Dois Mundos, Duas Vidas escrita por Giis


Capítulo 2
Capítulo 2




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Edward

Ahh a vida. Será que eu vivo? Para onde vou depois dessa vida?

Essas são minhas perguntas freqüentes. O que acontece depois?

Eu nunca tive uma resposta. E acho que nunca a terei, e sei que ninguém vai me ajudar a descobrir, a não ser que eu provoque os Volturis.

Olhei pela janela, o sol ainda estava alto, ou seja, nada de sair na rua. Não que eu fosse me queimar, virar pó, me desintegrar em milhões de pedacinhos - quem me dera que as lendas dos filmes e livros fossem verdadeiras - mas acho que as pessoas se assustariam, seria engraçado ver as reações delas por me verem brilhando.

Eram nessas horas que eu gostaria de dormir, ou no mínimo entrar em coma profundo. Mais uma lenda que poderia ser verdadeira. Dormir em um caixão tão profundamente como se estivesse morto.

Posso parecer  dramático como Emmett diz, mas pelo menos ele tem Rosalie para lhe fazer companhia pela eternidade, apesar dela ser uma insuportável, irritante e mesquinha. Mas pelo menos tem um ao outro, não eram iguais a mim, solitários e ranzinzas como um velho de com mais de 100 anos. Talvez seja porque eu realmente seja, um velho ranzinza com mais de 100 anos, a diferença era que eu continuava aprisionado no meu corpo adolescente de 17 anos.

Olho ao redor do apartamento, espaçoso e luxuoso de mais para um vampiro solitário. Um desperdício em minha opinião. Para mim não faria diferença estar ali ou em um beco escuro, mas meus pais insistiram, eu não poderia rejeitar e ferir os sentimentos dele, principalmente o de minha mãe que o fez especialmente para mim.

Por falar neles, estou com saudades, de todos. Já faz algum tempo que me isolei dele. Para mim é difícil ser o único solteiro naquela família, ainda mais quando se pode ler os pensamentos de todos.

Minha família. Ela veio crescendo com o passar dos anos. Fui o primeiro membro da nova família de meu pai Carlisle, ele é medico, irônico não? Por mais que alguns duvidem ele tem um autocontrole invejável , ele descobriu uma nova forma de se alimentar, sem se utilizar de sangue humano. Alias, eu o acho muito mais humano, do que os próprios humanos. Ele me salvou quando eu estava morrendo no leito de um hospital. Depois veio Esme e os outros.

Carlisle e Esme são nossos pais adotivos, há tanto tempo, e o amor que nós sentimos é tão forte, que as vezes nos esquecemos que realmente não temos laços de sangue, quer dizer de um certo modo temos.

Normalmente costumávamos a nos apresentar aos humanos, como os filhos adotivos de médico, cujo a esposa não pode ter filhos. Alice, Emmett e eu éramos os filhos adotivos, Jasper e Rosalie os sobrinhos gêmeos de Esme, que ela cria desde pequenos, depois da morte da irmã. Mas isso já faz muito tempo. Isolei-me dos outros para que meu mal-humor constante não atrapalhasse a felicidade deles.

Suspirei e fechei os olhos, quem sabe se eu não tentasse bastante, não cairia na inconsciência. Bobagem. Eu já tentei uma vez e não deu certo. Dei mais uma olhada no relógio ainda eram 17h30min. Droga teria que esperar mais algumas horas.

As desvantagens de morar em um lugar  como a Califórnia, é que o lugar é extremamente ensolarado, então uma pessoa como eu tem que ficar enclausurada em casa. Eu precisava caçar urgentemente. Acho que explica meu mal-humor.

O toque do meu celular me tira dos meus devaneios, olho para o identificador de chamadas, era Alice.

- Alô!

- Ak! Até que enfim me atendeu. O que anda fazendo que não me atende mais? Está tudo bem?

- Estava ocupado! O que quer Alice?

- Nossa eu estou bem também, obrigada por perguntar.

- Desculpe, é que não estou bem, preciso ir caçar.

- Falei para você não ficar muito tempo sem caçar, isso afeta radicalmente seu humor, você fica mais azedo que o normal - Alice continuou a tagarelar, eu ri um pouco do seu mal-humor forçado, havia me esquecido de como era bom conversar com aquela baixinha.

- Desculpe-me novamente, vamos começar de novo certo?

- Certo!

- Alice querida, quanto tempo, como andam as coisas?

- Bem muito obrigada. Estamos com saudades, em especial Esme, por favor Edward, ela está sofrendo com sua ausência. Todos nós estamos. Prometemos que vamos nos controlar, até Emmett prometeu controlar-se, Rose vai ser difícil, mas falarei com ela...

Ela interrompeu seu discurso, estava começando a ficar desesperada.

Como eu estava sendo egoísta, eles estavam sofrendo tanto quanto eu.

- Certo Alice eu volto.

- Jura? Que ótimo, seu quarto já está pronto, a propósito daqui há 30 minutos você já vai poder sair. Vai chover.

- Ah... Isso é ótimo. Aliás, onde encontro vocês.

- Estamos indo para o Alasca, quase não tem sol lá, poderemos nos divertir de dia.

Isso era ótimo, não agüentava mais ficar limitado só a noite, sem contar que eu ia voltar para minha família e o Alasca oferecia uma variedade de caça muito boa e desafiadora também, os ursos de lá eram bem grandes, Emmett deveria estar pulando de alegria. Mas lembrei -me de uma coisa.

- Espera, Alice por acaso ficaremos na casa dos Denalis?

- Não exatamente, mas ficaremos bem próximos, na verdade seremos vizinhos dos Denalis.

Isso me irritou um pouco, não que eu não gostasse deles, muito pelo contrario, eles eram como se fosse nossa família, nossos “primos”.

Assim como nós os Denalis também se recusavam a se alimentar de sangue humano, eu adorava as irmãs Tanya, Kate e Irina, assim como Carmen e Eleazar, mas da ultima vez que estivemos com eles eu e Tanya tivemos um desentendimento, pelo fato de eu não ter conseguido corresponder aos seus sentimentos. Depois da nossa “discussão” a convivência com ela ficou um pouco difícil.

Fui desperto dos meus devaneios e fiquei surpreso por não ter sido por Alice, normalmente quando eu ficava pelo menos um minuto sem responder, ela já reclamava da minha falta de atenção, agora ela estava quieta, quieta até de mais para Alice. Então foi isso que interrompeu meus pensamentos, o silencio dela. Isso só podia ser uma coisa: ela estava vendo algo.

Assim como eu Alice e Jasper também possuíam dons. Alice via o futuro e Jasper podia sentir e controlar as emoções das pessoas.

-Alice? Alice está tudo bem? - rompi o silêncio, como eu não podia ler a mente dela pelo telefone eu estava impaciente.

- Desculpe.

- Viu algo?

- Mais ou menos, mas nada ameaçador, você vai precisar se alimentar mais que o normal. Ah... Você por favor, poderia trazer aquela bolsa que deixei ai a ultima vez que te visitei.

- Claro, eu não joguei fora.

- Ainda bem, se não você seria um vampiro morto, eu adoro aquela bolsa. Bom vou indo Jazz quer caçar. Então nos vemos em breve.

-Até mais, mande lembranças minhas a todos.

- Claro.

Assim que desliguei o celular. Olhei pela janela, o céu já estava escuro, e como a baixinha disse estava chovendo. Corri para fora ignorando meu carro. Queria sentir a chuva.

Fui para rua, seguiria no ritmo humano, até não poder ser mais visto, quando já não havia de que eu poderia ser visto, eu deixei meus instintos me dominarem.


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