Brincando com Fogo escrita por Dreamy Girl


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Estamos na reta final na da fic pessoal só faltam mais dois capitulos....



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— Tudo bem, Tenten. Vejo você daqui a alguns dias.

Hinata desligou o telefone, depois de evitar que acontecesse um desastre com duas de suas mais talentosas professoras de dança. Ambas haviam ameaçado se demitir, e Hinata passara a manhã in­teira consolando cada uma delas, ouvindo suas reclamações sobre a outra, e pedindo-lhes que esperassem até que ela pudesse falar com elas pessoalmente.

Shion e Tenten eram temperamentais como o diabo. Quan­do Hinata estava em Konoha, conseguia manter a paz entre as duas. Francamente, ela já estava cansada de agir como intermediária e mesmo como babá. Quando voltasse, colocaria as coisas em seus devidos lugares. Se elas quisessem continuar a trabalhar para o Dancing Lights, teriam de se entender. Ponto final. Ela aprendera muito sobre como administrar um negócio nos últimos anos. Mas prometera a si mesma nunca deixar que os negócios dominassem sua vida pessoal.

Seus pensamentos se voltaram para Naruto. Ele era. a vida pes­soal dela, agora. Pelos próximos quatro dias, pelo menos. Ela se divertira muito com ele na noite anterior. Mesmo que a noite ti­vesse começado mal, ele havia conseguido transformá-la em algo que Hinata recordaria por um longo tempo. Se existia qualquer dúvida antes, estar com ele na noite passada a convencera de que ela se apaixonara por ele novamente.

— Amo você, Naruto — sussurrou ela no silêncio de seu quarto de hotel.

Hinata mal podia acreditar em sua própria revelação. Ela fechou os olhos, recusando-se a deixar que as lágrimas caíssem. Agrade­cida por ele estar fora da cidade naquele dia, Hinata poderia passar seu tempo tentando entender seus sentimentos. Ela entraria on-line para trabalhar um pouco, comprar um presente de casamento para Sasuke e Sakura, e passaria a noite sozinha com seus pensamen­tos. Ela precisava de tempo para raciocinar.

Hinata teria o divórcio que viera a Houston para conseguir, mas era aquilo o que ela realmente queria? Será que era culpada da mesma coisa de que acusara Naruto de fazer, colocando os negó­cios antes da vida pessoal? Será que ela deveria tentar consertar as coisas com seu marido? Ele não lhe dera nenhuma indicação do que desejava para o futuro. Hinata tinha um dia para ruminar sobre sua situação, antes de Naruto vir bater à sua porta para levá-la à recepção do casamento de Sasuke e Sakura. Um dia para resolver o que queria para o resto de sua vida.

Precisamente às seis e meia da noite seguinte, Naruto estava para­do à porta do quarto de Hinata, usando um smoking de três peças ao estilo James Bond. Não, ela pensou melhor, ele estava mais lindo que 007, e Hinata teve que apertar os lábios com força para impedir seu queixo de cair. Vestido de preto da cabeça aos pés, exceto pela gravata cinza-prata por dentro do colete, Hinata nunca havia visto um homem mais bonito.

Ele é meu marido.

E eu estou de pé aqui, babando.

— Senti sua falta ontem — foram as primeiras palavras que ele disse.

Hinata teve muita dificuldade em impedir que seu ego fosse para o espaço.

— Tive uma reunião de contrato em Osaka, que havia sido pla­nejada há meses, ou eu a teria cancelado em um piscar de olhos.

— Eu compreendo.

Ele realmente não tinha nenhuma obrigação de ir vê-la todos os dias, mas telefonara três vezes no dia anterior, quando tivera um tempo livre.

— Você está linda. Vermelho é a minha cor preferida em você. — Os olhos dele se fixaram nos lábios dela, de um vermelho bri­lhante, e desceu o olhar para examinar o vestido de um ombro só, e os sapatos vermelhos. — Aposto que suas unhas estão pintadas de vermelho, também.

Hinata chutou um sapato para longe e mexeu os dedos.

— Acertou. Vermelho pirulito.

— Ah, Hinata. — Ele a agarrou pelos quadris e puxou-a para si, abaixando a cabeça para dar-lhe um beijo avassalador nos lábios. Sem se afastar dela, com a boca a apenas uma respiração de dis­tância, ele sussurrou: — Não me convide para entrar.

Hinata piscou.

— Sasuke jamais me perdoaria se eu chegasse atrasado. Mas ele vai ficar me devendo uma, pode apostar.

Hinata riu e tomou o braço dele.

— Então talvez seja melhor nós irmos andando.

—É, eu temia que você fosse dizer isso.

Vinte minutos depois, eles estacionavam o carro ao lado do Clube dos Milionários. Um manobrista abriu a porta do Jaguar e ajudou Hinata a descer. Naruto entregou as chaves do carro ao manobrista e estava ao lado dela num instante, colocando a mão firme em suas costas. Ele a guiou para dentro e eles entraram no salão de jantar formal.

Duas colunas altas e brancas, enfeitadas com arranjos de ro­sas vermelhas, estavam colocadas de cada lado da entrada, como boas-vindas. Toalhas de linho branco e vasos de flores em tons ri­cos de vermelho, âmbar e vinho decoravam cada mesa. Luzes pisca-pisca iluminavam a janela em arco, e uma dúzia de castiçais de velas haviam sido colocados na estante de pedra entalhada da larei­ra. Uma orquestra de quatro músicos tocava suavemente ao fundo.

— Uau, tudo está deslumbrante.

Naruto olhou para ó salão à sua volta, e então se virou para ela.

— Você torna tudo deslumbrante.

O coração de Hinata deu um pequeno salto.

— Obrigada — ela murmurou.

Naruto sempre a elogiava ultimamente, e andava tão atencioso que ela mal podia compará-lo ao homem que deixara quatro anos antes, ou com o homem que a chantageara para aceitar aquela far­sa de duas semanas. Ele a acompanhou para o meio do salão, e ela colocou o presente que havia comprado sobre a mesa.

— O que você comprou para eles? — perguntou ele.

— Taças de vinho personalizadas e uma turnê de vinhos.

— Uma turnê de vinhos?

— Eles vão receber uma garrafa de vinho em casa todos os meses, durante o primeiro ano do casamento, de diferentes regiões da França e da Itália.

Naruto concordou.

— Muito original. Tenho certeza de que eles vão adorar.

— Hmm, espero que sim. É difícil escolher um presente quan­do você esteve distante por tanto tempo, como eu estive. — Incli­nando a cabeça, ela olhou nos olhos de Naruto. — Aposto que você escolheu o presente perfeito para eles.

Naruto deu de ombros.

— Eu fiz uma grande doação no nome deles para a instituição de caridade favorita de Sasuke e Sakura.

Hinata se balançou nos saltos, impressionada com a sensibilidade de Naruto.

— Isto é muito generoso.

— Acho que eles vão apreciar o gesto.

Um garçom lhes serviu uma taça de Merlot, e Naruto fez um brinde particular.

— A você, Hinata. Espero que todos os seus sonhos se tornem realidade.

— E a você, Naruto — disse ela, oferecendo seus próprios vo­tos. — Espero que você encontre a felicidade.

Eles tocaram suas taças gentilmente e olharam nos olhos um do outro, ao tomar um gole. Naruto comentou:

— Estou bem feliz agora. E ela também estava.

O coração de Hinata quase parou. O sangue se esvaiu de seu rosto. Ela poderia desistir de tudo aquilo? Poderia se divorciar de Naruto, e não imaginar se teria cometido o pior erro de sua vida? Seria estar com Naruto seu verdadeiro sonho? Ele a corteja­va havia dias, e ainda não dissera nenhuma palavra para levá-la a pensar que queria se reconciliar.

— Algo errado? — perguntou ele.

— O que poderia estar errado? — Hinata respondeu rapidamen­te, colocando um sorriso no rosto.

Um tique nervoso fez o queixo de Naruto tremer. Aquele mes­mo tique que sempre aparecia quando eles discutiam. Ele baixou o tom de voz e ficou sério:

— Sim, o que poderia estar errado?

Shikamaru entrou com uma mulher jovem, loira, de pernas compridas. Hinata a reconheceu imediatamente como Temari, uma supermodelo que ela havia visto em uma dúzia de ca­pas de revista recentemente. Shikamaru tinha uma beleza clássica, um perfil bonito e olhos negros muito bonitos, e os dois juntos formavam um casal muito atraente. As apresentações foram feitas, e mais vinho foi servido enquanto eles conversavam.

Temari parecia encantada com Shikamaru, sendo vários anos mais nova que ele, Hinata presumiu. E embora ela sempre tivesse achado Shikamaru um cara legal, ele tinha certa reputação com as mulheres. Nenhum pai em sã consciência gostaria de ver Shikamaru Nara cor­tejando sua filha.

A orquestra fez silêncio, e um anúncio oficial foi feito, quando Sakura e Sasuke entraram no salão. O pequeno grupo de amigos e familiares aplaudiu. Sakura estava radiante de alegria e Sasuke nunca parecera mais feliz. O coração de Hinata se apertou ainda mais. Ela se lembrou de seu próprio casamento e da esperança que a inva­dira quando ela e Naruto trocaram os votos. Ah, suas esperanças de um futuro feliz, com um jovem marido e filhos, um dia. Nada daquilo acontecera a Hinata. E ainda assim, ali estava ela, ao lado de Naruto, incerta sobre o relacionamento dos dois.

Ela deveria dizer a ele que o amava? Ou deveria aceitar a pala­vra dele, de que queria se separar dela como amigo?

Amigo? Ela não o queria como amigo. Não mais. Ela queria algo além disso. Ela vira as mudanças em Naruto, e acreditava que ele era um homem diferente daquele que a magoara tão horrivelmente.

Ela poderia confiar naquilo?

Naruto segurava Hinata nos braços na pista de dança, a orquestra de cordas criando um ambiente romântico. Ele respirava o per­fume exótico que ela usava, e corria os dedos por seus lisos cabelos negros. Ele tinha dificuldades em se agarrar à sua amarga neces­sidade de vingança, quando a tinha nos braços. - Suave e femi­nina e a mulher mais linda do salão, Hinata o fazia esquecer-se de toda a dor que havia lhe causado. Naruto nunca passara pela experiência de ter uma mulher abandonando-o. Ele nunca fora aquele que ficava para trás, segurando o chapéu, humilhado e com o orgulho destruído. Ele ainda se lembrava daqueles dias de bebedeira depois que ela partira, a dor e a desolação se mis­turando à raiva e à frustração. Ele se lembrava de ter de contar a verdade a seus pais e amigos. Naruto havia odiado a piedade deles, e sua simpatia. Ele se sentia um fracassado em sua vida pessoal, logo ele que fora nada menos do que um grande suces­so na vida profissional.

— Você está bem? — Hinata perguntou, franzindo as sobrance­lhas negras.

— Estou ótimo. — Ele deu a ela um sorriso confiante. Gaara lhe deu um tapinha no ombro.

— Você se importa se eu interromper?

Sim, ele se importava, mas Hinata já havia soltado sua mão.

— Gaara, eu adoraria dançar com você.

Naruto cedeu, entregando Hinata a Gaara. Ele apanhou sua taça de vinho e descobriu que não havia álcool suficiente ali. Ele se dirigiu ao bar em busca de uma bebida mais forte. Sasuke se apro­ximou dele e apoiou um braço no balcão, encarando-o.

— Uísque puro — Naruto disse ao barman. Sasuke riu.

— Hinata está afetando você, não está?

— Linda festa, Sasuke. — Naruto se recusou a morder a isca.

— Fico feliz por você estar se divertindo. Hinata parece estar se divertindo também.

— Ela está se divertindo o bastante.

— Você não tirou os olhos de cima dela pelas últimas duas horas.

Naruto cocou o pescoço.

— Você está contando?

O barman deslizou dois copos de bebida na direção deles.

— Que diabos, vi a Hinata que você fez quando Gaara interrom­peu a sua dança. Se um olhar matasse...

— Ela só vai ficar aqui por mais alguns dias.

— E você ainda está trabalhando no seu brilhante plano de vingança?

Naruto franziu o rosto e levou o copo à boca.

— Talvez.

— Homem, não seja estúpido.

— Cale a boca, Sasuke.

— Estou tocando num ponto fraco? Você está tendo dúvidas? Porque se estiver, diria que é um progresso.

— Você não sabe do que está falando.

— Eu sei que você foi magoado, Dobe, e sei que acha que ela o abandonou. Mas você alguma vez levou em consideração o lado dela? Talvez os dois estivessem certos, e os dois estivessem errados.

— Estou tão feliz por ter vindo à sua festa de casamento. Sakura já sabe que se casou comum bisbilhoteiro?

— Ela sabe que eu amo os meus amigos.

— Mais dois uísques — Naruto disse ao barman, e voltou-se novamente para Sasuke. — Faça-me um favor, não me ame tanto.

— Muito engraçado, Dobe. Vocêé um tremendo comediante.

— Quer você acredite ou não, eu sei o que estou fazendo.

— Isso, meu amigo, é o que nós vamos ver.

Quando Naruto voltou para a mesa, Gaara e Ino se aproxi­maram, junto com Shikamaru, Temari e Itachi Uchiha. Todos se sentaram, e Ino e Hinata começaram a conversar.

— O que lhe deu a idéia de desenvolver uma rede de estúdios de dança? — Ino perguntou a Hinata.

Os olhos de Hinata cintilaram.

— Bem, sempre adorei dançar. Estudei vários tipos de dança quando era menina. Bale, obviamente, e também swing, dança de salão, e... bem, eu... — Ela olhou para Naruto, e então deu de ombros e tomou um gole de sua bebida.

— Com todas estas competições de dança na televisão, agora, imagino que seja algo muito procurado no mundo real — comen­tou Ino.

Hinata assentiu, com um sorriso largo.

— Há um mercado bastante grande, neste momento. As pes­soas querem se sentir bem consigo mesmas. Não há nada mais libertador, para mim, do que seguir a música.

— E vocêé boa nisso — completou Gaara. Ele olhou para Ino. — Ela me deu umas dicas quando nós dançamos.

Hinata riu.

— Ah, não, não vou levar os méritos por isso. Gaara tem rit­mo suficiente para uma banda de jazz. Ele poderia muito bem se juntar à minha equipe como instrutor.

— Certo — disse Gaara, sacudindo a cabeça. — Eu provavel­mente assustaria todos os seus clientes.

Ino colocou a mão no braço dele.

— Gaara é um homem de muitos talentos.

— Você sempre diz isso — disse Shikamaru —, mas ninguém mais vê.

Gaara fingiu um olhar furioso.

— Cuidado, garoto bonito.

Naruto ouviu enquanto seus amigos tagarelavam, e permane­ceu em silêncio na maior parte do tempo. Hinata lhe dirigia olhares curiosos de vez em quando, enquanto participava da conversa. Ele notou a mulher forte e confiante em que ela se tornara. Hinata sem­pre fora inteligente e esperta, mas havia crescido de outras for­mas, e Naruto gostava cada vez mais do que via nela. E enquanto ela conversava com Ino sobre seu trabalho social e o abrigo do Clube dos Milionários, Mãos que Ajudam, as duas começaram a discutir como servir melhor à comunidade. Era óbvio que Hinata fizera uma nova amiga.

Mas Hinata não teria tempo para desenvolver aquela amizade. Tudo acabaria em breve. Depois que eles consumassem o acordo, ele assinaria os papéis do divórcio e a deixaria partir, sua vingança enfim completa.

E ao deixá-la ir, ele estaria livre, também.

Para seguir em frente com sua vida.

E mesmo assim, as palavras de Sasuke continuavam a reverberar em sua mente.

Não seja estúpido, Naruto.

Estou tocando em um ponto fraco?

Você está tendo dúvidas?

Maldição, sim. Ele tinha dúvidas, tinha sentimentos por Hinata que não conseguia negar. Quanto mais ele tentava afastá-los de sua mente, mais forte eles se tornavam. Graças a Deus, Itachi interrompeu seus pensamentos:

— Que tal um jogo de tênis amanhã, depois do trabalho?

— Sim, claro.

Vinte minutos mais tarde, Hinata saiu discretamente da festa para usar o banheiro. Ela precisava de um tempo longe de Naruto e dos pensamentos sobre reconciliação que não paravam de lhe vir à mente. Estar ao lado dele naquela noite, encontrar os velhos ami­gos faziam-na sentir cada vez mais que poderia voltar a assumir o papel de esposa de Naruto. Ele construíra seus milhões, e sem nada mais a provar, parecia ter entendido como manter o equilíbrio en­tre negócios e prazer.

Ela entrou no banheiro feminino.

— Hinata!

Hinata se viu frente a frente com Karin, refletida no grande espelho do balcão.

— Karin, oi! É bom vê-la.

Karin guardou o batom na bolsa e as duas se abraçaram.

— Que surpresa ótima.

— Estou aqui com Naruto. Lembra-se de que eu lhe falei sobre a festa de casamento de Sasuke e Sakura?

— Sim, eu sei. Sasori e eu estávamos jantando no café, e podía­mos ouvir todos se divertindo.

— E estamos. Esta é uma noite realmente maravilhosa.

— Maravilhosa o suficiente para você usar sua nova aquisição da Sweet Nothing?

Hinata riu.

— Quem sabe o que a noite pode trazer?

Ela não explicaria a Karin que usaria sua nova lingerie na noi­te em que ela e Naruto fariam amor, dali a alguns dias. Queria deixá-lo louco e criar uma lembrança inesquecível.

Karin estava transbordando de excitação.

— Eu posso precisar fazer outra visitinha àquela loja em breve. Acabei de conhecer o homem dos meus sonhos aqui no clube, e ele me convidou para sair.

— Oh, Karin, isso é maravilhoso. Quem é ele?

O rosto de Karin se iluminou, e suas sobrancelhas escuras se ergueram.

— O nome dele é Suigetsu. Tivemos uma conversa rápida lá fora, enquanto estava esperando por Sasori. Eu teria me lembrado se o tivesse visto antes. Ele não é o tipo de homem que uma mu­lher esqueceria. Não com aqueles olhos roxos incríveis.

— Bem, você vai ter que me contar todos os detalhes depois do seu encontro. Estou louca para saber de tudo.

— Não mais do que eu, Hinata. Eu não tenho um encontro há muito tempo. E, bem, Suigetsu é charmoso e bonito. Ele é um dos convidados da festa de casamento.

— Oh, é mesmo?

— Eu estive nas alturas a noite inteira, deixando Sasori doido com o meu bom humor:

Hinata tomou a mão de Karin e não conseguiu impedir um sorri­so de lhe chegar aos lábios.

— Bom para você. Por estar feliz, não por deixar Sasori doido.

Hinata não podia culpar um homem por se sentir atraído pela natu­reza doce e pela beleza de Karin. Ela sempre admirara o tom moreno-claro da pele da amiga, e seus impressionantes olhos vermelhos. Naquela noite, ela estava deslumbrante, usando um suéter marrom simples e uma saia justa, e os cabelos vermelhos penteados em cachos.

— Quem quer que seja esse Suigetsu, é um sujeito de sorte.

— Obrigada, Hinata. E melhor eu ir, antes que Sasori pense que eu o abandonei.

— Tudo bem. Aproveite o resto da noite. Nós nos falaremos em breve.

— Sim, em breve. Divirta-se com Naruto esta noite.

Hinata voltou para a festa minutos mais tarde, e ficou surpresa ao descobrir que a orquestra havia parado de tocar, e fora substituída por um DJ que tocava rock’n roll. O álcool fluía em abundância, a pista de dança estava lotada e os convidados enchiam o salão com risadas e brindes à noiva e ao noivo. Ela encontrou Naruto girando a jovem supermodelo na pista de dança, a loira magra rindo ale­gremente e bebericando seu coquetel.

O coração de Hinata se apertou ao ver Naruto com outra mulher, parecendo apreciar a atenção que ela lhe dispensava. Hinata procurou por Shikamaru entre os convidados, mas não conseguiu encontrá-lo em lugar algum.

Quando a música acabou, Naruto se aproximou dela.

— Ei, pensei que você não fosse mais voltar.

— Encontrei uma amiga. O que aconteceu com a orquestra?

— Sasuke fez um acordo com Sakura. Algumas horas de músicas entediantes de orquestra, e depois chutamos o balde.

— Uau. Agora isso se parece mesmo com uma festa.

— Sim, o bar aberto e rock pesado podem fazer isso com uma festa de casamento perfeitamente decente. Acho que chegou a hora dos brindes. Venha! Quero você ao meu lado quando eu tirar o couro de Sasuke.

— E assá-lo numa grelha?

Um sorriso malicioso iluminou as feições de Naruto, e seus olhos brilharam.

— E, algo do tipo.

Mas depois que Itachi brindou ao irmão, entre assobios e gritos da multidão animada, um homem de expressão séria entrou no sa­lão e falou diretamente com Sasuke. Hinata observou Sasuke discutir com o homem, sacudindo a cabeça, até que Sakura colocou a mão em seu braço.

Sasuke conversou rapidamente com Sakura, e em seguida se le­vantou para dirigir-se aos convidados:

— Aparentemente, estamos nos divertindo demais aqui para o gosto de alguém lá no clube. Algumas reclamações foram feitas e o salão vizinho sobre o nível do barulho, e fomos convidados a nos retirar.

O salão inteiro grunhiu em uníssono.

— Eu sei, eu sei — disse Sasuke, tentando controlar sua raiva visível.

Sakura se levantou e falou aos convidados:

— Esta foi uma festa maravilhosa, e Sasuke e eu queremos agradecer a todos vocês por virem. Nem consigo lhes dizer o quanto significa para nós ter nossos amigos mais queridos aqui, para celebrar nosso casamento.

— Sim — disse Sasuke. — Obrigado a todos por virem, mas Sakura e eu não queremos que a festa acabe. Estamos convidando a todos para irem à nossa casa. E prometo a vocês, podemos fazer todo o barulho que quisermos lá!

A multidão no salão aplaudiu. Hinata se voltou para Naruto.

— Eles podem fazer isso? Interromper a festa por causa do barulho?

— O clube tem regras rígidas, e aparentemente a pessoa que reclamou fez um grande escândalo a respeito. Sasuke está furioso, mas parece tentar se controlar por causa da Sakura. Então, o que você me diz? Quer ir à continuação da festa comigo?

— Eu não perderia isso por nada — Hinata respondeu, sorrindo.

Os convidados da festa seguiram Sakura e Sasuke pela entrada prin­cipal do clube. Naruto notou Teirumi conversando com Tobirama sob um poste de luz. Lee, um homem baixo e magro conhecido como o faz-tudo, olhou para o grupo. Os dois homens tinham expressões satisfeitas em seus rostos.

As suspeitas de Naruto foram imediatamente levantadas. Tobirama, um esnobe do pior tipo, odiava os "novos milionários" do clube. Ele não achava que eles eram bons o suficiente para conviver com a elite de Tokio, e nunca falhava em deixar seus sentimentos bem claros.

Naruto apertou Hinata contra si com mais força, segurando sua mão gentilmente enquanto eles caminhavam junto ao grupo até o estacionamento, esperando que o manobrista trouxesse seu carro. Ela olhou para ele, e sorriu docemente. O sorriso dela fez com que ele se esquecesse de suas suspeitas, e Naruto se concentrou no fato de que ela estava linda naquela noite. Ele baixou a cabeça e beijou-a suavemente nos lábios.

— O que foi isso? — sussurrou ela.

Naruto abriu a boca para dizer alguma coisa, mas emoções o dominaram e sensações lhe percorreram o corpo, quando ele per­cebeu que seu tempo com Hinata estava prestes a acabar.

— Seu filho da mãe!

Naruto se virou e viu Sasuke andando diretamente para Sasori, que estava em pé junto às portas do clube. A cada passo determinado que Sasuke dava, seus olhos se enchiam de mais fúria.

— Você fez isso! Você acabou com a minha festa de casamento!

Karin estava ao lado do irmão, os olhos arregalados, a expres­são aterrorizada. Sasori ficou tenso e olhou para Sasuke com olhos duros e lábios crispados.

— De que diabos você está falando, Uchiha? — Sasori notou os convidados que observavam a cena atrás de Sasuke.

Ele imediatamente deu um passo para a frente, para proteger Karin. Paciência e compreensão não eram virtudes presentes em nenhum dos dois homens, quando se enfrentaram. Já era ruim o suficiente que Sasuke acreditasse que Sasori havia incendiado sua refinaria, mas agora Sasuke o estava acusando de acabar com sua festa de casamento.

— Você reclamou sobre o barulho da minha festa e fez com que nós todos fôssemos expulsos do clube!

— E por que eu faria isso? Eu não dou a mínima para a sua patética festinha de casamento.

— Isso foi baixo, até mesmo vindo de você. — Sasuke olhou com raiva para Sasori.

— Cuidado, Uchiha. Não saia por aí fazendo acusações que não pode provar. — Sasori se virou para tomar o braço de Karin. — Vamos sair daqui.

— Não tão rápido, Sasori. Ainda não acabei com você! Lentamente, Sasori se virou novamente, com uma expressão fu­riosa. Ele soltou o braço da irmã.

— Você ainda não acabou comigo?

Naruto caminhou decididamente na direção dos dois homens. Ele os encarou como um juiz de futebol separando dois jogadores prestes a se atracarem.

— Vamos, Sasuke. Sakura está chateada. Não vamos piorar as coisas.

— Fique fora disso, Naruto.

—É, fique fora disso, Uzumaki. — Sasori olhou para Naruto com desdém. — Se o noivo tem um problema a resolver, estou pronto.

Sasuke rangeu os dentes.

— Pode apostar que tenho um problema a resolver. Naruto se colocou entre os dois, encarando Sasuke.

—Vamos lá, cara. Vamos dar o fora daqui. Sakura está esperando por você.

Sasuke respirou fundo e espiou por cima do ombro de Naruto, dirigindo a Sasori um olhar duro. Ele permaneceu um longo instante assim, e Naruto prendeu o fôlego. Finalmente, Sasuke cedeu.

— Isso não acabou.

— Não faça acusações a mim de novo, Uchiha. Mas, só para deixar claro, eu não tive nada a ver com a interrupção da sua festa.

Em seguida, ele tomou o braço de Karin e a levou de volta para dentro do clube.

— Desgraçado — Sasuke resmungou.

Sakura correu para ele.

— Sasuke, você está louco?

Sasuke olhou para o rosto preocupado de Sakura e, atirando a ca­beça para trás, deu uma gargalhada, finalmente encontrando hu­mor na situação. Ele a puxou para si, passando os braços em torno de sua cintura e abraçando-a.

— Sim, estou louco. Por você. Você merece uma linda festa de casamento.

— E eu tive uma. A noite foi maravilhosa. E eu adorei cada mi­nuto dela. Agora, vamos ser bons anfitriões. Nossos convidados estão esperando.

Sasuke olhou para o grupo que havia testemunhado sua explo­são de raiva.

— A festa Continua. Na nossa casa.

Satisfeita, Sakura beijou-o levemente, e então se virou para Naruto. Ela sussurrou um "obrigada" silencioso para ele, e ele assentiu. Hinata foi até ele e passou a mão pelo braço de Naruto.

— Meu herói. Você evitou um desastre — ela disse.

—É isso que os heróis fazem. — Ele sorriu, fazendo piada da situação, más não podia afastar a sensação de que havia muito mais por trás daquilo do que parecia


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