Dois Mundos, Duas Vidas escrita por Giis


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Olá estrelinhas. Como vocês estão pessoas que eu amo.

Como vão?

Espero que bem, porque eu estava ansiosérrimissima ( nao sei se existe essa palavra, para falar com vocês) para postar para vocês. Hoje o capitulo ta literalmente pegando fogo. Ui.

Temos ponto de Vista do Harry, da Sue, da Claire e um pouquinho só da Bella. Desculpe por nao ter Ed, mas compenso semana que vem.

Muitos Robeijoss

Amo vcs.

Sorry a demora, mas ontem o site não estava funcionando



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POV HARRY CLEARWATER

Ouvir aquelas palavras, vindas da boca de minha própria filha, foi como se meu coração tivesse sido partido ao meio. Como se ele tivesse sido perfurado com um ferro em brasas.

Doía-me vê-la ser abraçada e amparada por outro homem. Tratar, amor e respeitá-lo como pai, enquanto eu só recebia seu ódio e desprezo.

Tive uma imensa vontade de ir até aquela garota mimada e dar-lhe uma boa surra para aprender a me respeitar. Mas eu não poderia fazer isso, não tinha o direito de fazê-lo. Não poderia culpá-la por não gostar de mim, final de contas até há algumas semanas eu nem sabia como ela era, nem ao menos sabia que nome Sue havia lhe dado. Porem alguém tinha culpa.

Quem eu deveria culpar?

Culparia Sue sempre tão doce e dedicada enquanto fora casada comigo? Que segundo Billy ela sofreu durante três meses, esperando minha volta com alguma explicação que ela perdoaria, e ao invés disso recebeu os documentos do pedido de divorcio. A mulher que eu havia deixado sem nada, cuja única coisa que sobrou de mim foi a filha. Não. Nunca poderia culpá-la. Ela era uma vitima também.

Culparia Arthur que sempre fora meu amigo? Deveria culpá-lo, por ter casado com Sue, criado minha filha como se fosse dele? Não. Eu também não poderia culpá-lo. Ele quem estendeu a mão à Sue, que a apoiou. Sempre esteve ao lado de Leah em todos os momentos da vida dela. Pelo que eu pude perceber, tanto ela quanto Sue eram tratadas como rainhas. Por isso eu não poderia culpá-lo nunca, eu tinha que ser eternamente grato a ele.

Tinha que reconhecer que o grande culpado era eu, mas eu não tinha que carregar toda essa culpa sozinho. Então eu a vi. A mulher que me fez cometer todos os erros  que cometi, me seduziu, me chantageou e ameaçou, fazendo com que eu abandonasse minha esposa em trabalho de parto. A mulher que disse que esperava um filho meu, para fazer-me fugir com ela, e  depois fugiu com outro roubando todo o meu dinheiro, que eu havia tirado da minha filha e da minha esposa. Eu a reconheci imediatamente. Mesmo ela tendo envelhecido um pouco. Mas sei que a teria reconhecido, mesmo que tivesse se passado 50 anos. Ela continuava com o mesmo jeito de vadia apesar de tentar se passar por uma dama. Agora tinha outro idiota para ela explorar. Faria ele lhe dar jóias, carros, roupas caras e em troca receberia chifres, e depois o roubaria e fugiria com um outro qualquer.

Ela era a verdadeira culpada. E ela teria que pagar. Agora era a hora da vingança. Depois de 17 anos procurando-a sem descanso, não poderia desperdiçar minha chance.

Nem tinha percebido que eu já estava indo em direção a vagabunda. Ela olhava-me assustada, e eu estava ver o pavor em seus olhos. Parei ao lado de sua cadeira, que estava entre duas garotas - uma loira e uma morena -, não as reconheci.

Sem nenhum aviso dei-lhe um soco na boca, fazendo-a sangrar. Ela gritou. Ouvi mais dois gritos, mas não me dei ao trabalho de ver de quem eram, porque me concentrava em acertar outro soco na boca dela. Tive o prazer de vê-la sangrar, mas ainda era pouco. A peguei pelo cabelo com uma mão e com a outra comecei a esbofeteá-la na face. Nem percebi a confusão ao nosso redor. Eu só queria provocar à ela muita dor. Por mais que tentassem não conseguiam desgrudar-me da vadia. Mas era pouco, eu ainda não estava satisfeito. Comecei a apertar o pescoço com as duas mãos.

Ela me arranhava e me batia. Inútil. Nada me faria parar. Eu só pararia quando o coração pútrido dela parasse de bater.

Havia muita gritaria, porem eu não pararia agora, ela já estava ficando sem ar. Ótimo. Em poucos minutos estaria tudo acabado. O mundo não precisava de um lixo toxico como ela.

 Eu sentia as pessoas tentando afastar-me dela, só que não tinham sucesso. Até que senti mãos abrasadoras e fortes segurar-me com tamanha força que eu não conseguia resistir, fui afrouxando aos poucos as mãos do pescoço da vagabunda. Mas eu não queria soltar. Eu tinha que eliminá-la.

Usei toda a minha força para me soltar, de quem estava me segurando, mas a pessoa voltou a apertar meu braço com mais força, e novamente tentei me livrar. Na ultima tentativa, meu braço se soltou dos da pessoa e acabou acertando com força o rosto da menina de cabelos escuros. A pancada foi tão forte que a garota caiu no chão.

Ouve outra gritaria para socorrer a garota.

-- Já chega Harry! - Ouvi a voz do velho Quil. - Paul, ajude Jacob a levá-lo para o carro.

Deixei que me levassem enquanto saiamos pude ver o babaca que vive com ela, correr para socorrê-la. Jake e Paul me guiaram até o carro e ficaram esperando do lado de fora enquanto Quil não vinha. Enquanto esperávamos, pude ver uma figura baixa e esguia se aproximar. Levei um susto ao constatar que a mulher elegante era Sue.

Ela estava tão diferente da Sue com quem me casei. Agora ela vestia vestidos de seda, saltos, jóias caras e se maquiava. Estava mais bonita do que quando era mais nova.

Sue aproximou-se dos garotos e falou algo, eles assentiram e se retiraram. Ela entrou no carro sentando-se ao meu lado.

-- O que foi aquilo Harry? - Sua voz não tinha censura, nem raiva, só uma profunda tristeza.

-- Ela tinha que pagar por tudo o que fez a você e a Leah.

-- Ela fez? - Perguntou cética. - Você tem tanta culpa quanto ela Harry. Os dois erraram.

-- Eu só fui embora, porque ela me obrigou, chantageou, disse que faria um escândalo. Que estava esperando um filho meu...

Nessa hora Sue gargalhou, mas não foi de humor. Foi de ironia.

-- Eu não sei se sinto pena ou raiva de você, Harry. - Disse seca. - Ninguém faz nada obrigado, muito menos em caso como esse. Eu também estava grávida, na verdade eu já estava em trabalho de parto e nem por isso você preferiu a mim e sua filha. Se realmente se importasse com a gente não teria cedido à chantagem alguma. Ela fez a mesma coisa com David Simpson e olha que ela estava grávida de verdade, mas ele não cedeu às chantagens dela, só assumiu a criança.

Ela olhou para baixa seus olhos enchendo de lagrimas, tive vontade de consolá-la. Mas achei que seria pior se o fizesse.

-- Por que voltou Harry? - Ela perguntou depois de alguns minutos de silencio.

-- Eu só queria reparar meu erro, achei que...

-- Que você voltaria e eu estaria te esperando de braços abertos, como se nada tivesse acontecido? - Ela me interrompeu. - Eu fiz isso por três meses Harry. Mas eu tinha uma filha pequena, tinha que pensar nela.

-- Então seu casamento com Arthur...

-- Não me casei por interesse, se é o que iria dizer.

-- Ah, não?

-- Não. - Falou com firmeza. Não tinha como duvidar dela. - Logo quando comecei a sentir a dores do parto e fui levada ao hospital, tentaram entrar em contato com você de todas as maneiras. Eu nem fazia idéia que você já tinha ido embora. - Ela suspirou. - Bem. Como não te acharam nem em casa, nem na empresa. Pedi para ligarem para o Billy, tinha esperança que você estivesse com ele. Billy foi imediatamente para o hospital, junto com o Arty, Charlie e Renée que estavam na casa dele na hora.

“ Billy e Charlie foram atrás de você, mas Arty ficou enquanto eu dava à luz. Foi ele quem a segurou, e se apaixonou por ela, assim que a pegou nos braços. Depois que voltei para casa fiquei sabendo que você tinha ido embora com Claire. Não me contaram toda a verdade, nem os detalhes, na época eu estava muito frágil. Ainda não acreditava que você realmente havia me deixado. Quer dizer, eu desconfiava que vocês dois tivessem algo, mas nunca achei que fossem capazes de fugirem para ficarem juntos. Não imaginava que você me deixaria.”

Fechei os olhos me odiando, por ter ido embora. Por tê-la deixa em um momento tão importante, para ter fugido com a vagabunda.

-- E depois?

-- Depois eu te esperei por três meses e meio. Eu não comia, não dormia só esperando você entrar pela porta de casa dizendo que estava arrependido. Arty, Charlie, Renée e o Sr. e Sra. Swan sempre iam nos visitar, ver como estávamos e mimar um pouco a Leah, eles eram loucos por ela, principalmente Arty. Mas eu ainda tinha esperança que você voltasse. Então recebi os documentos de pedido de divórcio, foi quando eu despertei e percebi que você não voltaria.

“ Voltar a realidade foi a parte mais difícil. Eu não tinha parentes por perto, nunca havia trabalhado, estava sem dinheiro e ainda tinha uma filha pequena, que nem ao menos havia registrado. Então Arty se propôs a dar o nome dele à ela e uma pensão. Mas foi só depois de alguns meses que nos casamos. Nesse época Claire já havia voltado e tinha engravidado de David Simpson, a mulher dele soube e fez um escândalo, ela teve que sair da cidade, foi morar com Charlie e Renée no Arizona.”

Ficamos em silencio por um tempo.

-- Vocês vão sempre me odiar não é mesmo?

-- Eu não te odeio Harry, não mesmo. Nem mesmo odeio Claire, apesar de tudo. Eu já perdoei vocês de  coração. Apesar de tudo o que sofri, se isso não tivesse acontecido, jamais teria descoberto o homem maravilhoso que Arty é, nem teria tido meu Seth. Mas com Leah vai ser meio complicado. Ela tem um gênio muito forte, e não é bom ela estar passando nervoso no estado dela.

Que absurdo, a menina ainda nem tinha completado 17 anos e já estava grávida e noiva. E todos achavam isso tudo lindo.

-- Você é feliz?

-- Sim, muito. - Ela olhou para mim, e recomeçou a falar. - Harry eu quero te pedir um favor. - Assenti. - Por favor, não force a barra com Leah, nem sua presença. Não tente se intrometer na vida dela, nem bancar o pai super protetor, que você sabe que não é. - Isso doeu no fundo da minha alma. - Deixa as coisas fluir. Tudo tem seu tempo.

-- Tudo bem. Mais alguma coisa? - Perguntei carrancudo. Que idéia é essa? Querer-me longe da minha filha. Absurdo.

Sue olhou para fora, onde estava parada uma figura alta, que logo reconheci. Era Arthur meu ex melhor amigo, e agora marido da minha ex- esposa. E o pior pai da minha filha.

-- Não é só. Eu vou indo. Cuide-se Harry. - Disse e saiu do carro.

A segui com o olhar. Sue foi ao encontro de Arthur, os dois se abraçaram e foram rumo a casa de mãos dadas. Felizes. Parecia um casal de namorados.

Eu não sabia  o porquê, mas senti muita raiva naquele momento. Era como se eu quisesse estar no lugar dele. Ser amado e respeitado por Sue e Leah. Reconheci imediatamente o significado. Eu estava com ciúmes, e muita inveja da felicidade deles. Repreendi-me imediatamente. Afinal de contas eu era o responsável pelo o que estava passando.

Bella

Não estava com um pingo de vontade de acordar, mas eu sentia incomodo demais para continuar dormindo. Meu rosto ardia e latejava - resultado da pancada de ontem. Porem não era só essa dor que me incomodava. Eu reconhecia essa dorzinha chata em meu ventre. Uma dorzinha chara que aprendi a conviver desde quando tive minha primeira menstruação há quase dois anos atrás. Eu estava com cólicas  - que aumentava a cada segundo - isso significava uma coisa, e eu não queria nem pensar, já que namorava um vampiro.

Abri os olhos e olhei ao meu redor. Tomei um susto ao constatar que não estava no meu quarto. Provavelmente eu estava na casa de tio Arty.

Ao me mover na cama percebi que havia mais alguém comigo ali. Olhei para a figura adormecida de Britanny. Levantei-me rapidamente. Um erro. Minha cólica aumentou mais ainda, minha cabeça doeu, senti vertigem e cai no chão com um baque, graças ao meu equilíbrio maravilhoso - do que adianta anos de balé? O barulho acabou despertou Britanny que levantou assustada.

Descemos para sala, algum depois - quer dizer depois dela se acabar de rir da minha cara. Como havia suspeitado estava na casa de tio Arty. Ouvimos vozes vindas da cozinha e fomos para lá, onde Sue e nosso tio tomavam café.

Sue foi pegar algo em cima da bancada e acenou para eu ir até ela. Enquanto Britanny era abraçado por tio Arty. Fui até Sue e ela colocou uma compressa de ervas em meu rosto, me prevenindo que a dor desapareceria em poucos minutos e preveniria hematomas. O que era ótimo já que eu era extremamente branca.

-- Sabe eu tenho vontade de socar Harry. - Disse meu tio olhando para Sue que me ajudava a me sentar com a compressa no rosto. - Não que Claire não seja culpada de alguma coisa, mas ele poderia ter resolvido tudo conversando não acha? Eu fiquei horrorizado com a atitude dele, ainda mais na frente das crianças. - Ele deu um suspiro. - Ele quase matou minha irmã, acabou com a festa da nossa filha e acertou o rosto de Bella que não tinha nada a ver com a historia.

Ele sorveu alguns goles de café e depois olhou para mim, como se também estivesse sentindo a mesma dor que eu.

-- Bella, meu bem. Que diabos você estava fazendo tão perto da confusão? - Perguntou ele ainda com aquela cara de dor.

-- Uhm... Eu não sei bem. Não consegui me mover. Fiquei em choque eu acho. Na verdade eu nem senti a pancada. - E era a mais pura verdade, eu não senti quando fui nocauteada, nem sei quem me levou para o quarto. Quando voltei a minha consciência já era hora de acordar.

-- Eu sei como é - disse Britanny fungando. Seus olhos verdes ficaram marejados - eu também não consegui me mexer. É horrível presenciar alguém, que você nunca viu na vida, espancando e depois tentando matar sua mãe. Eu sei que ela nunca foi santa, e o que ela fez a Sue foi horrível, mas ela já pagou por tudo, e ainda está pagando pelos erros que cometeu. Já basta o que Renée falou naquele dia. Não há castigo pior que o remorso. Do que sua consciência martelando todos os dias, lembrando tudo o que  você fez de errado.

Dei graças por meu rosto estar tampado com a compressa, porque eu estava boquiaberta. Desde quando Britanny era coerente? Talvez fosse por isso, que ela desistiu de tentar me ferrar e me afastar de Edward. Ela percebeu que estava ficando igual a mãe. E não queria ter o mesmo sofrimento de minha tia.

-- Oh, minha querida - disse tio Arty abraçando-a, enquanto ela soluçava - não fique assim. Já passou. Vai ficar tudo bem.

Ela soluçou por mais alguns minutos. Depois que Britanny tomou café, foi para casa se arrumar e pegar o carro para ir à escola. Eu por outro lado não estava tão bem assim. Mas Britanny prometeu me passar todas as matérias que eu perderia. Sempre odiei perder aula, seja qual fosse o motivo, mas nas minhas condições era melhor ficar em casa.

-- Bella tem certeza que está bem? - Perguntou meu tio mais uma vez.

-- Sim, minha cólica ta doendo mais que meu rosto. - Respondi sem jeito.

-- Tudo bem Arty pode ir, eu cuido dela. - Eles se despediram na porta. E depois Sue ainda o acompanhou até o carro. Era tão romântico.

-- Bem, Bella. - Disse Sue assim que voltou. - Vou te dar um chá e você pode voltar a dormir no quarto de Leah, quando acordar vai estar nova em folha. Enquanto isso, irei cuidar de Claire.

Fiquei-me perguntando se a bondade de Sue não tinha tamanho. Ela perdoou e recebeu a mulher que roubou-lhe o marido enquanto dava à luz a filha, assim como o havia perdoado também. E agora estava indo cuidar da mesma mulher.

Sue me acompanhou até o quarto de Leah, ela me deu o chá que bebi em um gole só, porque era mais que amargo. Sue riu da minha careta e depois se retirou levando a xícara. Levei apenas alguns instantes para apagar, só o tempo de me deitar e me cobrir.

POV Sue Swan

Já fazia algum tempo que tinha deixado no quarto. Provavelmente ela estaria dormindo, por causa do efeito do chá que lhe dei, mas pelo menos ela não sentiria mais dor quando acordasse.

Fui para a cozinha começar os preparativos para o almoço, como havia dado folga à empregada tive que iniciar tudo mais cedo. Subi mais uma vez até o quarto de Leah e coloquei outra compressa de ervas no rosto de Bella. Olhei mais uma vez para seu rosto adormecido e sorri, ela parecia um bebe enquanto dormia. Tão parecida com Charlie e Arty. Lembro-me de quando ela era novinha, costumávamos levar as três garotas para passear. E Arty dizia que eram todas dele - de certa forma eram.

Enquanto a observava dormir, fiquei imaginando por todo o sofrimento que essa criança  deve ter passado. Perdeu o pai cedo, teve que conviver com uma mãe negligente e um padrasto pedófilo e aproveitador. E como se isso não fosse o bastante foi expulsa de casa pela mãe maluca depois de ser quase violentada pelo crápula do marido da própria. E agora tem que lidar com uma capaz de fazer qualquer coisa para prejudicá-la e ficar com o namorado dela, que é um vampiro, mas acho que esse fato é o menos preocupante.

Era engraçado como minha historia era parecida com a dela e a de Leah pelo menos em uma parte. Enquanto Bella e Leah têm que conviver com primas invejosas, que a todo custo tentam puxar o tapete delas. Pelo menos os namorados delas as amam o suficiente para não se deixarem levar, apesar de Sam ser extremamente ingênuo e não ver as reais intenções de Emily. Edward é um leitor de mentes pelo menos, e mesmo que não fosse os vampiros tem um detector natural de mentiras.

Era estranho ouvir todas as historias sobre vampiros quando criança, e agora uma de minhas sobrinhas namora  um e eu nem me abalo.

Suspiro.

Voltando as historias de minha filha e minhas sobrinhas, quase parecida com a minha. A diferença é que Emily e Britanny, não agiam com cautela, na verdade elas fazem as coisas nas vistas então fica fácil para as vitimas ficarem com o pé atrás. Claire não, ela planejava tudo, se fazia de amiga próxima, enquanto dava o bote. Como desconfiar de alguém que você praticamente cresceu junto, cujos irmãos eram seus melhores amigos?

Apesar de prometer a mim mesma esquecer tudo e perdoar, eu tinha todos os detalhes em minha mente.

Flash Back

“ Fazia mais de quatro anos, que eu saíra de La Push com meus pais e irmãos, para morar na reserva Makah, onde viviam meus avôs. Lá  reencontrei com um amigo de infância: Harry Clearwater. Ele era primo em terceiro grau de um dos meus melhores amigos Billy Black, e apesar de não tê-lo reconhecido de imediato, ele me reconheceu.

Conversávamos muito sobre nossa infância em La Push, sobre Billy que eu considerava com irmão e os gêmeos Swan, duas pestes em forma de garotos que eu odiava, mas com  o tempo aprendi a gostar.

Harry foi embora alguns meses depois de nos conhecer. Mas logo depois Claire a Irma caçula dos gêmeos diabólicos se juntou ao grupo. E apesar de sempre fazermos coisas de garotos não reclamávamos, na verdade até gostava e na maioria das vezes nos saiamos bem melhor que os garotos.

Infelizmente antes de chegar ao colegial tive que abandonar meus amigos indo morar na reserva Makah. Quando estava no penúltimo ano do colegial, Harry e eu nos reencontramos em uma das férias de verão que ele foi passar com a família. Começamos a namorar poucas semanas depois. Ele fazia faculdade de Administração de Empresas na Universidade de Yale. Harry ia me visitar quase todos os finais de semana, todos os feriados e férias.

Quando faltavam só dois anos para ele se formar e poucos meses para eu terminar o colegial ele me pediu em casamento, nos casaríamos assim que ele se formasse, por isso quando terminei o colegial optei para fazer apenas um curso técnico.

Uma semana após a formatura de Harry, foi o nosso casamento. Quase um ano depois voltamos para La Push. Harry havia assumido a administração de uma empresa em Port Angeles, ele tinha um bom salário então pudemos viver com conforto.

Quando chegamos reencontramos nossos velhos amigos, Billy havia se casado e já tinha duas filhas - as gêmeas Rachel e Rebecca. Os gêmeos estavam cursando direito na UCLA, lá Charlie conheceu Renée, estudante de literatura e eles haviam se casado em Las Vegas. Charlie continuava a mesma peste, brincalhão, tirava sarro de todos e um excelente piadista, por outro lado Arty estava mudado, adquirira uma postura mais seria. Não havia se casado, dizia que queria terminar primeiro os estudos, fazer suas especializações, se firmar na carreira de promotor, que era seu sonho. Quem me surpreendeu foi Claire, ela estava completamente diferente, seus cabelos castanhos agora estavam loiros, usava muita maquiagem e batom bem vermelho, saltos e vestidos curtíssimos. Ela havia me abraçado forte e olhado de um jeito estranho para Harry, mas não me importei, talvez ela só estivesse tentando se lembrar dele. Harry também a olhou, como quem examinava. Mas eu não o culpava, todos os homens olhavam para ela daquele jeito, pelas roupas e a maneira que ela andava, quando soube o que havia acontecido a poucos anos depois que fui embora entendi.

Eu não era muito vaidosa, fui criada para seguir a tradição do meu povo. Fui criada para dar valor aos princípios, meus pais eram assim. Por isso, não me importava quando Harry sempre falava que Claire era diferente das mulheres que ele já viu. Claro ele estava acostumado com as mulheres da reserva que foram criadas da mesma maneira do que eu.

Harry mandou fazer uma casa grande e luxuosa para os padrões de casas em La Push, mesmo eu sempre insistindo para ele, que uma casa simples era o suficiente. Claire freqüentava bastante minha casa dizendo que estava com saudades e sempre me perguntava como era minha vida de casada e como conheci Harry. Estava tudo indo tudo muito bem.

Alguns meses depois de estarmos bem estabelecidos em La Push, Harry comentou que precisava de uma secretaria para ajudá-lo, ele não podia ficar abusando muito das outras que já tinham muito trabalho acumulado. Havia comentado o fato com Claire e ela logo se ofereceu para o cargo alegando, que não agüentava mais os pais jogando na cara dela, que ela não fazia nada. Foi quando tudo começou a mudar. Harry agia de maneira estranha comigo, chegava tarde, ou como muitas vezes não chegava. Claire também estava estranha, as vezes quando eu ligava para saber de meu marido ela sempre dizia que ele não poderia atender, porque estava em alguma reunião. Foram pouquíssimas vezes que ele tinha tempo para ficar comigo, e  em uma dessas pouquíssimas vezes concebemos Leah. “

Fechei e abri os olhos duas vezes voltando à realidade. Sai do quarto para deixar Bella dormir mais a vontade. Voltei para a cozinha a fim de preparar um chá e compressas de ervas para por nas feridas de Claire. A pesar de hoje ser completamente diferente da menina que era naquela época, ainda levava muito a serio os costumes de meu povo e guardava todos os ensinamentos, principalmente os de cura. Quando passei pela sala vi uma foto minha e de Leah em cima da lareira. A foto havia sido tirada logo após eu dar à luz a ela. Eu nem fazia idéia que meu marido tinha sumido com a pessoa que considerava minha melhor amiga. Na verdade ele nunca ligou para ela, nem quando estava na barriga.

 Lembrei-me de quando contei a ele sobre a gravidez.

Flash Back

“ Já fazia algum tempo que eu estava me sentindo mal. Para piorar tudo meu marido quase não vinha para casa. Eu não queria pensar no que ele estava fazendo de errado, por mais que as pessoas me alertassem sobre a fama de Claire, que não estava muito boa, eu preferia me fazer de surda. Então passava a maior parte do tempo naquela casa enorme.

Num dia raro de sol em Forks, acordei muito mal. Eu já estava enjoando à dias e minhas regras não desceram, eu não queria ter esperanças, mas os sintomas já estavam mais que confirmatórios. Para conforto de consciência fui ao medico e fiz o exame, que deu positivo. Fiquei exuberante. Comprei flores e enfeitei toda a casa fiz um jantar maravilhoso, aproveitando que Harry voltaria para casa. Estaria tudo pronto para dar a ele a melhor noticia de nossas vidas.

Estávamos comendo a sobremesa que eu fiz. Harry havia elogiado muito o jantar, dizendo que não tinha muitas mulheres como eu no mundo. Agora era a hora da verdade. Olhei para ele sorrindo e ele retribuiu.

-- Harry adivinha só? - Comecei contente.

-- O que há? Por que está tão radiante assim? - Perguntou ele meio indiferente, mas não deixei que seu estresse abalasse minha felicidade.

-- Hoje fui ao médico - ele me olhava com cautela - fiz alguns exames. E descobri que estou grávida não é ótimo. - Achei que iria sair pulando, mas sua cara de indiferença foi a pior coisa.

-- Grávida? Grávida Sue? - Ele parecia transtornado, e incrédulo. - Sabe que não é uma hora boa para ter filhos.

-- Como assim não é uma hora boa Harry? - Perguntei chocada. - Você está mais do que firme na empresa ela é praticamente sua, temos uma renda boa, uma casa enorme. É claro que é uma hora boa. Achei que queria ter filhos.

-- Sue, não vou discutir com você. - Foi só o que ele me disse.

Depois desse dia as coisas esfriaram totalmente. Billy e os outros ficaram super feliz, mas achei ter visto uma pouco de aversão da parte de Claire. Passei praticamente minha gestação sozinha. Harry sempre chegava tarde de mais ou como agora na maioria das vezes fazia sumia. O engraçado que Claire também sumia. Quem sempre me acompanhava era Janet a esposa de Billy ou a Sra. Swan, às vezes eu notava nela um olhar de pena e compaixão. E assim foi até à hora do parto. Nesse dia Harry tinha ido para casa ele estava estranho, foi a primeira vez que ele perguntou sobre o bebê. Achei estranho porque ele nem ligou quando falei que seria uma menina.

Ele saiu para a empresa dizendo que voltaria para conversarmos. Algumas horas depois comecei a sentir dor. Fui levada ao hospital pela esposa do Sr.  Ateara. E quando cheguei ao hospital pedi que ligassem para meu marido na empresa, mas não o acharam lá, nem em casa, nem no banco onde ele costumava fazer transações para a empresa. Enquanto isso as dores aumentavam e não dava mais para esperar. Pedi para que ligassem para o Billy na esperança dele estar lá. Alguns minutos depois Billy apareceu com Arty, Charlie e a esposa.

Billy e Charlie foram procurar Harry, Arty ficou comigo na sala de parto enquanto Renée tentava desesperadamente entrar em contato com alguém da minha família.

Algum tempo depois estava tudo acabado. Leah havia nascido. Vi quando Arty a pegou no colo para entregá-la a mim. Ela era tão lindo cabelos negros e lisos, pele castanhos avermelhada como a minha. Quando voltei para casa dois dias depois, percebi que estavam todos estranhos, me entregaram uma carta de Harry dizendo que tinha ido embora, porque ele não era feliz comigo. Havia mais alguma coisa, mas ninguém ousou me contar. Eu não queria acreditar, gritei com todos e disse que aquilo era pura mentira. Então comecei a vigília durante três meses esperando Harry voltar.

Eu não queria dormir, não queria comer. Às vezes comia algo, só para ter algum nutriente na hora de alimentar minha filha. Nem percebia as pessoas a minha volta. Foi em um desses dias, que eu estava na varanda esperando Ele voltar, quando recebi o documento de pedido de divorcio, fiquei desesperada quando li. Então me contaram o que havia acontecido de verdade e o porquê ele havia me deixado. Alguns dias mais tarde chegaram um oficial de justiça junto com o dono da empresa onde Harry trabalhava, dizendo que ele havia dado um desfalque enorme na empresa. Liguei para o banco onde nós tínhamos uma conta conjunta e lá o gerente me disse que Harry havia pegado todo o dinheiro e fechado a conta. Fui ao chão. Nesse dia percebi que eu tinha uma filha pequena, meu marido havia me deixado sem nada, e para completar veio outro funcionário de um banco dizendo que tomaria minha casa porque havia dividas não paga.

Foi nesse momento que Arty se ofereceu para registrar minha filha com o nome dele, assim ela teria direito de receber uma pensão. Quando a hipoteca da casa foi executada o Sr. e Sra. Swan me levaram para morar com eles, enquanto Arty estudava em Los Angeles. Pensei que eles estavam com remorso pelo que a filha havia feito, mas depois descobri,  eles realmente gostavam de mim e de Leah - o nome que Arty havia escolhido para ela.

Mais três meses se passaram. Arty havia vindo passar um feriado na casa dos pais, foi quando ele se declarou para mim e pediu minha mão em casamento. Os pais deles ficaram frenéticos de alegria, assim como o irmão. Só meus pais não gostaram muito. Mas depois que expliquei a historia de Harry, eles aceitaram.  Nós casaríamos dentro de algumas semanas. Faltando uma semana para o casamento e dois meses para Leah completar um aninho de vida. Claire voltou para a casa dos pais, se dizendo arrependida. Na época eu mal olhava na cara dela, a Sra. Swan não me recriminava por isso, ela sabia a filha que tinha. Depois do casamento eu disse a todos o meu desejo de voltar a estudar. Ela me aconselhou a estudar na UCLA junto com os filhos, mas como não queria me afastar de Leah e nem afastá-la dos avôs. Decidir cursar Relações Publicas e organização de Eventos na Seattle University, Arty pediu transferência para lá também. Dois anos e meio depois que nos casamos e já tínhamos nossa própria casa perto da dos pais deles, tivemos nosso Seth.”

Fiquei olhando para uma foto que tinha Arty, Leah e eu com um barrigão brincando na neve. Eu era feliz agora, apesar de todo o sofrimento que passei, tive meu final feliz com meu príncipe encantado. E até uma fada madrinha sim porque Helena Swan, não foi uma sogra e sim uma fada. Ela me ensinou muitas coisas e me deu muitas dicas. Principalmente de moda e beleza. Muita gente da reserva me criticou pela mudança, mas o importante é o que eu levo comigo em meu coração.

Parei de pensar na vida e subi para o quarto, quanto mais cedo eu colocasse as compressas em Claire mais fácil seria de curar os hematomas.

POV Claire Swan

Eu devia estar pagando por todos os meus pecados. Por tudo que fiz aos meus pais, o que á Sue e Leah, à minha filha e aos meus outros filhos que não deixei nascer. Por todos os erros que cometi e acho que pelos que ainda cometerei.

Meu corpo doía cada centímetro. Aquele filho da mãe desgraçado havia conseguido acabar comigo. Ele era muito petulante de vir aqui e querer reivindicar direito a paternidade que ele sempre renegou. Eu sei que errei, mas pelo menos me redimi, pedi perdão a Sue e a Leah. Paguei por todos os meus erros e provavelmente ainda vou pagar.

Minha cabeça doía tanto que não sabia mais o que era sonho ou realidade. Então as lembranças que sempre tentava manter guardadas vieram a tona.

Flash Back

Fazia algum tempo que Billy havia nos dado a noticia que Sue voltaria para La Push e casada. Eu não acreditava que ela havia se casado. Meus irmãos e a mulher insuportável de Charlie - oh mulher intrometida, falsa e metida a querer agradar a todos, aposto que ela prestava tanto quanto eu - resolveram preparar uma festa de boas vindas. Decidi me arrumar para ir até a reserva.

Quando estávamos a caminho vi muitos olhares cobiçosos, invejosos e reprovadores. As mulheres dessa cidade nojenta me chamavam de devassa. Só por causa das minhas roupas mega curtas e maquiagem forte. Mas eu nem ligava sabia que era tudo ciúmes. No fundo elas queriam ser iguais a mim.

Quando chegamos à casa que Sue moraria com o marido fiquei deslumbrada. Era uma casa linda, luxuosa demais para os padrões de La Push. Fui apresentada ao marido. Claro como todo homem ele me deu uma secada daquelas. Ele também não era mal. Muito bonito por sinal. Sue me contou sobre o trabalho dele. Ao que parecia seria responsável por administrar uma empresa em Port Angeles, com certeza o salário dele devia ser muito alto. Julgando pela casa que ele mandou construir. Entretanto Sue não combinava com aquele lugar. Ela era linda não podia negar. Cabelos lisos, longos e pretos, pele morena. Uma coisa que chamava bastante atenção era seu corpo. Sua cintura era super fina, a barriga lisa chapada, quadris lardos, coxas grossas, bumbum redondinho e o que toda mulher deseja seios fartos, mas minha querida amiga não sabia valorizar seus atributos. Vestida em um simples vestido azul claro e uma sapatilha baixa.

Passei a observar o casal, ele parecia super apaixonado por ela. E a olhava diferente de todos os caras me olhavam. Eu queria aquilo, não só um homem apaixonado por mim, mas eu queria a casa, o dinheiro e a vida que Sue parecia não ligar. Por isso fiquei bem próxima do casal, como uma verdadeira amiga. Depois de um tempo percebi o interesse de Harry por mim, era hora de colocar meu plano em pratica. Tinha uma amiga minha que havia começado a trabalhar lá como recepcionista e me passou todos os horários dele. Sempre dava um jeito de me encontrar com ele. E em poucas semanas começamos ter um caso. Harry ficava mais tempo comigo do que com Sue. E como pretexto dizendo que queria ficar mais perto, mas na verdade era para controlar mais ele. Havia muitas biscates de olho também. Decidi que iria trabalhar como secretaria dele. Ele deu uma desculpa qualquer a Sue para eu entrar na empresa.

Estávamos cada vez mais envolvidos. E como sempre ele ficava mais comigo do que com a própria esposa. Mas eu não gostava quando ele ia ficar com ela, sem como os homens são ainda mais com Sue sendo tão bonita. Agia como se fosse a esposa e não amante. E sempre que Sue ligava nunca passava as ligações, dizendo que ele estava ocupado e não podia atender. Ela era tão ingênua que acreditava.

Um dia quando tínhamos acabado de fazer sexo na mesa de seu escritório, ele disse uma coisa que me deixou sem chão.

-- Sue está grávida. - Ele disse, e apesar de tentar parecer indiferente. Ele não conseguia esconder a felicidade. Idiota.

-- Como assim grávida? - Explodi saindo de seu colo. - Você me disse que já não a tocava fazia algumas semanas e agora, me diz que ela está grávida. Como pode fazer isso comigo.

-- Fazer isso o que Claire? - Ele disse segurando meus pulsos com força. - Sue e minha esposa, se não fizesse meu papel de marido ela já ia começar a desconfiar. Já basta ela engolir as minhas desculpas quando não volto para casa.

-- Trate de dar um jeito nisso agora.

-- Que jeito? Quer que eu peça para ela abortar? - Eu o olhei nos olhos. E pela minha expressão e viu que era exatamente o que eu queria que ele fizesse. - Ela nunca vai aceitar.

-- Peça o divorcio então. Você está me enrolando, já faz um bom tempo.

-- Não é tão simples quanto parece.

E assim continuou nossa situação. Para minha infelicidade Sue contou para todos que estava grávida, que ficaram super feliz. Tentei engravidar também, se ela teria um filho dele eu também, teria. Mas minhas tentativas foram infrutíferas. E por mais que ele dissesse que não estava nem ai para Sue e o bebê, eu podia ver que a qualquer momento sua mascara cairia e ele babaria pela criança. Ele quase chorou quando ela entrou no escritório o abraçando dizendo que esperava uma menina. E quando o bebê nascesse já era minhas chances.

Então como meu ultimo trunfo, usei uma tática mais antiga, e mais usada por todas as mulheres sem escrúpulos que querem agarrar seu amante. Sue já estava com a gravidez vem adiantada e a qualquer momento eu sabia que seria tarde de mais. Armei tudo para o meu plano Harry chegou mais uma vez na empresa com aquela cara. Ele não me falou, mas eu sabia que ele havia comprado presente para o bebê de Sue. Isso me deixou com muita raiva. Antes de entrar na sala me recompus e fiz uma cara bem fingida de tristeza.

-- O que há meu bem? - Ele perguntou quando viu minha expressão ao deixar os documentos em sua mesa.

-- Eu... Eu não queria Harry. Você já está com tantos problemas. - Disse começando a chorar.

-- O que houve Claire? - Agora ele estava muito preocupado.

-- Eu estou grávida. E não sei o que fazer Harry. Meus pais provavelmente vão me expulsar de casa. E eu não queria tirar de novo. É horrível acabar com a vida de uma criança inocente, e ainda mais esse que é do homem que eu amo.

Seu rosto pareceu iluminar quando eu disse essa frase. Ele me abraçou acariciando meus cabelos.

-- Calma vamos dar um jeito.

-- O único jeito, Harry é se a gente fugir. - Ele arregalou os olhos como se não pudesse acreditar.

-- Não posso fugir agora. Ainda mais com Sue nesse estado. Ela dará a luz a qualquer momento.

-- Eu sabia. Sabia que você a escolheria. Tudo bem, eu vou me sacrificar mais uma vez.

-- Do que está falando.

-- Eu vou abortar novamente. Vai me doer mais que tudo, talvez depois eu me mate. Mas não posso viver sem você.

-- Você está louca mulher.

-- Você escolhe Harry. Se não me quiser vou agora mesmo marcar o aborto, ou melhor, me jogo do primeiro penhasco que encontrar.

Ele pareceu pensar por um instante e depois falou.

-- Tudo bem. Vamos fugir, mas tem que ser logo.

-- Sim, quanto mais cedo melhor. Não se preocupe com Sue, ela ficará bem amparada. - Disse beijando seus lábios logo em seguida.

Já estava tudo preparado. Era o grande dia. Nós fugiríamos claro que depois teria que inventar alguma coisa sobre o bebê, ou teria que tentar engravidar. Ele escreveu uma carta para Sue e deixou um pouco de dinheiro suficiente para ela se manter por uns dois anos sem precisar trabalhar. É claro que eu não concordei com isso e o fiz desistir.

--  VOCÊ NÃO PENSA NO NOSSO FILHO, E NO NOSSO FUTURO? - Gritei para ele - ESSE DINHEIRO PODE FAZER FALTA DEPOIS. - Eu sabia que não faria ele também. Mas eu não daria o braço a torcer e ele não me contrariava.

Ele pegou todo o dinheiro das contas e depois fechou, fora os milhões que ele desviou da empresa, estávamos munidos por alguns anos. Então podíamos ir embora.

Depois de três meses convivendo com  ele percebi que não agüentava mais. Eu não era o tipo de mulher que vivia de acordo com os costumes ou certinha. Por isso depois que ele conseguiu os papeis assinado por Sue para o divorcio eu me mandei com outro cara e levei todo o dinheiro comigo. Nunca mais me encontraria com ele. Seis meses depois quando eu já tinha voltado para a casa dos meus pais vi numa revista que ele tinha sido preso, por desvio de dinheiro. Agora começava outra empreitada, tentava a todo custo ter o perdão de Sue, que agora era minha cunhada e estava mais linda do que antes. Agora ela sabia dar valor as suas curvas que não mudou nada com a gravidez. Mas ela sempre fingia que eu não existia me queixei uma vez com minha mãe.

-- Não a culpe Claire, você sabe que errou feio com ela. - Ela sempre dizia.

 Apesar de tudo o que eu fiz minha mãe me perdoou e pude voltar para casa, contrariando a vontade do meu pai que queria ver o capeta, mas não queria me ver na frente dele. Ele dizia que eu era suja. Indigna de viver sob o mesmo teto dos Swan.

Fim Flash Back

Acordei de repente com todas as imagens de tudo o que eu fiz vindo na minha cabeça. Dizem que quando a gente morre toda a nossa vida passa pela mente. Eu não quero que a minha passe, isso já foi o suficiente. Senti uma pressão delicada em meu rosto e nos pontos que doíam. Abri os olhos assustada e encarei os olhos escuros de Sue. Ela colocava compressa nos meus machucados. Se tem uma coisa que eu me arrependo é de ter feito mal a essa mulher maravilhosa que cuidava de mim. Mesmo ela falando que me perdoava de coração eu me sentia mal. Mesmo ela falando que apesar de ter sofrido muito, o que eu fiz gerou frutos bons à ela. Como um marido maravilhoso - que eu não poderia tomar, já que era meu irmão. Sogros maravilhosos. E um filho lindo.

Apaguei em meio a dor. Enquanto ela curava as minhas feridas causadas pelo que eu fiz a ela há 17 anos.


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