The Avengers: XX-23 Experiment escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 6
Capítulo V - O Despertar


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste da XX-23.
(pode ter gente que não goste, mas eu adoro ler ouvindo uma boa música, e principalmente quando ela tem algo a ver com a história)
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Então, boa leitura!
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Links mascarados nas seguintes palavras:
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"vinte anos"--------> Imagem
"mais estranho"--> Imagem
"de Steve"----------> Música



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Steven Rogers se apressou para chegar ao décimo terceiro andar subterrâneo da sede da S.H.I.E.L.D. em Nova York. Ele tentou não criar expectativas, mas para falar a verdade, ele estava bem ansioso, de alguma forma era bom saber que de agora em diante ele não seria o único estranho vindo de outra época caindo de paraquedas no Século XXI.

Mesmo tendo sido descongelado há quase dois anos atrás, Steve sentia como se ainda não houvesse aprendido metade das coisas novas dessa nova época, era meio estranho e ao mesmo tempo motivador saber que era ele quem faria a introdução a XX-23.

Ele sentia que não sabia tudo, mas que ainda assim sabia muito mais do que ela. A sensação que ele tinha era bem parecida com a de um veterano que faz algum curso na faculdade e agora iria receber um calouro do primeiro ano para falar sobre suas experiências, as coisas que aprendeu, e que ambos ainda aprenderão.

Chegando ao 13º andar, Rogers foi guiado por um agente até o cenário que havia sido montado para o despertar de XX-23, depois o agente o deixou sozinho com a garota adormecida.

Ao entrar na espécie de quarto, pôde ver uma garota magra, morena e de estatura aproximadamente mediana ressonando com bastante tranquilidade entre os lençóis de sua cama bucólica. Pela aparência dela, ele conseguiria chutar que a sua idade estava na casa dos vinte anos.

Todo o “quarto” não era muito diferente dos quartos atuais, pelo fato do último ano da vida de XX-23 ter sido 1976, a diferença mais gritante do quarto era o velho despertador-relógio que era uma caixa preta com números digitais vermelhos em cima de um toca-fitas.

Steven sentou-se numa poltrona que estava bem ao lado da cama e aguardou que ela ficasse consciente. Ele esperava que fosse realmente rápido como Fury o fez pensar, mas teve que ficar ali esperando por quase uma hora até que ela acordasse.

Nesse tempo, Steve ficou observando a decoração daquela época, ao passo que tentava imaginar como deveria ser viver nos anos setenta. Numa das paredes havia um pôster de um tal de “Elvis Presley” e outro de uma banda chamada “Queen”. Depois de um tempo ele ficou olhando só para ela dormindo, não estava olhando a beleza dela nem nada parecido, estava apenas curioso em saber quem ela era, ou quem ela foi no passado.

– Hum... – Ela gemeu preguiçosamente com os olhos fechados, XX-23 estava acordando. Steve se consertou na poltrona e aguardou ela terminar de acordar.

A garota abriu os olhos e bateu as pálpebras devagar como se fosse voltar a dormir, até que ela percebeu que estava em um quarto, com certeza não era a última memória dela.

Sem notar Steve, ela se sentou na cama, deu uma varrida rápida nas coisas que estavam a sua frente e começou a encarar a si mesma, olhou as partes dorsal e frontal de suas mãos enquanto movia seus dedos, começou a apalpar suas próprias pernas como se algo estivesse errado.

– Está tudo bem, fique tranquila... Você está segura, aqui. – Steven se pronunciou obrigando-a a olhar para ele. Ao fazer isso a garota quase deu um pulinho de susto sentada, depois voltou a olhar as paredes ao seu redor e a examinar a si mesma.

– Tem algo errado... – Foi a primeira coisa que ela falou, e fez isso enquanto se autoexaminava. -... Comigo...

Algo mais a perturbava, além de estar num quarto estranho com um homem desconhecido.

– Eu estou aqui para explicar o que aconteceu com você. – Rogers disse ganhando novamente a atenção da garota, que parou seu ritual para encará-lo.

– O que aconteceu? – Ela disse pegando um roupão azul que estava ao seu lado, em cima da cama, fez isso não por frio, XX-23 estava vestindo um pijama de calça e blusa, mas esta blusa era uma regata de alça fina, então ela queria se cobrir.

Rogers se surpreendeu por ela ficar aparentemente calma e querer escutar a história dele ao invés de surtar como ele havia feito e sair correndo do prédio da S.H.I.E.L.D., era como se ela não estivesse tão surpresa com tudo isso como deveria estar.

– Você passou trinta e nove anos congelada, seu corpo foi mantido vivo graças a um soro usado pela S.H.I.E.L.D., uma organização de inteligência e espionagem. E também foi por causa de um soro criado por ela que você acabou de ser acordada... – Steven dizia cada frase temendo qual seria a próxima reação dela, mas tudo o que ela fazia era olhá-lo com uma cara confusa; mesmo assim, parecia que ela entendia o que ele estava falando; era o mais estranho.

Steve continuou explicando.

–... Mas esse soro foi acompanhado de uma série de incidências de radiações, o que acabou causando alguma alteração física em você, e possivelmente pode ter te dado algumas habilidades fora do comum... – Ele foi interrompido por ela.

– Que tipo de “habilidades”? – A garota o questionou muito intrigada.

– Estamos aqui para descobrir. – Rogers contraiu seus lábios tentando passar confiança para ela.

– E onde é aqui? – Ela perguntou.

– Estamos na sede da S.H.I.E.L.D., em Nova York. – Ele respondeu.

– Então... Você é um agente? – Ela o interrogava.

– Pode-se dizer que sim... Mas eu sou diferente dos outros. – Steven anunciou.

XX-23 bufou uma risadinha tímida.

– Por quê? – Continuou interrogando.

– Porque eu sou o único que também já passou pelas três coisas que você passou... O congelamento, a mudança no tempo, e a mudança física causada por um laboratório, não necessariamente nessa mesma ordem. – Steven explicou.

– Sério? – Ela pareceu se animar. -... Então você está tentando me dizer que eu fui colocado no Projeto Fênix e você também?

– Você sabe o que é o “Projeto Fênix”? – Agora foi a vez dele questionar surpreso.

– Sim. – A surpresa dele a fez voltar a ficar tímida.

– Não, não fui colocado nesse projeto... Eu fui congelado muito antes do Projeto Fênix existir... Então, se você sabe sobre o Projeto, quer dizer que você se voluntariou para ele, certo? – Steven perguntou novamente.

– Não... Talvez... Não sei... Não me lembro... – Ela voltou a ficar confusa.

– Qual é a última coisa de que você se lembra? – Steven questionou.

– De um acidente de carro... Eu estava nele... Eu dirigia... – Ela olhou melancolicamente para o nada.

Steven puxou assunto novamente.

– Comigo aconteceu assim... Eu me voluntariei para fazer parte de uma experiência, e ela foi bem sucedida, me fazendo mudar drasticamente, pelo menos por fora... Acho que participar disso foi a melhor coisa que eu fiz na vida... Então... Depois aconteceu um acidente numa aeronave, eu era o único vivo dentro dela. Por não saber pilotar, acabei batendo e congelando. – Disse ele.

– Engraçado, me parece familiar essa história... – Ela olhou para Steven cerrando seus olhos castanhos.

Rogers deu um pequeno sorriso tímido e disse:

– Talvez seja só coincidência.

– É, talvez... – Ela concordou olhando para o chão, depois voltou a olhar Steve com um olhar totalmente diferente, era bastante curioso. – Hey!... Por quanto tempo você ficou congelado?

– Quase setenta, 68 anos para ser exato. – Steven disse dando de ombros.

– Nossa! Então você viveu durante a Segunda Guerra Mundial?! – Surpresa, ela fez uma pergunta retórica.

– É, e fiz um pouco mais do que só “viver”... – Rogers disse humildemente.

– E eu nasci no meio da Guerra Fria... Ela ainda existe? – XX-23 perguntou um pouco tristonha.

– Não... Me disseram que acabou há quase vinte anos atrás. – Steven tentou confortá-la.

A garota sorriu timidamente feliz.

– Você adquiriu também “habilidades especiais” quando foi um experimento? – Ela voltou ao interrogatório.

– Sim... Sendo sincero, para te acordar, alguns cientistas da corporação usaram meu DNA e o de outro amigo meu para criar o que quer que tenha te acordado... – Steven tentou explicar sem entender muito do assunto, e mais uma vez ela o encarava como se entendesse, até mais que ele.

– Ah... – Disse ela pensativa, depois voltou a questionar empolgada. -... O que você pode fazer?

– Bem... – Steve coçou a cabeça pensando em como iria explicar. -... Eu sou mais forte do que os outros, mais rápido, ágil... Meu metabolismo é quatro vezes mais rápido...

– Ah... Entendi. – Ela sorriu de novo para ele. Aquilo estava realmente intrigando-o, Rogers estava mesmo esperando lidar com uma pessoa histérica e apavorada com tudo aquilo que ele estava contando.

A garota compreendeu errado o olhar vidrado dele no sorriso dela. XX-23 ficou com as bochechas rosadas.

Quando Steve compreendeu a confusão da situação ele acabou ficando com suas próprias bochechas vermelhas, e os dois ficaram em um silencioso rubor por uns instantes.

Apesar de não ter sido nada do que ela havia pensado, Rogers gaguejou quando voltou a falar e estalou o pescoço; de qualquer jeito ele nunca havia tido jeito com garotas.

– Err... Ent... Então... Foi muito estranho para mim acor... acordar... num mundo tão diferente do que... do que... eu me lembrava... – Rogers começou a falar enquanto a situação constrangedora se dissipou e de repente pareceu que nada tinha acontecido, ela prestava atenção como uma boa ouvinte no depoimento de Steve.

Os dois passaram quase duas horas ali conversando sobre a experiência de vida de Steve, as mudanças que ele enfrentou, as coisa que ela iria enfrentar. XX-23 falou para ele algumas coisas sobre sua época, de certa forma estava sendo bastante divertido para aqueles estranhos. Eles trocaram risadas, tristezas e felicidades, em tão pouco tempo estavam criando uma ligação de amizade.

–... Mas sabe... Até agora não falamos o principal. – Steven constatou.

– Que seria...? – Ela perguntou com uma cara divertida.

– Nossos nomes. – Steven deu uma risadinha retraída, ele não se soltava muito.

– Nossa, é verdade! – A garota gargalhou quase tombando para trás na cama.

Steven começou a fazer as honras.

– Eu me chamo Steven G. Rogers, mas muita gente me chama de “Steve”...

– “G.” de quê? – Ela o interrompeu.

– “G.” de “Grant”. – Ele explicou.

– Ah... – Ela disse dando de ombros.

–... E você? Se lembra do seu nome? – Rogers questionou.

– Claro que me lembro. – Ela disse como se aquilo fosse uma pergunta estúpida. A memória dela pré-congelamento estava intacta, Steve e a S.H.I.E.L.D. só não tinham certeza disso.

– E qual é? – Ele perguntou.

A garota ficou pensativa, mas não pelo fato de não se lembrar, pois ela realmente lembrava.

– Qual o nome de Experimento que me deram?... XX-“o quê”? – Ela o respondeu com uma pergunta.

– “23”... – Ele respondeu ainda intrigado pela quantidade de informação que ela já tinha.

A garota sorriu maliciosamente.

– Então meu nome agora é “XX-23”. – Disse ela levantando uma sobrancelha.

Rogers ficou surpreso.

– Você não vai falar seu nome de verdade? – Ele perguntou.

– Não... Se quiser terá que investigar e descobrir, Sr. Agente da SHIELD. – XX-23 disse abrindo um sorriso de orelha a orelha mostrando as covinhas de suas bochechas pela primeira vez.

Steve achou aquilo tão bonitinho que não conseguiu impedir que ele mesmo liberasse um sorriso.

Por incrível que pareça ele resolveu entrar na brincadeira. Steve estava se sentindo realmente à vontade, aquela garota de algum jeito conseguia emanavar uma energia boa para as pessoas ao seu redor.

– Você não vai contar mesmo?! – Ele falou em um tom de ameaça.

– Não. – Ela balançou a cabeça ainda sorrindo. – Descubra!

–... Pois então não te contarei quem eu sou. – Ele disse como se aquilo fosse um tipo de “vingança”, ela não compreendeu.

– Tarde demais, Rogers... Você já disse seu nome. – Ela continuou confusa, porém com um ar vitorioso.

– O meu “nome” e “quem” eu “sou” são coisas diferentes. – Ele deu um sorriso torto sentido-se, ele, o vitorioso dessa vez.

– O que?!... Como assim? – XX-23 ficou mais confusa ainda.

– “Descubra!” – Rogers revidou rindo brevemente a contragosto da garota com a testa enrugada. Ele não usava seu traje de Capitão América, vestia uma calça bege com cinto preto, sapatos sociais pretos e uma blusa marrom quadriculada, ou seja, nada denunciava sua identidade.

Steve não costuma sorrir, mas ali com XX-23 parecia que ele fez isso tantas vezes que nem podia contar mentalmente. Os dois pareciam mesmo ter gostado um do outro, o que foi uma coisa boa, pois de certa forma, Rogers se sentia responsável por aquela garota.

Ela estar naquela situação tinha sido uma consequência do “sim” que ele havia dado para Nick Fury quando este pediu uma amostra do DNA do Capitão. E lidar com alguém que você estava começando a criar uma amizade era muito mais fácil do que com alguém que você não se dá bem.

Um exemplo disso era a relação que o Capitão América tinha com o Homem de Ferro, eles não se davam muito bem, mas a culpa era na verdade do gênio dos dois e da grande diferença de personalidade de ambos.

XX-23 continuou tentando persuadi-lo a contar “quem” ele era, mas ele permaneceria irredutível enquanto ela não falasse qual era o nome verdadeiro dela.

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"Em um mundo como esse, onde alguns dão pra trás
Certamente, nós chegaremos ate o fim
Em um mundo como esse, onde as pessoas se separam
Em um tempo como esse, onde nada vem do coração
Em um mundo como esse, eu terei você"

(In A World Like This - Backstreet Boys)


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Notas finais do capítulo

#CuriosidadeDeNúmero04
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O cientista "do demônio" (Como apelidou o Captain Sam, rsrs') que colocou acidentalmente mais soro do Hulk numa aplicação, resultando no XY-32 desgovernado pelo deserto, na primeira versão que imaginei da história, ele teria feito isso intencionalmente.
Esse cientista seria um dos vilões, e teria "criado" o XY-32 para fazer seu trabalho sujo, MASSS, como mudo muito as ideias (ficando com aquelas que acho as melhores) até elas chegarem à forma oficial que escrevo e posto, o cientista virou só um figurante que apenas cometeu um "errinho" por cansaço :P
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Comente, please!
Até o próximo capítulo.