I Belong To You - Jakeness escrita por Lynna


Capítulo 2
Como tudo aconteceu - Part II


Notas iniciais do capítulo

Jacob's point of view (POV)



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II

Como tudo aconteceu - Part II

 

 

 

 

 "Não Nessie você não vai!" Disse enquanto caminhava tenso em direção à floresta. Eu estava tão estressado que sabia que meus ossos estavam prestes à rasgar minha pele, e em menos de cinco minutos eu estaria em minha forma de lobo.

 

 

 "Jacob, eu sou mãe deles!" Ela gritou segurando minha mão. "Me leva com você!"

 

 

 "Não importa!" Virei nervoso, ela estava assustada com minha atitude. Droga Jacob! Seja mais agradável com ela seu idiota! "Eu não quero que nada aconteça, por que você não entende?"

 

 

 "Eu entendo, mas eu não posso ficar parada aqui Jacob!" Ela suplicou.

 

 

 "Não, não posso te deixar ir!" Gritei e me soltei de sua mão. Só percebi o quanto fui rude ao olhar em seus olhos desapontados.

 

 

 "Não pode me impedir de lutar por meus filhos!"

 

 

 "Você não entende Ness.." Suspirei, ela continuou a gritar.

 

 

 "Ah não entendo? Então me dê uma boa razão para mim não ir salvar meus filhos." Olhei para ela, que no momento colocou as duas mãos na cintura. Tão adorável..

 

 

 "Eu não vou perder você de novo." Não havia percebido como minha voz saiu rouca ao pronunciar essa frase.

 

 

 O que disse não deixa de ser verdade. Já passei muito tempo tendo Nessie longe de mim, e não suportaria sequer pensar na idéia de que os Volturi a levasse, ou pior, que a matasse. Isso eu não aguentaria, ela precisava entender.

 

 

 "Por favor Nessie, fique, eu não demoro." Implorei juntando as duas mãos em frente ao rosto. Até que ela finalmente cedeu.

 

 

 "Só.. tome cuidado.." Ela desviou o olhar enquanto passava as mãos por seus braços.

 

 

 Puxei minha pequena para um abraço rápido, e dei um leve beijo em seus lábios róseos e macios.

 

 

 "Eu não demoro." Preparei-me para sair, quando ouço sua voz aveludada me impedir.

 

 

 "Jake?" Me virei novamente para encarar seus olhos marejados. "Cuide de nossos filhos."

 

 

 Assenti apenas com um sorriso confortante nos lábios, antes de voltar a correr em direção à floresta. Parei para retirar a bermuda e a amarrar em uma linha na perna, me transformando em seguida.

 

 

 Jake? Até que enfim saiu da toca! A voz rude de Leah soou em minha mente.

 

 

 Da um tempo para o Jacob garota, ele estava em lua de mel. Seth apareceu em seguida.

 

 

 Estão todos em forma de lobo? Pensei ignorando o comentário daqueles lobos intrometidos.

 

 

 Sim.

 

 

 Ótimo. Pensei quando estava quase chegando na casa dos Cullens. Me expliquem a situação.

 

 

 Estávamos brincando no jardim dos Cullens com as crianças, quando aquele loiro de olhos vermelhos apareceu do nada e disse que queria conhecer as crianças.

 

 

 Quem Seth? Perguntei confuso. Maldita mania do Seth de explicar tudo pela metade!

 

 

 O Demetri acho.. Seth continuou.

 

 

 Oh merda.. Justo o pior dos Volturi.. Pensei comigo mesmo. Onde vocês estão?

 

 

 Estamos rodeando a floresta em volta da casa dos sanguessugas. Paul respondeu.

 

 

 Certo, continuem ai. Pensei sério. Alguém sabe o que está acontecendo lá?

 

 

 Os Cullens estão conversando com o tal de Demetri.

 

 

 Ótimo, estou a caminho. Pensei, correndo o mais rápido que pude.

 

 

 Assim, em menos de dez minutos eu já podia ver a grande casa branca, e com mais alguns passos eu já sentia o cheiro desagradável e enxergava aquele vampiro loiro conversando com Edward; Em volta deles estavam os outros vampiros.

 

 

 Algo me afligiu naquele minuto, todos estavam reunidos, mas as crianças não estavam lá.

 

 

 Jullian? Samantha? Onde vocês estão? Pensei aflito, agradeci aos céus por eles responderem.

 

 

 Na casa da vovó junto com ela e com a bisavó Esme. Samantha respondeu, suspirei aliviado - que mais pareceu um arfar, devido a minha forma de lobo.

 

 

 Demetri viu vocês não é?

 

 

 Sim. Jullian respondeu. Foi só um minuto porque depois a vovó já pegou a gente no colo e levou para a casa dela.

 

 

 Certo. Pensei ainda aflito. Preciso que vocês prometam que não vão usar seus poderes com ele.

 

 

 Mas papai, a gente pode fazer o que tínhamos feito com o moço mal. Samantha disse suavemente.

 

 

 Não Samantha. Impus friamente, para que pudesse ficar bem claro. Não quero vocês usando os poderes. Demetri não é o Nahuel. Ele é muito mais perigoso e é um Volturi, não é um ataque assim que vai derrubá-lo.

 

 

 Mas pai.. Jullian tentou.

 

 

 Eu falei NÃO Jullian. Impus novamente, eles pareceram entender dessa vez. Pensei calmo em seguida: Por favor, cuide da sua irmã.

 

 

 Tudo bem pai.

 

 

 Percebi que as vozes cessaram no mesmo instante em que eu voltava a forma humana atrás de uma árvore próxima. Coloquei minha bermuda e segui para o encontro do grupo de vampiros.

 

 

 Eu já podia ouvir a conversa tensa entre eles.

 

 

 "Não há nada para ver aqui Demetri." Edward rosnou. Ele estava em posição de ataque, como se partiria a qualquer momento para cima do vampiro loiro se ele desse apenas um passo.

 

 

 "Eu só estou curioso sobre aquelas duas crianças que vi a pouco." Demetri disse sínico, usando seu tom frio. "Eles pareciam ser bem interessantes pela velocidade que corriam."

 

 

 "Não há nada de interessante para ver, são apenas crianças Demetri, sinto que tem que ir embora agora." Carlisle disse em sua voz serena.

 

 

 "Aro não vai gostar nada de saber que estão escondendo algo de mim." Ele colocou a mão no bolso para retirar um celular. Observei ele discar algum número em seguida e colocar o mesmo no ouvido. "Ah.. a tecnologia.."

 

 

 Corri em sua direção, para tirar o celular da mão dele e desligá-lo.

 

 

 "Não vai sair correndo como uma garotinha para o chefão não é?" Perguntei sarcástico, ele revirou o nariz.

 

 

 "Jacob Black... Já estava com saudades de seu cheiro.. inconfundível." Ele sorriu misterioso, seus olhos vermelhos queimando como brasa.

 

 

 "Nos poupe de suas frescuras." Disse friamente. "O que veio fazer aqui?"

 

 

 "Bem, eu vim em missão de paz a mando de meu mestre para convidar Carlisle e sua família para uma reunião entre amigos." Demetri disse levantando uma sobrancelha. "Mas quando cheguei observei uma coisa muito mais interessante, e adoraria que você me devolvesse o celular para que eu contasse ao meu mestre o que vi."

 

 

 "O que foi que viu?" Perguntei exaltado. O desejo de matar aquele vampiro loiro crescia cada vez mais dentro de mim.

 

 

 "Jacob.." Edward me alertou ao ler meu pensamento, e em seguida pude sentir uma onda de tranquilidade vinda daquele loiro esquisito ao seu lado.

 

 

 Ótimo! Nem ficar nervoso eu podia mais!

 

 

 "Eu vi duas crianças, e uma é bem parecida com você." Ele respondeu olhando confuso para meu rosto. "Seriam seus filhos com aquela garota, Renéssia não é? Seriam lobisomens?"

 

 

 "Renesmee." Corrigi irritado. "E sim, eles são nossos filhos." Respondi apenas. Ele não precisava da informação completa.

 

 

 "Interessante.." Demetri sibilou, caminhando em círculos. Ele possuía suas mãos atrás do corpo e a feição em seu rosto era admirada. "Eles crescem?"

 

 

 "Sim, eles na verdade têm apenas quatro meses de idade." Carlisle respondeu, observando a feição admirada de Demetri se tornar em uma maliciosa. "Por serem filhos de Nessie, eles tem o mesmo crescimento acelerado que ela."

 

 

 "Quer dizer que os monstrinhos são metade humanos, metade vampiros e metade lobos?" Demetri perguntou admirado. Carlisle não teve outra opção, senão assentir concordando. Recebeu uma risada vinda do vampiro real. "Só os Cullen para inovar a geração de criaturas fantásticas desta forma."

 

 

 Pude ver Carlisle sorrir amigavelmente e trocar um olhar com Edward.

 

 

 "Bem, agora que sabemos o recado de Aro, acredito que seu trabalho está feito Demetri." Edward disse seriamente. "Diga a seu mestre que aceitamos o convite e por favor, se retire."

 

 

 Não Edward! Se ele for, os Volturi irão querer conhecer meus filhos. Ele não pode ir! Pensei aflito.

 

 

 Não poderia imaginar o que aconteceria se ele contasse a Aro; Eles com certeza iriam querer ter poder sobre meus pequenos.

 

 

 Edward olhou para mim e apenas assentiu discretamente.

 

 

 "Eu não vou embora até ver essas crianças." Demetri passou seus olhos vermelhos por todos no local. "E espero que não tentem me impedir."

 

 

 Um segundo de silêncio se passou, enquanto Edward olhava para Carlisle como se estivesse decidindo com ele o que fazer. Em seguida ele assentiu para o mesmo, e então pude observar Carlisle correr em direção à casa de Bella.

 

 

 "Onde ele foi?" Demetri perguntou curioso.

 

 

 "Buscar as crianças." Edward disse, antes de olhar para mim com seu olhar confiante.

 

 

 Edward.. o que está fazendo? Vai expor meus filhos dessa maneira? Pensei aflito, ele me ignorou.

 

 

 No momento eu queria pular em cima dele e encher de tabefes aquela cara pálida. Mas o que diabos ele pensa que está fazendo expondo meus filhos dessa maneira??

 

 

 "Jacob se acalme." Edward olhou sério para mim, antes de virar-se para Demetri. "Está bem, vamos mostrá-los para você, mas depois disso você vai embora."

 

 

 "Ahá que maravilha!" Ele sorriu mostrando as presas. "Perfeito para mim."

 

 

 Certo, agora o Edward perdeu completamente o juízo.

 

 

 "E não deve aumentar a história para os Volturi também." Edward continuou, fuzilando o vampiro com o olhar. "Não queremos nenhum incidente como o que tivemos há uns anos atrás."

 

 

 "Claro que não." Demetri sorriu arregalando os olhos, mostrando o vermelho penetrante de seus orbes. "Fico triste por não confiarem em minhas palavras."

 

 

 "Espero que não tente nada para cima de meus filhos." Disse nervoso, finalmente concordando com a idéia de Edward. Seja o que Deus quiser. "Ou vai se arrepender Demetri."

 

 

 "Se acalme cachorro, não queira me passar raiva." Ele sorriu malicioso, antes de virar o olhar admirado para algo acima de meus ombros. Virei para ver o que ele fitava, e lá estavam meus dois filhos no colo de Carlisle, enquanto ele se aproximava.

 

 

 Pude ver Jullian levantar os lábios em um bico emburrado, enquanto seus olhos chocolate fitavam furiosamente Demetri. Ele estava de mãos dadas com Samantha, como se a protegesse. Não pude deixar de sorrir.

 

 

 Meu garoto. Pensei orgulhoso, ele sorriu sarcástico pra mim antes de voltar o olhar irritado para o sanguessuga loiro.

 

 

 Samantha tinha uma feição apreensiva e olhava para os lados constantemente, como se procurasse alguém - provavelmente era Nessie. Ela chegava cada vez mais perto de Jullian como se quisesse proteção.

 

 

 "Oh Lord.." Demetri sibilou ao caminhar lentamente em direção a meus filhos. "Espere só Aro ver isso."

 

 

 "NÃO!" Ouvi seu grito de longe, e depois disso tudo ocorreu muito rápido. Tão rápido que um ser humano qualquer não conseguiria acompanhar.

 

 

 Nessie havia aparecido pela floresta, e usou sua velocidade vampiresca para correr até Demetri, o impedindo de chegar até nossos filhos. Ela então, rosnou nervosa e virou sua mão na cara do vampiro italiano.

 

 

 Droga, Nessie, droga!

 

 

 Demetri então olhou furioso para ela, e antes que algum de nós pudéssemos fazer algo, ele virou para Nessie e a pegou pelo pescoço, jogando-a rapidamente contra uma árvore. Pude ver com desespero minha pequena bater a cabeça na árvore e cair desmaiada ao chão.

 

 

 "NÃO! NESSIE!" Gritei enquanto corria até ela. Abaixei-me em sua direção e entrei em desespero. Ela estava desacordada, e em sua cabeça tinham machucados que sangravam sem parar. "Droga Nessie, era para ter ficado em casa!"

 

 

 Olhei para Demetri - não tinha noção de minha feição no momento -, e pude ver ele revirar os olhos e dar de ombros.

 

 

 "Quanto drama para um sangue de nada." Ele sorriu malicioso, eu reprimi minha vontade de ir até lá e matá-lo lentamente. Eu saberia o que aconteceria se eu o fizesse. "Bem, acho que eu tenho que ir agora, até mais Cullens. Vejo-os na reunião."

 

 

 E então ele sumira por entre as árvores. Maldito! Desgraçado!

 

 

 Senti gotas densas de água molharem meu rosto, dando início a uma tempestade.

 

 

 Pude ver as crianças gritarem desesperadas e se debaterem no colo de Carlisle, até que ele finalmente as colocou no chão, e então meus pequenos correram até Nessie. Logo ao chegar, Samantha se jogou no meu colo, observando a mãe desacordada.

 

 

 Jullian estava nervoso, e seus olhos começavam lentamente a marejar. Samantha já chorava, derramando lentamente as lágrimas quentes por seus olhos tristes e arregalados. E eu, bem, eu não sabia exatamente o que acontecia. Fora tudo muito rápido.

 

 

 Apenas a visão de Nessie desacordada à minha frente era a única informação que eu tinha no momento. Isso tinha que ser um pesadelo, não poderia estar acontecendo...

 

 

 "Alice, leve as crianças para dentro, vai." Carlisle disse enquanto se abaixava para checar a situação de Nessie. Senti em seguida alguém retirar minha filha de meu colo. Não conseguia olhar para outro lado, meus olhos estavam fixados nela.

 

 

"Oh céus, ela está perdendo a respiração e os batimentos cardíacos estão diminuindo." Carlisle sussurrou.

 

 

 Não, não. Isso não.

 

 

 "Faça alguma coisa Carlisle!" Gritei impaciente.

 

 

 "Ahh minha filha!" Pude ouvir Bella correr até nós, ela soluçava sem lágrimas.

 

 

 "Se acalmem." Carlisle disse também impaciente. "Edward, precisamos levá-la pro hospital, eu não tenho material suficiente aqui. Prepare o carro." Ele gritou as ordens para Edward mas ele não se moveu. "Edward, vá!"

 

 

 Olhei novamente para minha pequena, ela parecia tão tranquila, ao contrário de todos nós. Ela parecia serena, como se estivesse tendo uma visão, um sonho. Ela parecia morrer.

 

 

 Não.. não! Ela não pode morrer! O que eu faria se ela morresse? Provavelmente tentaria irritar os Volturi. Não foi isso que Edward fez? Ou poderia apenas pedir para Rosalie, tinha certeza que ela aceitaria.

 

 

 "Emmett, Jasper, me ajudem aqui." Os dois rapidamente obedeceram, e em menos de uns minutos eles estavam movendo Nessie para o carro.

 

 

 Olhei para o céu, a chuva parecia cair lentamente agora, molhando cada centímetro de meu corpo e dando uma sensação de alívio.

 

 

 Ah como eu queria que a chuva pudesse salvar Nessie, assim como ela consegue lavar meu corpo e levar meus medos embora.

 

 

 Ah como eu queria..

 

 

 

 XoXoXoX

 

 

 Estávamos na sala de espera há mais de uma hora, e não possuíamos nenhuma notícia de minha pequena. Isso já estava me deixando aflito - qualquer um que olhasse para mim perceberia meu estado; Eu estava sentado no banco do hospital esfregando as duas mãos no rosto e passando-as pelo cabelo - era a única coisa que parecia me acalmar.

 

 

 Precisamos deixar as crianças em La Push, elas já estavam apavoradas demais para ver a mãe nesse estado - aquele estado que eu não sabia qual era, pois Carlisle nem ao menos colocou a cabeça para fora da sala para dizer: "Hey ela está viva!"

 

 

 Ele não sabe que tem pessoas aflitas aqui fora esperando por ela?

 

 

 "Não seja duro com Carlisle." Edward disse enquanto abraçava Bella suavemente. "Ele está fazendo o que pode."

 

 

 "E o que você está fazendo aqui Edward?" Rosalie perguntou do outro sofá. "Não deveria estar com ele lá dentro?"

 

 

 "Eu não.. conseguiria fazer uma cirurgia na cabeça de minha filha." Ele olhou para baixo, desviando o olhar.

 

 

 "Ah e deixar ela morrer seria a melhor opção?!" Gritou Rosalie. Pude ver Emmett ao seu lado sussurrar para ela diminuir o tom de voz. Como se isso fosse acalmar a loira maluca.

 

 

 "Fico triste por não confiar em Carlisle, Rosalie." Esme disse parecendo realmente angustiada.

 

 

 "Eu confio, mas ela não pode morrer!" Ela disse irritada, antes de virar-se para Alice. "Alice, veja se ela vai morrer, por favor."

 

 

 Pude ver a baixinha olhar para o chão e colocar as mãos na cabeça. Depois de um segundo, ela gemeu e encostou a cabeça no ombro de Jasper, de olhos fechados, parecendo exausta.

 

 

 "Eu não posso Rose. Não consigo ver o futuro de Nessie nem seu eu tentar." Ela murmurou chateada. "Só aumenta minha dor de cabeça, e meu cansaço."

 

 

 "Tudo bem, meu amor." Jasper sussurrou no ouvido dela, e em seguida uma onda de tranquilidade me invadiu - acredito que a sala toda recebera seu poder.

 

 

 "Jasper pode parar com isso?" Perguntei irritado - ou tentando ficar.

 

 

 "Desculpe, mas.."

 

 

 "Não quero que ninguém controle minhas emoções, por favor." Disse novamente. Não percebi o quanto minha voz saiu apagada.

 

 

 "Como quiser." Ele disse educadamente, e em seguida eu senti todas aquelas emoções me atropelarem como se eu fosse um qualquer na frente delas.

 

 

 A angústia, o medo, o desespero, a vontade de vê-la e abraçá-la naquele momento difícil; Estava tudo voltando novamente. Agora eu entendia minha tranquilidade com a chuva. Não era ela quem me deixava aliviado, e sim Jasper que controlava minhas emoções.

 

 

 No momento seguinte todos estávamos em silêncio, até que finalmente Carlisle entrou na sala, retirando uma capa branca que vestia e uma máscara da mesma cor. Ele estava vestido de azul, desde a calça até a touca em sua cabeça - acredito que seja roupa de um cirurgião.

 

 

 Ele nos olhou sem emoções, como se minha curiosidade já não fosse muita.

 

 

 "Então Carlisle, como está minha filha?" Bella perguntou aflita.

 

 

 "Foi uma cirurgia difícil, porém descobrimos a hemorragia em seu cérebro, e conseguimos contê-la a tempo." Ele disse. Todos nós soltamos o ar no momento, como se o prendêssemos desde que entramos nessa sala. Carlisle continuou. "Mas também, descobri um ponto negativo."

 

 

 "Oh Céus.. e o que é?" Esme perguntou com as duas mãos juntas em seu peito.

 

 

"Nessie tem um cérebro humano, diferente de nós." Ele disse. "Se levarmos uma pancada na cabeça, não sofremos dano nenhum; mas se ela levar, podem acontecer muitas coisas negativas, um exemplo disso é a hemorragia cerebral"

 

 

 "E qual é a novidade nessa história?" Perguntei. Minha voz saiu incrivelmente rouca.

 

 

 Carlisle juntou os lábios em uma linha fina, antes de suspirar e me olhar com desapontamento em seus olhos.

 

 

 "Ela pode morrer." Ele sussurrou, todos ficamos aflitos. Não, isso não pode acontecer! "Devido a pancada forte que ela sofreu - o que causou a hemorragia -, temos duas opções: Ou ela se recupera, ou os sentidos dela param de funcionar com o tempo, fazendo-a precisar de máquinas para a manter viva."

 

 

 "Isso quer dizer que ela está.. em coma?" Bella perguntou como se sofresse a cada palavra pronunciada.

 

 

 Carlisle desviou o olhar até finalmente pará-lo sobre Bella.

 

 

 "Sim, ela está em coma por tempo indeterminado." Ele sussurrou fechando os olhos.

 

 

 Nesse momento, senti como se uma tontura forte atacasse meu cérebro, e minhas pernas pudessem ceder a qualquer minuto - precisei abaixar a cabeça para voltar ao normal. Não podia estar acontecendo.. Não! Ela não pode morrer!

 

 

 Levantei os olhos para Carlisle, foi a única hora que senti meus olhos encherem de lágrimas.

 

 

 "Posso vê-la?" Perguntei, minha voz estava embargada.

 

 

 "Ela acabou de sair de uma cirurgia difícil, não está pronta para.." Carlisle tentou. Mas eu o impedi; Precisava vê-la de qualquer forma.

 

 

 "Por favor?" Senti uma lágrima cair por meus olhos, sequei-a rapidamente. Pude ver Carlisle assentir vencido.

 

 

 "Tudo bem, mas vocês precisam esperar." Ele voltou-se ao resto dos Cullens, antes de me mostrar o caminho por um longo corredor.

 

 

 Acompanhei-o agradecido.

 

 

 "Ela vai acordar?" Murmurei de cabeça baixa, Carlisle suspirou.

 

 

 "Jacob.."

 

 

 "Por favor não minta para mim." Supliquei olhando em seus olhos serenos. Ele estava sério no momento.

 

 

 "Não sabemos." Ele disse sinceramente. Desviei o olhar para o chão. "Se ela acordar, talvez haja sequelas, mas também é muito provável que por ser metade vampira, a mente dela se refaça mais rápido do que uma mente humana."

 

 

 "Se ela acordar?" Perguntei aflito, enquanto parávamos em frente a uma porta; Na descrição da mesma dizia: UTI.

 

 

 "Tenha fé, Jacob." Carlisle sorriu suavemente com sua mão em meu ombro, antes de virar-se e voltar para a sala de espera.

 

 

 Olhei para a porta novamente, e não demorei a girar a maçaneta lentamente, abrindo-a por fim. Entrei no quarto iluminado e fechei a porta atrás de mim.

 

 

 Caminhei até a cama, onde minha pequena estava deitada suavemente. Ela usava a roupa do hospital, em sua cabeça tinha um curativo feito por uma gaze enrolada e ela estava ligada a muitos aparelhos diferentes, que apitavam constantemente.

 

 

 Caminhei até ela, sentando em um banco ao lado da cama. Passei o olhar por ela - que dormia tranquilamente - e peguei sua mão macia, colocando-as entre as minhas próprias.

 

 

 Só percebi que eu chorava, quando a lágrima caiu na mão de minha pequena. Então, abaixei minha cabeça para beijar sua mão, e não aguentei segurar mais minha tristeza. Sentia as lágrimas quentes passarem por meu rosto, enquanto estava com a testa encostada em sua mão.

 

 

 Não entendo como aconteceu. Em um minuto estávamos felizes em nossa lua de mel, e no outro, eu estava sentado em um banco de hospital, esperando a cirurgia de minha mulher acabar. Isso era muito difícil.

 

 

 Levantei a cabeça e sequei as lágrimas. Ela continuava a mesma. Claro, ela não iria acordar de uma hora para outra assim, eu precisaria me acostumar com olhar para ela e não ver o brilho de seus olhos, ou de seu sorriso.

 

 

 "Eu não vou te deixar." Sussurrei acariciando o rosto de minha pequena. "Espero que faça o mesmo."

 

 

 Era estranho falar com ela nesse estado, era como se eu falasse sozinho. Mas eu sabia que ela escutaria, eu tinha certeza disso.

 

 

 "Sei que parece bem estúpido eu estar falando sozinho assim." Sorri sem humor, acariciando seu rosto. "Mas espero que realmente goste de minha companhia, porque não vou sair daqui."

 

 

 Beijei suavemente sua mão antes de suspirar.

 

 

 Ouvir as vozes de meus filhos em seguida foi o melhor que poderia ter acontecido. A voz deles apareceram lentamente, e inesperadamente como sempre.

 

 

 Papai, a mamãe vai ficar bem? Samantha perguntou em minha mente.

 

 

 Como eu falaria isso para meus filhos agora? Não poderia mentir para eles, pois conseguem ler minha mente. Mas a verdade é muito dura para eles encararem, não agora. Eles tinham apenas quatro meses.

 

 

 Antes que eu pudesse falar algo, Jullian me interrompeu.

 

 

 O que é coma?

 

 

 Uau.. por essa eu não esperava. Tentei uma explicação plausível para tudo o que estava acontecendo, e foi só olhar para minha pequena que ficou claro em minha mente o que eu deveria dizer a meus filhos.

 

 

 A mamãe está dormindo crianças. Pensei suavemente. Só que ela vai dormir por algum tempo.

 

 

 Assim como a Bela adormecida, papai? Samantha perguntou, não pude deixar de sorrir.

 

 

 Sim Sammy, assim como a Bela adormecida.

 

 

Então por que você não beija a mamãe para ela acordar? Samantha perguntou curiosa.

 

 

Eu queria que fosse tão simples. Pensei triste sem percber.

 

 

 Pai você está triste? Jullian perguntou curioso.

 

 

 Vocês estão? Pensei desviando da pergunta dele.

 

 

 Sim. Os dois responderam em uníssono.

 

 

 Está tudo bem meus pequenos, logo a mamãe vai acordar e poderemos ser uma família de novo. Pensei, forçando-me a acreditar nisso. Mas pra que isso aconteça vocês tem que usar a magia de vocês.

 

 

 Magia papai?

 

 

 Sim Sammy. Pensei sorrindo. Vocês têm que realmente querer que ela acorde, assim ela vai acordar.

 

 

 Pensei que a gente só torturava as pessoas. Jullian perguntou.

 

 

 Jullian! Samantha o reprimiu.

 

 

 O quê?

 

 

 Não pude deixar de sorrir. Eles eram assim como Nessie e eu, e isso era extremamente encantador.

 

 

 Esse é o poder das pessoas. Pensei. Quando você quer algo e deseja com vontade verdadeira que isso aconteça, vai acontecer. Isso se chama fé.

 

 

 Tudo bem pai.

 

 

 Esses são meus pequenos. Pensei orgulhoso, antes de secar uma lágrima antes que caísse. As crianças ficaram em silêncio por um instante antes de dizer:

 

 

 Pai não fica triste, a gente está aqui com você. Jullian disse com uma voz confiante que me fez sorrir.

 

 

 É papai, tenha fé. Samantha completou.

 

 

 Senti as lágrimas voltarem a cair. Não eram as crianças que deveriam estar me consolando, e sim o pai que deveria consolar seus filhos nessa hora triste. Mas eu não conseguia, por mais que eu tentasse, era difícil.

 

 

 Estamos juntos crianças, não se preocupem. Vai ficar tudo bem.

 

 

 É, tudo ficaria bem.

 

 

 

 XoXoXoX


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Notas finais do capítulo

N/A: Ta aí a continuação do capítulo. Triste não?

Bom, quero desejar um Feliz Natal para toodas vocês minhas leitoras maravilhosas!

Post agora talvez semana que vem, antes do ano novo.

Eu vou viajar dia 30 e voltar dia 4, então, provavelmente eu não poste nessa época. Mas eu vou escrever com certeza!


E vocês que são leitoras maravilhosas, não me abandonem!


Amo vocês! Boas festas! E não esqueçam as reviews! =)