Dois Mundos, Duas Vidas escrita por Giis


Capítulo 26
Capítulo 26




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Bella

Graças ao meu bom Deus a ultima aula terminou. Essa aula teve dois lados. Que eu os nomeei de: lado bom; e lado mal.

Lado bom: Não tive que fazer nenhum exercício físico. Não tive que jogar - quer dizer me espatifar na quadra, nem algo parecido. Por que graças a minha prima, que motivou a maioria das garotas a formarem o time das lideres de torcida, o diretor chamou uma treinadora profissional. Que é  ninguém mais, ninguém menos que: Karen Newton, a mãe do babão do Mike. Ela foi capitã das lideres até seu ultimo ano na Forks High School e na universidade também - ela é formada em dança -, e participou de vários campeonatos estaduais e nacionais, fora que foi membro principal da liga vencedora de lideres de torcida dos EUA. Ela só parou porque teve filhos, mas pelo que pudemos ver, continuava em forma.

Lado ruim: Alice, Rosálie e Ângela ( uma pessoa que achei que fosse minha amiga, mas me traiu junto com minhas cunhadas) me fizeram inscrever meu nome para participar, alegando que eu dançava bem. Tive que ficar aturando os olhares de “ você está ferrada” da minha prima. Eu já previa mais armações para cima de mim. Mais reclamações e minha tia enchendo meu saco.

-- Preciso mesmo fazer isso? - Perguntei queixosa à Rosálie e Alice, enquanto o restante da turma saia. - E eu nem sei se vou ter tirado o gesso daqui a duas semanas.

Meu braço quebrado era minha única salvação. Eu apostava que ele não ficasse bom até lá, e eu pudesse ser descartada.

Só havia uma coisa boa que aconteceria quando eu retirasse o gesso: eu poderia voltar a tocar.

-- Claro que vai Bella eu vi. - Sussurrou Alice para que  só eu e Rose pudéssemos ouvir. - Você ficará nova em folha mais cedo do que pensa. - Ela piscou para mim.

Que ótimo.

-- Ah, Bella pense no quanto vai ser divertido. - Disse Ângela me abraçando pelos ombros.

Queria responder alguma coisa, mas não consegui. Elas me guiaram para fora do ginásio.

Assim que cruzamos a porta, avistei Edward encostado na parede me olhando com um sorriso malicioso - ele que não me instigasse de novo como fez no carro, e depois me deixasse na seca, ele ia ver só. As meninas se despediram me deixando sozinha. Caminhei lentamente até ele.

-- Oi. - Ele disse ainda sorrindo e me puxando pela cintura para me beijar.

Claro que eu fiquei corada com um pimentão. Depois daquela aula de biologia e dos comentários feitos por alguns alunos depois, ele ainda faz isso no corredor da escola. O que iam pensar de mim. Olhei para o lado e vi minha prima com o seu novo grupinho de fantoche.

-- Você não devia fazer isso comigo - comecei quando minha respiração estava mais estável.

-- Por que não? - Ele perguntou beijando meu queixo. Senti meu rosto esquentar. Olhei novamente para os lados e vi que as meninas olhavam para nós disfarçadamente, como se esperassem que algo mais acontecesse.

-- Porque estamos no meio do corredor da escola e se algum professor nos pegar estaremos seriamente encrencados. E então minha tia vai saber e você sabe o que ela pensa do nosso namoro... Edward para um pouco e me escute, por favor? - falei apavorada quando ele começou a beijar meu pescoço e suas mãos apertaram minha cintura.

-- Relaxe, Bella e curta o momento! - Era sério que ele tava tão despreocupado assim? E nem tava se importando com a platéia que agora nos olhava descaradamente? Ele me apertou mais me tirando do chão e esquecendo-se de que eu estava de saia - Não estamos fazendo nada de mais, o resto prefiro fazer entre quatro paredes - Ele falou isso numa altura que dava para qualquer pessoa que quisesse ouvir. Foi de mais para mim.

-- Você quer parar? - Pedi com a voz urgente. Ele simplesmente riu.

-- Tudo bem vamos terminar isso no car... - Eu não o deixei terminar, estendi a mão para tapar a boca dele, mas antes que chegasse ao seu destino ele segurou a minha mão e me lançou um olhar reprovador.

-- Você é louca? - Ele me perguntou com os olhos angustiado. - Sabe o que iria acontecer se sua mão tocasse minhas presas? - Não respondi. Eu sabia o que aconteceria, ele tinha me explicado. - Vamos? - Ele disse um pouco mais calmo. Eu apenas balancei a cabeça assentindo.

Estávamos encostados no carro de Alice esperando minha prima folgada decidir ir para casa. Embora Alice não tivesse se importado com isso, ela estava agarrada com Jasper perto do Jeep de Emmett, então ela nem ligou. Edward também não. Mas eu sim. Poxa alem de nos oferecer carona, tem que esperar a boa vontade da patricinha para irmos embora.

-- Relaxe, Bella. - Se Edward me dissesse isso mais uma vez eu daria um chute nele. - Sua prima está conversando com as amigas.

-- Mas isso é uma falta de consideração. Poxa se ela não quer ir com a gente pelo menos avise. Vocês não são obrigados a ficar esperando. - Eu cruzei os braços e ele me abraçou.

-- Mas pelo menos, podemos conversar sem ela ficar preocupados em incluí-la na conversa. Responda-me uma coisa? O Steven é irmão do Sr. ou da Sra. Roberts?

-- Ele é irmão da Violah, por quê?

-- Qual é o sobrenome dele?

-- Newman. - Eu não sabia onde ele queria chegar.

-- Por que ele usa o nome do cunhado então?

-- Você não sabe? - Perguntei chocada. Afinal de contas ele fica bisbilhotando as mentes alheias. Ele só negou com a cabeça. - Bom achei que soubesse, já que você é o leitor de mentes. Bom é porque o nome Roberts é bem conhecido - ele arqueou as sobrancelhas cético - Hugo Roberts tem uma das maiores empresas de advocacia do condado Los Angeles, aparece gente de todo estado da Califórnia para procurá-lo. Então Steve usa no mesmo sobre nome porque ele é bem aceito quando se apresenta como Steve Roberts.

-- Típico dele. Ele é meio aproveitador.

-- É ele parecia bem legal quando eu o conheci e nos mudamos para cá, mas acho que ele se sente o “homem da casa”. -fiz aspas com as mãos enquanto falava.

Não pudemos mais tocar no assunto porque, graças a Deus minha prima deve teve um surto de semancol  veio correndo ao nosso encontro.

-- Desculpe gente pela demora. Mas eu só vim avisar que não vou voltar com vocês, Lauren quer ir à Por Angeles. - Eu juro que quase voei nos cabelos dela, ela nos fez esperar tanto tempo para isso.

-- Você não poderia ter me avisado na aula? - Perguntei irritada.

-- Nós só decidimos isso agora. Eu poderia até ter mandando uma mensagem, mas você não tem celular. Não tenho culpa de você ser avessa a tecnologia.

-- Isso não vem ao caso. - Falei ofendida - o que tem de mais não gostar de celular? - Nós estamos de carona, Alice e Edward não são obrigados a ficar te esperando por tanto tempo. - Explodi irritada.

-- Relaxe Bella. Você está muito estressada. - Mais uma que me manda relaxar. E eu nem estava estressada. - Eu vou indo, não posso deixar Lauren esperando. - A olhei incrédula. Lauren não poderia ficar esperando muito tempo, mas nós podíamos? Entendi direito?

-- Ah, avisa a mamãe que vou chegar tarde? - Ela nem esperou eu responder e saiu correndo.

A acompanhei com os olhos até ela desaparecer. Virei-me para Edward, ia lhe perguntar o que minha prima estava planejando, mas sua expressão me deixou paralisada. Ele tentava sem sucesso nenhum reprimir uma risada, ou melhor, uma gargalhada. Mas alguma coisa no jeito que olhei para ele - acho, eu que minha cara de homicida - o fez recuperar a compostura.

Graças aos céus  estávamos indo para casa. Jasper decidiu nos acompanhar desta vez. Fiquei extremamente confusa, quando Alice jogou a chave para Edward, até onde eu sabia ele ainda não tinha “idade suficiente” para dirigir. Ele abriu a porta do carona para mim, enquanto Alice e Jasper se acomodavam no banco traseiro.  E enquanto Edward dirigia e conversava comigo sobre as aulas, Jaspe e Alice se “ se pegavam” de um jeito completamente constrangedor. Fiquei vermelha como um pimentão, enquanto Edward só revirava os olhos e ria da minha cara.

Queria lhe perguntar se ele não tinha medo de ser pego dirigindo sem habilitação. Mas no momento outra pergunta mais importante veio a minha mente.

Eu tinha que saber o que minha querida prima estava aprontando dessa vez, mas toda vez que eu perguntava Edward vinha com a resposta frustrante, de que não era nada que devêssemos nos preocupar. E depois por algum milagre divino ou porque não agüentava mais minhas insistências - Alice desgrudou seus lábios dos de Jasper - sob muitos protestos dele - para me responde que iria estar de olho em Britanny, e que agiria antes mesmo dela poder planejar alguma coisa.

Para minha completa felicidade Edward passaria a tarde comigo, uma vez que eu ficaria sozinha. Nos despedimos de Alice e Jasper e seguimos para porta. Antes de entrar vimos Leah e Seth saindo do carro dela, eles usavam o uniforme da Escola da Reserva, então presumi que estariam voltando de lá. Acenamos quando eles olharam para nós e fomos retribuídos.

Como sempre cavalheiro, meu querido namorado me ajudou a me livrar do meu casaco. Fomos para sala, Edward se jogou no sofá e me puxou para o seu colo.

-- Vai me dizer o que minha prima anda pensando? - Perguntei pela milésima vez.

-- Você quer mesmo que eu fale? - Ele fingiu estremecer. - Já falei nada com que devemos nos preocupar. - Riu e afagou meu cabelo. - Relaxa Bella, você está muito estressada sabia...?

-- EU NÃO ESTOU ESTRESSADA - Gritei saindo do colo dele. Edward me olhou surpreso com meu ataque. - E se me mandar relaxar de novo, juro que te dou um chute. - Ele ainda estava me olhando com os olhos arregalados, mas logo depois ele relaxou, e reprimiu um sorriso, o que me fez fechar mais a cara e cruzar os braços.

-- Desculpe-me amor, não falo mais eu juro. - Sua voz soava sincera e arrependida, mas os olhos diziam que ele ainda estava curtindo com minha cara. - Por que não volta para cá? - Ele abriu os braços.

-- Não obrigada, prefiro onde eu estou. - Por mais que fosse irresistível o seu convite, eu ainda estava com raiva, e eu era mimada e orgulhosa o suficiente para recusá-lo.

-- Não me faça ir buscá-la. - Ameaçou. - Por favor, Bella eu estou lhe implorando. - Continuei onde eu estava.

-- Acho que pela minha expressão você já pôde deduzir qual será minha resposta não é? - Disse ácida.

Edward suspirou e levantou-se, por um momento eu achei que ele fosse me pegar a força, já estava preparada para lhe dizer um monte. Mas ele desviou do meu corpo e foi pegar sua mochila e seu casaco que estava no outro sofá. Fiquei imóvel sem entender, vendo o que ele fazia. No começo fiquei confusa, depois entendi suas intenções, não consegui acreditar, muito menos, me mover para impedi-lo.

-- Uhm... Bom então, já vou indo. Tchau. - Ele disse abrindo a porta e saindo.

Fiquei parada no mesmo lugar, sem mover um músculo. Estava meio que entorpecida, mas o barulho da porta me fez despertar. Corri para fora chamando seu nome.

-- Edward? - Gritei olhando para todas as direções, do lado de fora da casa. - Edward? Edward! Ed... - Minha voz falhou isso significava que em alguns milésimos de segundo eu estaria em prantos.

Senti minhas lagrimas banharem meu rosto.

Como pude ser tão estúpida?

Tão burra?

Só porque estava com raiva da minha prima não poderia sair descontando tudo nele.

Estúpida! Estúpida! Estúpida!

-- Edward? - Chamei mais uma vez.

-- Sim? - Veios a resposta em meu ouvido. Sua voz melodiosa estava suave, mas com um toque de humor e algo mais que não consegui identificar.

Não tive tempo de esboçar nenhum tipo de reação, porque seus braços frios me envolveram. Edward me pegou no colo e me levou para dentro de casa, estava começando a chuviscar.

Ele sentou-se no sofá, ainda me segurando como se eu fosse um bebê.

-- Achei que tivesse indo embora. - Choraminguei contra seu peito. - Eu não te culparia se tivesse ido. Eu fui tão estúpida. - Não havia percebido que tinha recomeçado a chorar.

Edward puxou meu rosto para encará-lo e secou minhas lagrimas, com os lábios.

-- Na verdade eu realmente fui - eu arregalei os olhos com sua confissão - Confesso que fiquei magoado com você, vampiros também tem sentimentos. Mas eu ouvi você chamar meu nome e resolvi voltar.

-- Desculpe, - Disse com a voz fraquinha. - Eu estava nervosa com minha prima, meio paranóica com o que ela está aprontando. Não devia descontar tudo em você. Me desculpa mesmo.

-- Tudo bem já passou. - Ele disse limpando minhas lagrimas. Deu um sorriso extremamente malicioso e disse: - Mas vou ficar bem melhor se receber muitos beijos.

Não respondi, só levantei para ficar sentada em seu colo. Comecei a acariciar seu rosto. Beijei primeiro seu nariz, depois fui para sua têmpora, e depois para a testa. Trilhei com meus lábios um caminho de sua testa até seu queixo, descendo até seu pescoço gélido onde deu especial atenção.

Um gemido gutural saiu da garganta de Edward, quando os beijos foram de seu pescoço para o seu peito. O senti tremer.

Mãos frias envolveram meus ombros e me puxaram para cima. Encarei seus olhos negros que arderam quando encontraram os meus.

-- Sabe que não é justo, você me torturar desse jeito. - disse com a respiração pesada. Ele não me deixou responder colou seus lábios nos meus, beijando-me delicadamente. Quando precisei respirar ele passou a beijar o lóbulo de minha orelha o que me fez soltar um suspiro alto.

-- Como se você não fizesse o mesmo. - Consegui dizer arfante. - E eu sei que você gosta.

Ele não disse nada apenas voltou a beijar meus lábios.

Senti ele se mover, e sem quebrar o beijo ele me deitou no sofá com seu corpo sobre o meu.

-- Eu te torturo é? - Ele dizia dando beijos rápidos nos meus lábios e ia para meu pescoço. - Então, prepare-se Srta Swan eu vou dar o troco da sua tortura, você irá receber as piores torturas, que pode imaginar... - Ele não terminou sua ameaça porque nessa hora - para minha felicidade ou infelicidade - o telefone começou a tocar.

Antes que eu fizesse qualquer movimento Edward já estava com o telefone sem fio estendido para mim. Pequei o aparelho de sua mão.

-- Alô!

-- Bella é a Leah! Só liguei para avisar que meus pais vão fazer um jantar especial aqui em casa essa noite. É para vocês comparecerem e traga o Edward também. - Ela disse tudo de uma vez só como se estivesse com pressa.

-- Tudo bem. Você já contou para o Tio Arty e para o Sam?

-- Depois conversamos, preciso ir agora. Até mais tarde, tchau! - E desligou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Leah devia estar com muita pressa mesmo.

-- Algum problema? - Edward perguntou preocupado.

-- Não. Era Leah ela que a gente jante com eles. Acho que vai contar para todos sobre o bebê. Ela disse para  te chamar. - Virei para ele suplicante. - Você vai não é?

-- Eu adoraria - abri um sorriso enorme, seria ótimo ter minha família e Edward juntos, sem conflitos - mas eu não poderei ir - murchei na hora. - Preciso caçar meus olhos já estão muito escuros. - Ele completou de pressa antes que pudesse me magoar.

Era verdade seus olhos, antes dourados agora estavam escuros como ônix, e estava com olheiras também. Ele havia me explicado sobre isso, quando os olhos começavam a ficar escuros era porque estavam com sede. Quanto tem será, que ele não caçava? E por que eu não estava com medo?

-- Tudo bem - suspirei - Eu vou ligar para minha tia. - Disse saindo do colo dele.

Disquei o numero de tia Claire, que ficou assustada com minha ligação, e depois extremamente feliz por eu ter ligado quando lhe garanti que não era nada de mais. Transmiti o recado de Leah.  Ela ficou de pegar Britanny em Por Angeles, para as duas virem juntas. Enquanto ela falava olhei para Edward, ele tinha tirado os sapatos e estava deitado no sofá, com os olhos fechados e murmurando algo, que não conseguia ouvir.

Aproveitando que ele não podia ler minha mente, fui o mais silenciosamente que pude colocar o telefone no lugar. Descalcei os sapatos para não fazer nenhum ruído que estragasse meus planos. E fui até ele nas pontas dos pés.

Ele ainda estava de olhos fechados, e para minha sorte extremamente distraído. Subi em cima dele - esquecendo-me completamente que estava de saia, mas isso só me veio a cabeça depois - colocando uma perna de cada lado de seu corpo. Sem nem ao menos abrir os olhos Edward segurou minha cintura.

-- O que pensa que está fazendo? - Perguntou-me abrindo os olhos e sorrindo.

-- Revanche!

Edward

Enquanto Bella falava ao telefone com sua tia, eu descalcei os sapatos e deitei no sofá, fechei os olhos e comecei a murmurar uma canção comigo mesmo. Queria não ficar pensando em certas coisas, ainda mais com Bella tão perto assim. E ela não me ajudava nada me torturando daquela maneira.

Senti um peso mínimo comprimir o sofá e duas perninhas se postarem, uma em cada lado do meu corpo. Ela queria me matar só podia ser. Como eu poderia me controlar com ela, desse jeito?

Apertei sua cintura sem abrir os olhos.

-- O que pensa que está fazendo? - Perguntei abrindo os olhos.

Um erro.

Ao encarar seus olhos cor de mel, vi todo o desejo que ali continha. Provavelmente os meus deveriam estar do mesmo jeito.

-- Revanche! - Ela disse simplesmente. E seus olhos arderam.

Eu. Estava. Perdido.

Enquanto ela beijava meus lábios, suas pequenas e quentes mãozinhas acariciavam meu abdômen por de baixo da blusa.

--  Por que você está fazendo isso comigo? - Perguntei, quando ela precisou respirar.

-- Isso é pelo que você fez comigo no carro, e no corredor da escola. - Ela disse rindo. - Pelo menos não tem platéia. - E voltou a me beijar.

Rapidamente inverti nossas posições, ficando por cima dela. Eu tinha que parar. Mas eu não conseguia. Senti sua mão ir para o zíper da minha calça, então voltei a realidade separei-me dela, e tão rápido que ela não teve tempo de me segurar eu já estava do outro lado da sala.

-- Pelo amor de Deus Bella, quantas vezes tenho que falar que não podemos?

Ela me olhou incrédula ainda deitada no sofá.

-- Como é? - Ela levantou do sofá. - Achei que... Mas...

-- Bella, por favor? E se eu te machucasse, ou perdesse o controle ou sei lá?

-- Achei que você estivesse gostando? Você que começou com tudo isso.

-- Sim, mas tem um limite e você o está ultrapassando. - Ela bufou. - Eu preciso ir. Você vai ficar bem?

-- Vou.

-- Vou estar caçando, a noite toda, qualquer coisa é só me ligar. - Ela acenou com a cabeça.

Fui até ela para lhe dar um beijo na testa, peguei minhas coisas e saí. O ar fresco me ajudou a recolocar as idéias no lugar. De novo eu quase perco meu controle. Mas até quando vou ficar adiando, se meu desejo é tão intenso quanto o dela?

Eu não era inexperiente, mas deve ser diferente de fazer amor com uma vampira. Bella era tão frágil. E se eu usasse força demais e a acabasse matando?

Não esse não era o ponto. O motivo principal para eu sempre pular fora, quando as coisas esquentavam era porque, ela ainda era muito nova para isso. Corri para casa, precisava conversar com alguém.

Bella

Depois que Edward foi embora fiquei um tempo deitada no sofá. Era tão injusto, ele me instigava, me torturava e depois tirava o corpo fora. E ainda vinha com aquela de “ não podemos ultrapassar o limite”. Fala sério. Como se ele também não ultrapassasse. Mas tudo bem se ele quer assim é assim que vai ser.

Fechei os olhos para poder pensar em outras coisas, como por exemplo, o que eu faria para levar no jantar com meus tios?  Se bem, que com um braço inutilizado o que eu poderia fazer?  Nesse momento minha tia e minha prima entraram na sala, carregando alguns pacotes que graças.

-- Oi meu amor. - Disse minha tia me dando um beijo na testa. - Como está o braço? - Acho que depois, que Renée quis se redimir minha tia tem me tratado bem melhor, até aparece que o episódio do sábado passado nem acontecera.

-- Está bem. Vocês chegaram cedo. - Eu só as estava esperando lá pelas sete horas.

-- Sim, eu tenho horas acumuladas no trabalho. Adivinha? Comprei sobremesa para levar para o jantar. Estou muito curiosa para saber o que Arty quer.

-- Eu também. Quanto a sobremesa, obrigada mesmo. Eu faria alguma coisa, mas não consigo nem mexer meus dedos.

-- Tudo bem,  bebê. Vou colocar isso na cozinha depois me trocar. - Ela olhou para minha prima que acabara de voltar de outro cômodo. - E você, não se atrase.

Levantei-me do sofá e peguei minha mochila. Ainda bem que minhas coisas não estavam espalhadas. Subi para o meu quarto, escolher uma roupa. Pelo jeito não seria um jantar comum.

Abri meu closet para encontrar alguma coisa confortável e quente.

-- Se eu fosse você usava esse aqui. - Disse Brity pegando um vestido azul marinho de magas cumpridas. Eu a olhei interrogativa, mas ela fingiu não perceber meu olhar e continuou a escolher minhas roupas. Ela pegou uma meia-calça preta, os sapatos que Alice havia me dado e um casaquinho de lã preto, que minha tia comprou para mim. Depois ela olhou para mim e completou:

-- Agora, vá tomar banho que eu vou fazer seu cabelo. - Eu fiquei olhando para ela como uma idiota. De onde veio toda essa simpatia? - Vai logo Bella, não podemos nos atrasar e eu ainda tenho que me arrumar.

Depois de ter tomado banho fui para o meu quarto, enrolada em um roupão. Britanny pediu para eu esperá-la, enquanto ela tomava banho. Após alguns minutos ela voltou para o meu quarto enrolada em uma toalha e segurando as roupas que ela usaria.

-- Por que, tudo isso? - Não pude deixar de perguntar.

-- Eu sei, eu sei. - Ela suspirou. - Eu não tenho sido muito legal com você ultimamente. - Eu ergui uma sobrancelha. - Tudo bem, tenho sido uma bruxa completa. Estive analisando hoje você e o Edward, e percebi que vocês se gostam mesmo.

-- E...?

-- Eu vou parar de armar para você. - Eu quase caí dura com essa. - Até porque, sempre tudo dá errado e volta para mim. Sabe o feitiço vira contra a feiticeira.

-- Sério?

-- É, eu não sei o que acontece, sempre vira para mim...

-- Não - eu a interrompi - quero dizer. É serio que você vai deixar eu e o Edward em paz? Sem armações?

-- Sim, Bella. - Ela olhou nos meus olhos quando disse isso. Havia sinceridade neles. - Percebi que faço muito, o que os outros querem, e nunca o que eu quero.  - Na verdade ela quis dizer tudo o que a Stacy quer. - E eu nem gosto mesmo dele. Eu só queria não ficar por baixo, vendo a Stacy roubar meu namorado.

-- Entendi.

-- Vai  entrar para as lideres mesmo? Vamos ficar mais tempo juntas. - Era sério que ela estava animada com a noticia?

-- Na verdade eu não queria, mas eu fiquei sabendo que vocês não têm o numero de participantes suficiente para formar a liga. - Mentira, na verdade Alice, Rose e Angel queriam uma vingança contra as garotas.

Depois disso não tocamos mais nesse assunto, apesar de Britanny parecer sincera eu ainda sentia algo estranho no ar, era melhor ficar com o pé atrás. Terminamos de nos arrumar e tenho que admitir que fiquei bem com a roupa que ela escolheu para mim. O meu cabelo estava perfeito assim como minhas unhas que ela me convenceu não sei como a pintar de vermelho. Britanny estava vestida para matar, ela usava um vestido vermelho curto e justo, com alças finas, meia arrastão preta e um scarpin preto.

Descemos para a sala e depois de muitos elogios da parte de minha tia e alguns olhares cobiçosos de Steven em cima de nós fomos para a casa de tio Arty onde fomos recebidos com alegria por Sue. Avistei Billy, Sam, Seth e mais alguns outros rapazes de La Push, senti alguém puxar meu braço e quando olhei era Jacob eu já ia falar um monte para ele, mas ele suplicou para que eu o deixasse falar primeiro.

Cruzei os braços e esperei. Se ele viesse com aquele papo de me afastar de Edward de novo eu iria quebrar a cara dele.

-- Eu, eu só queria lhe pedir desculpas. - O olhei desconfiada. - Não só pelo braço, mas por tudo. Por tudo o que eu disse e o que fiz.

-- Não é só para mim que tem que se desculpar Jake.

-- É eu sei. Decepcionei muita gente, mas não vou fazer isso de novo. Vou até pedir desculpa aos Cullens, eu sei que eles são bons e sempre ajudou o nosso povo, além de serem ótimos aliados de guerra. - Ele coçou a cabeça, sem graça. - Eu só não queria ficar brigado com você, Bells. Você é tão legal e uma ótima amiga.

-- Ah, tudo bem Jake. Já passou é serio. - Eu disse sorrindo. - Daqui a duas semanas eu tiro o gesso, ai não haverá mais nenhum vestígio. - Ele riu, mas foi um riso triste. - Jacob, eu não seria sincera se dissesse que te desculpei de tudo. Afinal você quase tirou a vida do homem da minha vida. - Jacob fez cara triste.

-- Eu sei Bella...

-- E talvez com o tempo a gente possa esquecer de vez isso que aconteceu, e é claro com nossas atitudes.

-- Eu te prometo que não vou mais agir como um idiota. Ainda amigos? - Ele estendeu a mão e eu apertei.

Ficamos um tempo conversando e rindo, logo depois Seth se juntou a nós e começou a contar suas piadas. Estava tudo agradável. Jacob havia se desculpado pelo que fez, e em momento nenhum ele demonstrou que só fazia isso por obrigação, ou só para ter minha amizade de volta. Ele estava realmente arrependido. Parecia que a noite ia ser agradável, quer dizer, até ver Emily entrar na sala com mais duas amigas e ficar olhando descaradamente para Sam. Vi Leah ficar tensa. Era melhor eu ir falar com ela.

-- Está tudo bem? - Perguntei chegando perto dela, enquanto ela via Emily quase pendurada no pescoço de Sam.

-- Como ele pode ser tão ingênuo, Bella? Juro que não entendo.

-- Fica calma. Cuidado com o bebê. Por falar em bebê, já contou para ele?

-- Já, e ele ficou super feliz. - Ela sorriu um pouco. - Ele disse que isso explicava minhas oscilações de humor, o único problema é que ele não me deixa mais me transformar, porque pode fazer mal ao bebê.

-- Isso é verdade. - Nesse momento vimos Sam falar todo sorridente algo para Emily, que pela sua expressão azeda deduzimos que ele havia contado sobre a gravidez de Leah.

Emily saiu deixando Sam falando sozinho sem entender nada. Leah e eu caímos na gargalhada.

Sam veio até nós e pegou Leah pela cintura, ela enlaçou o pescoço dele e os dois começaram a dançar - Seth tinha ligado o som. Era lindo ver os dois juntos. Eles não se beijaram, mas só pelo olhar deles dava para perceber a intensidade dos sentimentos deles.

Seth me puxou para dançar, enquanto Britanny dançava com um rapaz que eu não conhecia. Depois de dançarmos conversar e rir das piadas do meu primo caçula. Fomo para a mesa de jantar que Sue preparou no jardim dos fundos da casa, afinal de contas tinha muita gente. A noite continuava tranqüila, e agradável, para mim só faltava uma pessoa para melhorar: Edward. Mas esse clima de tranqüilidade logo ficou tenso com a chegada de duas pessoas.

Eram dois homens um já idoso e o outros deveria ter a mesma idade de meu tio, ou de Billy. O Sr. idoso eu conhecia, ele era um dos anciões Quileutes, Quil Ateara, avó de um dos amigos de Jacob e Seth. Ele era amparado pelo outro homem que olhava intensamente de Sue para Leah.

-- Espero que não tenhamos nos atrasado muito. E vocês não se importam por eu ter trazido o Harry comigo não é Sue? - Disse o velho Quil.

Então esse era o Harry Clearwater, pai biológico de Leah. Ex marido de Sue, que as abandonou quando Sue foi dar à luz a menina para fugir com minha tia. Nesse momento vi tia Claire empalidecer, Leah e tio Arty também estavam tensos. Só Sue continuava com a cabeça erguida, como se nada pudesse abalá-la.

-- Claro que não. - Ela disse com firmeza. - Sejam bem vindos.

Todos nos sentamos à mesa, mas antes de iniciarmos o banquete tio Arty pediu a palavra.

-- Bom, meus amigos, acho que vocês se perguntam o porquê de estarmos reunidos aqui. - Começou ele, com o discurso elegante, que só um promotor conseguiria fazer. - Eu reuni todos os meus amigos e familiares, pessoas que eu amo. Para dar a noticia que alegraria todo pai. E apesar de ser um pouco cedo para isso, estou imensamente feliz. E quero dividir a felicidade com vocês. - Ele suspirou emocionado. - Quero compartilhar com vocês a alegria que estou sentindo, mais uma das muitas que vou sentir, porque minha filha Leah - vi um músculo no maxilar de Harry Clearwater se contorcer de raiva. Fico imaginando como deve ser para ele, ver outro homem dizer que sua filha era dele. Vê-lo amá-la e ser retribuído. Ver que ele acompanhou todo o processo de crescimento dela e você não. Era triste.

“ A minha garotinha, que hoje é uma linda mulher” - Ele olhou mais uma vez para a filha - “ Veio com a noticia mais feliz para mim e minha esposa”. - Tio Arty pegou a mão de Sue e beijou. Nesse momento avistei Harry torcendo um garfo com as mãos.

-- A nossa menina, nossa princesinha, vai nos dar um neto. - Todos sorriram e bateram palmas. - E hoje esse elegante rapaz - apontou para Sam - veio pedi-la em casamento, eu sei que é cedo, mas se eles se amam de verdade não há o porquê não lhes dar nossa benção, afinal de contas eles também estão nos dando um presente lindo. Sem contar que eu não estarei perdendo uma filha, e sim ganhando mais um filho e um neto para alegrar ainda mais nossas vidas. - Todos aplaudiram. Exceto uma pessoa Harry, que olhava fixamente para meu tio e Sue.

-- Você pode concordar com isso Arthur. - Disse Harry se levantando da sua cadeira. - Mas eu não vou tolerar essa palhaçada. Que história é essa da minha filha estar grávida? Ela tem o que, 15 anos? E ainda por cima se casar, e vocês acharem lindo. Como pode deixar isso acontecer Sue? Eu como pai dela não concordo com isso, não mesmo.

Pois é parecia que a noite de tranqüilidade se foi.

-- Como assim, você como pai não vai permitir? - Perguntou Sue indignada. - Você nem ao menos quis saber se era menino ou menina quando ela nasceu. Você nos abandonou.  - Vi tia Claire engolir em seco - Não sabe nada sobre ela Harry. Então não venha querer ter algum direito aqui.

-- Eu vou procurar um advogado e pedir a guarda dela. - Disse Harry convicto.

-- Como vai fazer isso Harry? - Dessa vez que se pronunciou foi meu filho. - Me diga, ela nem tem seu nome. E como vai explicar ao juiz que sumiu por 16 anos? Que nem foi vê-la quando nasceu e nem quis saber dela? Diga-me Harry?

-- Você não é meu pai, nunca foi. - Leah se levantou, Sam quis fazê-la sentar, mas ela o repeliu. - Não foi você que esteve presente em todos os momentos da minha vida, você nem quis me dar um nome, simplesmente sumiu. Eu nunca tinha te visto até hoje. Se Quil não tivesse falado seu nome eu nunca saberia quem era você. Esse homem - ela apertou o braço do meu tio - foi quem me deu tudo o que eu precisava, e não é só de um nome ou de bens materiais que eu falo. Ele me deu muito mais, ele me deu amor, carinho, compreensão sempre está do meu lado, por mais burradas que eu cometo. E você Harry onde estava até agora? Arthur é meu pai de verdade. Não importa se temos laços sangüíneos ou não o que importa é o que está no coração e no meu coração meu pai é ele. - Tio Arty a apertou em um abraço.

Harry abaixou a cabeça derrotado. Por um momento eu senti pena dele. Mas só por um momento. Porque eu sabia que se ele realmente se importasse com a filha não a teria abandonado antes mesmo de nascer.

Harry levantou a cabeça e saiu de seu lugar, agora ele olhava fixamente para outro ponto, mais especificamente do outro lado da mesa, onde estava minha tia. Seus olhos escuros eram puro ódio. Vi minha tia ficar mais pálida ainda, enquanto ele ia em sua direção. Ninguém conseguiu se mexer. Todos ficaram paralisados com a cena.


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Notas finais do capítulo

Obs. Para quem ainda está na duvida sobre os nicks nos sites. No Nyah eu to como Giis e no TBF to como Gika.Beijos Boa leituraAvisinho.