Dois Mundos, Duas Vidas escrita por Giis


Capítulo 40
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Oiii genteem desculpas a demora, mas eu estou compensando com um super capitulo hahaha teminei de digitar só agora. ( to sem braço)
Não vou falar muito só que: o capitulo ta maravilhoso, vai ter uma parte que vocês vão odiar, mas é tudo por causa de um mal entendido, mas já concertei. Vai ter uma parte vão amar pq vai contar bastante com a presença de uma pessoinha muito especial, mas para isso vcs vão ter que ler tudo hahahaha. Mas se for olhar de outro angulo vai ser até engraçado.
Não falo mais nada. Leiam!

Gente a formtação aqui saiu o horrivel, então o texto vai parecer meio confuso. juro que não sei o que houve, estou tentando arrumar, mas parece que tada vez que tento piora. Então deixarei assim, que o melhor q pode ficar. Depois que eu dormir um pouco talvez consiga. Estou tentando a noite e madrugada inteira sem sucesso. Caso achem q está dificil de compreender podem ler no Twilght Brasil, lá a formatação do texto está melhor e o capitulo já está liberado.

Bom fim de semana, bom feriado
Robeijos
amo vcs



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Edward

--Ah, Bella pare de rir, isso não é engraçado. - Disse mal humorado, enquanto ela se acabava de rir.

Bella veio me ver no dia seguinte - depois de visitar Anna, claro. Ela ficou sabendo por Rose (que fez questão de ligar para minha namorada e contar o ocorrido) que eu estava de castigo.

Jasper, Emmett e eu já havíamos concertado a parede, deixando-a perfeita. Mas Esme ainda quis nos deixar de castigo por mais algumas horas para aprendermos a lição - o que eu duvidava muito que acontecesse no caso de Emmett, é claro.

-- Desculpe Edward - disse sentando-se em meu colo - mas tem que admitir que é engraçado, ver três vampiros com mais de cem anos cada, de castigo. - E então ela teve outro acesso de riso.

Bufei irritado. Então a trapaceira passou os braços pelo meu pescoço e começou a distribuir beijos por todo o meu rosto. Claro que isso foi o suficiente para a raiva dissipar.

-- Não fique assim Ed. - A olhei surpreso. Era a primeira vez que ela me chamava de Ed. - Alice viu que amanhã vocês já estarão livres, por bom comportamento. Se bem que eu preferiria um castigo a encarar a Barbie velha siliconada, a o clone deformado da Paris Hilton e ainda de quebra um maracujá de gaveta de peruca loira, que se acha e só sabe reclamar e se intrometer nas vidas alheias.

Para o desgosto de Bella, e principalmente de Claire, Violah Roberts havia trazido sua querida mãe, para passar as férias de verão em Forks. E segundo minha namorada a velha era uma peste, além de uma falida orgulhosa e metida a granfina.

Thrudy Newman, a mãe de Violah e Steve, não havia gostado nada de saber que seu filho caçula, estava morando com uma mulher quase dez anos mais velha que ele e que já tinha até uma filha - se ela soubesse toda a história da vida de Claire, já tinha arrastado o filho de volta para a Califórnia há muito tempo.

            Segundo Bella, a velha senhora reclamava de tudo; do clima frio, da umidade... Mas o que ela mais reclamava era de como o seu filhinho lindo estava magro e abatido, que Claire não estava cuidando bem de seu bebê. Fora que Thrudy se intrometia em tudo que elas fizessem. E vivia se gabando que Violah e sua outra filha Linette, a filha do meio, havia escolhido ótimos maridos - trouxas em minha opinião - que eles eram bem sucedidos e tudo mais, ou seja, Steve não sabia escolher mulher. Ela também sempre mencionava o nome de uma mulher chamada Charlotte, filha de um milionário inglês, que tinha sido namorada de Steve no colegial, porem, Thrudy ainda tinha esperança de juntá-los. Para ela Claire não era boa suficiente para o filho, traduzindo: não tinha dinheiro suficiente. Claro que a adorável senhora Newman não falava assim diretamente, mas sempre jogava essas indiretas enquanto conversavam.

-- Ela é um pesadelo Edward. - Reclamou Bella saindo do meu colo. - Eu não agüento mais aquela mulher em cima de mim, parecendo uma coruja enquanto eu estou fazendo alguma coisa, ou cozinhando: “Não é assim que se mexe”... “Não use essa marca de sabão, eu sou alérgica”... “Corte a cebola em pedaços bem pequenos, meu Steve não gosta de cebola”. - Dizia imitando como a velha falava. - Ela não está em casa nem por três dias e eu já não agüento mais, imagina ficar as férias toda. Vou enlouquecer. Acho que vou passar um tempo na casa de tio Arty e Sue.

-- Ou, você pode vir para cá. - Propus, puxando-a pela cintura e sentando-a no meu colo novamente. - Pode ficar aqui, de castigo comigo. - Disse beijando seu pescoço.

-- Seria maravilhoso. - Falou com a voz mole. Enquanto minhas mãos passeavam pelo seu corpo, matando as saudades dos dias que estivemos sem nos ver.

Suas pequenas mãos foram para o meu cabelo. Deitei-me no sofá levando-a comigo e mantendo seu corpo sobre o meu. Colei meus lábios nos dela, já pedindo passagem com a língua, a fim de aprofundar ainda mais o beijo. Quando ela precisou respirar, passei a beijar seu pescoço, enquanto minhas mãos se apressavam em tirar o vestido que ela usava - era o mesmo que ela usou em meu aniversário.

Quanto consegui me livrar do vestido, posicionei Bella para que ficasse sentada sobre meu abdômen, com uma perna de cada lado do meu corpo. Como o vestido era tomara-que-caia, ela estava sem sutiã, eu já esperava por isso, mas mesmo assim não consegui contar o gemido de prazer quando vi seus lindos, rosados e perfeitos seios expostos. E sem conseguir me contar espalmei-os com as duas mãos.

Emmett tinha razão eu era um pervertido inveterado.

Movi minhas mãos por todo o seu corpo até estarem na base de suas costas. Segurei-a firme, enquanto levantava meu tronco, até ficar sentado. Bella abriu um sorriso arrasador e irresistível, que me fez querer beijá-la de novo.

-- Edward? - Chamou ofegando em meus lábios. Liberei-a para poder falar. - Você, me deixaria fazer uma coisa? - Pediu corando.

Pelo modo como ela corou, já deduzi o que seria - eu estava ficando muito bom em ler as expressões de Bella, embora ainda ficasse louco por não poder ler seus pensamentos. Hesitei um pouco antes de responder. Ainda não sabia qual seria minha reação quando ela me tocasse.

Percebendo qual seria minha resposta, ela se apressou em argumentar:

-- Por favor, Edward. Eu quero retribuir, tudo o que você faz por mim. Além, disso é uma parte importante. Lembra dos direitos iguais? - Sorri um pouco, ela nunca me deixaria esquecer isso.

Ela tinha razão, era uma parte importante, a mais importante na verdade. Cheguei até conversar com Carlisle em nossa viagem de caça quando ficamos sozinhos. Ele dissera que eu estava indo muito bem, e já podia passar para o próximo passo.

-- Tudo bem - concordei, mas ainda estava meio hesitante. - Mas se eu perceber que estou perdendo o controle e pedir para você parar e se afastar vai me obedecer, certo? - Ela ficou me olhando por um tempo e depois assentiu.

-- Você vai ter que me ajudar. Não faço a mínima idéia de como começar. - Bella desviou o rosto, corando para variar.

Coloquei a mão sob seu queixo e puxei seu rostinho para que ela me olhasse.

-- Eu confio em você, meu amor. Na hora vai saber o que fazer. - Disse e depois dei um beijo rápido em seus lábios.

-- E vai me dizer se estiver gostando, ou não, não é?

-- Claro, mas tenho certeza que eu vou adorar.

Os bracinhos de Bella se entrelaçaram em volta de meu pescoço, e ela colou os lábios nos meus.

Suas mãos deslizaram do meu pescoço até a frente da minha camisa. E então começou a desabotoar os botões, com as mãos tremulas. Ajudei-a se livrar da roupa. Depois ela colocou as duas mãos em meu peito e empurrou - claro que não teve nenhum efeito, foi o mesmo que receber um afago -, porém entendi o que ela queria e volteia a deitar no sofá. Bella ficou sentada sobre meu abdômen sem se mexer. Pela ruguinha entre seus olhos, deduzi que ela estava pensando por onde começar.

Ela mordeu o lábio inferior e depois deu um sorrisinho malicioso. Inclinou-se para encostar seus lábios nos meus. Beijou-me por alguns segundos, e então seus lábios desceram para o meu queixo, pescoço - se demorando ali. Bella estava fazendo as mesmas coisas que eu sempre fazia com ela. Seus lábios subiram novamente por meu pescoço e foram para a minha orelha, após alguns minutos de tortura ela voltou a beijar meu pescoço, e desceram para o meu peito, abdômen até chegar ao cós da minha calça. Parou com os beijos por ali, e se apressou em abrir o botão.

Com uma habilidade atípica e surpreendente se livrou da minha calça, antes que eu pudesse pensar em mudar de idéia. Ela colocou as mãos nas laterais de minha cueca e novamente sem hesitar, a puxou do meu corpo. Ergui um pouco o quadril para ajudá-la. Quando conseguiu tirar a peça do meu corpo Bella ficou parada, fitando de olhos arregalados meu membro. Ouvi o barulho quando ela engoliu em seco.

Sua respiração estava mais pesada, meio artificial. E mais do que nunca quis saber o que se passava naquela cabecinha que eu tanto amava. Ela balançou a cabeça como se quisesse se livrar dos pensamentos, e quando percebeu que eu a observava ela corou fortemente - o que me fez pensar que talvez sua reação não fosse por estar nervosa.

Sua pequena mão pegou meu pênis com firmeza - uma corrente elétrica passou pelo meu corpo na mesma hora e algo em meu estomago se retorceu me fazendo tremer. Bella soltou um “Nossa”, e começou a movimentar a mão em meu membro para cima e para baixa. Começou em um ritmo lento, mas depois foi crescendo. Meu corpo tremeu e saiu um rosnado de minha garganta - em pensar que ela tinha medo de não saber o que fazer, ela estava indo bem até demais.

Bella parou o que estava fazendo para me olhar, seus olhos de inicio estavam assustados, mas após ver minha expressão de frustração, por ela ter parado seus lábios abriram em um sorriso.

-- Quer que eu continue?

-- Sim... Por favor? - Desde quando eu gaguejo? Ela continuou com os movimentos. E eu nem me lembrei de ser controlado, na verdade não conseguia nem pensar direito, nem me concentrar. Não era assim quando estava com Tanya; eu não perdia a capacidade de raciocinar. Mas com essa garotinha de lábios cheios e cor de rosa, bochechas redondas e coradas, exalando inocência, eu quase não conseguia me lembrar quem eu era.

Vi-a baixar a cabeça - putaquepariu - e então eu quase perdi meu ultimo fio de concentração, quando seus lábios cheios sugaram minha glande. Gemi seu nome alto, pouco me importando se meus irmãos ouviriam - e esquecendo que eles não estavam em casa - ou não. Bella pareceu não se incomodar com meu gemido, continuava concentrada no que fazia. Seus longos cabelos caíram em seu rosto tapando minha visão. Com muito cuidado para não usar força demais e causar-lhe dor, coloquei seu cabelo para trás e fiquei segurando, observando o que ela fazia. Enquanto isso minha outra mão estava quase desmantelando o encosto do sofá.

Sabia que tinha que pelo menos, tentar manter minha sanidade, mas estava muito difícil, vendo-a passar a língua em minha glande, e em toda a extensão de meu membro, ora dando pequenos beijos, ora dando leves sucções, que me faziam gemer, urrar, rosnar...

Parecia que meu corpo estava tendo milhões de convulsões ao mesmo tempo. E então quando menos esperava - ou quando não podia imaginar que ficaria melhor - Bella colocou o máximo que conseguia do meu pênis em sua pequena boca (eu ainda me perguntava onde ela havia aprendido essas coisas) e movendo a cabeça para cima e para baixo. Segurei com mais força o encosto do sofá, que nesse momento já não deveria estar muito inteiro.

Percebi a tempo que também havia segurado e puxado seu cabelo com um pouco mais de força que o necessário, porem ela não reclamou, nem ao menos parou  o que fazia. Mesmo assim, soltei seu cabelo e passei a acariciá-lo.

Eu tentava me controlar ao máximo, mas a gota d água; o ultimo fio de consciência se foi, quando senti seus dentes roçarem em minha glande. Não consegui mais me segurar. Puxei-a para cima, virando nossos corpos para que o meu ficasse por cima do dela.

-- Edward. Por que você...? - Ela não terminou a frase.

Em segundos me livrei de sua calcinha, e a penetrei com força.

Ouvi um ofegar de surpresa e dor, e antes que eu pudesse continuar voltei à razão. E bem a tempo, mas não a tempo suficiente. Fiquei imóvel e a olhei: de olhos arregalados e marejados, sua boca estava aberta, a respiração pesada, seu rostinho tinha uma expressão de surpresa e dor; uma de suas mãos segurava meu ombro com força e a outra estava fechada em punho em meu peito, como se tivesse tentando me empurrar. Olhei para minhas mãos uma apertava sua coxa com força e a outra em sua cintura.

Que merda eu tinha feito?

Como pude ser tão estúpido?

Tão inconseqüente?

Afrouxei o aperto de sua coxa e da cintura, e com muito cuidado para não machucá-la ainda mais, saí de dentro dela. E mesmo com todo o cuidado a vi franzir o rosto em uma careta de dor. E como se tudo já não fosse o suficiente senti o cheiro de sangue.

Meu Deus!

Era pior do que eu pensava. Afastei-me para olhar para o meio de suas pernas. Havia um pouco de sangue ali. Pouquíssimo sangue na verdade, mas o suficiente para me deixar desesperado. Eu a tinha machucado mais do que imaginava e seu sangue tinha um aroma maravilhoso. Minha garganta ardeu, minha boca se encheu de veneno.

Mas que merda eu to pensando? Ela é a Bella, minha bonequinha. Minha amada.

Virei-me de costas para ela. Precisava de um tempo. Precisava respirar ficar longe daquele cheiro. Prendi a respiração e fui para a janela aberta clarear minha mente - pouco me importando que eu estivesse nu.

Como pude ser tão irresponsável e concordar com aquela loucura.

Ouvi seus passos hesitantes virem até mim. Sua mão tocou minhas costas. Ela tremia. Provavelmente estava assustada e com medo.

-- Edward? - Chamou com a voz fraquinha. - Está tudo bem eu...

-- Não. Não está nada bem Bella. - A interrompi e virei para olhá-la. Ela parecia assustada com meu tom de voz - e provavelmente com a minha expressão.

-- Do que você está falando? - Ela perguntou sem entender.

Respirei fundo para lhe responder. Péssima idéia, o cheiro do seu sangue foi como um soco no meu estomago. Super controlado uma ova! Até poderia ser, desde que, não tivesse sangue fresco exposto.

-- Bella eu preciso de um tempo. - Disse virando para a janela novamente. - Preciso ficar sozinho um pouco. Preciso respirar.

-- Tu... tudo bem - gaguejou com a voz tremula e meio embargada, como se estivesse prestes a chorar. - Posso usar seu banheiro?

-- Claro.

Ouvi-a sair quase correndo para o banheiro. Depois ouvi o barulho da água saindo do chuveiro e caindo e se espalhando pelo seu corpo. Balancei a cabeça, querendo me livrar da imagem de Bella e eu embaixo do chuveiro. Já havia feito estragos de mais. E então ouvi outro som um pouco abafado, mas era perceptível. Eram soluços. Eu a havia feito chorar. De novo. Percebi como minhas palavras e atitude devem ter parecido grosseiras para ela. Senti-me culpado. Deveria ter me acalmado e explicado a situação, não a tratado mal. Tinha reagido como um verdadeiro monstro.

Fui até o banheiro. Primeiro tentei virar a maçaneta da porta, mas a porta estava trancada. Então bati na porta uma vez, nenhuma resposta. Segunda tentativa, nada também.

-- Bella está tudo bem? - Perguntei preocupado. - Olha me desculpe o modo como falei com você. - Ela não falou nada. Ótimo estava sendo ignorado. Mas acho que mereci isso.

-- Amor me desculpe, por favor. Não deveria ter falado daquele jeito com você. Não estava com raiva de você, estou com raiva é de mim. Pode me perdoar. - Nenhuma resposta.

Não suportando mais seu silencio - na verdade odiava ser ignorado, e estava meio sem paciência - forcei a porta e a arrombei - na verdade eu a arranquei do lugar. Entrei no banheiro: Bella estava parada debaixo do chuveiro olhando para seus pés. Sem nem ao menos pensar entrei no Box. Ela não pareceu estar assustada nem surpresa com minha entrada brusca no banheiro, nem ao menos levantou a cabeça para olhar.

A abracei forte ignorando - ou tentando, pelo menos - as reações que o ato provocou em nossos corpos nus e molhados.

-- Perdoe-me Bonequinha? - Pedi suplicante. - Não queria magoá-la, nem falar daquela maneira. - Como ela não respondeu, puxei seu rostinho para que ela me olhasse. Sequei as lagrimas que caiam dos seus olhos lindos.

-- Está tudo bem - disse finalmente, porem ela se afastou de mim. Franzi a testa, contrariado. - Acha que Alice ou Rose já chegaram? Queria que elas me levassem para casa.

-- Como assim Alice ou Rose te levarem para a casa Bella? - Perguntei indignado. Peguei-a pelos ombros para que ela me olhasse de novo. - Eu mesmo levo você. Posso fazer isso perfeitamente. E não precisa ir agora, podemos fazer alguma coisa, ver um filme e depois eu te levo.

-- Não precisa. - Ela quase gritou. A olhei impaciente e magoado. Tudo bem que fiz uma coisa horrível e a magoei, mas ela não precisava me tratar assim. Eu já tinha pedido desculpas. - É... Que... Você ainda está de castigo, e não quero que se complique ainda mais com Esme. - Se explicou, embora não tenha me convencido, mas não insisti.

            Quando descemos para a sala algum tempo depois, meus irmãos e irmãs já estavam na sala. Esme tinha “liberado” Emmett e Jasper para fazer compras com Rose e Alice, mas na verdade foi mais um castigo para eles do que se tivessem ficado trancados em casa.

Felizmente eles não tinham ouvido o que acontecera há algumas horas. Só Alice e Jasper perceberam, mas não fizeram nenhum comentário, nem por pensamento.

Alice só olhou de mim para Bella e disse por pensamento: - “Dê um tempo a ela Edward”- Claro que Alice viu tudo o que tinha acontecido.

-- Edward, Jazz e Emmett - chamou Alice quebrando o silencio desagradável - Esme disse que vocês já estão liberados, mas se acontecer novamente, ao invés de ficarem dias, vão ficar décadas de castigo. - Emmett e Jasper sorriram felizes. Provavelmente eles escolheriam um lugar bem longe de Esme para lutar. - Bella podemos ir quando quiser.

-- Já estou pronta.

Já ia dizer para Alice ficar que eu mesmo levava Bella, mas a anã me interrompeu: - “Edward, ela precisa de um tempo. Depois você vai entender.”- Bufei contrariado.

Bella se despediu de todos e foi com Alice até o carro, eu as segui até lá. Puxei-a pela cintura e beijei-lhe nos lábios.

-- Mais tarde estarei lá, para fazer-lhe dormi. - Sussurrei em seu ouvido, ainda abraçando-a.

-- Não precisa. Eu vou ficar bem. - Ela me deu um ultimo beijo - no rosto - e se soltou de meus braços, e rapidamente entrou no carro de Alice.

Fiquei olhando pasmado para o carro que sumia. Era impressão minha, ou tinha acabado de ser dispensado?

Tudo bem se ela não queria minha presença eu não forçaria. Eu já havia pedido desculpas umas cem vezes, mas se ela teimava em ser mimada e continuar agindo assim, não poderia fazer nada.

Eu simplesmente não apareceria no quarto dela, até ela pedir que fizesse isso. Mas é claro que eu não sou tão forte assim, mas também não queria dar o braço a torcer, quando era mais ou menos cinco horas da manhã, horário que provavelmente ela estaria dormindo eu apareci lá. Seu rosto estava inchado, os olhos vermelhos e com olheiras, parecia que ela tinha ficado acordada. Vi lagrimas pelo seu rosto e mesmo Bella estando adormecida elas ainda caiam de seus olhos.

O que se passava na cabeça dessa menina?

Sentei-me na poltrona que tinha no quarto perto da cama e fiquei observando-a. E só sai de lá quando já eram quase oito horas da manhã. Ela logo iria acordar, mas não queria que ela me visse ali.

Bella

Já passava das 11h da noite, e eu ainda estava acordada esperando por ele. Mas provavelmente ele não viria. De novo.

Fazia quase duas semanas que Edward não vinha passar a noite comigo. Desde o fatídico dia. Naquele dia eu só havia dito para ele ficar em casa, porque não queria que ele visse a situação que eu me encontrava. Nem o jeito que desabei em lagrimas logo após o carro de Alice se distanciar dele.

Lembro-me que Alice havia parado o carro quando estávamos a uma distancia segura de Edward, e então me puxou para o seu colo deixando que eu ensopasse sua roupa com minha lagrimas salgadas. Ela não fez nenhum comentário, apenas me reconfortou.

E desde aquele dia ele não aparecia mais no meu quarto de noite. Agora ele só vinha me ver por parte da tarde e, mesmo assim, não ficava por muito tempo como antes. Às vezes apenas ligava para saber como eu estava, e dizer que não poderia me ver porque iria sair com os irmãos.

Agora nossos beijos estavam frios, sem graça - era como se ele só o fizesse para não me magoar - e ele nunca permitia que eles se aprofundassem. Eu sabia o que estava acontecendo. Nosso namoro estava esfriando. E eu também sabia exatamente o porquê: eu não era boa o suficiente para ele - Edward tinha percebido isso também.

Aquele dia foi o suficiente para Edward perceber o quanto ele teria que abrir mão, que se reprimir comigo, o quanto teria que ser cuidadoso ao lidar com uma namorada humana adolescente, virgem, frágil e inexperiente. Ou talvez ele simplesmente não tenha gostado mesmo, e aqueles poucos segundos foram o suficiente para ele perceber isso.

Tudo o que Tanya havia me dito há quase um mês atrás, agora fazia muito sentido. Ela sempre teve razão; Edward podia ser um vampiro, mas acima disso ele era um homem, com todas as suas necessidades e desejos, que uma simples humana - como eu - não era capaz de suprir.

Odiava admitir, mas Tanya era a parceira ideal para Edward. E provavelmente, ele também já deve ter ponderado sobre isso, por isso estava agindo daquela maneira. Talvez só não queira me magoar, ou não sabe ainda como me dar a noticia que possivelmente me matará.

Mas se ele estiver feliz o resto não importa. Mesmo que essa felicidade seja longe de mim.

Fechei os olhos e deixei as lágrimas escorrerem por meu rosto. Não. Eu não era tão altruísta assim. Nem queria pensar na hipótese da chegada desse dia...

Batidas leves, me salvaram de meus pensamentos angustiantes. Tratei de secar as lagrimas, me esforçando para não chorar de novo.

Voltei a balançar o pequeno Charlie, embora ele já estivesse dormindo há muito tempo.

Anna e o bebê haviam sido liberados antes da data prevista, graças ao fato de Charlie estar ganhando bastante peso rapidamente. E desde que eles chegaram do hospital não desgrudei do pequeno nenhum minuto - exceto quando Edward vinha me ver.

Charlie me deixava calma e me fazia esquecer o motivo da ausência de Edward. E enquanto esperava ansiosamente para Edward aparecer - o que nunca acontecia - o bebê me fazia companhia.

-- Oi - Sandra entrou em meu quarto, com uma bandeja enorme lotada de guloseimas. - Claire estava perguntando por que não desceu, para jantar. De novo. Então resolvi trazer um lanchinho. - Ela riu da piada. - E eu não aceito “Não” como resposta nem nada equivalente. Bella já tem quase duas semanas, que mal toca na comida, isso quando não fica enfurnada no quarto e se esquece de descer.

-- Não ando com muita fome ultimamente. - Porque ultimamente eu sempre sentia como se meu estomago estivesse cheio de pedras.

-- Mas não pode ser assim. Vai acabar ficando doente. Posso ser uma simples floristas, mas sou formada em Nutrição, e sei que você precisa se alimentar bem... - Ela parou de falar e me analisou desconfiada. - Isabella Marie Swan, por favor, não me diga que está fazendo algum tipo de regime por causa do balé, porque se for eu...

-- Ei, madrinha calma. - A interrompi. - Não estou fazendo regime por causa do balé. - Eu simplesmente não sinto fome porque a tristeza tomou conta de mim. Pensei comigo mesmo. - É que não sinto fome. Alias quem tem apetite sentando à mesma mesa que a família sebosa? - Menti, embora a família de Steve contribuísse bastante para isso. Mas estava tão triste que nem tinha forças para me incomodar com eles, eu simplesmente os ignorava.

-- Tem razão, por isso, prefiro ficar na casa de Arty com Sue e Leah. Você pode ir para lá também, sabe que é mais que bem vinda por lá. - Sandra colocou a bandeja sobre a minha cama e se aproximou para pegar Charlie do meu colo. - Me dê ele aqui, enquanto come. Depois te devolvo eu prometo.

Ela ficou embalando o neto murmurando uma cantiga de ninar antiga, que sempre cantava para mim e para Anna quando éramos pequenas, enquanto eu comia. Para minha angustia ela permaneceu no quarto me vigiando - provavelmente queria ter certeza que eu comeria alguma coisa e não a enrolaria como eu fazia com minha tia.

Sandra olhava absorta para o bebê, mas eu sabia que era só fachada, ela na verdade estava me vigiando. Eu conhecia muito bem minha madrinha para saber disso.

Peguei uma maçã, e enquanto dava uma mordida fiquei olhando para a janela aberta e para o relógio, esperançosa - mesmo sabendo que era vã. Já era quase meia noite...

-- Bella você não está comendo! - Reclamou Sandra, olhando feio para a maçã em minhas mãos, que só tinha uma pequena mordida. Ela suspirou e sentou ao meu lado com cuidado. - Tudo bem, percebi que o assunto é um pouco mais grave do que mera vaidade. É alguma coisa com o namorado? - Sandra me conhecia melhor que a minha própria mãe.

-- Sim - admiti. - É que nós...

-- Ah meu Deus Isabella! - Exclamou minha madrinha surpresa. - Por favor, me diga que não está grávida.

-- Claro que não! - Gritei. Depois fiquei paralisada. Tinha esquecido que Charlie estava dormindo, porem ele nem ao menos se mexeu. Voltei a falar, mas desta vez com a voz mais baixa: - Não é isso. É que... Acho que estamos em crise. Nosso namoro está esfriando.

-- Entendo. Ele quer transar, mas você não se sente preparada para isso. Então ele está agindo friamente com você para ver se muda de idéia. - Concluiu ela. Não era bem isso, mas eu não poderia explicar a real situação para minha madrinha, nem mesmo para Anna. Talvez para Leah... - Bem - continuou ela - talvez ele não seja o cara certo. E se Edward não respeita seu tempo, ele não te merece. Quem sabe a melhor solução é acabar logo com isso? Antes que faça algo que possa se arrepender depois.

Eu não respondi, não queria pensar mais sobre isso, já havia pensado no assunto a semana inteira. Encolhi-me na cama.

-- Sei que vai doer agora Bells, mas passa. Vai encontrar o cara certo, alguém realmente perfeito para você. - Prendi a respiração para não chorar. O cara certo? Não havia ninguém mais perfeito para mim do que Edward - eu não conseguia me imaginar nos braços de mais ninguém. Na verdade Edward era o par perfeito para qualquer mulher. Eu que não era perfeita para ele.

-- Acho que vou indo. Vou pedir para Anna deixar Charlie aqui com você. Sei que vai dormir melhor com ele. Qualquer coisa, Tom e eu estamos na casa de seu tio. - Ela colocou Charlie do meu lado na cama e nos cobriu. Abaixou para beijar a testa do bebê e depois a minha. - Durma bem princesa. Eu amo você.

-- Obrigada madrinha. Também amo você. - Sussurrei abraçando Charlie. Sandra soprou um ultimo beijo, apagou a luz e saiu do quarto fechando a porta.

Meio segundo depois eu já estava aos prantos.

Edward

Olhei para o relógio impaciente. Ainda ia dar meia-noite. Ultimamente Bella estava indo dormir tarde, principalmente depois que Anna e o bebê voltaram para casa.

Eu ainda não tinha coragem de ficar sozinho com ela. Na verdade eu tinha medo de não me controlar como naquele dia e machucá-la de novo. Então eu só aparecia cedo e quando tinha gente na casa. Quando ela ficava sozinha, eu ligava inventando uma desculpa.

Mas de vez em quando eu trapaceava e ficava em cima da árvore que dava para a janela de seu quarto. Quase sempre ela estava com Charlie no colo, e sempre alternava olhares do relógio para a janela que ela mantinha sempre aberta. Era de cortar o coração, vê-la suspirar triste e depois ir dormir, mas não podia correr nenhum risco com ela.

Cansado de ficar enfurnado no quarto, resolvi descer, fui para a sala de TV, iria ficar lá até dar o horário - seguro - para ver Bella.

Na sala Alice, Rose e Esme discutiam sobre a decoração do casamento de Leah e Sam, que seria no começo de agosto.

--... Rose não podemos ainda finalizar o vestido dela. - Argumentava Alice - Até lá a barriga dela vai ter crescido mais, e teremos que ajustar de qualquer jeito.

-- Eu sei Alice, mas não acha que vai ficar muito em cima da hora? - Perguntou Rose.

Era realmente estranho ver tanta empolgação, tanta camaradagem para com os lobos da parte delas. Tudo bem que há algumas décadas fomos aliados e salvamos a tribo deles, mas mesmo assim ainda era estranho ver Rosalie preocupada em fazer de Leah a noiva gestante mais bonita e deslumbrante que o mundo já viu.

-- Claro que consigo. - Garantiu Alice - Está tudo pronto praticamente. Sandra já mandou buscar as flores, Sue enviou os convites, a decoração mais pesada está por parte dos homens e os vestidos das madrinhas estão prontos. Em menos de uma semana consigo terminar o da noiva.

Sentei na poltrona que não estava cheio de tecidos, ou qualquer outro objeto que elas estavam usando e liguei a TV, sem realmente ver nada.

Os pensamentos das meninas estavam frenéticos, nunca as vi tão empolgadas. Esme entrou na sala com as mãos cheias de mais tecidos e fitas de ceda e cetim.

-- Os vestidos das madrinhas ficaram deslumbrante Alice. Lavanda é uma cor linda. - Esme sentou-se no chão. - Todas ficarão lindas.

-- Concordo - disse Rose. - E para deixar tudo perfeito nós mesmas vamos confeccionar os sapatos... Só espero que Bella se contenha e não roa as unhas, pretendo fazer um trabalho perfeito.

-- Ah, ela vai se conter. Estou usando a chantagem do violão. Ele já está pronto e só vou entregá-lo depois do casamento. - Fiz cara feia para Alice pelo comentário, prevendo que eu ia repreendê-la, mostrou a língua para mim.

Já cansado de ouvir o papinho de comadres, desliguei a TV e sai da sala - andando porque Esme nos proibiu de correr dentro da casa. Então ainda pude ouvir os planos delas para as roupas dos homens. Onde estavam Jasper e Emmett para me salvar?

Leah era louca por deixar toda a organização na mão daquelas três.

Entrei com muito cuidado no quarto dela. Parecia que pelo menos, nesta noite ela estava mais tranqüila. Olhei para seus braços e Charlie estava entre eles, aninhado confortavelmente e quentinho. Que inveja! Como gostaria que fosse eu que estivesse ali.

Meus olhos correram pelo seu rosto: as olheiras estavam mais acentuadas, a pele mais pálida e ainda escorria lagrimas por seus olhos. Ultimamente era sempre assim. Eu gostaria muito de saber muito o motivo das lagrimas.

Cheguei mais perto e rocei levemente os lábios em sua testa.

-- Eu te amo minha vida. - Sussurrei em seu ouvido. Ela se mexeu inquieta, mas não acordou.

Bella pode não ter acordado, porem outro alguém acordou, e antes que ele começasse a chorar o peguei no colo embrulhando-o bem em suas cobertinhas para que não sentisse a temperatura de minha pele.

Os pensamentos do pequeno Charlie ainda não eram muito claros, por ele ser um recém-nascido, mas dava para pegar algumas coisas como: ele estar desconfortável por causa da fralda molhada, e que estava com fome. Na verdade essas duas coisinhas em particular eram as que mais tinham destaque em sua pequena mente.

Corri para o quarto de Anna, onde tinha fraldas e tudo mais, e o troquei. Depois desci para a cozinha e preparei sua mamadeira - leite materno era melhor, mas como não podia acordar a mãe dele... - enquanto o embalava para ele não chorar, o que foi desnecessário, já que era o bebê mais tranqüilo que já vi. Nunca tive um contato muito direto com bebês, mas não era tão complicado cuidar de um como os homens humanos faziam parecer. Só precisei observar Anna uma vez para saber tudo o que precisava ser feito - e claro que ler as mentes das pessoas que entendiam ajudava muito também.

-- É o melhor que eu posso fazer amigão.  - Disse enquanto colocava a mamadeira na minúscula boca. - A tia Bella é muito apegada a você. Aposto que ela te conta o que a deixa triste. Então porque não divide comigo hem parceiro?

Olhei bem para o seu rostinho me concentrando ao máximo. Quem sabe não conseguiria ler sua mente com mais clareza? Nada que pudesse me ajudar. Só que a fome estava passando e ele estava satisfeito e com sono.

-- O que acha que eu tenho que fazer? - Perguntei a ele quase desesperado, e esperando uma resposta. - E se eu fizesse uma surpresa para ela hem? O que me sugere?

Eu devia estar mesmo desesperado. Estava conversando com um bebê de três semanas.

Ele já tinha acabado de mamar e o coloquei na posição para fazê-lo arrotar - mais uma coisa que aprendi observando os humanos.

-- O que acha que eu possa fazer que deixe a tia Bella feliz? - Perguntei. Não ouve uma resposta só um sonoro arroto. - Obrigado, amigão. - Agradeci como se ele tivesse me dado uma idéia brilhante.

Charlie começou a fechar os olhos então achei melhor devolvê-lo para Bella. Coloquei-o de volta em seus braços. Sentei na poltrona que sempre me sentava para v
vê-la dormir, e fiquei observando-os.

Inconscientemente Bella apertou Charlie suavemente em seus braços. Ela seria uma ótima mãe. Pensei. E então a ficha caiu.

Será que Bella estava assim porque sabia que se ficasse comigo, jamais teria filhos?

Não. Ela já estava assim antes deles voltarem do hospital. Porem foi depois do nascimento de Charlie.

Sacudi a cabeça para banir os pensamentos desagradáveis.

Sai do quarto já eram quase nove horas já havia até pessoas acordadas na casa, mas parecia que nem Bella nem Charlie iriam acordar tão cedo. Quando chequei em casa me enfurnei no meu quarto novamente, até dar a hora que normalmente Alice saia para pegar Bella no balé. Voei escada abaixo ignorando os protestos de Esme para não correr dentro de casa. Queria alcançar Alice antes de ela entrar no carro e consegui.

Quando cheguei à garagem Alice me esperava encostada em meu volvo, e estendeu as chaves.

-- Você sabe o que eu penso sobre essas atitudes dos dois. - Disse ela suspirando. - São dois cabeças duras. Seria tão mais fácil se vocês conversassem e acabassem com o mal entendido. - Ela suspirou tristemente.

-- Alice se você não quer falar claramente, nem me deixar saber o que sabe. Então não se meta.

-- Não está mais aqui quem falou. E obrigada por ir pegá-la hoje. Tenho um monte de coisa para organizar com Sue. E, por favor, não se esqueça que teremos o ensaio hoje.

Alice beijou minha bochecha e correu para dentro de casa. Entrei no carro e parti em direção à academia que Bella dançava em Seattle. Quando cheguei ainda era cedo e a coreografa sempre a prendia uns trinta minutos.

-- Ei, Edward. - Uma voz conhecida me saudou; era Ben Cheney.

-- Ben, como vai? - O cumprimentei. - Achei que estivesse no Havaí.

-- É eu ia - ele coçou a cabeça - mas tive que desistir, a escola de balé resolveu funcionar esse verão. E Ângela não queria faltar, e eu não queria viajar sem ela.

Ben estava realmente apaixonado pela namorada, e vice-versa. Eles eram perfeitos um para o outro. Eu gostava muito do casal e torcia para que eles fossem muito felizes. Sempre tinham pensamentos gentis a respeito de minha família ao contrario dos outros não alimentava o preconceito. Eram amigos de verdade - embora não pudesse contar meus segredos a eles. Ficamos conversando por um tempo sobre trivialidades, até que deu o horário das meninas saírem.

Elas vinham conversando alegremente, sem notar nossa presença. Reparei bem em Bella, algo que não tinha notado antes: ela estava mais magra. Era tão visível que até um humano notaria.

Ângela abriu um sorriso enorme quando nos viu, Ben acenou alegremente. Bella arregalou os olhos surpresa - provavelmente ela esperava por Alice. Cumprimentei-a com um delicado beijo nos lábios e depois nos despedimos de Ângela e Ben.

Após mais ou menos um quilometro e meio de um silencio desagradável - cadê minha namorada falante, que dizia que iria arrancar os cabelos da coreografa se ela a fizesse trinar mais que os outros? - resolvi iniciar uma conversa.

-- Então como foi o balé hoje? - Perguntei animado crente que ela iria reclamar dizer que iria desistir, até eu convencê-la a continuar por causa da promessa.

-- Bem - respondeu simplesmente com a voz tão baixa que não passava de um sussurro.

A olhei pelo canto do olho, porem decidi não me abalar. E continuei com o interrogatório, só para ficar irritado porque ela só me respondia com monossílabas: “sim”, “não”, “talvez”. O máximo que consegui foi um “sinceramente não sei”. Suspirei impaciente.

-- Então o que acha de aproveitarmos que ainda estamos em Seattle e fazermos um programa só nós dois? - Sugeri cheio de esperança.

-- Ah, não vai dar. Tenho que ajudar nos preparativos para o casamento; ajudar Anna com o Charlie. E hoje começa os ensaios. Alice me mataria se faltasse ou chegasse atrasada. Aliás, ela mataria você também já que é o responsável pela musica.

Olhei-a de cara fechada. Em outra época a própria Bella teria sugerido para que fugíssemos das loucuras de Alice. Bem, pelo menos, consegui uma resposta completa dela, mesmo que essa resposta não me deixasse satisfeito e mais irritado ainda. Parei o carro bruscamente, o corpo dela foi para frente e bateu no banco, ela gritou um “Ei” indignado. A olhei novamente zangado, e ela simplesmente soltou-se do cinto de segurança; o que me apavorou, só me faltava a louca resolver sair do carro e decidir ir andando, mas felizmente ela não o fez apenas ficou me olhando.

-- Que foi Bella? - Perguntei confuso - era mesmo uma merda não poder ler a mente dela. Ela nada disse apenas se jogou em meu colo e colou seus lábios febrilmente nos meus. Passou a língua em meu lábio inferior pedindo passagem e eu cedi. Dava para perceber muitos sentimentos em nosso beijo: amor, paixão, magoa tristeza, saudade; principalmente saudade. Segurei sua cintura com força, e suas mãos foram para dentro de minha camisa. E claro, como sempre perdi a razão.

Sabia que tinha algo importante escapando, algo que eu não poderia esquecer, mas não vinha em mente. Então assim que senti sua mão no botão da minha calça me lembrei. Separei nossos lábios e a segurei pelos ombros em uma distancia segura.

-- Bella você está louca? - A repreendi. Será que ela não se lembrava do que aconteceu há algumas semanas atrás? - Isso não é certo Bella. Eu não posso fazer isso, não deveria ter cedido...

-- Co... Como é? - Perguntou incrédula e ofegante. - O que você quer dizer com isso?

-- Você sabe. Ah, deixa para lá. - Disse colocando-a em seu banco e prendendo seu cinto de segurança novamente, enquanto ela me olhava chocada. - Acho melhor irmos logo, ou Alice nos matará.

Voltei a dirigir. Tentei novamente puxar conversa, mas desta vez ela não respondeu. Passou a viagem toda me ignorando olhando a paisagem pela janela.

Bella

Ele mal tinha estacionado o carro e eu já abria a porta e saltava. Bati a porta com uma força exagerada, pouco me importando se fizeram algum dano. Eu só queria sair de perto dele, para esconder minha humilhação, e como magoava a sua rejeição. Fui tão ingênua em pensar que se eu tentasse de novo, agora que já tinha alguma experiência ele mudaria de idéia.

Dãa! Claro que não adiantaria nada. Eu não era pária para a linda, perfeita, poderosa e experiente Tanya, que tinha séculos de experiência à minha frente, e já teve mais homens do que as garotas de programas de Seattle, juntas. E que poderia ficar horas e dias trancada com ele em um quarto sem se cansar.

Passei pela sala correndo ignorando os chamados que recebia e fui direto para o meu quarto.

Tinha entendido perfeita mente o que ele quis dizer quando ele disse que não era certo e que não deveria ter cedido. Era tão simples: ele não poderia fazer amor comigo enquanto estivesse com ela. Só não entendia porque ele não terminava logo comigo, seria mais fácil. Não, não seria. Agradeci por ele estar adiando o momento.

Mas até quando a compaixão dele iria durar? Provavelmente até Tanya colocar um ponto final exigindo-o só para si. Aí eu estaria perdida. Teria que ter um plano B, uma vez que não conseguia me imaginar nos braços de outro, só me restavam duas opções: o suicídio, ou voltar a morar com Renée e Phil - era preferível a morte. Como não teria essa sorte, optei pela segunda.

Peguei uma mala embaixo da minha cama e comecei a atirar minhas roupas dentro. Sairia quando todos estivessem dormindo. E se Anna não me ajudasse, eu iria assim mesmo. Quando chegasse a Phoenix ligaria para Renée. Ela vivia dizendo querer se redimir e me ter de volta, era uma boa chance para ela começar. Preferia conviver com o porco do Phil do que ver Edward e Tanya juntos e felizes. Ela jogando na minha cara que sempre esteve certa.

-- Ei, o que foi aquilo? Edward está lá embaixo sem entender nada. Alice está esperando e... - Anna entrou no meu quarto para me repreender, mas parou assim que viu o que eu fazia. - Bella o que você está fazendo? - Perguntou cautelosa.

-- As malas, não está vendo?

-- Para onde você vai?

-- Para casa. - Respondi automaticamente.

-- Você está na sua casa.

-- Não, eu vou voltar para Phoenix, para Renée, de onde eu nunca deveria ter saído. - Disse chorando enquanto colocava mais algumas roupas na mala.

-- Bella, isso é alguma brincadeira de mau gosto? Por que se for não tem a mínima graça.

Olhei para ela e quando ela viu minha expressão decidida - apesar de estar desolada - ela entendeu que não era brincadeira.

-- Ah meu Deus! Você ficou louca, só pode ser isso. - Ignorei seu comentário e continuei jogando minhas roupas dentro da mala. - Bella volte à razão, pelo menos, por um segundo. Daqui a algumas semanas será o casamento da sua prima. E pense em como sua tia e seu tio iriam ficar quando descobrissem que você fugiu para ficar com Renée, depois de tudo o que eles passaram?

Ela respirou fundo e voltou a falar:

-- Bells se for algum problema com o Edward, tenho certeza que vocês podem resolver conversando. - Ela percebeu que tocou a minha ferida, e não foi muito difícil deduzir o que havia acontecido. - Eu sabia! Mas Bella não é mais sensato conversarem? E para de colocar roupa nessa mala você não vai a lugar nenhum.

-- Vou sim. Ninguém vai me impedir. Por que não me deixa em paz e volta para o seu novo amiguinho? - Anna e eu nunca - e quando digo nunca, era nunca mesmo - brigamos, mas se ela continuasse a me encher, eu iria mudar a situação.

-- Ah, não vai não. - Disse com raiva tirando as roupas da mala e jogando de qualquer jeito no meu closet.

Peguei as roupas e coloquei de novo na mala, e então ela veio tirou tudo e colocou no closet. Ficamos assim por um bom tempo até que ela se enfureceu -mais ainda - e me agarrou pela cintura, me impedindo de pegar mais roupas. Eu tentava empurrá-la, mas ela era um pouco maior e mais forte do que eu, e claro que já não tinha mais forças. Quando dei por mim estávamos as duas no chão. Ela me abraçava forte enquanto eu chorava.

Não sei se foi o excesso de choro ou a força que usei com Anna, mas eu estava exausta e acabei adormecendo, com minha amiga acariciando meus cabelos e dizendo que iria ficar tudo bem. Era inútil - e também eu não tinha mais forças - dizer para ela que nada ficaria bem.

Eu não sei se foi minha consciência voltando ou estava sonhando, mas pude ouvir Anna falando com Alice.

-- Como ela está agora? - Perguntou Alice sentando-se ao meu lado - ainda estava no chão, porque Anna não tinha força suficiente para me colocar na cama. Senti seus dedos gelados afagarem minha testa.

-- Dormindo. Ela está exausta.

-- Eu sei. O que você acha que aconteceu? Edward não quis me contar nada, ele não está de bom humor. - Ouvi a voz de Alice, parecia que eu estava afundando no mar, suas vozes estavam muito distantes.

-- Eu não sei. Mas eu conheço a Bella desde bebê, e sei que ela pode ser meio dramática às vezes, não deve passar de um mal entendido.

-- Foi o que eu disse, mas eles não querem me escutar.

-- São dois teimosos. - Concordou Anna.

Mexi-me podia sentir a consciência voltando e minha cabeça doendo como se tivessem martelando o meu cérebro.

-- Ela está acordando. Bella? - Alice me chamou dando palmadinhas no meu rosto. - Bella Edward está aqui, ele quer falar com você. Quer vê-lo agora?

Minha respiração falhou. Provavelmente depois do meu show Edward decidira não adiar mais nossa conversa, ele queria o rompimento. E eu não sabia se já estava preparada.

-- Não. - Murmurei.

-- Tem certeza? - Eu assenti e fechei os olhos. - Tudo bem, vou falar com ele, mas ainda acho que vocês dois deveriam conversar. - Ouvi seus passos leves se distanciarem.

Para o meu desgosto o tempo passou lentamente. Edward não vinha mais me ver, Alice dizia que era por causa dos preparativos para o casamento, já que só faltava uma semana. Estávamos no final de julho e Leah se casaria no dia cinco de agosto. Tentava ao máximo não ficar infeliz para não estragar a felicidade dos outros.

Charlie crescia lindo e saudável e eu estava mais apegada a ele. Iria sofrer muito quando Anna tivesse que voltar para Phoenix e tirá-lo de mim.

Agora me encontrava em pé na mesa de centro na casa de Sue enquanto Alice ajustava de novo meu vestido de madrinha. Ao que parecia eu tinha emagrecido de novo.

-- Assim não dá Bella. - Disse Alice. - É o terceiro reparo que faço. Se eu apertar mais daqui a pouco vai caber na irmãzinha do Embry. E eu não estou falando isso por mera vaidade, ou porque o vestido não vai ficar bem. Tudo bem por isso também. Mas por que você tem que se alimentar. Acho que você e Edward estão agindo como duas crianças. E o melhor remédio para isso é uma boa conversa... - Ela continuou tagarelando, eu fechei os olhos porque de repente minha visão ficou embaçada e sua voz distorcida. Respirei fundo e melhorei um pouco.

-- Anna também emagreceu e você não falou nada. - Rebati.

-- Sim, mas Anna está amamentando isso é normal. Mas ela não emagreceu tanto, embora não sei como o corpo dela continue perfeito mesmo depois do parto. Ela tem sorte. O vestido ficou lindo, no corpo dela. Deu um destaque significativo ao decote.

-- É, e ela nem precisa de silicone. - Brinquei.

-- É - Ela parou de falar e fez uma careta. - Não acredito, tomara que aquele maracujá de gaveta com peruca não venha para cá se intrometer. - Reclamou Alice porque Thrudy Newman não parava de dar sugestões para o casamento perfeito, fora que ela sempre reclamava de algo, principalmente pelo fato da noiva estar grávida. Ela fez isso até Sue e Esme se irritarem e falarem que os tempos eram outros, e para ela dar pitaco na vida dos filhos dela - o que ela fazia constantemente. Pelo menos, agora já sei de onde vem a mania que Steve tem de se meter nas vidas alheias

-- Eu duvido que ela venha. Depois do que Esme e Sue disseram para ela.

-- Arg, ainda vou ter que terminar o vestido da Barbie siliconada. Eu não deveria ter mostrado os vestidos na frente dela.

-- É verdade. Mas juro que nunca vi Violah gostar de nada que não fosse feito por algum famoso fodão... - Não terminei de falar minha vista se escureceu e a única coisa que ouvi foi Alice gritar meu nome desesperada.

Acordei em minha cama com Carlisle me examinando.

-- Ah graças a Deus. - Disse ele aliviado. - Nos deu um grande susto Bella. - Depois do alivio veio a repreensão. - Não deveria ficar tanto tempo sem se alimentar. E não venha me dizer que não tem apetite. Anda se esforçando muito Bella, é o balé, os preparativos para o casamento de Leah, seu corpo não iria agüentar por muito tempo sem nutrientes. Vou passar algumas vitaminas e quero que as tome. E vou saber se você não estiver se alimentando direito. - Ele abaixou para me dar um beijo na testa e saiu.

Mais tarde estava no meu quarto com Charlie no colo. Ele estava muito inquieto e chorando muito, por causa das cólicas. Em geral ele era um bebê muito quietinho e quase não tinha cólicas, mas hoje parecia que tinha vindo todas as que eles não teve.

Levei um susto quando alguém entrou pela minha janela, mas logo o susto de tornou em alegria por ver quem era e depois em tristeza. De hoje ele não deixaria passar, tinha certeza. Provavelmente ela o havia apertado para fazer logo isso.

-- Err... Perdi alguma coisa? - Perguntou ele de olhos arregalados, ao me ver só de sutiã e shorts, eu estava deitada na cama com Charlie na minha barriga só de fraldas.

-- Não. É só uma simpatia. - Expliquei. - Ele hoje está com muita cólica e não está conseguindo dormir, nem comer nada coitadinho. Então Sue, me mandou fazer isso, Carlisle disse que também ajuda o contado da sua pele com a pele do bebê, já fizemos a simpatia do balde, mas não funcionou.

-- Ahn - Disse apenas. - Interessante. - Cadê a mãe dele? - Perguntou curioso.

-- Como se fosse não soubesse. - Brinquei. - Ela foi ao cinema com o Jake. Acho que eles estão namorando escondido. Só não falam nada por que ela tem medo.

-- Eles fazem um casal legal.

-- É, eles vão ser par no casamento da Leah, ela fez isso porque também percebeu a mesma coisa que nós.

-- Uhm. - Ele ficou olhando para mim. Depois se aproximou sentando-se do meu lado na cama. - Bella a gente precisa conversar.

Meu coração perdeu duas batidas. Já começava a sentir o desespero se apoderar de mim.

-- Eu demorei muito para ter essa conversar com você. Nós demoramos muito - continuou ele. - Acho que foi por isso que ficamos agindo estranhos um com o outro por esse tempo todo, mas não quero continuar assim Bella, temos que resolver o mais rápido possível.

-- Tu... Tudo bem. - gaguejei já sentindo as lagrimas rolarem pelos meus olhos. - Eu sabia que esse dia iria chegar, mais cedo ou mais tarde. Eu estou preparada eu juro. Eu não vou te condenar Edward, é um direito seu querer ficar com uma pessoa mais experiente e igual a você...

-- Bella do que você está falando? - Perguntou ele confuso.

-- Não está aqui para terminar comigo? - Agora eu que estava confusa.

-- É claro que não. Eu amo você. - O olhei surpresa. - Eu vim aqui primeiro para saber como você está; e segundo porque pelo que pude ver, Alice e Anna estavam certas em dizer que estávamos entendendo mal as intenções um do outro e precisávamos conversar para esclarecer.

-- Então, você ainda me ama? Não se cansou de mim? - Perguntei ainda chorando, mas agora de felicidade.

-- Meu Deus! De onde tirou essa sandice Bella? Eu nunca me cansaria de você. - Ele me puxou delicadamente para os seus braços - porque eu estava com o bebê no colo - eu apoiei a cabeça em seu peito e comecei a chorar. - O que foi? Por que está assim? - Perguntou preocupado afagando meu cabelo.

-- Não é nada. Só estou surpresa. - Disse secando as lagrimas com a mão livre. - Mas tem razão, precisamos conversar. Esclarecer as coisas.


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