Edward

“Edward será que poderia parar de andar de um lado para o outro? Está me deixando tonto.” – Reclamou Jasper em seus pensamentos, acompanhando com os olhos enquanto eu disparava de um lado para o outro.

Limitei-me a lhe mostrar o dedo do meio. Vampiros não ficam enjoados. A não ser que Jasper tivesse se desenvolvido virado alguma espécie rara de vampiro afrescalhado, e Carlisle ainda não tivesse identificado.

“Você sabe que essa angustia não vai fazer os ponteiros do relógio acelerar, não sabe?”

Olhei para o meu irmão com vontade de arrancar todo aquele cabelo de frutinha dele.

Onde será que Jasper está aprendendo a ser tão chato?

-- Posso não poder ler seus pensamentos – disse ele em voz alta – mas pelos seus sentimentos posso detectar o que está pensando. Então se falar que eu sou fresco ou que meu cabelo é de veado novamente, juro que vai ficar sem uma parte do seu corpo que não vai conseguir restaurar. Aí vamos ver quem será a nova espécie de vampiro homossexual da casa. – Falou calmamente.

Eu tinha medo quando Jasper falava com calma, era sinal de que ele realmente faria o que tinha dito.

Poxa eu só estava brincando, mas não se pode mais ficar tenso nessa casa.

Voltei a andar de um lado para o outro.

-- Edward pelo amor de Zeus se acalme! – Ordenou o vampiro loiro – e muito macho – impaciente. – Essa sua tensão não está me deixando me concentrar no meu dever de casa.

Para ele era fácil falar.

-- Como se você ligasse realmente para deveres de casa. – Falei sarcástico. – Por que estão demorando tanto?

Olhei novamente do relógio para a porta de entrada. Já eram quase quatro horas da tarde e nada de Alice e Rosálie voltarem com a Bella das compras. Elas estavam dês das sete horas da manhã fora, e eu esperava que aquelas duas não abusassem muito da minha pequena. E que lembrassem que ela precisava se alimentar beber água regularmente.

Para piorar a minha apreensão Aro, Caius e Marcus haviam decidido ir junto com elas, e como se isso não fosse o bastante levaram Jane – a mini psicopata – junto. Alice achava que se Jane comprasse roupas novas melhoraria o humor dela, e Aro apoiou veemente a vampira maquiavélica.

Não era segredo que Jane sentia uma afeição por mim, porem eu já estava comprometido de corpo e alma (que eu não tenho) com Bella, e isso conseqüentemente faz com que Jane a odeie. Dá para entender minha preocupação.

Só para me enlouquecer mais ainda, toda vez que eu tentava no celular de Bella, Alice ou Rose caia na caixa de mensagens. Provavelmente as duas vampiras pervertidas a estavam proibindo de atender minhas ligações.

Tentei falar com Carlisle, mas ele apenas disse para não me preocupar, porque os Volturi não fariam nada com Bella. Esme disse a mesma coisa antes de sair para Seattle, ela havia sido chamada para reformar a biblioteca da universidade.

Queria ir atrás deles para me certificar que tudo ficaria bem com Bella, mas Jasper se recusou a ir comigo, inventando a desculpa idiota de que queria colocar os deveres de casa em dia. Emmett também não quis ir comigo, preferiu ficar treinando golpes novos com Felix, Demetri e Alec.

-- Edward? – Chamou Jasper baixando sua redação – que mais parecia um livro – de literatura.  – Você sabe muito bem que não irá acontecer nada com Bella, ou acha que Alice e Rose já não a teriam trago de volta? E sabe tão bem quanto eu que Aro e os outros gostaram muito de Bella e... – Jasper parou de falar de repente e olhou para mim desconfiado.

“Ou você está preocupado deles não voltarem a tempo e você não poder fazer sua surpresa?” – Completou em pensamentos. Ele estreitou os olhos. – “Ou então que Bella fique tão esgotada que não consiga ficar acordada a noite toda...”

Ele fez uma expressão falsa de surpresa digno de Mary Alice Brandon Cullen e soltou um “pervertido”.

-- Ah, Jasper por que não vai pentear macacos? – Perguntei aborrecido enquanto ele se acabava de rir.

 Será que eu não podia me preocupar com minha pequena e frágil namorada humana, que havia ido fazer compras com um bando de vampiros malucos? Era pedir demais?

Jasper deu de ombros e continuou escrevendo sua redação. Sério, eu tinha pena do Sr. Berty – acho que seria o único naquela escola – que teria que ler e corrigir mais de 50 páginas sobre as reflexões de Jasper. Mas também quem manda o professor tê-lo desafiado? Jasper adora desafios, seja qual for, e detesta perdê-los. O nosso intragável professor de literatura, o Sr. Berty, resolveu tirar uma com a cara dos alunos dizendo que ninguém seria capaz de fazer uma análise perfeita com pelo menos, cinco paginas, sobre a obra de Shakespeare, Hamlet. Jazz iria mostrar que conseguiria fazer bem mais do que meras cinco paginas. Ele viveu e fez o ensino médio o suficiente para provar isso.

Meus pensamentos foram interrompidos por Emmett e Felix que entraram em casa fazendo barulho.

--... Mas vocês têm que admitir que sou o mais forte. – Disse Emmett com sua voz estrondosa.

-- Você pode ser o mais forte, porque esse é o seu dom. Mas do que vale a força se não tiver agilidade? E você tem que admitir Emm, você não é nenhum pouco ágil. – Retrucou Felix satisfeito ao ver Emmett flexionar os músculos com raiva.

Demetri e Alec apenas reviraram os olhos, enquanto Emmett e Felix continuavam a discutir. Tentei ler a mente deles, mas só havia coisas como lutas, força e agilidade, melhor desistir. Olhei para Alec que apenas balançou a cabeça e pensou: “Vai por mim é melhor não querer saber”. Depois se sentou ao lado de Jasper estranhamente interessando no trabalho escolar dele.

-- Esses dois nunca mudam. – Declarou um Demetri cansado olhando para Emmett e Felix que ainda discutiam. Eles pareciam duas crianças.

Até que os Cullen e os Volturi se davam bem, mas eu sempre mantinha um pé atrás com eles. Os Volturi podiam até ser legais e tolerantes conosco, (provavelmente porque somos filhos de Carlisle, que é filho de Aro) mas quando se trata de punições por infrações as regras eles eram bem severos – e não queriam saber quem era filho de quem – e não perdoavam o menor deslize.

Ouvi o barulho do carro de Esme estacionando em frente a casa e os pensamentos estranhamente alegres de Aro, os emburrados de Jane. Caius e Marcus estavam pensando em como os seres humanos conseguiam reclamar tanto de tudo.

-- Ah, uma tarde maravilhosa! – Declarou Aro entrando teatralmente na sala. Era estranho vê-lo sem as vestes longas e negras; usando roupas normais, humanas como: uma calça social grafite e camisa azul clara de mandas compridas. Já Caius e Marcus optaram por jeans e camisa pólo. – Nunca pensei que fosse tão divertido ir ao shopping fazer compras só Alice mesmo para nos convencer. E os humanos são tão engraçados, que às vezes nem me dá vontade de beber o sangue deles. – Alguns pares de olhos o encararam incrédulo.

O mais estranho é que ele falava sério.

-- Ah, Edward, Bella é tão engraçada. Uma moça encantadora. – Completou.

-- Sim muito adorável. – Concordou Marcus. – Ela não é de reclamar muito, como os outros humanos. Só se aborreceu com Alice uma vez, porque ela havia passado dos limites. – Ele riu ao lembrar-se da cena. – Mas juro que não sei como ele agüenta ter que ficar indo ao banheiro toda hora, beber água toda hora ou comer toda hora. Não que ela coma muito, na verdade achei que ela comeu bem pouco. Por acaso ele tem aquela doença que as modelos têm? Como é mesmo o nome?... Ah, sim anorexia.

-- Não. Bella comer pouco é absolutamente normal. – Ele apenas assentiu.

E eu estava um pouco mais aliviado, só um pouco. Pelo menos, correu tudo bem.

-- Onde está Alice e Rose? – Perguntou Jasper.

-- Foram para a casa de Bella arrumá-la, para hoje à noite. – Disse Caius em um tom de voz malicioso que fez todos rirem, quer dizer quase todos. – Alice disse para se arrumar daqui a três horas Edward, as roupas estão naquela sacola. – Ele apontou para uma sacola parda no sofá. – E disse também para não ficar ansioso, porque Bella estará mais do que bem disposta para mais tarde.

Caius piscou para mim e mais risos foram ouvidos. Era melhor ignorar os pensamentos deles. Mas o que não pude ignorar mesmo era o fato de Jane não estar ao lado de seu Amo. Ela parecia estar aborrecida com algo, porém todas as vezes que tentava ler a mente dela, a garota me ameaçava por pensamentos. Ela só me garantiu que não era nada com Bella. Aro percebeu minha expressão e resolveu matar minha curiosidade.

-- Jane querida não há motivos para ter vergonha. Por que não vem para a sala, para que os outros possam vê-la.

Quando a garota entrou na sala o queixo de todo mundo caiu; Jane estava linda, e completamente diferente: usava uma blusinha manga ¾ branca com detalhes metálicos, uma mini saia rodada um pouco acima do joelho rosa e um cinto todo enfeitado de strass, e para completar ela calçava uma bota branca cano alto, com bico e salto fino. O cabelo louro não estava amarrado na habitual trança, estava solto e com leves cachos nas pontas. Jane estava até maquiado, os lábios e as bochechas rosadas. Se não fosse pelos olhos vermelhos, ela podia se passar por uma adolescente normal.

Ouvi alguns “Ual’ e até assobios, e provavelmente se ainda pudesse Jane coraria. Demetri e Felix a elogiaram, dizendo que nem parecia mais a vampira enfezada que eles conheciam.

-- Linda não é? – Disse Aro pegando a mão de Jane fazendo-a dar uma voltinha. – Alice, Rosalie e Bella escolheram as roupas. A idéia de mudar o cabelo e colocar um pouco de maquiagem foi de Bella também. Ela tem um bom gosto incrível. – Jane fez uma careta quando elogiou minha namorada.

Era bem visível que o novo visual não agradava Jane, mesmo para quem não lia mentes. E a desagradava mais ainda porque Bella ajudara a escolher a maioria das roupas, além do cabelo e maquiagem. Seus pensamentos estavam cheios de: “Humana intrometida”, ou “Quem disse que preciso da ajuda dela para alguma coisa...” e por ai em diante.

-- É verdade Jane está muito bonita. – Disse eu com sinceridade.

“Mas isso não basta para você me querer, não é?” – Pensou com armagura e depois correu para o andar de cima, antes que alguém pudesse perguntar algo.

-- O que deu nela? – Perguntou Emmett confuso. Apenas dei de ombros, não querendo prolongar o assunto.

Logo todos voltaram a se distrair, mas Jasper – que provavelmente deve ter sentido – e Aro – que nunca perdia nada – me olharam desconfiados. Ignorei-os decidindo que já estava na hora de me arrumar.

***

Graças a Deus já dera a hora de ir buscar Bella. Estacionei em frente a casa dela e desci do carro apressado. Toquei a campainha, houve um silencio momentâneo dentro da casa, e depois as vozes voltaram, para meu alivio foi Sue que atendeu a porta.

-- Minha nossa! – Exclamou Sue surpresa.  – Está muito bonito Edward Cullen. – Elogiou-me. E se eu pudesse corar estaria que nem um pimentão. Não é todo dia que a mãe de lobos Quileutes me elogia. – A Bells já vai descer.

“E não adianta bisbilhotar a mente de ninguém, porque nenhuma de nós a vimos ainda. Alice sabia que você iria trapacear.” – Completou por pensamentos. Não se pode contar mais nem com a ajuda dos humanos, quando se tem Alice envolvida em algo.

Fui para sala e avistei Claire que acenou alegremente para mim. Britanny que estava sentada no sofá com, ninguém menos que Lauren – que merda como se já não bastasse à sebosa. As duas se aprumaram assim que me viram.

“Meu Deus! Ele está mais lindo do que nunca” – Pensou Lauren arrumando o cabelo e me lançando um sorriso afetado.

“Ele fica ainda mais gostoso de smoking. Preciso ter esse homem para mim. Eu tenho que tê-lo” – Britanny como sempre com seus pensamentos nauseantes.

Será que vou ter dizer novamente que eu não estou interessado nela, que já tenho dona, e mesmo que não tivesse ela não me interessa?

Ou talvez deva conversar com Carlisle para recomendar um psiquiatra para ela, porque acho que esse caso já é caso psiquiátrico.

“Ah tinha que ter alguma coisa para estragar meu dia”. – Já estava demorando a o pedófilo aparecer poluindo o ambiente com seus pensamentos podres e sujos.

Resolvi ignorar os pensamentos dele e os das penosas, e comecei uma conversa animada com Sue, o que deixou Britanny e Lauren com raiva. Elas estavam crentes que por falta de alguém da “nossa idade” na sala, eu teria que conversar com elas. Quase que gargalhei, mas consegui me segurar. Mesmo se eu realmente tivesse apenas 16 anos eu iria preferir conversar com os adultos. Preferiria até conversar com uma criança de 10 anos.

Felizmente Bella não demorou a descer. E claro quando fez deixou a todos boquiabertos.

Eu iria dever a minhas irmãs pelo resto da eternidade.

Bella estava absolutamente linda. Não havia palavras para descrever. Seu corpo pequeno e delgado, coberto por um vestido cintado e colado, até os joelhos. O corpete era branco tomara que caia e a saia azul petróleo e para quebrar o efeito monocromático scarpin e bolsa vermelha. Como eu disse simplesmente linda.

Ela corou um pouco ao perceber que todos a olhavam, mas logo se recompôs e começou a descer as escadas, e eu prontamente fui recebê-la.

Os pensamentos eram tão intensos naquela sala que eu mal conseguia bloqueá-los:

“Ah, ela está deslumbrante, não acha Edward? Olha como as sebosas estão com inveja.” – Pensou Rose.

“Eu sou um gênio. Pode me agradecer depois, me emprestando seu cartão de crédito, porque o limite do meu já foi” – Alice piscou para mim.

Claire só faltava chorar. – “Ai, minha bebê tão linda. Tão mulher”

“Vaca, vaca, vaca. Ordinária. Era para esse vestido ser meu...” – Britanny como sempre com seus pensamentos invejosos.

“Ai, que inveja. Ela está realmente linda. Ainda bem que inveja não mata.” – Até Lauren teve que admitir para si mesma que Bella estava linda.

Mas o pensamento que mais me incomodou foi o do seboso como sempre.

“Gostosa. Se eu der sorte, ainda pego ela quando voltar vestida desse jeitinho.”

Tive que controlar ao máximo para não partir para cima dele, e arrancar-lhe a cabeça.

Peguei a mão de Bella e a conduzi o mais rápido que eu pude até a porta. Minhas irmãs, Claire e Sue nos acompanharam.

-- Está tudo certo Edward. – Disse Claire. – Alice já me deixou avisada que vocês vão dormir fora. – Ela deu um suspiro “Nem acredito que estou fazendo isso, se Arty descobrir ele me mata” – Então se divirtam. E se cuidem.

Eu sabia bem o que ela queria dizer com o “se cuidem”, Bella havia me contado sobre as camisinhas que foram encontradas pela tia no quarto dela, para nos incriminar.

Sue não falou nada, só deu um beijo em Bella e pensou “Cuide bem dela para mim Edward”.

Fomos até o meu carro e eu abri a porta para ela.

-- Sabe Lauren e Britanny estavam quase se rasgando de tanta inveja de você. – Comentei assim que assumi a direção. Bella me lançou um olhar cético de quem não acreditava no que eu falava.

-- Provavelmente Britanny só queria você e Lauren o vestido.

Eu ri e comecei a dirigir ao nosso destino, quando já estávamos perto, tapei os olhos dela com uma venda de seda negra. Ela reclamou um pouco, mas eu expliquei que se eu a deixasse ver o caminho ela logo deduziria o que eu havia preparado e acabaria com a surpresa. Voltei a dirigir enquanto ela resmungava que era desnecessário tapar seus olhos.

            Assim que chegamos sai rapidamente do carro para abrir a porta para ela. Como ela estava com os olhos vendados e um salto extremamente alto decidi levá-la no colo. Enquanto andava até o heliponto ela me perguntava para onde eu a estava levando.

-- Edward Cullen o que você está aprontando? – Perguntou Bella quando pode ouvir o barulho das hélices do helicóptero que nos esperava.

-- Shh calma. Tudo ao seu tempo. Não estrague a surpresa. – Disse impedindo-a de tirar a venda.

-- É difícil ter calma quando a gente não vê onde está indo. – Ela disse emburrada enquanto eu a acomodava no banco e a prendia com o cinto de segurança. Quando o helicóptero começou a decolar Bella começou a se remexer apavorada. – Tá legal, eu não gosto disso. Não gosto nada disso, ainda mais quando eu não posso ver.

-- Ei, eu estou do seu lado. Já estamos quase chegando.

Em poucos minutos chegamos ao nosso destino. Agradeci ao piloto - teria que agradecer e muito aos Volturi depois - e depois sai do veiculo, e peguei Bella novamente no colo. Ela se contorceu tentando descer dos meus braços dizendo que podia perfeitamente andar sozinha.

Andei mais um pouco pelo porto de Long Beach, até achar o que eu queria. Quando chegamos coloquei Bella no chão.

-- Está preparada, para ver sua surpresa? – Perguntei me postando atrás de seu corpo.

-- Sim. – Ela disse com firmeza e então tirei sua venda. Bella olhou embasbacada para o enorme barco a sua frente.

Ela o analisou atentamente e arregalou os olhos quando leu o que estava escrito na lateral do barco.

-- Você batizou o barco com meu nome? – Perguntou emocionada.

-- Eu dei seu nome a ele, mas ainda não o batizei quer fazer as honras? – Disse dando a ela uma garrafa de champanhe que havia levado.

E depois que barco estava devidamente batizado, entramos. Eu já o havia visto, mas não deixei de me maravilhar com seu interior aconchegante e espaçoso. Bella olhava tudo atentamente sem dizer uma palavra.

-- Tá essa foi uma surpresa e tanto.

-- Gostou? – Perguntei a abraçando por trás ela soltou um “aham” fraquinho. – Que bom porque esse barco é seu.

Ela virou-se para me olhar com os olhos arregalados.

-- Na verdade é nosso. É um bom lugar para fugirmos quando quisermos ficar sozinhos. Não acha?

-- Sim, é uma ótima idéia. E adorei o presente de verdade. Eu teria me contentado com um cartão. E eu nem comprei nada para você.

Ela corou e eu a abracei mais apertado.

-- Não precisa você já é o meu presente. Sabe disso não sabe?

-- Claro. Onde estamos? – Perguntou ela olhando para fora. – Com certeza não estamos em Forks.

-- Não estamos em Long Beach. – Ela sorriu. – Não havia lugar melhor para comemorarmos do que o lugar onde tudo começou não acha?

-- Sim é perfeito.

Queria ficar a minha vida inteira abraçado a ela, mas eu tinha um cronograma a seguir e Alice me mataria se eu não fizesse o que ela havia programado. Embora ela tenha prometido que não iria espiar.

Levei Bella até a sala de jantar do iate onde havia uma mesa posta com comida italiana champanhe e vinho.

Afastei a cadeira para que Bella se sentasse e lhe ofereci uma taça de champanhe ela me olhou com a sobrancelha erguida.

-- Acho que apenas uma taça não vá fazer mal. – Disse e peguei uma para mim. Brindamos encostando uma taça na outra e observei Bella beber o liquido espumante. Ela fez uma careta.

-- Faz coceguinhas no nariz. – Comentou rindo, porem terminou de tomar o champanhe. Ela ficou olhando para a taça dela e depois olhou para que estava em minha mão ainda intacta. – Você está tentando me embebedar Edward Cullen? – Perguntou estreitando os olhos.

Eu tentando embebedá-la?

-- Claro que não Bella, você sabe que jamais faria isso com você. Essas bebidas nem ao menos eram para estar aqui, mas já que estão não achei que faria mal uma taça. – Respondi com toda sinceridade. Ela me olhou por um tempo, desconfiada e depois começou a rir.

Será que já estava fazendo efeito? Ela nunca havia bebido então provavelmente sim.

-- Sua cara foi hilária. – Disse ela tomando o resto da bebida. – Eu estava só brincando. – Ela deu um sorriso lindo e meigo, e eu claro amoleci na hora.

-- Tudo bem chega de brincadeira. Que tal jantarmos logo? Alias você jantar. – Ela apenas assentiu.

Servi um pouco de Capelete em um prato. Quando eu ia levar o garfo a boca dela, Bella me parou.

-- Ei eu posso comer sozinha. Você tem que parar de me mimar. Já que não posso fazer o mesmo.

Eu suspirei

-- Eu gosto de te mimar. E depois você me retribui. – Dei o sorriso torto que ela tanto amava. Bella me retribuiu com um sorrisinho angelical e malicioso e abriu a boca para que eu pudesse alimentá-la.

-- Isso está bom. – Disse enquanto engolia a segunda porção que havia colocada em sua boca. – Mas eu estou sede.

E agora a coisa complica. Alice e Aro só haviam colocado vinho e champanhe para ela beber. Eu teria que ver se havia algum suco ou refrigerante perdido na geladeira.

-- Espera só um pouquinho eu vou ver se tem suco ou refrigerante na geladeira. – Já ia levantando, mas ela me impediu.

-- Ah, não precisa eu bebo vinho ou champanhe mesmo.

-- Até parece que vou deixar você ingerir alguma bebida alcoólica Bella.

-- Eu já fiz isso e foi você que me ofereceu. – Ela jogou na minha cara.

Tudo bem. Eu mereci essa. E o pior de tudo é que ela estava coberta de razão.

Sem esperar por minha resposta Bella pegou uma taça e encheu de vinho ignorando meu olhar repreensivo. Fazer o que ela praticamente manda em minha vida, não poderia dizer nada. Só não queria nem pensar no que aconteceria se ela bebesse um pouco alem da conta.

O jantar transcorreu lentamente cheio de caricias, beijos com gosto de vinho e uma Bella risonha contadora de piadas que eu nunca tinha conhecido. Ela estava bem alegrinha, e isso porque eu a deixei tomar apenas duas taças de vinho, mas misturada com a de champanhe que ela havia tomado antes do jantar... Mas até agora o único afeito foi ela ficar rindo e achando graça de tudo.

Depois de terminado o jantar, fui até a cozinha buscar a sobremesa: fondue de chocolate. Peguei os richauds que continham os chocolates: branco e preto e as frutas. Bella gostava muito de morango então peguei bastante.

Quando cheguei à sala quase tive um infarto, Bella havia bebido todo o vinho das duas garrafas e estava meio “alta” ela olhou para mim sorrindo e me chamou com o dedo. Coloquei a sobremesa sobre a mesa e fui até ela.

-- O que foi? – Perguntei enquanto ela me puxava para o meio da sala e enlaçava.

-- Eu quero dançar. – Ela disse rindo. É realmente ela não está bem.

-- Não vai querer a sobremesa, primeiro?

-- Não. Só uma dancinha Edwaaard. Depois eu quero a sobremesa. – Pediu piscando os olhinhos.

Afastei-me um pouco dela para pegar o controle e ligar o radio. Voltei para ela enlaçando sua cintura. Bella encostou a cabeça em meu peito enquanto nos movíamos no ritmo da musica.

http://youtu.be/-LXl4y6D-QI

-- Adoro Claire De Lune.  – Comentou com a voz arrastada por causa do excesso de vinho e champanhe.  – Sempre me lembro de você. – Ela levantou a cabeça e se esticou para poder me beijar nos lábios. Segurei sua cintura com firmeza e a levantei para que ela não precisasse ficar se esticando toda.

Beijamos-nos por um bom tempo, até Bella precisar respirar. Quando nos afastamos ela sorriu e pediu pela sobremesa. Como no jantar eu coloquei a sobremesa em sua boca.

-- Ai, eu não agüento mais comer fondue, mas também não consigo parar. – Disse Bella pegando mais um morango coberto de chocolate e branco. Parecia que o feito do vinho estava passando. – Você ainda vai me amar se eu ficar gorda de tanto comer morango com chocolate? – Perguntou com a boca cheia. Não o efeito do álcool não passou a Bella que eu conheço jamais falaria de boca cheia e teria um troço se percebesse a situação que estava seu rosto.

-- Claro que sim. Porem você não vai engordar, toda a sua família é magra... – Tentei explicar para ela, mas fui interrompido porque ela havia pulado no meu colo e colado seus lábios nos meus. E claro me sujado de chocolate.

Bella disse que não queria mais fondue então levei tudo de volta para a cozinha, e aproveitaria para pegar um pano úmido porque ela tinha calda de chocolate até no cabelo. Quando voltei quase tive meu segundo quase infarto.

Bella estava no meio da sala bebendo o resto do champanhe direto da garrafa e dançando “Bad Romance”. Era incrível o que o álcool fazia com as pessoas.

Eu já tinha visto Bella dançar, mas não daquele jeito tão entregue... Tão desinibida. Ela tinha soltado o cabelo, estava descalça e o vestido tinha levantado um pouco. Era até engraçado vê-la tropeçando quando queria fazer uma pirueta. Ela balançava a cabeça jogando os cabelos para todos os lados, rebolava até o chão – fazendo o vestido que já era curto subir mais ainda – enquanto cantava.

--“I want your love and
I want your revenge
You and me could write a bad romance
(Oh-oh-oh--oh-oooh!)
I want your love and
All your lover's revenge
You and me could write a bad romance

Oh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh!
Caught in a bad romance
Oh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh!
Caught in a bad romance”

Quando a musica acabou ela se jogou no meu colo. A levei para o sofá para limpar o seu rosto. Eu não tinha limpado nem a metade quando começou Disturbia da Rihanna, eu achei que Bella ia estar cansada e com sono, mas assim que a musica começou ela soltou um gritinho digno de Alice Cullen e levantou cantando. E como se não fosse bastante Bella me puxou para dançar com ela.

E o que eu fiz?

Eu dancei claro. Aquela mulher manda na minha vida, não negaria nada a ela. Eu só esperava que Alice realmente não estivesse vendo para que depois não me ameaçasse dizendo que contaria para Jasper e Emmett caso eu não fizesse o que ela quisesse.

-- Ah, preciso ir ao banheiro! – Bella disse de olhos arregalados e saiu correndo me deixando na sala com cara de taxo.

Desliguei o radio e sentei-me no sofá. Até que dançar esses ritmos do século XXI não era tão ruim. Claro tinha algumas letras que eram terríveis, mas se ignorasse e seguisse a batida ficava até que agradável. Minutos depois Bella apareceu sorrindo sensualmente. Ela veio até mim meio que dançando e rebolando, de uma forma provocativa e sensual.

Nota mental: NUNCA mais deixar Bella beber nenhum tipo de bebida alcoólica.

Ela se sentou no meu colo abraçando meu pescoço com força. Beijei seus lábios enquanto Bella pegava minha mão livre a colocando em sua coxa e empurrando para dentro do vestido. Fiz o que ela queria e arregalei os olhos quando senti algo, ou melhor, a falta de algo.

Liberei seus lábios para poder falar:

-- Bella você está sem calcinha? – Eu estava chocado. Mentira. Eu estava super feliz e meu lado pervertido muito orgulhoso com o lado pervertido da minha bonequinha de porcelana. E ainda ficava falando que eu deveria embebedar Bella mais vezes.

Segunda nota mental: ESQUECER a idéia de nunca mais deixar Bella chegar perto de bebidas alcoólicas.

Meu lado extremamente pervertido me dominou por completo mandando meu bom senso as favas. Continuei com a mão entre as pernas de Bella estimulando sua feminilidade e deitei seu corpo e o cobri com o meu.

 Beijei todo seu rosto até chegar ao pescoço, me demorando no local, e depois desci para o seu busto. Puxei o vestido para baixo – que para minha alegria era tomara que caia – liberando seus lindos seios. Sem nenhuma cerimônia abocanhei um dos seus seios. Bella gemeu quando minha língua entrou em contato com seu mamilo quente, fiquei brincando com minha língua em seus seios, enquanto eu a estimulava com meu polegar e a penetrava com um dedo.

-- Edward... – Bella gemeu baixinho, com sua voz pastosa.

Ela começou a mexer o quadril no ritmo do meu dedo, e logo em seguida a penetrei com o segundo dedo. Bella ofegou novamente e chamou meu nome novamente:

-- Edward...

-- Shi. Só mais um pouquinho, amor já, já te dou o que você quer. – Falei em seu ouvido e voltei a sugar seus seios.

Ela disse meu nome mais uma vez, mas julguei ser por causa do prazer que estava sentindo. Eu sabia que ela precisava de mim, mas queria terminar o que estava fazendo ela iria me agradecer depois.

-- Edward... – Ela chamou de novo. – Edward é sério, eu não estou me sentindo bem. – Disse com dificuldade.

Parei na hora que estava fazendo. A simples menção de que Bella não estava bem me fez voltar à realidade. Afastei-me dando espaço a ela e olhei em seu rosto Bella realmente não estava bem.

Ela se sentou depressa e se inclinou para sair do sofá, porem não foi rápida o bastante; Bella vomitou ruidosamente no tapete da sala do iate. Nunca agradeci tanto por ser um vampiro. Porque juro que teria vomitado junto com ela caso fosse humano e visse tudo o que ela havia comido e bebido no tapete da sala.

Bella levantou a cabeça e me olhou envergonhada. Tirei a minha camisa e limpei sua boca. E ela baixou a cabeça de novo.

-- Ei. Não precisa ficar assim. Acontece com todo mundo. Eu ainda me lembro do meu primeiro porre. E olha não foi nada legal. – Disse colocando a mão sob seu queixo fazendo-a olhar para mim. – Vem vou cuidar de você.

A peguei no colo – por sorte o vestido dela não sujou - e levei para a cozinha, tinha que fazê-la beber o máximo de água possível para ajudá-la a por tudo para fora. Coloquei-a em uma cadeira e peguei uma jarra de água gelada e um copo grande e a fiz beber tudo.

-- Não agüento mais beber água. – Disse empurrando o copo pela metade.

-- Só mais um pouco. – Empurrei de volta. Ela bebeu o resto da água e depois coloquei mais.

Olhei para ela, que fez careta estranha e eu soube que ela colocaria mais coisas para fora. Peguei-a no colo novamente e disparei para o banheiro. Ela se debruçou sobre a privada e voltou a vomitar ruidosamente. Depois de algum tempo colocando tudo para fora – de novo – a ajudei levantar e tirei seu vestido. Ela precisaria de um banho frio para melhorar de vez.

Quando a coloquei na ducha fria ela gritou e soltou um palavrão, que eu nunca imaginei que ela fosse capaz de dizer. E enquanto ela tomava banho fui até a cozinha pegar uma aspirina e outro copo de água. Ao que parecia Alice tinha previsto tudo até a bebedeira de Bella.

Voltei ao banheiro e Bella estava sentada no chão do Box encolhida por causa da água fria. Peguei duas toalhas e a tirei de lá. Ela pelo menos parecia estar melhor apesar de estar com frio. Tirei a toalha e a enrolei em um roupão felpudo e macio. E agradeci novamente por Alice e Aro ter equipado o iate com tudo o que uma pessoa pudesse precisar. A levei para o quarto que era todo branco e dourado e a fiz sentar na cama. E enquanto eu secava seu cabelo com uma toalha ela tomava a aspirina. Quando seu cabelo já estava quase seco a deitei na cama para que ela pudesse dormir, e quando ela dormisse, eu iria limpar a bagunça da sala. Porem quando sai de perto dela ouço soluços. Disparei para perto dela novamente e saber o que havia de errado.

-- Ei o que foi? Por que está chorando? – Perguntei confuso. – Não estou bravo com você amor como eu disse...

Não terminei minha frase porque logo seu choro se intensificou. Deitei-me ao seu lado e a puxei para meu peito. Bella se agarrou em mim como se fosse sua taboa da salvação e continuou chorando e murmurava pedidos de desculpas. Afaguei seu cabelo para que ela se acalmasse, mas parecia que isso não estava adiantando.

É seria uma longa noite.