Dois Mundos, Duas Vidas escrita por Giis


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo


Bom é isso obrigada o carinho mais uma vez.
boa leitura
Robeijos.



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Edward


Eu queria ficar ali, beijando Bella por toda a eternidade. Mas ao contrario de mim, ela precisava respirar. Bella já estava com dificuldade de respirar, resolvi dar-lhe um tempo e delicadamente interrompi o beijo, dei um ultimo selinho em seus lábios e fui distribuindo beijo por todo o seu rosto.
Bella arfava pesadamente e seu coração estava disparado. Se meu coração ainda batesse, ele provavelmente estaria no mesmo ritmo que o dela. E embora eu pudesse ficar tempo indeterminado sem precisar respirar, sentia que minha respiração também estava descompassada.
Eu a abracei e pude sentir seu coração pulsando, ouvia até o sangue sendo bombeado rápido. Era tentador, ainda mais com seu cheiro doce. Mas ela era a Bella, a minha Bella e jamais poderia pensar nela dessa maneira.
-- Você não sabe o quanto estava ansioso para fazer isso. - Sussurrei em seu ouvido.
-- Eu também. - Bella disse baixinho. - Então... Suponho que agora você vai me contar tudo não é? - Ela insistiu.
-- Você não vai sossegar enquanto eu não contar, não é? - Ela riu.
Afastei-me um pouco para olhar seu rosto. Bella me olhava com curiosidade. Eu queria muito saber o que se passava na cabecinha dela. Era realmente uma pena por eu não poder ler sua mente, mas por outro lado eu até gostava, era como se eu fosse quase normal, então nem me importava mais com isso. Inclinei-me para beijar seus lábios.
-- Tem... Certeza... Que... Você... Quer... Conversar... Agora? - Eu perguntei, intercalando as palavras com beijos em seus lábios cheios e vermelhos.
Beijamos-nos mais demoradamente por um tempo. Nada podia ser comparado ao beijo de Bella. Era indescritível ter seus lábios doces e quentes nos meus. Nunca havia experimentado nada igual. Era completamente diferente, porque nosso beijo tinha amor e carinho. Tinha namorado Tanya por quase um ano, mas seu beijo nunca me causou as sensações que o beijo de Bella me proporcionava.
Eu queria poder continuar a beijá-la, mas lembrei-me que Bella precisava respirar com mais freqüência do que eu, então separei - contrariado- nossos lábios mais uma vez.
-- Quem disse que você podia parar? - Reclamou uma Bella arfante, mas que estava terrivelmente irritada e contrariada. - Você não foi o único que ansiou por esse momento. - Ela falava serio. Eu ri e ela franziu a testa.
-- Você não queria conversar? Não queria que eu te contasse tudo? - Perguntei maliciosamente.
Ela mordeu o lábio parecendo pensativa por um instante depois, deu uma risadinha maliciosa e apertou mais seus braços em meu pescoço.
-- Não eu quero continuar matando a saudade.
Ela ficou nas pontas dos pés para poder me beijar. Bella era tão pequenina e frágil. Abracei-a mais apertado e a levantei novamente, tirando seus pés do chão.

Bella

Eu nem acreditava que ele estava aqui, e que eu estava em seus braços, beijando-o como se não existisse mais o amanhã. Era maravilhoso ter meus lábios em contado com os de Edward, como se tivessem sido feitos um para o outro. Seus lábios eram frios e um pouco duros, mas era de um sabor indescritível, seu hálito era doce e inebriante, minha cabeça girou. Mas nem me importei. Alias, eu não me importava mais com nada. Não me importava com meus pulmões que protestavam dolorosamente por falta de ar, nem com meu coração quase arrebentando meu peito.
E também não me importava com o fato de Edward ser um vampiro, na verdade esse fato era o que menos importava. E a cena que eu havia presenciado há alguns minutos atrás já não significava mais nada, parecia pertencer a um passado distante e remoto.
Quem ligava se Edward era um vampiro? Eu certamente que não. Ele poderia me transformar também, assim nunca haveria diferença e poderíamos ficar juntos pela eternidade. Seria maravilhoso. Felizes para sempre, no sentido literal. Com esse pensamento aprofundei ainda mais nosso beijo. Edward correspondeu imediatamente e apertou mais seus braços à minha volta. Só que ele usou um pouquinho de força a mais. Soltei um gemido abafado de dor. No mesmo instante ele interrompeu nosso beijo e me baixou.
-- Bella, você está bem? - Perguntou preocupado. - Me desculpe, não queria machucá-la.
-- Está tudo bem. - Menti para não deixá-lo mal, provavelmente ficaria um hematoma ali.
-- Esse era um dos muitos motivos porque não poderíamos ficar juntos.
-- Como assim? - Perguntei exasperada. Nem queria imaginar quantos motivos existiam e que poderia nos separar.
Ele pegou em minha mão e sentamos encostados em uma árvore. Edward passou o braço pela minha cintura e eu encostei a cabeça em seu ombro.
-- Quando nos encontramos aquele dia, eu havia te dito que não podíamos ficar juntos. - Ele falava tão rápido que tive que prestar o máximo de atenção para não perder uma palavra. - Mas naquela época eu me referia ao fato do que eu sou. Eu tinha medo que você não me aceitasse e deixasse de me amar. - Edward suspirou exasperado.
-- Isso é bobagem. Eu te amo tanto que você poderia ser até um sapo, que mesmo assim eu continuaria te amando. - Ele sorriu e me deu um beijo no rosto.
-- Mas não é só isso anjo. É perigoso para você. - A voz dele havia ficado meio desesperada. - Você viu o quanto somos fortes, e se eu te machucar? Mesmo que seja sem querer? E se um dia eu me descontrolar e quiser beber seu sangue? - Eu olhei em seus olhos dourados, parecia que tinha uma chama queimando-o por dentro. - Você não faz idéia de como seu cheiro é bom. É tentador.
-- Você tem um cheiro bom também. - Disse num tom divertido.
-- Claro faz parte do que somos. Como se fosse marca registrada. - Ele riu sem humor. - Bom tudo em um vampiro atrai a presa: o cheiro, a voz, o rosto, o corpo. O que eu acho desnecessário já que somos extremamente fortes e rápidos, fora os dons a mais que alguns de nós temos. Depois que um vampiro pega sua presa não há como fugir. - Olhei para ele interrogativa.
“ Nós temos venenos em nossas presas. Então quando uma pessoa é mordida, o veneno entra em contato com a corrente sanguínea, ela começa a sentir dor, uma dor tão forte, que é como se ela estivesse em chamas. A dor deixa a pessoa incapacitada, então fica mais fácil para drenar o sangue da vitima. Mas tem que ser feito até a pessoa morrer.”
-- E se a pessoa não morrer, o que acontece? - Eu já imaginava qual seria a resposta, mas tive que perguntar para ter certeza.
-- Ela se transforma em um vampiro. Mas a dor da transformação é tão forte, que a pessoa prefere morrer. E são poucos de nós que tem o controle suficiente para morder uma pessoa sem matá-la. Depois que se sente o gosto do sangue é muito difícil parar. - Ele baixou a cabeça e pela sua expressão parecia não estar tendo lembranças, muito agradáveis.
Ficamos em silencio por algum tempo. Eu pensava em tudo o que ele me disse, tudo o que eu vi, e realmente eu não me importava com o fato dele ser um vampiro, e também não estava com medo. Preferia mil vezes que ele drenasse todo o meu sangue do que ficar longe dele.
-- Era só por isso que você tinha medo? - Voltei ao assunto.
-- Por tudo Bella. A primeira vez que te vi, ou melhor, dizendo, a primeira vez que senti seu cheiro. Não me importei com mais nada. Não importava quem eu era, os meus ideais, não importava se eu iria decepcionar meus pais, os nossos valores. Eu tinha que ter aquele sangue. - Ele suspirou e olhou em meus olhos. - Mas no momento que eu ia me aproximar mais, eu vi você, tão pequena, tão frágil. - Eu fiz uma careta. - Vi seu rosto. O rosto mais lindo e angelical que já tinha visto. Alguma coisa em você me fez lembrar o que eu era. Eu não sabia o porque, mas eu não podia machucá-la, isso seria o meu fim.
“ E depois quando te vi sozinha, assustada, triste. Eu tive que te ajudar por mais errado que fosse mesmo sabendo que eu deveria ficar longe de você. Mas só a idéia de te deixar desprotegida, que alguém poderia fazer mal a você me atormentava.”
-- Mas você resistiu. - Eu disse em voz baixa. - Você poderia ter me atacado quando me encontrou naquele beco, ou sei lá, você teve varias chances de me atacar, mas resistiu.
-- Sim e sabe o por quê? - Ele se virou para ficar de frente para mim e pegou meu rosto entre suas mãos longas. Eu acenei negativamente com a cabeça - Porque mesmo sem saber eu já te amava. Fiquei pensando em milhares de desculpas para não deixá-la ir. Cogitei a hipótese de dizer que não tinha achado nada sobre sua tia e te levar comigo, porque mesmo te conhecendo apenas algumas horas, eu sentia que já te conhecia a vida toda, você já fazia parte da minha vida, e eu não poderia mais ficar sem você. E quando você me beijou, veio tudo a tona, tive que fazer o máximo de esforço para não te colocar de volta no carro e te levar para bem longe.
-- Você deveria ter feito isso, eu não ia me importar de ir para bem longe com você. - Ele riu e eu deitei minha cabeça em seu colo.
-- Eu tive medo, amor. - Ele afagava meus cabelos. - Eu tinha medo de machucá-la, mas mais medo ainda de ser repulsivo para você. Tive medo de que você não me amasse também.
-- Não sei o porque de tanto medo. Eu que tive medo, de não passar de uma pirralha para você, alguém que você estava somente ajudando.
Ele olhou para minha cara e riu.
-- Nós temos tecnicamente a mesma idade Bella. E alem do mais, não seria um problema, já que eu não envelheço. - Ele deu o sorriso torto que fez meu coração disparar e piscou para mim.
-- É verdade. Deve ser legal nunca envelhecer. Viver por eras e participar da historia, de todo o processo da evolução da sociedade.
-- Não é tão fascinante, quando se é uma pessoa solitária. - Sua voz estava triste novamente.
Eu sabia que tipo de solidão Edward falava, já que tinha uma família grande. Levantei-me para ficar de frente à ele e o abracei forte, eu queria que ele sentisse todo o meu amor naquele abraço.
-- Você não vai estar sozinho nunca mais. Eu amo você e quero ficar ao seu lado para sempre.
-- Sério? - Ele me perguntou surpreso. - Você se tornaria vampira para ficar comigo?
-- Minha vida sem você não faz mais sentido Edward. Eu já perdi mais do que uma pessoa pode suportar. Eu morreria se te perdesse também.
Não dissemos mais nada, não precisava de palavras para descrever. Só nossa troca de olhares e caricias dizia tudo. Nós nos amávamos. Um não poderia viver sem o outro.
-- Eu sou um idiota! - Exclamou ele de repente enquanto tocava meus lábios com os dedos.
-- Por que?
-- Bom, pelo simples fato de que eu nunca ouço os conselhos da pessoa certa.
Edward respirou fundo e recomeçou a falar:
-- Eu tenho que te contar tudo, então está preparada? - Assenti. - Depois que me despedi de você e fui para o Alasca reencontrar minha família. Encontrei também uma velha amiga, a família dela também é como nós. Ele são como se fossem nossos primos. - Ele fechou os olhos e suspirou. - Bom tinha uma vampira, Tanya ela sempre disse gostar de mim, mas eu nunca a correspondi. - Completou rápido. - Quando eu os reencontrei, estava desesperado, confuso e com medo. E embora Alice me dissesse que daria tudo certo, eu não acreditava, mas Rosálie... - Quando disse o nome da irmã parecia frustrado e irritado. - Rosálie sempre quis que eu e Tanya ficássemos juntos. Ela me disse para seguir em frente e que desse uma chance à Tanya então eu cedi...
-- E ficou com Tanya. - Completei temendo o que viria a seguir.
-- Sim, mas não foi como Rosálie disse que seria. Eu estava infeliz, fazia Tanya infeliz. Não conseguia tirar você da minha cabeça. Tanya ficava cada dia mais insuportável com suas cobranças então para me refugiar e ter pelo menos alguns segundos de alegria eu ligava para sua casa, para ao menos ouvir sua voz.
-- Então... então era você? - Ele assentiu timidamente. Eu estava encantada e aliviada por saber que não era Renée e Phil com ameaças. - Você poderia ter se identificado, eu ia gostar de ouvir sua voz também.
-- Eu era covarde de mais. Ainda mais com meu relacionamento confuso e mal resolvido com Tanya.
-- Vocês... ainda estão juntos?
-- Claro que não! Eu não a amava e estava infeliz. E ainda por cima ela era infiel.
Olhei para ele incrédula. Que criatura no mundo, vampira ou humana teria coragem de trair um ser tão perfeito?
Colei meus lábios nos dele, num beijo crescente. Ficamos nos beijando por algum tempo. Eu pretendia ficar ali por muito tempo, mas eu era humana frágil, e precisava respirar. Droga.
-- É melhor eu levá-la para casa, já vai escurecer. - Eu olhei para o céu com a cara fechada, não queria ir embora.
-- Tudo bem.
Ele me ajudou a levantar e me guiou para fora da campina. Seguimos pela mata fechada, nem me lembrava de ter andado tanto, estava com tanta raiva da sebosa que nem percebi por onde andava. Agradeci fervorosamente por ter encontrado Edward. Eu não saberia como voltar para casa.

Edward



Por mais que eu quisesse ficar o máximo de tempo com Bella, eu tinha que levá-la de volta. Já estava muito escuro.
Enquanto andávamos, falamos sobre nossas famílias. Bella ficou encantada, com o fato de só nos alimentarmos com sangue de animais. E mais ainda quando lhe disse que Carlisle era medico há séculos e nunca havia bebido sangue humano. Contei um pouco de cada um de minha família. E ela contou um pouco da dela.
-- E o que você quis dizer naquela hora sobre os dons amais?
-- Eu lhe disse que temos super audição, super visão, somos rápido e fortes. - Pisquei para ela. - E alguns de nós têm dons a mais. Por exemplo: Alice pode ver o futuro, mas é uma coisa subjetiva, nada está gravado, o futuro muda de acordo com as escolhas da pessoa. - Eu olhava o rosto dela para ver sua reação, pelo menos, por enquanto ela estava levando muito bem. - Jasper pode senti e controlar as emoções das pessoas. É um pouco chato, mas muito útil. E eu, bem... eu leio mentes.
-- Sério? - Ela perguntou surpresa. - Bem então o que eu estou pensando agora?
-- Eu não sei. - Ela me olhou incrédula. - Na verdade você é a única pessoa que eu não consegui ler a mente em cem anos. Não sei bem o porque.
-- Você pode ler a mente de varias pessoas ao mesmo tempo?
-- Sim, mas é horrível. Parece que estou trancado em uma sala cheia de pessoas gritando em meu ouvido ao mesmo tempo.
-- Deve ser horrível mesmo. - Ela ficou um tempo pensando. - Rosálie e Emmett também tem dons.
-- Emmett é extremamente forte e Rosálie extremamente chata e teimosa. - Ela caiu na gargalhada.
Continuamos andando enquanto conversávamos. Contei a ela minha história com Tanya, percebi que ela tinha ficado meio tensa, mas quando garanti que não queria mais nada com aquela vampira Bella relaxou.
Bella me contou como era a vida dela em Phoenix com os pais, a separação deles, e como ficou extremamente insuportável morar com a mãe e o padrasto depois que o pai morreu. Contou-me como era sua vida na Califórnia, e que apesar de amar muito a tia, sentia imensa falta do pai. Gargalhei quando ela imitou a prima e as amigas, chamando-as de Hannah’s Montana falsificadas, e Stacy Roberts de loira peituda e sebosa. Corou violentamente quando admitiu ter beijado o jogadorzinho ex-namorado da prima, mas odiou e que depois disso ele passou a caçoar da cara dela.
Confessou o quanto estava triste porque, desde sua quase depressão, a prima e as outras garotas passaram a tratá-la mal, e só falavam com ela quando queriam algo. Percebi pelo tom de sua voz o quanto foi difícil para ela esses últimos meses. Ela sempre mencionava os Hastings, um casal que eram amigos do seu pai e que sempre a protegeram da mãe e do padrasto que a exploravam.
Eu estava admirado com a força de vontade dela, determinação e coragem, qualquer garota que tivesse passado pela mesma situação que ela, teria sucumbido ao mudo das drogas e prostituição.
Havíamos chegado a sua casa, já tinha um tempo. Bella estava de cabeça baixa, e seu semblante era triste. Acho que não fez bem a ela relembrar de tantos momentos tristes. Quando estava perto da porta da casa, que graças a Deus estava vazia no momento, eu a abracei forte. Peguei seu rosto pequeno e delicado entre as mãos. Fixei meus olhos nos dela, me perdendo por um momento nas profundezas de seus lindos olhos cor de mel.
-- Bella me escute, eu nunca, nunca vou te deixar. Vou ficar para sempre ao seu lado. - Pude sentir a força de minhas palavras. Bella também por que quando menos esperava, ela me abraçou forte e selou nossos lábios terno, suave, cheio de amor e carinho.
-- Obrigada. - Ela sussurrou um momento depois. - Só em saber que você está aqui comigo, me da forças para continuar. Eu amo você.
-- Eu te amo também, minha pequena. - Disse secando suas lagrimas. - Precisa entrar. - Eu não queria deixá-la, mas sua tia podia chegar a qualquer momento. E ainda não estava na hora de ser apresentado a ela.
Bella suspirou e ficou nas pontas dos pés para me dar um ultimo beijo. Ela se virou para abrir a ultima porta, então segurei seu braço, uma idéia se formava em minha cabeça. Eu não precisava ficar longe dela.
-- Deixe a janela do seu quarto destrancada. - Ela me encarou sem entender meu pedido, mas assentiu. Beijei todo o seu rosto antes de beijá-la nos lábios novamente. Esperei ela entrar e disparei para casa.
Corri o mais rápido que pude, eu só iria trocar de roupa, por isso nem me dei ao trabalho de entrar pela porta, subir direto pela janela do meu quarto. Queria chegar rápido ao quarto de Bella, antes que ela dormisse, mas para minha frustração e irritação, Alice já estava me esperando no meu quarto, dando pulinho e batendo palmas.
“ Conta-me tudo!” - Ela praticamente gritava em seus pensamentos.
-- Contar o que se você já viu tudo? - Às vezes era extremamente chato ter uma irmã vidente. Estragava todo o suspense.
-- Por favor? Eu preciso de detalhes.
-- Tudo bem. Nós conversamos, pedimos desculpas, nos declaramos e nos beijamos, mãos alguma coisa?
-- Fantástico. - Ela disse saltitante. Não pude esconder meu sorriso, eu estava prestes a saltitar junto com ela.
Alice veio para perto de mim, achei por um momento que ela iria me abraçar, mas ao invés de um abraço recebi um soco no ombro.
-- Ei, por que fez isso? - Perguntei fingindo estar indignado. Eu bem sabia o porque e até merecia.
-- Não é nada. Só para deixar de ser burro e confiar mais em mim.
-- É, eu sei. Mereci essa, me desculpe Alice.
-- Ah tudo bem, vou pedir favores.
Ficamos conversando por muito tempo. Alice queria saber todos os detalhes da minha tarde com Bella. Tudo o que falamos, a reação dela. Minha pequena irmã ficou encantada pelo fato de Bella ter aceitado tudo tão bem. E ainda confirmou que elas seriam grandes amigas.
-- Ah minha nossa, vá se trocar logo, - disse ela olhando o relógio - ainda tenho que terminar de separar nossas roupas para a festa de amanhã. - Eu havia me esquecido completamente da festa, nem queria ir antes.
Alice saiu do quarto e eu fui trocar de roupa, não poderia mais perder tempo, sai do quarto disparado. Passei pela sala e todos com exceção de Alice estavam na lá. Dei um “Oi pessoal”, Jasper e Emmett sorriam para mim, acho que estava estampado no meu rosto o quanto eu estava feliz, ou talvez Alice já tenha fofocado antes. Esme estava sentada desenhando em um bloco, - provavelmente mais uma reforma - dei um beijo rápido em seu rosto e sai. Quer dizer, tive que parar por que Alice apareceu de repente.
-- Ah, Ed, por favor, por favor. Peça para Bella usar isso amanhã. - Ela me entregou um embrulho. - Não olhe, é surpresa. Se ela perguntar diz que estava junto com os vestido que você deu a ela daquela vez.
Depois que Alice entrou em casa -saltitando -, corri o mais rápido que pude, e em questão de segundos estava na casa dela. Não foi difícil achar seu quarto, apesar da casa ter muitos, só precisei seguir seu cheiro, e é claro o quarto dela era o mais silencioso.
Não sei como uma pessoa conseguia dormir em uma casa com aquele barulho. A prima dela, as três amigas, a loira sebosa e o bombado sem cérebro estavam jogando Streep Poker, bebendo cerveja e... fumando maconha? Ainda bem que Bella se afastou deles. A tia dela estava no quarto com o namorado/marido, não sei ao certo, e eu nem queria saber o que eles estavam fazendo. Não perdi mais tempo fui direto a sua janela que ficava um pouco mais afastado do que os outros cômodos, e como eu havia pedido estava destrancada.
Ela já estava dormindo e seu sono era agitado, parecia estar tendo um pesadelo horrível. Eu iria matar Alice, se ela não tivesse me atrasado, eu teria chegado a tempo para fazê-la dormir.
Bella se virava de um lado para outro, se debatia como se quisesse livrar-se de alguém.
-- Para, por favor! Não, não faça isso. - Ela falava e chorava ao mesmo tempo. - Me solta. - Então ela deu um grito. Um grito que me fez congelar havia muito medo nesse grito.
Fui para o seu lado rapidamente, segurei seus ombros e a sacudi delicadamente para que acordasse. Um erro, ela abriu os olhos assustada e só não gritou porque tapei sua boca.
-- Shhi, calma amor sou eu. - Bella me olhou ainda apavorada e com lagrimas nos olhos, e depois relaxou, mas seu coração ainda estava acelerado e sua respiração pesada.
Destapei sua boca quando achei que era seguro. Tirei os sapatos para subir em sua cama, encostei-me à cabeceira e a puxei para o meu colo.
-- Você está bem?- Perguntei preocupado.
-- Uhum. - Ela murmurou. - Foi só um pesadelo. Um pesadelo bem real.
-- Percebi você ainda está tremendo. - Eu enrolei o cobertor em volta dela, como um casulo. - Quer falar sobre ele, quem sabe isso não ajuda. - Ela acenou com a cabeça negativamente e escondeu o rosto no meu peito.
Aos pouco Bella foi se acalmando. Achei estranho ninguém da casa vir ver como ela estava, saber se estava tudo bem. Aquele grito não era um grito normal. Mas também quem ouviria com aquela barulheira, a tia e o namorado gritando e gemendo feito loucos e a prima estava bêbada e drogada.
Senti uma mão pequena e quente tocar meu rosto, olhei para baixo e a vi me encarando. Ela já estava bem mais calma.
-- O que faz aqui? Como conseguiu entrar?
-- Estou cumprindo minha promessa. - Bella olhou-me confusa. - Prometi que sempre estaria ao seu lado, e estou começando a partir de hoje. E eu entrei pela janela que estava destrancado ao meu pedido. - Ela abriu um sorriso lindo. - E não se preocupe, ninguém me viu. A propósito como consegue dormir com esse barulho?
-- Que barulho? - Perguntou confusa. Depois percebeu do que eu falava e suspirou. - Ah, acho que já me acostumei. E meu quarto é um pouco afastado dos outros, não me afeta tanto.
-- Ainda bem porque sua tia e o namorado estão falando, ou melhor, gritando obscenidades, e sua prima, as amigas, a loira sebosa e o bombado burro e brocha, estão bêbados, quase sem roupas e drogados. - Ela gargalhou quando eu usei os mesmo termos que ela, quando se referia ao grupinho da prima.
-- Espera ai? Chad Cooper é brocha? - Bella estava perplexa.
-- Sim. - Eu disse enquanto ela cobria a boca com as mãos para abafar a gargalhada. - Ele tentou dar conta de duas ao mesmo tempo, mas não conseguiu com nenhuma.
-- Eu sempre soube que eles faziam esses tipo de coisas repugnantes, mas não sabia que Chad era brocha, ele sempre foi tão machão.
-- Acho que ninguém falou para ele, que maconha não é estimulante sexual. - Tentei sem sucesso manter a expressão seria, mas ver a cara de Bella tentando segurar a risada foi demais para mim. Não agüentamos e gargalhamos alto.
Era tão bom estar com Bella, era tudo tão simples, sem pressões. Era como respirar eu não precisava me esforçar ou fingir como sempre fazia com Tanya, era tudo tão espontâneo. Depois de mais de meia hora de gargalhadas, conversamos mais um pouco sobre nossos planos, sonhos e futuros. Fiquei feliz por estar incluído no futuro dela. Ela com certeza já estava no meu.
Já era bem tarde quando os olhos dela começaram a pesar, mas por mais que estivesse com sono ela não queria dormir.
-- Durma amor. Estarei aqui quando acordar. - Sussurrei em seu ouvido. Ela relaxou e fechou os olhos, sua respiração ficou mais calma. Sussurrei “ eu te amo” no ouvido dela, Bella sorriu um pouco e entrelaçou nossas mãos. Dei um ultimo beijo em seus lábios.
Fiquei velando seu sono por toda a noite. Bella não teve pesadelos, dormiu tranqüila. Ela ficava ainda mais linda dormindo. E eu voltaria todas as noites para vê-la dormir.


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