Dois Mundos, Duas Vidas escrita por Giis


Capítulo 4
Capítulo 4




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Edward

Depois de ter arrumado as coisas que eu precisaria para a viagem - ainda fazia careta toda vez que lembrava: teria que convier com Tanya novamente, mas não queria pensar muito nisso, o que realmente importava é que estaria com minha família novamente.

Olhei pela janela, a lua estava n alta no céu, e depois de toda aquela chuva ele estava limpo, sem nuvens e estrelado. Uma noite muito bonita e agradável. Peguei a chave do meu carro, era uma para dar um passeio noturno.

Estava dirigindo pelas ruas, sem um destino certo. Eu adorava fazer isso, dirigir só pelo prazer da velocidade. Eu passava por uma rua escura quando a vi, era ela, tinha certeza, apesar de tê-la visto somente uma vez não tive duvidas que era ela, o rosto dela era difícil de esquecer.\t 

Ela estava sentada em um banco, encolhida, estava toda encharcada e tremendo e parecia estar chorando. Foi de mais para mim, mesmo sabendo que era um erro me aproximar delam, eu queria ajudá-la, quem sabe isso não compensasse o fato de eu ser um monstro. Então aproximei-me de onde ela estava e bem devagar estacionei o na frente dela.

De inicio ela pareceu não perceber minha presença, mas depois  levantou a cabeça e rapidamente esfregou a manga da blusa nos olhos, sim ela estava chorando. Baixei o vidro do carro para que ela pudesse me ver.

- Ei, está tudo bem? Posso ajudá-la? - perguntei usando o tom mais suave que o normal para não assustá-la. Ela ficou encarando-me com a boca meio aberta.

Fiquei esperando ela dizer alguma coisa, mas parecia que não conseguia pronunciar uma única palavra, a garota parecia assustada, tentei novamente.

- Você está perdida?

Ela baixou a cabeça e olhou para as mãos, depois voltou a olhar para mim e respondeu numa voz tão baixa, que era quase inaudível, ainda bem que vampiro tem super audição.

- Sim. - ela respirou fundo, e continuou - Eu estava esperando o ônibus para ir para casa da minha tia, mas fui assaltada, e o endereço estava em uma das bolsas que eles levaram.

A garota baixou a cabeça, para que eu não visse seus olhos, mas mesmo assim eu pude ver as lagrimas se formando em seus olhos. Aquela informação me deixou com muita raiva, que ser tão cruel e vil seria capaz de fazer algum mal a essa criaturinha tão frágil.

- Tem algum lugar que gostaria de ir, eu posso te levar?

- Mas eu nem sei para onde ir, não conheço nada por aqui.

Pensa Edward, pensa. Não pode deixá-la aqui sozinha, algum outro ser sem coração pode fazer um mal maior a ela.

- Posso te levar a minha casa?- ela arregalou os olhos em choque, continuei rapidamente antes que ela saísse correndo e gritando. - Eu não vou te machucar, juro. Eu só quero tirar você daqui. Está frio e muito tarde, não é seguro para você ficar andando sozinha por ai.

Eu saí do carro e me aproximei mais.

- Vamos? Você descansa troca essa roupa molhada, come alguma coisa e amanhã resolvemos o que fazer. Eu te ajudo a procurar o endereço da sua tia.  O que acha? - Queria poder estender a mão para ela, mas acho que ela não iria gostar, provavelmente estranharia minha pele dura e fria.

Ela assentiu com a cabeça e levantou-se, eu tirei meu casaco e a entreguei para que ela vestisse,  ainda estava tremendo. Quando chegássemos em casa arrumaria alguma coisa para ela vestir. Nas ultima vez que me visitou, Alice tinha praticamente comprado todas as lojas de roupa e acabou deixando tudo lá, elas deviam ser do mesmo tamanho.

Abri a porta para ela, enquanto ela entrava eu me apresentei

- Apropósito, sou Edward. - disse e dei um sorriso, ela retribuiu com um sorriso lindo. Se era já era linda, não era nada comparado com ela sorrindo.

O que eu estou pensando? Foco Edward, lembre-se que ela é uma criança.

- Eu sou Isabella - ela disse ainda sorrindo. Isabella um nome lindo, combinava perfeitamente com o rosto delicado dela.

Mais uma vez minha consciência alertou-me, pelos meus pensamentos, mas havia uma outra voz que me dizia, que tecnicamente eu tinha 17 anos, e eu poderia esperar por ela, afinal eu era um vampiro e não iria envelhecer nunca.

Bastava ser egoísta o bastante, para não deixá-la ir e pedir ao meu pai que a transformasse para mim.

Não, eu não faria isso, ela merecia uma vida melhor, merecia mais do que isso. Olhei-a de novo, ela estava encolhidinha no banco olhando a paisagem pela janela, a deixei com seus pensamentos, e continuei com os meus a atormentar-me.

Olhei para ela novamente e senti algo diferente, algo que nunca havia sentido antes, era como se um calor se espalhasse pelo meu corpo, não sabia ainda o que era só sabia que era bom.

Bella

Enquanto ele dirigia, eu ia olhando a cidade passar como um borrão. Era impressão minha ou ele estava indo rápido demais?

Algumas vezes eu o olhava, pelo canto do olho, e as vezes, quando ele achava que eu estava distraída, pegava-o me observando de um jeito intenso, mas não era como da vez que estávamos no bar e deixou-me com medo, dessa vez era diferente de um jeito brando, de um jeito que parecia que meus ossos estavam amolecendo, virei meu rosto rapidamente antes que ele percebesse que eu estava olhando, senti meu rosto arder, estava corando para variar.

Voltei a pensar em tudo o que acontecera essa noite. Qualquer pessoa no meu lugar teria ficado com medo, depois de ter quase sido violentada pelo padrasto, e ter sido arrastada para um lugar sombrio por alguns caras mal encarados em uma cidade desconhecida que te assaltaram. E depois aparece um cara - que provavelmente mora sozinho -, que te convida para passar a noite na casa dele. Mas não sei por que eu não consegui sentir medo, era como se eu sempre soubesse que eu ficaria segura com ele, desde o momento que eu ouvi sua voz suave e linda como veludo.

Ele não disse nada a viagem toda, deixou-me com meus pensamentos. Isso foi ótimo, ainda não estava pronta para responder nenhuma pergunta que me fizesse explicar como fui parar na Califórnia sozinha.

Não percebi onde estávamos indo, nem como chegamos, quando vi já estávamos em uma garagem que deveria ser no subsolo, por que quase não tinha luz, mas já tínhamos chegado, ele abriu a porta para mim de novo. Um habito muito raro, eu só vi uma pessoa sem ser nos filmes antigos que tinha essa mania, meu pai. Charlie era o verdadeiro exemplo do cavalheirismo e romantismo, ele sempre fazia de tudo para agradar Renée, ele sempre fazia alguma surpresa para vê-la sorrindo e feliz, desde flores a compor musicas. Mas ao que parece ela não gostava muito.

Renée era o exemplo perfeito da famosa expressão mulher de malandro. Ela preferiu o Phil que a tratava a socos e empurrões.

Suspirei ao lembrar-me de papai e Renée.

- Qual é o problema, você está bem? - Edward perguntou-me, olhei para ele, que me observava com uma expressão estranha e preocupada.

Como esse estranho poderia se importar tanto comigo? Vai ver ele é meu anjo-da-guarda, ou só uma pessoa que se importar com os outros, e quer ajudar, assim como a senhora dona do bar.

-  Não é nada. É que, quando você abriu a porta para mim, me lembrei do meu pai, ele também tinha esse habito - expliquei e baixei a cabeça.

- Ah - murmurou ele. - Vamos o elevador chegou.

Entrei primeiro no elevador, lá estava mais iluminado, então depois que ele entrou eu o observei melhor. Como não pude ter reparado antes Ele era lindo, mais lindo do que qualquer galã do cinema que eu tenha visto. Quando o vi pela primeira vez só tinha reparado no cabelo bagunçado cor de bronze e que ele me olhava fixamente.

Depois quando ele me encontrou, estava escuro demais, sem contar que não o observei muito por estar com a cabeça cheia. Mas agora na luz forte do elevador pude observá-lo melhor, seu rosto era perfeito: nariz reto, os lábios cheios, rosados e perfeitos, as sobrancelhas nem grossas nem finas demais, cílios longos e olhos, os olhos dele me fizeram perder o fôlego era de um dourado hipnotizante.

Ele era alto, muito alto deveria ter 1,85m te altura e musculoso, a camiseta cinza que ele usava destacava bem sua musculatura. Deveria ter uns 17 ou 18 anos. Queria perguntar a idade dele, mas não consegui falar fiquei hipnotizada demais com o rosto dele.

Edward percebeu que eu o estava olhando - secando era a palavra mais adequada- e abriu um sorriso torto lindo, tão lindo que fez minha pulsação disparar, ele pareceu perceber, pois seu sorriso de repente ficou presunçoso, ou talvez fosse só minha imaginação.

Estava demorando um pouco para chegar ao andar onde ele morava. Queria perguntar qual era o andar, mas não queria parecer curiosa demais e mostrar que estava impaciente.

- Você mora na lua ou algo assim? - perguntei em um tom brincalhão.  - Se subirmos mais vamos parar em marte.

Ele olhou para mim e riu da minha impaciência mal disfarçada e respondeu ainda rindo.

- Não, não moro na lua, nem em marte. Mas é quase lá. Moro na cobertura, gosto de lugares altos.

- Ah. - deixei essa passar.

Voltei a olhá-lo, ele era o tipo de cara, que faria todas as meninas fazerem qualquer coisa para conseguir a atenção dele. Lembrei-me da Jennifer e Lucy as meninas mais populares da minha escola, elas ficariam frenéticas perto dele.

- Chegamos.

-Vai dar para tocar na lua daqui?

- Sim é só esticar a mão um pouco. Mas acho que no seu caso posso arrumar uma escada. - disse ele rindo enquanto abria a porta. Reprimi a vontade de mostrar a língua, ou o dedo do meio para ele. Normalmente eu não tinha esse comportamento, mas eu não gostava que fizessem piada do meu tamanho.

Limitei-me a bufar e fechar a cara, não queria ser grosseira com alguém que me estendeu a mão quando eu estava literalmente jogada ao vento.

- Desculpe - ele pediu quando percebeu que meu humor havia mudado. Ele abriu a porta e olhou para mim com tanta intensidade que me fez esquecer tudo, até meu mau humor recente. - Bem vinda.

Sorri para ele e entrei no apartamento.


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