30 Day OTP Challenge escrita por Kaline Bogard


Capítulo 7
Capítulo 07 - Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Título: Surpresas
Autor: Kaline Bogard
Day 07: Cosplaying
Genero: romance
Aviso: Universo Alternativo, alteração na idade da Cora
Link do desafio: http://30dayotpchallenge.deviantart.com/journal/30-Day-OTP-Challenge-LIST-325248585

— Não foi betada. Perdoem os erros :)



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Derek inspirou fundo e em seguida expirou, fazendo a respiração se condensar no ar em uma densa nuvem de vapor. Estava frio. E ele sentia-se entediado.

Todos os anos sobrava para ele levar a irmã caçula para recolher doces no Halloween. Antigamente se divertia bastante também, porém os últimos quatro anos estavam sendo bem chatos. Ele já não era mais criança e não queria pedir doces na rua.

Como não havia mais ninguém que pudesse levá-la ali estava ele, com as mãos geladas dentro do bolso da calça, com sua típica jaqueta de couro preta e calças jeans, andando atrás de uma garotinha com a animação ligada no máximo de seus doze anos. Doze anos! Quem nos dias atuais ainda pegava doces com essa idade? Cora, é claro.

E ela ainda usava fantasia! A desse ano era uma capa de vampiro com um vestido longo que a deixava ainda mais magrela. Os dentes postiços eram hilários! Grandes demais para a boca da menina, impedindo que ela fechasse os lábios por completo. E a garota conseguira sangue falso para conseguir uma aparência mais assustadora. Infelizmente não dera muito certo, por que o líquido vermelho tinha gosto de morango, então Cora acabava lambendo tudo.

Lá iam ambos pela noite fria, batendo de porta em porta, encontrando com as mais estranhas criaturas, de sinistras a engraçadas, de variadas idades, aos gritos ocasionais de “Doces ou travessuras”.

Pouco a pouco a sacola de Cora foi se enchendo e ganhando um bom tamanho. A menina andava com um pirulito enfiado na boca, dançando entre as presas vampirescas quando Derek decidiu que era hora de voltar para casa. A irmã conseguira doces o bastante para semanas, passava das dez da noite, ele sentia frio, estava cansado e entediado. A concentração de crianças diminuíra consideravelmente, deixando a rua meio vazia e a neblina gélida começava a dar a noite um ar sinistro.

– Já chega de doces, não acha?

– Ah, irmão! – a garota parou de andar e virou-se para esperar que o mais velho a alcançasse – Nunca haverá doces o bastante! Eu trouxe duas sacolas! Mas só enchemos uma! É cedo… por favor!

– Não. Vamos embora.

– Eu nunca posso ficar até tarde na rua! Só dessa vez, Derek…

– Cora…

O diálogo da dupla foi interrompido. Som de vozes exaltadas chamaram a atenção dos dois. Curiosa, a menina saiu correndo em direção a esquina fazendo Derek girar os olhos, irritado. Sua irmã tinha o péssimo habito de meter o nariz onde não era chamada.

Sem escolha saiu correndo atrás da caçula, antes que ela se metesse em confusão. E foi bem isso que encontraram ao virar a rua: quatro rapazes mais ou menos da mesma idade em uma situação que não precisava de mais explicações: dois garotos segurando um garoto, enquanto um último erguia o punho pronto para acertá-lo no rosto.

– EI, VALENTÕES! – Cora com o instinto de proteger os mais fracos não hesitou um segundo sequer antes de enfrentar os três agressores.

Derek não disse nada, mas parou ao lado da irmãzinha, com uma expressão bem sombria em seu rosto.

Os três sabiam que não eram páreos para o rapaz recém chegado. O pseudo agressor agarrou uma sacola que estivera caída no chão, deu as costas e saiu em disparada! Os comparsas empurram a vítima e seguiram o provável líder.

– IDIOTAS! – a jovem Hale berrou, frustrada por ver que eles fugiam.

Preocupada caminhou até o outro rapaz, que sentava-se no chão e o ajudou a se levantar. Ele usava uma fantasia do Batman, com direito a máscara, capa e cinto de utilidades. Derek, que também se aproximou, franziu as sobrancelhas. Aquele menino deveria ter uns catorze anos... meio grandinho para pedir doces no Halloween.

– Obrigado – ele agradeceu. Apesar de ter escapado da surra parecia desolado. Os olhos castanhos brilhavam por trás da máscara, suspeitosamente marejados.

– Você está bem? – Derek perguntou, um tanto comovido – Seu nariz está sangrando.

– Aqueles imbecis roubaram meus doces – lamentou enquanto passava a manga da fantasia pelo rosto, ato que lhe arrancou um gemido dolorido. Ao notar a expressão um tanto irônica de Derek, fungou – Não me olhe assim. É melhor pedir doces do que sair roubando os outros.

O rapaz mais velho teve que concordar com a afirmação ofendida. Não era errado vestir uma fantasia e sair coletando doces, não importava a idade. Roubar era o ato realmente repreensível.

– Não fique triste. Meu nome é Cora Hale. Esse é meu irmão Derek Hale.

– Prazer! E obrigado pela ajuda. Eu teria levado uma surra se vocês não aparecessem. Eu me chamo Stiles.

– Posso dividir os meus com você – Cora estendeu a sacola, sentindo-se solidária ao garoto que perdera seu tesouro depois de uma noite de trabalho árduo. O Batman parecia tão chateado. Era difícil não se comover.

– Não – Derek cortou o gesto de boa vontade – Não precisa dividir seus doces. Vamos refazer o caminho com você e encher uma nova sacola.

Sua oferta pegou tanto Stiles quanto Cora de surpresa. Surpreendeu Stiles por que ele não acreditou que dois estranhos pudessem perder tempo fazendo algo tão legal por alguém. E surpreendeu Cora por que ela conhecia o irmão. Nunca o vira sendo tão altruísta! Principalmente em uma noite fria de Halloween.

– Obrigado! – o Batman exultou.

– Tenho uma sacola extra! – Cora ficou feliz por não ter enchido as duas sacolas. Agora podia ajudar uma pessoa com ela.

– VAMOS! – Stiles virou-se com um meneio teatral da capa – Você pode ser a Batgirl e você pode ser o Robin.

Terminou a frase rindo e sendo acompanhado por Cora. Derek apenas girou os olhos, entediado. O mais velho jamais admitiria, mas aquele acabou tornando-se um dos melhores Halloweens de todos que saíra para pedir doces. Stiles era divertido, espontâneo e muito tagarela. Realmente tentou entrar no espírito do personagem, mas fracassou miseravelmente, pois não conseguia ser sombrio como o Batman! Além disso a sacola de Cora dobrou de tamanho, tendo ela que; no fim das contas, dividir com Stiles, pois estava pesada demais e corria o risco de arrebentar.

Sim. Aquele com certeza foi o melhor Halloween de todos. E apesar de ter se separado de Stiles aquela noite, sem pegar um meio de contato nem nada, Derek nunca conseguiu esquecê-lo nos cinco anos que se seguiram.

Saiu ano após anos para recolher doces na noite das bruxas, mesmo quando Cora estava grande demais para isso e só ia por que o irmão mais velho a obrigava. Pesquisou discretamente o nome “Stiles” entre seus amigos e ainda mais sutilmente entre os amigos de Cora. Ninguém o conhecia.

Suas esperanças secretas não se concretizaram: ele não voltou a encontrar aquele menino.

D&S

Derek Hale encontrou uma mesa vazia no refeitório e sentou-se. Não estava com paciência para os colegas de classe, que só pensavam em falar na festa de formatura do final do ano. Tinham mais de oito meses para se programar, afinal, ainda era primeira semana de aula na faculdade. Não entendia a pressa, ainda que fosse o último ano do curso.

Preferia sentar ali e começar a ler o livro de Direito Tributário, matéria que tinha mais dificuldade, pois achava a mais maçante.

Não tinha virado nem duas páginas quando uma sombra caiu sobre ele e alguém sentou-se a sua frente. Ergueu os olhos verdes sem reconhecer o recém chegado, um jovem alto e magro de mais ou menos dezenove anos com dois grande copos de suco de laranja mas mãos. Ele estava sem fôlego, como se tivesse corrido e sentou-se desajeitado, quase caindo da cadeira.

– Cara! Não acredito que encontrei você aqui! Que mundo pequeno!! – um sorriso lindo iluminou a face do rapaz que em seguida respirou muito fundo para recuperar o fôlego.

Derek franziu as sobrancelhas. Analisou o rosto juvenil de pele pálida pontilhada de pintinhas. Analisou os olhos castanhos grandes e brilhantes de empolgação. E chegou a uma conclusão óbvia: não fazia idéia de quem era aquele garoto.

– Desculpe-me?

O rapaz sorriu de um jeito tão peculiar, que despertou algo familiar na memória de Derek.

– Não lembra de mim?!

– Não – respondeu seco, irritado com a sensação de ter algo na ponta da língua, mas não saber bem o que. De onde conhecia aquele garoto?

– Acredita que eu procurei você esse tempo todo?! Em todos os lugares?! Santo Deus, e aqui estamos nós!! É... emocionante.

– Quem é você? – Derek foi direto ao ponto, irritado em não conseguir se lembrar.

A resposta veio acompanhada de um sorriso enorme e cheio de dentes, que causaria inveja a qualquer tubarão. Uma resposta que fez fogos de artifício explodirem na mente de Hale. O recém chegado empurrou um dos copos sobre o tampo da mesa, uma singela oferenda para Derek, depois respirou fundo e recostou-se na cadeira.

– Eu sou o Batman.

Fim


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Notas finais do capítulo

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Próximo da lista:

08 – Shopping

Hum… acho que esse será mais fácil



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