinha visto ele falar algo tão normal. Ele está sempre sendo tão … Emmett que eu esqueço que ele pode ser normal.

– Ele tem esses momentos as vezes. – disse Edward dando de ombro.

Olhamos para o casal a nossa frente e Alice estava falando algo no ouvido de Jasper e ele ficou sério. Chamei a atenção dos Cullen e de Rosalie para lá, não que fosse preciso eles estavam tão concentrados quanto eu. E então Jasper disse algo a ela. Ela ficou surpresa mas depois sorriu, e depois ficou séria de novo, mas conhecendo ela como eu conheço, ela estava ansiosa. E Jasper pareceu entender isso. Ele tirou o braço dela e segurou a sua nuca, e ela olhou para ele, parecia que estava olhando para a boca dele, não dava para ver direito. Então eles foram se aproximando, e parecia que nós quatro estávamos assistindo uma partida de futebol, com o jogador prestes a fazer gol. Prendi a respiração, e então eles se beijaram. Foi um beijo bem tímido, nada de fogo. Foi tão fofo. Que eu não pude evitar comemorar. Aliás nenhum de nós, e então começamos a rir baixinho para não chamar atenção.

– Isso foi tão bonito! – comentou Rosalie e eu concordei. Olhei para eles, e eles estavam sorrindo um para o outro. Alice disse algo a ele que o fez sorrir e ficar dando vários beijinhos nela. Peguei meu celular e olhei a hora. Dez horas. Eu estava com fome.

– Eu vou comprar pipoca. Alguém vai querer? – perguntei.

– Eu quero chocolate. – Rosalie pediu.

– Trás dois. – disse Emmett. Me virei para Edward.

– E você?

– Compra uma pipoca grande e divide comigo. – ele disse sorrindo. Na minha cabeça veio a frase que eu usei mais cedo para me referir a Jasper comprando uma sói pipoca.

– Pode ser. – sorri de volta e me levantei.

Sai da sala e fui em direção ao balcão que vendia as coisas. Estava de cabeça baixa, mas de relance eu vi uma cabeleira bem loira que não me era estranha. Levantei a cabeça e vi as irmãs Denali, arrumadas de mais para irem só ao cinema, andando juntas e cochichando algo. Eu era boa em sair de casa para fazer merda, então sei reconhecer quando alguém está tramando alguma coisa. E elas claramente estavam. Foram em direção a saída, e como a curiosa que sou, as segui. Elas começaram a andar apressadas e olhavam para os lados e para trás para saber se alguém as estava seguindo. Eu me escondia a toda hora para elas não me verem.

Elas foram andando até chegar em uma rua deserta e meio suspeita, pararam em um portão enorme de ferro e bateram. Se abriu uma portinhola e um rosto apareceu, ele falou algo e elas também disseram, então ele abriu um pequeno portão embutido no portão grande e elas entraram. Eu deveria ter ido embora, mas em vez disso eu entrei. Antes mandei uma mensagem para Rosalie falando que tinha que ver uma coisa e chegava até o fim do filme. Quando cheguei perto do potão bati; e a portinhola se abriu e o mesmo rosto apareceu. Ele me olhou de cima abaixo, como se estivesse me avaliando.

– Idade? – ele perguntou me olhando desafiadoramente. Eu não sabia aonde estava me metendo mas sabia jogar.

– Idade suficiente. – respondi erguendo o queixo e o olhando como se ele fosse inferior. Ele não queria saber minha idade realmente.

– É das minhas. – me elogiou e eu sorri arrogantemente. – Entra. – ele falou abrindo o portão. – Se não achar algo interessante lá, lembre-se que eu estou aqui. – virei e o encarei, ele me encarou de volta. Ele era bonito. Se eu não estivesse fazendo algo hoje, quem sabe … e então Edward veio na minha mente e eu fiquei um pouco desconfortável com o que estava pensando antes. Sem falar nada me virei novamente e entrei no local e … caramba! Aquilo era uma boate.

Olhei em volta e tinha muitas pessoas. Alguns se agarrando, outros fazendo coisas indecentes no meio de todo mundo sem ligar para a plateia. Que merda era aquela?! Aquilo não era só uma boate, disso eu tinha certeza. Então um cara superbonito, supergato e supertudo veio ao meu encontro.

– Tá afim? – perguntou alto mas não muito (A música estava em um bom volume para dançar e para conversar. As caixas de som estavam todas voltadas para a pista de dança.) e eu não entendendo fiquei olhando para ele com cara de peixe morto.

– Como? – perguntei, e quando ele ia responder eu o interrompi. – Que lugar é esse? – ele me olhou e depois sorriu.

– Entrou aqui por curiosidade?

– É mais ou menos isso. Então? – perguntei e ele suspirou.

– Isso aqui é de tudo um pouco: boate, bar, candy shop*

– Você é …?

– Garoto de programa? Sou. – vendo que eu fiquei quieta e não fiz menção de me afastar ele continuou. – Tem gente que vem aqui para curtir com os amigos sem nada de mais, tem gente que vem atrás de pessoas como eu, pessoas que vem aqui para dançar ali. – ele apontou para um palco perto de nós dois e minha boca se escancarou. No Pole Dance estavam ninguém mais ninguém menos que as Denali. Elas estavam mandando ver, e arrancando gritos dos homens. Eu achei o pote de ouro no final do arco-íris. Eu vou ganhar mais bonecos! Peguei meu celular e tirei o flash, a luz ambiente era o suficiente para distinguir elas com clareza.

– Achei o que estava procurando! – falei pulando no lugar, e o cara me olhou curioso.

– Vingança? – perguntou olhando para as três louras.

– Longe disso! Não tenho coragem de fazer isso nem com o pior inimigo. – Falei e ele continuou me encarando como se quisesse que eu prosseguisse. – Elas são primas de uns amigos meus, e são perfeitinhas de mais, chega a irritar. Eles tentaram descobrir algo e não conseguiram. E eu sem querer …

– Achou o que queria. – adivinhou. – Cuidado com essas imagens. – alertou.

– Vou mostrar par eles e depois apago. – falei enfiando o celular dentro das calças, dentro das calças mesmo, nada de bolso, e ele levantou uma sobrancelha para mim. – Caso alguém queira me assaltar. – dei de ombros. Ele continuou me encarando e novamente sorriu.

– Eu sou Garret. – estendeu a mão e eu apertei.

– Isabella, mas prefiro Bella. – falei e olhei para o palco onde elas ainda dançavam. – Posso te fazer uma pergunta?

– Pode. – respondeu Garret.

– Por que você está aqui? Fazendo isso? Sem julgar, é só curiosidade! – Me apressei em dizer.

– Minha mãe. – falou com um olhar perdido, e eu esperei. – Ela está com câncer, e não temos dinheiro suficiente para pagar o tratamento. Tive que parar de fazer faculdade e aqui estou. – eu fiquei surpresa, por que ele não parecia universitário, parecia mas velho. Eram as marcas da vida.

– Te desejo sorte. – falei tocando o ombro dele. – Vou indo nessa.

– Não vai esperar elas? – perguntou confuso.

– Não quero que elas saibam que eu sei.

– Mas e os …?

– Eles sabem manter segredo. – disse me lembrando de Edward e minha discalculia. – Até algum dia, Garret.

– Até. – ele falou sorrindo.

Eu acho engraçados essas conversas com desconhecidos. Algumas faz você querer que a pessoa sua da sua frente e não apareça mais. Outras, como a que tive com Garret, faz você ter vontade de encontrar novamente a pessoa e, quem sabe, começar uma amizade.

Cheguei rápido ao cinema, comprei uma pipoca e chocolates, mesmo faltando pouco para acabar o filme. A fome não desapareceu. Entrei na sala e me sentei sendo observada pelos três.

– Aonde você estava? – perguntou Edward e ignorei, mas o encarei sorrindo.

– Vocês não vão acreditar no que eu descobri. – falei com a boca cheia de pipoca.

– E o que você descobriu, Educação em pessoa? – perguntou Rosalie ironicamente enquanto abria o chocolate.

– Na saída eu conto. – disse simplesmente.

– Falando em saída, temos que sair daqui logo para que eles não nos vejam. – disse Edward se levantando e eu fui fazer o mesmo. Só que eu sou a Bella, e consegui tropeçar nos meus próprios pés, mesmo semilevantada. Edward conseguiu me segurar antes que eu caísse em cima da cadeira da frente. Mas meus braços estavam soltos, e a pipoca voou. E caiu em cima de quem? Do Jasper e da Alice. Eles se levantaram num pulo e se viraram olhando para nós com os olhos arregalados. Jasper estava com um pouco de batom espalhado pela boca e ao redor. Alice com os cabelos meio bagunçados. Estávamos paralisados. Emmett com chocolate na boca, Rosalie com o típico “Oh!”, Edward olhando para eles com cara de pamonha, ainda com os braços em minha cintura e o corpo colado ao meu, e eu, babaca, pendurada pelos braços de Edward, meio projetada para frente, os braços caindo molemente, olhando para todos. Eu sou muito idiota!

– O que estão fazendo aqui? – Jasper foi o primeiro a falar algo. Ele estava nervoso e um pouco envergonhada. Já Alice, descaradamente ria de tudo. Ela olhou de mim para Rosalie.

– Podiam ter esperado eu chegar em casa. – falou.

– Er … então … maneiro o filme, né? – Emmett falou e nós olhamos para ele. Pelo visto acabou o momento Emmett normal.

– Vamos embora. – Jasper disse nervoso, puxando Alice pela mão e ela o acompanhou sem tirar o sorriso da cara.

E nós, como cachorrinhos abandonados, seguimos eles. Saímos do cinema, e eles olharam em volta e firam em direção ao meu carro. Todos nós paramos e nos encaramos.

– Sua boca … está suja. – falei para Jasper pondo a mão na minha própria boca como que para indicar o lugar. Ele limpou constrangido e aquilo bastou para Alice cair na gargalhada. Primeiro olhamos para ela constrangidos e depois rimos juntos. Aquilo foi tão idiota que chagava a ser engraçado.

– Vocês deveriam ter visto a cara de vocês naquela hora! – ela disse e Jasper gargalhou. Ficamos rindo por um tempo e depois nos acalmamos. Suspirei.

– Me desculpem. – pedi. – A ideia de seguir vocês foi minha.

– Mas nós não não viemos a força. – disse Edward, que, só agora eu fui perceber, ainda estava com um braço em minha cintura, e eu estava encostada em seu peito. Edward parece ter percebido o mesmo pois ele tirou o braço da minha cintura. Eu não gostei. Quer dizer, qual o problema? Amigos também se abraçam. Por isso peguei o braço dele e pus de volta, e ele deu um leve aperto no meu quadril. Emmett pigarreou e minha visão entrou em foco. Os quatro nos encaravam divertidos.

– O que foi? – perguntei vermelha, e Emmett olhou de mim para Edward.

– Será que o senhor e a senhora Tomato vão sair da ficção para entrar na realidade? – Emmett perguntou, levantando a sobrancelha sugestivamente.

– Cala a boca Emmett! – disse Edward. – Vamos logo embora.

– Como vamos caber todos no carro? – perguntou Rosalie. – Um táxi vai demorar a passa e nós vamos chegar em casa tarde.

– Alice pode ir no colo do Jasper. – falei e minha irmã corou e Jasper olhou para o lado constrangido. Eles dois eram tão fofos juntos. – E Rosalie no colo de Emmett.

– Por que o Edward não vai no colo dele? – perguntou emburrada.

– Eu não vou sentar no colo de homem nenhum, muito menos no do meu irmão! – disse Edward indignado.

– Então o Emmett senta no meu colo. – ela disse.

– Olha bem para você e me diz se você aguenta o Emmett? – perguntei levantando as sobrancelhas, mas na intenção de levantar uma só.

– Eu não quero ir no colo! Eu sou alta e minha cabeça vai bater no teto eu carro. – declarou, e era verdade. Quando íamos para algum lugar de carona e acabávamos que tínhamos que ir no colo, era sempre eu ou Alice que íamos no colo nunca ela, já que ela batia a cabeça. Soltei um suspiro e entreguei a chave para ela.

– Vai dirigindo que eu vou atrás no colo do Edward. Tudo bem pra você? – perguntei olhando para ele, e ele deu de ombros. Jasper e Alice entrara por um lado e nós dois por outro, e o Emmett foi no carona.

Fomos uma boa parte do caminho em silêncio, comentando algo de vez em quando. Não era um silêncio constrangedor, era bom. Como se nós nos conhecêssemos a anos e fossemos melhores amigos desde sempre. Edward fazia carinho na minha cabeça, que estava encostada em seu ombro, e eu estava quase dormindo quando Alice falou exatamente o que eu estava pensando. Concordei com ela.

– Era nisso que eu estava pensando. O que é estranho, não ruim, já que eu nem sei a cor favorita de vocês.

– A minha é cinza! – Emmett disse e Alice fez uma careta e Rosalie e eu rimos.

– Eu odeio cinza! Prefiro rosa. – disse Alice e Emmett deu língua pra ela.

– Eu amo vermelho. – disse Rosalie.

– Eu gosto de azul. – disse Jasper enquanto ajeitava Alice em seu colo fazendo-a se sentar de lado e se recostar no peito dele. Ela sorriu e se aconchegou.

– Eu também gostava de azul.

– Gostava? – perguntou Rosalie me olhando pelo retrovisor rapidamente e voltando a olhar a estrada. – Gosta de qual agora? – perguntou, e na minha mente veio um par de olhos verdes.

– Verde. – respondi. Na mesma hora Emmett olhou para trás.

– Edward? – chamou o irmão. – Eu já te disse o quanto que seus olhos verdes são lindos? – perguntou batendo os silhos.

– Idiota. – disse Edward, mas pôs o braço em volta da minha cintura me puxando mais para si. Perto dele eu podia sentir o quanto ele ela cheiroso. Cheiro de hortelã, acho que era de chiclete, e um perfume amadeirado. Perfeito. Suspirei audivelmente e todos olharam para mim. Fiquei escarlate, mas fingi não ver.

– Mas então. – Rosalie falou. – Qual a sua cor preferida, Edward? – perguntou Rosalie, e eu me vi curiosa para saber. Ele ficou em silêncio, e quando eu achei que ele não ia responder ele falou.

– Marrom. – disse simplesmente, e todos ficaram quietos mas com sorrisinhos na cara. Tá, ou era neura minha, ou ele disse isso por causa dos meus olhos. Eu senti meu estômago dançar hip-hop, minhas mãos suarem e meu coração martelar no peito. Merda! Eu conhecia essa sensação, mas não queria pensar sobre isso. Pelo menos não perto dele, no colo dele e sentindo o cheiro dele. Querendo me distrair, disse a primeira coisa que veio na minha mente.

– Passa na casa da Selena. – falei para Rosalie e todos me olharam.

– Como? – perguntou Rosalie.

– Eu preciso ir na Selena. – falei com mais convicção. Até que não era má ideia.

– Agora? Vai dar uma hora da manhã, Bella. – perguntou para ter certeza.

– É. – respondi.

– Então tá. – falou Rosalie e fez o caminho para a casa dela.

Quem não conhece realmente Selena, diz que aquela casa não combina com ela, pois ela tem cara de lar, mas é exatamente perfeita para Selena, por que sim ela é safada, mas também é uma romântica incorrigível. Sonha em casar e ter filhos, coisas que já estão a caminho. A casa dela e de um andar só, amarela por fora, o telhado cor de barro, e a porta e as janelas brancas. Bem casinha de boneca, com jardins e tudo o mais.

Liguei para ela.

– Alô. – atendeu Selena com voz de sono.

– Sou eu. Abre aí. – pedi.

– Já vou. – respondeu e desligou.

Um minuto depois a porta da frente se abriu, ela atravessou a varanda e abriu o portãozinho. A casa era cercada por um canteiro vivo.

– Não sabia que era amiga da professora. – Jasper comentou enquanto saíamos do carro.

Quando eu estava chegando perto dela, ela desatou a chorar e dizer o quanto eu era irresponsável, que nem ligou para falar que não podia ir. Culpada e assustada, eu corri para abraçá-la. As vezes ela era pior que Alice mesmo sem ter um bebê dentro dela, imagine agora?

– Desculpa, Sel. Eu sei que fui uma ingrata e desnaturada. Mas pensa assim: – falei baixo perto do ouvido dela. Se eu seria a única a saber que ela estava grávida, antes do Henrique, não falaria alto para minhas irmãs e meus amigos escutarem. – Uma criança não tem hora para nascer, você pode estar dormindo, comento, no banheiro, e eu não estou falando do número um, e bum. Temos um bebê prestes a nasces. Então eu juntei meu desatento ao agradável, e aqui estou eu tentando me redimir.

– Pode ser. – falou ainda emburrada e com lágrima nos olhos mas ponderando a ideia. E de repente ela sorriu. – Vou acordar o Henrique, vem, entrei. – nos chamou e nos entramos na sua sala. Era bem aconchegante. Olhei para a mesinha de centro e vi um caderno sem pauta com lápis de cor, lápis e borracha, e me senti culpada por ter esquecido dela. Ela já tinha preparado tudo. Peguei o caderno e me sentei no sofá, sendo seguida pelos cinco.

– É sério isso? Você veio aqui para desenhar? – perguntou Alice e eu fiz sinal de mais ou menos com as mãos.

Escutei o Henrique reclamando no corredor, e quando ele chegou na sala estacou ao ver seis pessoas sentadas no seu sofá. Sim, eles já moraram juntos.

– Oi, Bella, irmãs da Bella que eu esqueci o nome e garotos que eu não conheço. – disse ele se sentando em sua poltrona, então eu apresentei todo munto. Selena veio logo depois com uma sacola de papel na mão, e se sentou no braço da poltrona. – Amor, o que é isso? – Henrique perguntou, tentando ver dentro, mas ela puxou para longe.

– Você já vai saber. Isso tem a ver com a Bella estar aqui.

– Como assim? – perguntou confuso. Selena respirou fundo e começou a falar.

– Nós encomendamos uma ... coisa, vamos dizer assim por não ter uma palavra melhor no momento.

– Nós? – ele perguntou.

– É. Só que você não sabe. Mas vai saber daqui a pouco. E como você não imagina mais ou menos como vai ser a aparência disso. Eu trouxe a Bella para desenhar com as minhas preferências e as suas e quem sabe não chegamos perto de acertar? – mesmo não entendendo bulhufas, ele aceitou. – Então vamos começar. Bella, o rosto meu ou o dele?

– Acho que um pouco dos dois. – respondi começando a desenhar e todos olhavam para nós duas como se tivéssemos catarro escorrendo pela testa.

– Henrique, olhos azuis ou castanho claro?

– Azuis, são a cor dos seus, mas … – tentou falar mas Selena o cortou.

– Os cabelos tem que ser loiros. – Ela disse, e eu continuei desenhando.

– Do que nós estamos falando? – perguntou Alice baixo ao meu lado. Eu estava com o caderno bem perto de mim, não deixando ninguém ver.

– Azul ou rosa? – perguntou Selena para Henrique.

– Rosa? – respondeu confuso. Mas eu estendi. Menino ou menina.

– Eu também acho. – menina. – Tem que ser a minha boca e o nariz dele. É. Eu acho que é só isso que podemos dizer. – terminou Selena, e eu continuei desenhando um bebê loiro de olhos azuis com uma xuquinha rosa na cabeça e vestidinho com babados. Fiz um bebê já grandinho para ficar mais bonitinho, com dois dentinhos em cima.

– Terminei. – falei passando para ela sem ninguém ver o conteúdo.

– Ótimo. – abriu e mostrou para o Henrique. – O que achou? – perguntou sorrindo, e o Henrique ficou encarando o desenho como se aquilo fosse a coisa mais difícil a se desvendada.

– Isso … é … isso quer … – tetou falar olhando para Selena, mais precisamente para a barriga dela. Ela pegou a sacola e entregou para ele, que abriu e tirou de lá um sapatinho de bebê, branco.

– Eu vou ser pai. – sussurrou meio aturdido. – Eu vou ser pai? – perguntou, agora mais alto, olhando para Selena, que confirmou com lágrimas nos olhos.

– Sim. – ela disse e de repente ela e abraçou.

– Eu vou ser pai! – gritou rindo, se levantando com ela no colo e a girando. Levantei do sofá e chamei minha galera para a cozinha. Aquele era um momento deles.

– Quem diria. – disse Rosalie. – Selena noiva e ainda por cima grávida.

– Uhum. – eu concordei sorrindo. – E adivinha quem vai ser a madrinha do bebê?

– Você? – perguntou Alice sorrindo e eu acenei com a cabeça. – Ai meu Deu! Bella vai ser tia! – ela exclamou nos fazendo rir.

Ficamos mais um pouco na casa da Selena. Henrique não saiu do lado dela, e toda hora botava a mão na barriga dela delicadamente, como se estivesse com medo de machucar a coisinha miúda que tinha lá dentro.

Depois de um tempo nós nos despedimos e fomos para a minha casa, e no meio do caminho, de repente me veio um pensamento desesperador que me fez pular no colo de Edward. Emmett não perdeu a chance.

– Edward, não tão rápido. Assim você assusta a garota! – mas eu não prestei a atenção. Já fui logo cortando a gracinha.

– Não avisamos que iriamos sair! – eu falei alto, e o carro foi de um lado para o outro da pista, mas Rosalie, como ótima motorista, botou ele na pista certa novamente.

– Que merda! – Alice falou.

– Ai meu Deus, que meu pai não me tire o carro! Não depois de ficar tanto tempo sem um. – pedi. Eu podia sentir o coração de Edward acelerado.

– Meu volvo não! – ele falou baixinho. Acho que não era nem para eu ter escutado.

Rosalie acelerou com o carro.

– Por que tão rápido? – perguntou Alice. – Nós vamos nos ferrar quando chegarmos lá, e você acelera!

– Por isso mesmo. Quanto mais demorarmos mas zangado ficaram.

– Rosalie, seu pai é muito brabo? – perguntou Emmett.

– Não se preocupe. Ele vai esquecer da sua existência quando ver Alice com Jasper. – respondeu Rosalie e Jasper tremeu.

– Quatro broncas, que maravilha! Não bastava duas, tinha que ser quatro. – Edward fingiu comemorar. E de repente eu me senti tranquilha e até sorri.

– Quer saber? Não é tão mal assim! – eu disse.

– Como não? – perguntou Rosalie.

– Bom, logicamente eu vou receber bronca dos meus pais, por que eles se preocupam comigo. Se eu receber uma bronca da Esme e do Carlisle, quer dizer que eles se preocupam comigo também, e que não é só vocês três que estão chegando na nossa vida, eles também. – falei o que eu achava e eles ficara um tempo em silêncio, até que Edward falou.

– Estamos chegando para ficar. Não pretendemos ir embora. – disse e os irmãos concordaram e eu me aconcheguei mas nele. Não por muito tempo pois logo tínhamos chegado na minha casa. Tomamos coragem e Rosalie foi para a garagem guardar o carro. Era uma garagem gigante. Tinha lugar para cinco carros, uma vaga era reservada para Alice, duas motos e um “corredor” no meio, para dar espaço para um carro sair sem ter que tirar o outro.

– É a sua moto? – Edward perguntou apontando para a Harley Davidson, ainda dentro do carro. Estávamos com medo de sair.

– Não. – respondi cabisbaixa. – Essa é do meu pai. Eu disse que minha moto era uma Ducati, mas ela foi roubada.

– Então esse amor por motos é de família?

– Motos e carros. – acrescentei. – Eu acho que sim. Meu avô Charlie, é, o mesmo nome do meu pai, era motoqueiro. Só parou de rodar a estrada quando minha avó Mary teve o meu pai, por que antes ela ia na garupa da moto dele, e quando ela ficou grávida ele trocou a moto por um carro. Quando tava para nascer que ele parou de vez. Ele passou essa paixão para o meu pai, que conheceu minha mãe em uma festa de motoqueiros, e parou por causa da Rosalie, e ele nos passou essa paixão. Ele tentou passar para Rosalie, mas ela é mais chegada acarro. Já eu, tenho carro mas prefiro moto. Meu pai quando viu que eu gostava, passou a andar comigo para longe nos fins de semana e me ensinava a pilotar. Minha mão ficou louca quando nos viu chegando em casa comigo pilotando a moto e meu pai na garupa. Eu tinha dez anos.

Quando eu parei de falar, percebi que não era só Edward que prestava a atenção em mim.

– E você pretende pegar a estrada, quando acabar a escola? – perguntou Emmett, e eu olhei para as minhas irmãs e sorrimos uma para a outra.

– Não exatamente. – respondi. – Nós, eu e minhas irmãs, combinamos que quando a Alice terminar a escola, nas nossas férias da faculdade vamos pôr o pé na estrada. Elas de carro e eu seguindo de moto. – terminei de falar e nós três soltamos suspiros sonhadores. Rosalie ia falar algo quando escutamos a porta que liga a garagem com a cozinha se abrir. Demos um de Chuck-ganhando-vida e giramos a cabeça lentamente. Eu poderia até dizer “Eu sou o Chuck, o boneco assassino.” mas estava com medo demais para fazer qualquer piadinha.

Meus pais vieram caminhando lentamente em nossa direção e parou a dois metros do carro.

– Saiam do carro. – mandou meu pai. Esse cara, com esse bigode e essa voz, é muito assustador quando está sério. Sem pestanejar, eu sai do carro sendo seguida pelos outros. Adiar pra quê se uma hora vai acontecer? – Onde vocês estavam? – perguntou olhando para mim. Eu sei, isso era preconceito comigo, só pode. Por que todo mundo acha que a culpa é da Bella?

– Porque na maioria das vezes é. – meu pai disse, e eu percebi que pensei alto. Soltei um sorrisinho amarelo.

– Então, nós estávamos … no … cinema. – Charlie respirou fundo e olhou bem para o rosto de cada um.

– Vocês estão me dizendo que foram para o cinema, que fica em Port Angeles, sem avisar qualquer adulto e nem se quer pensaram no que poderíamos pensar? Não acharam que ficaríamos preocupados, pensando que aconteceu algo com vocês? – perguntou calmamente, e Charlie calmo e muito pior que Charlie nervoso.

– Nós esquecemos de avisar. Só nos lembramos na volta. – Rosalie falou.

– Ah é? Então eu vou me esquecer de pagar o seu cartão de crédito. – falou para ela. – De comprar tecidos novos para você. – falou para Alice. – E vou me esquecer de que acabei de te dar um carro novo e fazer você ir de carona! – falou para mim, e aquilo não era uma ameaça. Ele ia fazer. Ele estendeu a mão para Rosalie que depositou a chave do meu carro na mão dele. Ele continuou com a mão estendida, e Rosalie fingia que não via.

– Vamos lá, eu sei que está com você. Você não sai sem ele. – ele disse ainda com a mão estendida. Rosalie fez um bico e pegou a carteira dela e entregou para o meu pai. E então ele se virou para Alice. Me perguntei se ele mandaria ela tirar o vestido, por que, né? – Dá pra você largar a mão dele?! – ele pediu para Alice mas olhando feio para Jasper. E de repente como se sentisse falta de algo, meu pai se virou para a minha mãe. E de repente eu entendi. Ela estava quieta, quieta demais para ser algo bom. – Querida? – meu pai perguntou cauteloso. E aí Renee começou a rir. Aquilo era assustador. Até papai deu um passo para trás.

– Eles esqueceram de avisa! – Ela disse rindo – Eles esqueceram de avisar! – e então ela foi ficando séria. – Vocês tem titica de galinha na cabeça? Qual é o problema de vocês. Sabem como eu fiquei preocupada? Eu e meu marido vamos dormir pensando que nossas filhas são responsáveis o suficiente para se despedir de quem quer que estivesse no andar de baixo, trancar a casa e ir dormir sem que eu precise pedir. E qual é a minha surpresa quando acordo com Esme me ligando dizendo que Bella levou os três filhos dela para casa e queria saber se eles dormiriam aqui, por que se não, Carlisle viria buscá-los, pois vocês estava sem carro. Sabem o quão assustada eu fiquei? Pulei da cama e fui nos quartos das meninas. Vazios. Quartos de hospedes. Vazios.

“Sabem, quando entregamos um filho na mão de outra mãe esperamos que ele seja tão cuidado quanto o próprio filho dela. E eu fiquei com medo de dizer para a Esme que vocês sumiram. Então com a cara e a coragem, eu decidi confiar nas minhas filhas e nos filhos da minha amiga. Menti para a mãe de vocês dizendo que vocês pegara no sono vendo filme na sala e para deixar vocês dormirem aqui.”

“E então eu esperei e nada de vocês chegarem. Charlie acordou, ficou esperando comigo e nada de vocês chegarem. Se fosse fim de semana eu até relevaria por que conheço as filhas que tenho e provavelmente estariam em alguma boate e esqueceram de avisar ou eu não prestei a atenção. Mas estamos em plena segunda-feira e eu não sabia onde raios vocês se meteram! – Renee parou e respirou fundo. – São duas horas da manhã, eu estou com sono. Vocês tem dez minutos para se explicarem. Por que vocês fora ao cinema sem avisa ninguém?”.

Nessa hora todos nós, adolescente, olhamos para Jasper e Alice, que não estavam de mão dadas mas estava ombro a ombro. E tão de repente quanto veio, a raiva de Renee foi embora.

– Oh! Mas vocês estão juntos? Me expliquem isso! – e aproveitando a deixa de me afastar de um pai nervoso, eu passei os braços em volta de Alice e Jasper e fui entrando para dentro de casa contando tudo do começo para minha mãe.

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– E Então? Conta detalhe por detalhe! – pediu Rosalie assim que Alice entrou no meu quarto e se jogou na cama. Eu me joguei ao lado delas.

– Foi perfeito! Foi tão mágico. Nós conversamos sobre várias coisas no táxi. Quando estávamos comendo pipoca nossas mãos se encontraram. – nessa hora eu soltei um risonho. – E então eu perguntei para ele o por que dele nunca ter me chamado para sair, e ele disse que era porque tinha medo de eu dizer não e por que, acreditem se quiser, ele nunca tinha chegado em uma garota. Para nada. – Rosalie se sentou rapidamente com a boca em um perfeito “O”. – E então nós nos beijamos e foi tão perfeito. Foi bom sentir aquelas sensações. Coração disparado, pernas bambas, frio na barriga. E o melhor foi saber que seria especial para nós dois, não só para mim.

– Eu já sabia. – Eu falei, e Alice me olhou querendo explicações. Rosalie me olhou atenta. – Edward tinha me contado na hora em que estávamos ensaiando a dança, com o intuito de que eu tivesse alguma ideia para juntar vocês. Eu iria pensar em algo, mas você quase estragou tudo com todo aquele drama. Por isso que eu fiquei tão nervosa. Porque eu sabia que você se arrependeria muito mais depois que fizesse o que você queria fazer e depois descobrisse que ele nem se quer tinha beijado na boca. – e de repente Alice me sufocou em seu abraço.

– Obrigada por ter feito tudo isso. Eu te amo. Você deixou Selena de lado para me impedir de fazer uma burrada.

– Me senti excluída agora. – disse Rosalie, e eu a puxei para o nosso abraço. Nós eramos um trio e tanto. Apesar de que agora estávamos mais para “Trio de seis”. Falando em trio …

– Eu tenho uma coisa para mostrar para vocês. – falei pegando meu celular e levantado.

– O que é? – perguntou Rosalie.

– Tenho que mostrar para os garotos também. É meio que assunto deles. Será que eles estão acordados?

– Eu acho que sim. Pelo menso o Jasper eu sei que está, eu encontrei com ele na cozinha. – ela mal terminou de falar e eu já estava abrindo a porta do quarto sendo acompanhada por elas. Parei na porta de um dos quartos de hospedes e bati. Ouvi um “entra” e abri a porta. Edward estava na cama da esquerda e Emmett na da direita. Jasper estava em um colchão inflável do lado da cama do Emmett.

– Soluço, Banguela e Astride. – falei me jogando na cama de Edward. Alice se deitou ao lado de Jasper e Rosalie se sentou na poltrona que tinha no quarto. Eles me olharam confusos. – São os bonecos que eu vou querer.

– Nós só daremos se você achar algum defeito nelas. – Edward falou entendendo o que eu queria dizer. E ai eu fiz minha melhor cara de “Eu sou Foda!”.

– E quem te disse que eu não achei? – perguntei agora me sentando e todos fizeram o mesmo.

– Como é? – perguntou Jasper.

– Quer dizer, é mais um segredo do que defeito. Mas é um segredo bem secreto.

– Que segredo é esse? – perguntou Emmett.

– É o seguinte. Eu tinha saído da sala para comprar pipoca e de repente eu vi as três saindo do cinema e eu vi que ali tinha coisa. As segui e descobri.

– O que você descobriu? – perguntou Edward curioso.

– Imaginem um palco de Pole Dance, imaginaram? – perguntei e eles fizeram sim. – Agora, imagine as primas de vocês dançando neles como uma verdadeira stripper, só que sem tirar a roupa. É isso aí.

– Não acredito! – disse Emmett, e as minhas irmãs caíram na risada.

– Ah, mas eu posso provar. – falei sacudindo o celular e na mesma hora todos estavam ao meu redor. Dei play no vídeo. – Eu tirei fotos enquanto filmava. Mas eu vou apagar depois. Só fiz isso para conseguir meus bonecos. – ficamos vendo o vídeo que era curto e depois ficamos em silêncio. Jasper começou a mecher em seu celular mostrando algo para Alice, Emmett começou a conversar com Rosalie e Edward olhou para mim e sorriu. Se deitou na cama e me puxou para o seu peito. Deitei e virei meu rosto para vê-lo. Eu podia sentir o seu hálito e isso estava me causando arrepios na nuca. Eu ainda vou descobri de onde vem esse cheiro de hortelã, eu não vi ele chupando nenhuma bala.

– Cara, essa cama é muito boa. – comentou como se tivesse pensado alto. E eu acho que foi isso mesmo. E então ele disse o que queria dizer. – Você arrumou a casa de um velho rabugento para ele não acabar morrendo de asma, fez nossos irmãos ficarem juntos e descobriu algo de normal nas minhas primas. O que você fez hoje foi …

– Fodidamente demais. – o interrompi e percebi que ele olhou para minha boca, mas não durou dois segundos completos. Ele sorriu novamente.

– Fodidamente demais. – ele concordou meio debochado e eu o olhei com um ar convencido. – Mas não vá se acostumando não. Eu não vou falar isso todos os dias.

Olhei para ele e sorri. Acho que eu posso conviver com isso.


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Notas finais do capítulo

*Cand Shop: É o que nós chamamos de “casa das primas”. Era um termo usado nos Estados Unidos antigamente para prostíbulo. Apesar de que esse termo é usado em uma música do 50cent com o mesmo nome.

Vamos ao que interessa.
Primeiro: Eu vou responder todos os comentários atrasados e os que vocês me mandarem depois.
Segundo: Gente. Eu nunca recebi tantas perguntas na minha vida! Tinha algumas simples e outras bem loucas. Mas foram duas leitoras que fizeram as perguntas que eu mais gostei. Foram a Thalia Luna e a ThaisAndrade. Uma me perguntou as coisas mais sem noção que me fizeram rir antes de responder e a outra foi super simpática e perguntou coisas que a maioria dos meus "amigos" nem fazem questão de fazer. Então como eu posse escolher (me sentindo agora), eu decidi que deu empate.
Mas então, se vocês que ganharam spoiler, lerem isso antes de ou entrar em contato, não se preocupem. Eu vou falar com vocês e dar o spoiler. Eu só vou precisar saber se vocês tem algum programa que lê em PDF, eu acho mais bonito, porque, se não, eu mando em texto mesmo.
É isso. Mas e minhas outras leitoras queridas? Gostaram do capitulo? Quero saber.

Beijos, até o próximo capítulo.