Ironia do Destino escrita por Diwa


Capítulo 4
Por Detrás Da Máscara


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeey!
Foi um mês dessa vez, pessoal. Minha média. Nem demorei tanto, vai!
Eu prometi mortes nesse capítulo, não é? Bom, espero que vocês não sejam muito fãs deste personagem, porque eu pessoalmente fico puta quando matam meu personagem favorito. E o "legal" foi que o próprio Kubo fez isso. Valeu, Kubo, por destruir meu coração!
Gin!!! T-T
Tudo bem, vamos logo para o capítulo, ninguém precisa me ver sofrer aqui!
~Boa Leitura!



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Era um belo dia, concluiu sorrindo animada. A mulher com um belo corpo curvilineo e cabelos sedosos da cor do fogo se encontrava sentada em sua mesa de trabalho, a qual lutara para colocar de frente para a janela de seu apartamento. Ela adorava desenhar enquanto via as pessoas passarem pela rua, apressadas. Nesse dia o sol brilhava forte e devido ao calor algumas crianças da vizinhança estavam no parque ali em frente, tomando sorvete. Isso deu uma nova idéia para a mulher. Um vestido novo, com a saia escorrendo pelo quadril até o final das pernas, como um sorvete derretendo, e quem sabe até alguns palitos e umas casquinhas de sorvete?

Inoue Orihime soltou um risinho, pegando ao acaso um dos lápis espalhados pela mesa e começou a passar para o papel a imagem do vestido que estava em sua mente. Ela fora elogiada diversas vezes por sua criatividade no curso de design e moda que começou a fazer há pouco tempo. Ser estilista nunca havia passado pela cabeça da ruiva, mas após ser expulsa do curso de culinária por quase explodir a cozinha, ela recuperou sua autoconfiança no meio das roupas e se viu apaixonada pelo mundo da moda.

Achava incrível o modo como o seu dia a dia assumira um ritmo constante, sem hollows e nenhum derramamento de sangue, exceto pelos filmes que ela via na tevê. Às vezes aparecia alguém que precisa de sua ajuda para ser curado, mas isso também está se tornando raro. E não acontecia só com ela, todos os seus amigos estavam levando uma vida... normal, como se nunca tivessem compartilhado aventuras loucas pelo mundo espiritual. Estavam se distanciando. Isso a preocupava muito.

Alguma coisa do lado de fora da janela atraiu a atenção dos olhos cinzentos de Inoue. O reflexo da luz nos óculos de alguém que passava.

— Ishida-kun? — Murmurou para si mesma, reconhecendo a figura que passava. Pensou em ir cumprimentá-lo, mas só de olhar já se percebia que estava muito irritado. Melhor deixar para outro dia...

Com uma carranca no rosto, Ishida Uryuu caminhava vagarosamente pela calçada. Aquele definitivamente era um mal dia. Péssimo, na verdade. Chegou atrasado na faculdade, discutiu com alguns outros estudantes e respondeu para o professor — ele não era mal educado, mas estava com paciência zero. O diretor, vendo seu estado levemente alterado, mandou-o para casa. Assim que saiu do edifício descobriu que seu carro fora apreendido por estacionar em local proibido — desde quando aquela placa estava lá? — e ainda quase foi atropelado. Tudo isso devido ao seu mau humor, ou seja, era tudo culpa de seu pai.

O que Ryuken tinha na cabeça? Aparecer em seu apartamento tarde da noite para ter uma conversa séria sobre quincys e shinigamis. Sinceramente, Uryuu nem se lembrava da última vez que exterminou um hollow; estava ocupado demais para isso, e era trabalho do Kurosaki afinal de contas. Até onde sabia, seu pai não se importava se era ou não um quincy, então por que se preocupar com o destino da raça? Por que jogar uma responsabilidade tão grande nas costas dele? "A desvantagem de ser o último de nós", foi a resposta que recebeu.

E também havia a reiatsu quincy que surgiu mais cedo, mas sumiu tão rapidamente quanto apareceu.

Quando sentiu a presença de um hollow por perto parou a caminhada. Ponderou ir até lá para matá-lo, mas desistiu da idéia. Kurosaki faria isso, não precisava se incomodar. Aquele cretino conseguia estudar, trabalhar e ainda fazer seu serviço como shinigami. Pelo visto Uryuu ainda tinha seu orgulho quincy, porque quando caiu em si percebeu que já estava com o arco em sua mão.O hollow era só uma sombra no final da rua, nenhum humano com suas armas de fogo o acertaria. Ele preparou a flecha, mirou e atirou, acertando diretamente na máscara.

— C-como você fez isso? — Ouviu uma voz feminina atrás de si então virou-se, desfazendo o arco.

Por um momento permitiu-se ficar confuso. Humanos comuns não poderiam ver seu arco, principalmente aqueles que não possuíam poder espiritual algum, como a garota que estava em sua frente. Mas quando a onda de pressão o atingiu, entendeu imediatamente. Ela era o quincy que havia surgido de repente — e escondia muito bem a reiatsu, mesmo que inconscientemente. O motivo de seu pai ter aparecido na noite anterior em seu apartamento, falando sobre a continuidade da espécie. Mas não era qualquer garotinha, percebeu reconhecendo-a, era a irmã mais nova do Kurosaki.

— Você não deveria estar na escola? — inquiriu.

Ela demorou alguns segundos para responder; ainda estava muito assustada.

— Eu fugi pela janela do banheiro...

No momento em que ele abriu a boca para falar, sentiu uma reiatsu se extinguir. Definitivamente não era a do Kurosaki, que continuava ridiculamente grande e descontrolada, ou mesmo da Inoue-san, do Sado-kun ou de qualquer outro amigo seu. De repente as palavras voltaram à sua mente. O último quincy. Ele falava como se fosse...

Não querendo completar seu raciocínio, Uryuu correu, deixando para trás uma garota muito confusa. Usou hirenkyaku em sua velocidade máxima, ignorando o fato de que havia humanos por perto, e no segundo seguinte estava em frente ao Hospital de Karakura. Cruzou dezenas de corredores antes de encontrar o escritório de seu pai e abrir a porta bruscamente. Todos músculos de seu corpo se enrijeceram assim que botou os olhos nele.

Ishida Ryuken estava morto.

Ele sentiu seu estômago revirar e o asco subir-lhe à garganta, mas não conseguia desviar o olhar do corpo inerte. Seu pai estava caído no chão com os olhos arregalados, em choque, e os lábios rachados entreabertos. Sua mão direta estava no peito, onde havia um largo ferimento. O sangue estava por todo o chão, se espalhando cada vez mais pela sala. Só quando o líquido carmesim tocou seu sapato de bico fino, Uryuu acordou e sua mente começou a trabalhar.

Um assassinato. Mas por quê? Ou melhor, por quem? O que Ryuken fez para quererem ele morto? Ajoelhando-se ao lado do corpo, Uryuu afastou as mãos do ferimento para que pudesse vê-lo melhor. Não foi uma bala que perfurou seu peito, mas sim uma espada. Uma zanpakutou, para ser exato. Ele ainda sentia os vestígios da reiatsu de um shinigami. Mas um shinigami não pode matar um humano sem um motivo óbvio para isso, e acredite, não havia. Isso significa que é alguém estava indo contra as regras da Soul Society. Mas por que Ryuken? Se fosse por ele ser um quincy, Uryuu e a irmã do Kurosaki também estariam mortos. E outra, no dia anterior ele agiu como se soubesse que fosse morrer. Então ele sabia de alguma coisa que esse shinigami queria manter em segredo, concluiu.

Uryuu lançou um olhar repleto de tristeza para o rosto do pai. Não sabia ao certo se quincys iam para a Soul Society depois que morrem. Ryuken teria odiado, isso se tivesse suas memórias para se lembrar que odiava os shinigamis. Fechou os olhos do cadáver e agradeceu em silêncio por tudo. Eles podiam não se dar bem, porém aquele homem ainda era seu pai e ele o criou.

Mas um shinigami tirou a única família que tinha.

O ódio inflamou em seu peito. Diante do corpo sem vida de sua pai, Ishida Uryuu jurou vingança. Não importava quem era esse shinigami, ele o encontraria.

E o carregaria para o inferno com as próprias mãos.

.

.

.

— Vê se acerta dessa vez. Lá vai!

Eles estavam em um parque a apenas algumas quadras de casa. O local estava bem agitado; crianças brincavam, casais apaixonados namoravam e ao longe pássaros gorjeavam. Mas nada disso importava quando a bola voou na direção dela. Era como se o mundo tivesse parado, e a bola viesse em câmera lenta até ela. Quando estava próxima o bastante, ela apertou os punhos com força ao redor do taco e girou-o no ar.

— Peguei — disse timidamente a garota atrás dela, segurando a bola com a luva.

Karin rosnou, enraivecida.

— Que jogo idiota!

— Oe! — protestou o garoto de cabelos ruivos penteados para trás. — Não é culpa do jogo se você é ruim e não consegue rebater uma bola.

— Beisebol é uma droga! — insistiu. — Amanhã eu escolho. E vai ser futebol.

— Futebol é que é uma droga! — reclamou ele.

A morena o fuzilou com o olhar.

— Por favor, não briguem — Ururu tentou interferir, porém sabia que eles nunca a ouviriam.

— Tanto faz — murmurou Karin. Ela não estava no clima para brigas, estava pensando em sua irmã. O comportamento de Yuzu fora realmente estranho mais cedo. Com certeza não era algo que precisasse se preocupar. — Estou indo embora. Jya nee Jinta, Ururu. — Mas isso não significa que Karin não iria ficar preocupada.

— Meu taco! — reclamou Jinta.

— Agora é meu — respondeu, entediada.

— Ora sua...!

— Deixe ela, Jinta-kun — interveio Ururu.

Karin não ficou lá para ver o que aconteceu depois — muito provavelmente Jinta começaria a implicar com a garota, como sempre fazia —, ela saiu andando a caminho de casa.

Já estava a meio caminho quando algo a fez parar. O reflexo do Sol em algum objeto na rua. Abaixou-se para pegá-lo no exato instante em que algo passou zunindo onde ela estava antes. Automaticamente ela rolou para o lado para evitar um possível ataque. Quando se colocou de pé procurou entender o que havia acontecido e ficou surpresa ao encontrar um hollow fitando sua própria mão, pensando que a tinha pegado. Ela praguejou alto o suficiente para atrair a atenção do hollow então se amaldiçoou mentalmente pelo ato. Se ao menos estivesse com sua bola de futebol... Encarou o taco em sua mão de soslaio. Isso teria que servir.

O monstro urrou e tentou novamente atacá-la, porém Karin conseguiu desviar por pouco de seu punho, que acabou acertando uma casa. Os humanos ao redor que não sabiam o que estava acontecendo, começaram a gritar e correr desesperadamente, mas ela se manteve concentrada. Só teria uma chance de acertar a máscara. O hollow tentou libertar sua mão dos destroços e não conseguiu. Estava preso! Contudo, nunca conseguiria golpeá-lo com ele se debatendo para se soltar.

— Oe! Seu monstro grande e feioso! Eu estou aqui! — gritou com um sorriso moldando seus lábios. Era obrigada a admitir, gostava de fazer aquilo.

Os dois grandes olhos amarelos se voltaram para ela com ódio, boca estava entreaberta e a sálvia escorria com uma coloração avermelhada por causa do sangue de suas vítimas anteriores. Ele estava pensando que iria devorar Karin. Oh, mas ela não permitiria que ele tivesse uma última refeição antes de partir. O hollow jogou o corpo para frente para tentar mordê-la, mas Karin saltou para trás. Agora estava próxima o bastante para sentir seu hálito pútrido. Ergueu o bastão e girou-o no ar, acertando na máscara.

O hollow emitiu algo que pareceu ser um lamento de dor, e puxou o braço preso com tanto força que fez a casa desabar. Mais humanos gritaram. Estava um caos ao seu redor. Porém o monstro continuava vivo, cobrindo o rosto com as mãos enquanto urrava. Estranho. Karin poderia jurar que a máscara quebrou, então por que ele ainda estava vivo? Quando o hollow afastou as mãos rapidamente, pôde ver. Ela estava quebrada, mas não completamente. A parte sem a máscara... era só mais um rosto humano...

Karin ficou paralisada e o taco escorregou de seus dedos, o ruído do objeto saindo pareceu se sobressair aos gritos. Já viu uma transformação acontecer bem na sua frente, mas nunca parou para pensar no que tinha por trás da máscara. Antes era só um monstro, mas agora... Não, não podia matá-lo.

Ele parou de se debater e a encarou, e a julgar por seus olhos — um amarelo típico dos hollows e o outro castanho, como o de um humano comum — ela não era mais um lanchinho, era alguém que estava determinado a matar. O hollow deu o primeiro passo, fazendo o chão tremer. Karin se abaixou e pegou o taco; não era muito, mas era tudo o que tinha. O rosto ainda a fazia hesitar, então se concentrou no buraco no peito do inimigo. Ele já foi humano, mas perdeu seu coração e teve a alma amaldiçoada com sofrimento. E a mataria na primeira chance. Ainda estava determinada a frustar os planos dele.

Quando o hollow deu o segundo passo, Karin sentiu um braço se enroscar em sua cintura e a tirá-la do chão, como se não passasse de uma bagagem. Então sua visão ficou turva e ela não conseguia mais ver. Piscou algumas vezes até conseguir focalizar, e percebeu que o hollow agora estava a metros de distância. Como aconteceu? Foi então que teve um vislumbre do manto preto que a pessoa que a carregava estava usando. Um shinigami. Mal chegou a essa conclusão e viu uma nuvem de poeira — ou seja lá o que fosse aquilo — dividir o monstro em dois.

— Ufa! Essa foi por pouco! — Escutou a voz inegavelmente feminina rir nervosamente.

Foi colocada com cuidado de volta ao chão. Primeiro fitou suas mãos; os nós dos dedos já estavam brancos devido a força com a qual apertava o taco, então diminuiu um pouco. Sentiu algo gelado e percebeu que sua nova moeda da sorte ainda ali. Karin ergueu o rosto, apenas para se ver presa em um abraço, sendo sufocada por um par de seios.

— Como você cresceu! — a shinigami declarou animadamente. — Ah, quando eu senti sua reiatsu combatendo aquele hollow eu pensei que chegaria tarde demais!

Karin tentou falar, mas o som ficou mais parecido com um grunhido, então a mulher pareceu se tocar de que a estava sufocando e a soltou.

— Ops! Desculpe, Karin-chan. — "Karin-chan"? Se não estivesse ocupada tentando recuperar o fôlego, exigiria saber o por quê de tanta intimidade. A mulher pareceu perceber aquilo. — Você me reconhece, não é?

— Sim — mentiu. Ela deve ser um daqueles shinigamis que às vezes ficam em sua casa. Amigos de Ichigo. — Só não lembro seu nome.

Os lábios carnudos se curvaram em um sorriso.

— Matsumoto Rangiku.

Ela abriu a boca para dizer mais alguma coisa, porém foi interrompida pelo som de algo sendo rasgado. As duas se viraram imediatamente para o lado, onde um buraco se abria no ar. A morena não fazia idéia do que era aquilo, nunca vira algo sequer parecido; porém quando duas mãos enormes surgiram e forçaram o buraco a se abrir, ela entendeu antes que visse os olhos amarelos. Rangiku ergueu as duas mãos e uma bola de energia espiritual vermelha começou a se formar. O hollow se transformou em cinzas antes de sair do portal.

— Isso só pode significar uma isca para hollows — murmurou a ruiva.

Só então Karin percebeu. Ela estava sentindo eles. Os hollows. Eram milhares e estavam por todos os lados. Um arrepio percorreu sua espinha quando as palavras da mulher foram absorvidas. Alguém os atraiu para a cidade. Mas por que diabos fizeram uma coisa estúpida como essa?

E quando se deu conta, Rangiku a tinha erguido do chão e estava pulando de telhado em telhado, usando aquela mesma velocidade impressionante com a qual a tirou de perto do hollow. A morena se sentiu tonta no começo, mas após alguns minutos se adaptou ao ritmo. Percebeu que Rangiku estava evitando os hollows para levá-la a um local seguro. Porém seu trabalho era exterminá-los, e não garantir que uma única garota permanecesse sã e salva. Karin tinha as próprias pernas, poderia correr sozinha se precissasse, mas certamente escolheria lutar. Estava em seu sangue.

— Para — pediu, mas a shinigami ignorou.

— Você viu, não é?

Karin franziu ligeiramente o cenho, confusa com a pergunta.

— Ahn, o quê?

— O rosto. — Claro, o hollow. Um arrepio percorreu o corpo da morena enquanto ela assentia. — É por isso que devemos sempre derrotá-los com um só golpe. Não para matá-los mais rapidamente, mas sim para evitar machucar a si mesmo. Vendo o que a máscara esconde, torna tudo mais difícil. Eles são nós, Karin-chan.

A garota ficou em silêncio, absorvendo aquelas palavras. Até esqueceu-se de pedir para Rangiku soltá-la e voltar a fazer seu trabalho. Aqueles monstros que há tanto tempo tentam devorá-la, eram apenas seres humanos comuns, que um dia tiveram família, amigos, um emprego, um lar.

— Então isso torna vocês, shinigamis, assassinos. — As palavras saíram de sua boca antes que pudesse evitar. — E a mim também.

— Não os matamos — explicou a ruiva pacientemente. — Os purificamos. Nossas zanpakutous fazem com que seus pecados sejam perdoados e assim eles vão para a Soul Society!

Karin sentiu-se imediatamente melhor. Eles não morriam, recebiam uma segunda chance em um lugar melhor. Então ver seus rostos deveria ser um incentivo para terminar o trabalho, e não o contrário. Mas, pensando bem, ela mesma não queria atacar ao ver o que a máscara escondia.

Rangiku parou de repente e soltou a garota em cima de um telhado.

— Você ouviu isso? — indagou, atenta.

— Ouviu o quê?

A ruiva continuou olhando ao redor, procurando de onde viera o tal som. A mais nova, percebendo que não receberia uma reposta, apurou os ouvidos. A princípio não escutou nada de diferente, apenas os carros, pessoas e animais que passavam pela rua, mas então ouviu. O som era bem fraco, parecia vir de muito longe, porém não tinha como negar que era gargalhada.

— Rangiku-san... — chamou. Elas precisavam sair dali. Imediatamente.

— Shh. Eu sei.

Karin deu um passo para trás, arregalando os olhos. O som da gargalhadas estava aumentando e pareciam vir de todas as direções, cercando-as.

— Corre!

No exato instante em que gritou, uma criatura se materializou na sua frente. Era um hollow, a energia sombria que emanava dele o delatava, porém sua estatura era como a de um ser humano comum. Havia uma calda branca balançando de um lado para o outro ameaçadoramente atrás dele, e a máscara branca que se abria num sorriso divertido, típico de palhaços, mas ao mesmo tempo sádico. Ela soube imediatamente que era o hollow mais forte com o qual já se encontrara, e que morreria pelas mãos dele.

Não houve tempo para correr, somente o som de uma espada sendo tirada da bainha e o hollow reagiu, girando o corpo para acertar sua calda na garota. Karin foi lançada com uma força descomunal, atravessando as paredes de várias casas, até atingir o chão. O ar de seus pulmões foi arrancado bruscamente e ela não conseguia mais respirar. O corpo doía de tal forma que não conseguia pensar em outra coisa. Com a visão turva, vislumbrou a cratera na qual estava jogada — ela tinha quase certeza de que aquilo não estava ali instantes antes —, os buracos nas construções que ela fizera, e o sangue. Ao longe podia ouvir alguém gritar seu nome desesperadamente, porém a risada era mais alta. Quando seus pulmões não conseguiam mais ficar sem oxigênio, ela arquejou, começando a tossir logo em seguida. Esse era seu fim. Podia até sentir sua vida se esvaindo lentamente quando ouviu uma voz se sobressair a todo o resto.

Karin... Era uma mulher, reconheceu, com um tom suave e controlado, como se estivesse a parabenizando por completar uma tarefa e ao mesmo tempo a repreendendo pelos erros que cometeu no processo.

Quem é você?, pensou, mas mesmo assim houve uma resposta:

Não importa. Apenas feche os olhos.

Eu não quero morrer, disse para a mulher. Ela soluçou, engasgando-se mais uma vez com o próprio sangue.

Confie em mim.

Karin sabia, de alguma maneira, que aquela voz nunca faria mal a ela, então fechou os olhos e mergulhou na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Entãoooooooo... é isso! Eu não revisei, como sempre. E eu fui escrevendo com um intervalo de dias (agora que voltei às aulas fica difícil de escrever :/) então se alguma coisa ficou meio que "Ahn?! Que poha é essa?" me avisem husahuhua Ah, eu não curto muito a Inoue, mas digamos que ela será necessária :v
Lembrando: eu não mordo. Podem deixar um comentário suhahusahshua
~Au Revoir