The Avengers: XX-23 Experiment escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 9
Capítulo VIII - Na Mosca


Notas iniciais do capítulo

...Que os jogos comecem...
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link de imagem mascarada em "estivesse errado"



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A manhã da segunda-feira havia chegado, e como XX-23 não havia dormido acabou se arrumando cedo para estar pronta antes que o agente que iria buscá-la aparecesse. Ela tomou um banho, e abriu o guarda-roupa que havia sido montado para ela.

Todas as roupas eram simples, não eram muitas e todas tinham o brasão da Instituição, eram algumas somente para quebrar um galho até que ela pudesse escolher o que vestir. A “SHIELD” tomou cuidado para colocar ali roupas com as corretas medidas dela, ou seja, tudo serviria. XX-23 não sabia muito bem o que esperar de como ela passaria o tempo com aqueles “Vingadores” e de como eles iriam descobrir se ela havia contraído “habilidades especiais”, mas deduzia que deveria envolver algum esforço físico, já que ,com certeza eles não livraram Nova York da invasão alienígena através de conversas diplomáticas.

Então ela decidiu vestir um conjunto de academia azul marinho; era uma calça, uma camiseta branca por baixo e uma blusa de moletom em igual azul camurça da calça. Ajeitou todo o seu cabelo comprido e liso para trás e prendeu com um dos elásticos de cabelo que também estavam dentro do guarda-roupa.

XX-23 tentou dar uma arrumada em alguns fios de cabelo que teimavam em ficar fora do rabo de cavalo, e de repente começou a se lembrar de alguma coisa, como se algo estivesse errado.

Pela primeira vez estava pensando em sua Família. Quarenta anos era muito tempo, e coisas demais com certeza mudaram, Ela temia muito essas mudanças.

Após a grande tragédia e chacina que acabou assassinando quase todos os seus parentes, naquela situação de que ela não queria se lembrar agora para não chorar, sua família inteira havia se resumido a quatro pessoas, ela e outras três pessoas.

Ela amava cada um daqueles três com todas as suas forças, apesar de ter um tipo de relação difícil e complicada com a maioria deles. Será que eles ainda estavam vivos? Ela rezou para que sim. De repente ela sentiu um arrependimento tão grande de ter tentado fugir do país e de ter entrado naquele carro, onde um acidente a esperava, como uma máquina do tempo para jogá-la décadas longe daqueles de quem amava e se importava, mesmo em sua forma estranha.

XX-23 foi acordada de seus devaneios por um agente que batia em sua porta.

[...]

XX-23 foi levada a um grande salão do vigésimo segundo andar subterrâneo do prédio, ela ainda se espantava, não estava habituada, mas logo perceberia que tudo naquela base da SHIELD era exageradamente imenso.

O lugar tinha várias pistas demarcadas por adesivos no chão, e todos os tipos de alvos imagináveis que se possa ter, todos tinham em áreas determinadas os círculos específicos de “alvos”, várias circunferências, cada uma de uma cor dentro de outra maior.

XX-23 avistou Clint num canto preparando um monte de flechas e alguns arcos, eles eram bastante primitivos comparados ao material que ele costumava usar em batalha.

– Olá. – Disse ela.

– Bom dia. – Disse Clint tirando os olhos da coleção de flechas por um instante para notar a presença da garota. -... Dormiu bem?

– Ah sim!... Tão bem que pareceram 39 anos. – Ela brincou.

Barton deu uma risadinha contra a própria vontade, e virando-se de volta para as flechas que tanto mexia perguntou com um sorriso:

– Você não pregou os olhos nem por um segundo, não foi?

– Eu até tentei, mas acabei desistindo... – Ela disse se aproximando dele. – Posso?... – Perguntou apontando para uma flecha sobre a bancada.

Clint assentiu. XX-23 pegou a flecha e começou a examinar apenas por curiosidade, terminou olhando a ponta afiada de metal e batendo seu dedo indicador nele.

– Acho que você estava imaginando começar os testes com muita ação. – Barton comentou notando pela primeira vez que ela vestia roupas de ginástica.

– Tentei me preparar para tudo. – Ela riu esticando a roupa. -... Arcos, flechas, alvos, e o Gavião Arqueiro, algo me diz que começaremos testando minha pontaria... Mas vou logo avisando, nas aulas de educação física do colégio eu errava o gol mesmo sem goleiro na frente.

Barton não se segurou e deu uma risada larga. A garota riu um pouco também dos seus dotes esportivos, mas depois disse em tom de ameaça de “mentirinha”:

– É vai rindo... Só que eu posso ser bem determinada quando eu quero... E quando eu coloco na cabeça que vou aprender uma coisa eu aprendo... Se eu me esforçar posso acabar roubando o seu emprego.

– Fique à vontade para tentar. – Barton disse seguro de si. -... Mas antes de roubar o meu trabalho, você precisa aprender a segurar um arco antes. – Ele escolheu um dos arcos que estava sobre a bancada e entregou a garota.

Barton pegou algumas flechas e segurando na mão mesmo, posicionou a garota em frente a um alvo simples e estático, era um saco de areia posicionado a um metro e meio do chão. Ele começou a dar as instruções.

– Estique seu braço, segurando o arco na vertical, o mais reto possível... – Ele disse e esperou que ela obedece-se. -... Não. Um pouco mais no meio... – Ele puxou um pouco o braço dela. -... Tente fazer com que o arco fique em frente ao seu nariz... Agora posicione a flecha no meio do arco e prenda no elástico entre seus dedos...

– Assim? – Ela perguntou obedecendo.

– Isso!... Puxe a flecha no elástico até que a sua mão encoste na sua bochecha... – Ele continuou instruindo-a. –... Cabeça reta. – Clint consertou a posição da cabeça dela com as próprias mãos. -... Ajeite a sua postura... – Ele também consertou a coluna dela. -... Mire no alvo e atire!

A garota atirou, mas a flecha acabou indo numa direção completamente errada, acertou um alvo nada a ver com o que ela estava mirando e deveria tentar acertar.

– Não disse... Goleiros inexistentes... – Ela abaixou o arco e balançou a cabeça.

– Não desista, foi só a primeira flecha. – Barton sacudiu o monte de flechas em sua mão no ar.

– Okay. – Ela disse tentando pôr o arco na posição que ele tinha acabado de ensinar e endireitou seu corpo pegando uma flecha da mão dele.

– Relaxe os ombros... – Barton disse dando um tapinha em um dos ombros da garota. XX-23 lançou e errou o saco outra vez, a situação foi se repetindo várias e várias vezes até as flechas da mão de Barton acabaram, ele teve que ir buscar mais.

A garota se virou para vê-lo se afastar e começou a perguntar:

– São só vocês quatro... Os Vingadores?

– Não... Tem ainda o Stark e o Thor – Ele disse chegando a bancada onde estavam as outras flechas.

– Stark? – Ela repetiu perguntando.

– Sim, o Homem de Ferro. Por quê? Conhece? – Ele disse juntando as flechas.

– Já ouvi o sobrenome antes. – Ela disse.

– Não duvido. – Barton concordou dando de ombros, o sobrenome Stark era famoso antes mesmo da época da segunda guerra mundial.

– E quanto ao Thor? É Thor, tipo o deus nórdico, do martelo, raios e tudo mais? – Ela questionou.

– Sim... Só que sem a parte do “deus nórdico”... Ele está mais para alienígena. – Barton respondeu.

– Alienígena?! Legal!... Quando vocês vão me apresentar a eles? – Ela perguntou empolgada.

– Não sei... As decisões quanto a você estão sendo tomadas por Fury, nosso Diretor. – Explicou Barton voltando a se aproximar com as flechas.

A garota se surpreendeu.

– Fury?... Howard Stark não é mais o diretor da SHIELD? – Ela interrogou.

– Não, não mais. – Barton respondeu cauteloso, ele não sabia o quanto de informações confidenciais poderia revelar a ela.

– Ah... Mas espera aí! Fury?... Tipo Nick Fury? – Ela interrogou outra vez.

– Sim ele mesmo... Ele nos informou que te conhecia no passado. – Barton confirmou.

– E por que ele não veio me visitar? Por que não foi ele quem me acordou? – Ela questionou um pouco decepcionada.

– Não sei... Mas é um fato que como Diretor ele vive bastante ocupado e não tem tempo para nada a não ser coordenar as missões... Se é que quer saber, não sei como é que aquele homem encontra tempo para ir ao banheiro. – Barton explicou dando de ombros mais uma vez.

– Ah... – Ela continuou tristonha, até que espantou tudo e voltou a perguntar. -... Então quer dizer que a Natasha é a única mulher da turma?

Quando a garota mencionou a Agente Romanoff o olhar de Clint se alterou involuntariamente. XX-23 pôde notar isso, e rapidamente conseguiu moldar o motivo por meio da malícia feminina.

– Sim, ela é... – Barton se recompôs. -... Vamos, tente de novo! – Ele cortou logo a conversa entregando para ela uma flecha.

E tudo se repetiu de novo, ela errou feio o alvo.

– Nossa eu sou pior do que péssima. - XX-23 constatou balançando sua cabeça.

– Não é tão ruim assim, é só a sua primeira aula. – Clint a confortou.

A garota olhou para ele por cima de seus ombros e disse:

– Pode confessar Agente Barton...

Clint deu uma risadinha da careta que ela fez e resolveu ser sincero:

– Tá bom... Você é a pior aluna que eu já tive... Mas o que houve com a garota determinada que você disse que era? – Ele disse estendendo mais uma flecha para ela.

– Só porque você está insistindo... – Ela pegou a flecha contra a vontade. -... Mas eu não vou segurar meu riso quando eu tentar acertar aquele alvo e a flecha ricochetear loucamente te acertando bem no traseiro...

XX-23 lançou mais uma dúzia de flechadas e nenhuma acertou no alvo, mas pelo menos a sexta flecha dessa leva passou de raspão pelo saco de areia. A garota se cansou e aceitou apenas mais uma flecha de Barton jurando que aquela seria a última.

– Dane-se o que eu disse sobre minha determinação... – Ela lançou a flecha e se virou para Barton antes mesmo de ver o quão longe havia saído a flechada dessa vez. -... Pode ficar com o seu emprego!

A garota olhou para Barton e viu que ele olhava pasmo para a direção que ela tinha acabado de parar de olhar, ela se virou de volta e acabou soltando um berro:

– EU ACERTEI...! – Ela começou a cantarolar e fazer uma dançazinha esquisita de comemoração quando viu que havia acertado perfeitamente o centro do alvo. – Eu acertei... Eu acertei... Eu sou demais... Eu acertei...

– Tente de novo. – Barton ordenou ainda surpreso.

– Sério?... Você não vai me deixar terminar a brincadeira com esse pouquinho de dignidade que acabei de conseguir? – Ela disse brincando fingindo indignação.

– É sério! Tente de novo, mas dessa vez repita o que você acabou de fazer... Atire a flechada sem nenhuma pressão, sem nenhuma “vontade” real de acertar. – Barton explicou.

XX-23 pegou outra flecha da mão de Clint e desacreditada de que ia conseguir a proeza mais uma vez, lançou outra flecha que acabou indo novamente no meio atravessando a flecha que estava presa onde tinha acertado antes.

– UHUUUL!... Eu acertei de novo!... Você viu isso?... Foi muito supimpa... Isso foi muito brasa,mora? – Ela disse dando pulinhos

Barton começou a rir das gírias dos anos setenta dela, mas ainda assim estava surpreso com o acerto.

– Tente de novo. – Ele disse ainda entre sua risada.

E agora foi a vez da repetição de acertos, XX-23 foi repetindo e repetindo as flechadas no centro, e a flecha sucessora sempre partia a antecessora no meio roubando o seu lugar.

Barton continuava surpreso, com certeza aquela mira perfeita era fora do normal, e logo no primeiro dia de teste já foi descoberto uma “habilidade especial” gerada pelo soro que a SHIELD aplicou nela. Entretanto, como ele era um professor exigente, continuava querendo dificultar mais as coisas.

– Mais rápido!... – Ele ordenou entregando uma flecha para ela. -... Mais rápido!... – Ele entregou outra. – Mais rápido!... Mais rápido!... Mais rápido!... Mais rápido!... – Cada um dos “Mais rápido!” equivaliam a uma flechada que ela dava em igual perfeição. Barton aumentava cada vez mais a velocidade e a pressão que aplicava nela.

XX-23 conseguia acompanhar sem sequer perder o fôlego ou suar, mas para quem visse de fora, a rapidez que ela pegava uma flecha apontava e lançava, poderia causar enjoo ao tentar acompanhar os movimentos do corpo dela, se movendo como se tivesse nascido sabendo fazer aquilo.

Barton teve que dar o braço a torcer quando as flechas acabaram.

– Espero que o que você tenha falado sobre roubar meu emprego tenha sido brincadeira. – Disse ele. XX-23 o olhou cinicamente e soltou uma risada maléfica provocando-o.


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Notas finais do capítulo

Eu e a XX-23 merecemos seu comentário? *-*