Ironia do Destino escrita por Diwa


Capítulo 3
Xadrez


Notas iniciais do capítulo

Well, pessoal... Oi? Não sei se alguém lê ID pelo Nyah, mas vou continuar postando aqui. Eeeeeee eu devo desculpas. Sério, eu tinha saído do hiato faz tempo mas meio que esqueci minha senha... hehe *sem graça*
Boa Leitura~



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A tenente juntou todos os papeis já preenchidos e os bateu na mesa para organizá-los. Não conseguiu evitar que um suspiro de alívio escapasse de seus lábios quando os colocou de lado. Finalmente acabou sua papelada!! Com um sorriso alegre brilhando no rosto, ela se levantou, olhando ao redor do escritório vazio. Seu capitão havia lhe pedido para terminar os papéis porque tinha algo muito importante para fazer. Ficou curiosa para saber o que era, mas optou por não perguntar. Provavelmente tinha alguma ligação com o novo rei do Hueco Mundo.

Hinamori Momo esticou os braços para cima, se espreguiçando, enquanto bocejava. Estava exausta! Realmente é muito cansativo fazer dezenas e mais dezenas de papeis. Ela soltou um risinho, pensando nas coisas que poderia fazer. Com toda certeza a primeira da lista era tirar um cochilo.

Dormir é uma ótima idéia.

De repente a tenente ficou tensa. Aquela definitivamente não era sua voz. Então por que ela estava dentro de sua cabeça? O que estaria acontecendo? O chão pareceu sumir sob seus pés e ela caiu sentada na cadeira que ocupou instantes antes. Acalme-se, pensou desesperada. Com o coração martelando dentro do peito, a garota procurou se concentrar em qualquer outra coisa. O relógio na parede. Porém seu tique-taque constante parecia mais lento. Tique... taque... tique... taque... Acalme-se!, repetiu mentalmente. Contou até dez e soltou devagar o ar que prendia inconscientemente.

Tola!

O tom doce que a voz tinha não evitava que ela sentisse um calafrio. Hinamori estremeceu. Inúmeras perguntas surgiram em sua cabeça, mas de seus lábios trêmulos só conseguiu dizer uma palavra:

— Q-q-quem...?

A voz soltou uma gargalhada. Era uma mulher, notou. Mas a idéia não aliviava em nada o seu desespero.

Os sonhos, Momo-chan.

De repente ela se lembrava. De cada segundo pavoroso que passou presa em um lugar que era pra ser somente dela. Eram seus sonhos, pelo amor de Kami! O seu pequeno mundinho feliz. Porém se transformaram no seu tormento quando ela surgiu. Momo engoliu em seco. Sua tremedeira pareceu piorar ao mesmo tempo em que as lágrimas caíam de seus olhos. Quem era aquela mulher? O que queria? Por que com ela?

Ainda não está na hora, doçura.

Com um tom mais rígido, soando quase como uma ameaça, a mulher completou:

Agora, se esqueça.

Hinamori piscou. O que aconteceu?, perguntou-se. Sua mente pareceu ficar em branco por alguns instantes. Com o cenho franzido, fitou a mesa. A papelada!, deixou uma risadinha escapar quando se lembrou. Equilibrou a cadeira nas duas pernas de trás, pensando. O trabalho já estava feito, agora tinha o resto do dia livre! Mas o que ela poderia fazer?

— Hinamori fukutaichou!

A porta dupla do escritório foi aberta bruscamente assustando a tenente, que acabou se desequilibrando e caindo no chão, levando a cadeira junto.

— M-Me desculpe! — O shinigami, agora com o rosto completamente vermelho, se apressou em ir ajudá-la a se levantar.

— Eheh. Não tem problema. — Já de pé, a garota, Hinamori Momo, sorriu amigavelmente para ele, que pareceu ficar ainda mais vermelho. Na esperança de que ela não notasse, o shinigami virou o rosto, preocupando-se em erguer o móvel caído. Ela soltou um risinho.

Quando o shinigami se virou para ela um misto de surpresa e preocupação passou por seus olhos.

— Por que está chorando? — Perguntou calmamente, com medo que ela voltasse a derramar lágrimas.

Hinamori franziu a testa. Estava prestes a perguntar a quê ele se referia, mas algo a impediu. Sua voz não saía. Tocou sua bochecha com a ponta dos dedos e sentiu o molhado. Ela realmente estava chorando. Por quê? Encarou o homem à sua frente e notou então que não havia lhe dado uma resposta.

— Bobagem! Não se preocupe. — Sorriu tranquilizadora. Vendo que ele não acreditara em suas palavras apressou-se em trocar de assunto. — Mas o que você tem de tão importante para me dizer, a ponto de quase derrubar a porta? — Perguntou, doce.

— Ah, sim! — Lembrou-se. Ele endireitou sua postura, levando o punho fechado até a boca e pigarreou, antes de anunciar: — Como foi dito anteriormente na reunião, Matsumoto Rangiku está indo ao Mundo Real. Pensei que a senhorita gostaria de se desped...

Hinamori bateu a palma da mão na própria testa, fazendo-o se calar. Como ela pôde esquecer?! Murmurou um "obrigada" ao shinigami antes de sair correndo, na esperança de que a amiga não tivesse partido ainda. Preferiu usar shunpo para ir mais rápido e, saltando pelos telhados da Seireitei, chegou ao portal. Suspirou aliviada quando constatou que eles não tinham ido.

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Hitsugaya Toushirou foi o primeiro a notar sua chegada. Toda vez que a garota se aproximava uma vozinha irritante na parte de trás da sua cabeça dizia que tinha algo errado, para se manter alerta.Tentou de várias formas perguntar se estava acontecendo alguma coisa, mas ela sempre negava e trocava se assunto rapidamente. Ele sabia que Momo mentia. Seus olhos castanhos lhe diziam isso. Mas aparentemente ela tinha medo de contar. Ou apenas não confiasse nele o bastante para isso...

O capitão da décima divisão balançou a cabeça para afastar o pensamento. Os dois cresceram juntos, e ele a defendeu diversas vezes. Se Hinamori não pudesse confiar nele, em quem mais confiaria? Entretanto tinha aquela vez que ela se voltou contra ele... Soltou um pequeno suspiro. De uma maneira ou de outra, ela ainda era sua irmã, e ele a protegeria. Mas ainda assim queria entender porque Momo não lhe contava o que estava acontecendo.

Com os braços cruzados sobre o peito ele fitava a distância o pequeno grupo de shinigamis conversarem. Kuchiki Rukia estava impaciente com a demora para abrir o senkaimon, resmungando algo sobre trabalhar de forma rápida e eficaz. Ela é uma boa líder, mas seu problema seria fazer com que Matsumoto trabalhasse. Mesmo para ele, que era superior da ruiva há quase vinte anos, era uma tarefa difícil.

Poucos minutos depois o portal foi aberto e as duas tenentes receberem o selo Reiin Gentei, que reduz cerca de 80% do poder espiritual para evitar danos desnecessários às pessoas e à cidade quando a reiatsu for elevada. Cada uma das treze divisões tem uma flor como símbolo, usado para representar esse selo. Assim, Rukia recebeu a campânula da décima terceira e Rangiku o narciso da décima. Madarame e Ayasegawa não recebiam o selo por não ocuparem o posto de tenente, apesar de ter uma quantidade de reiatsu consideravelmente grande.

Notando que o grupo estava pronto para partir, Hinamori desejou-lhes boa sorte, e se afastou. Foi quando ela finalmente pareceu notá-lo. Dirigiu um sorriso alegre a ele, alegre até demais, pensou Toushirou. De repente a garota usou shunpo para sumir do seu campo de visão, e ele nem precisou se virar para saber que ela agora estava ao seu lado.

— Yo, Shirou-chan! — Cumprimentou, usando propositalmente o apelido que ele tanto odiava. Toda vez que o via, lembrava-se do pirralho que adorava melancias, que ele fora um dia, e o apelido simplesmente saía.

— É Hitsugaya taichou! — Corrigiu, mesmo sabendo que não adiantaria de nada.

Enquanto os outros faziam a passagem para o Mundo Real, Toushirou a observava com o canto do olhos. Os cabelos castanhos estavam curtos, com uma presilha no formato de uma margarida colocada de lado. Notando isso, lembrou-se de algo que leu uma vez em um livro. Era uma antiga tradição ou uma história fictícia? Já não se lembrava mais, porém ela fazia todo o sentido. No livro dizia algo sobre as mulheres cortarem o cabelo quando o homem que elas amam está distante. Inalcançável foi a palavra usada.

Momo amava Aizen Sousuke, o traidor. Rukia amava Kurosaki Ichigo, e cortou seu cabelo quando ele havia perdido os poderes e fora proibida de visitá-lo. Rangiku amava Ichimaru Gin, aquele que deu a vida por ela.

Um murmúrio bem baixinho, quase incompreensível, vindo da garota ao seu lado o despertou seu interesse. O que ela tinha dito? "Quando for à Karakura, leve uma Asauchi"? Sim, foi exatamente isso. Mas por que ele levaria uma zanpakutou em seu nível primário — sem nome ou dono — para a cidade do shinigami substituto?

— Eu não vou ao Mundo Real, Hinamori. — Falou se virando para ela com o cenho franzido. Os olhos castanhos estavam opacos e distantes.

— Eu não disse nada, Shirou-chan! — O brilho em seu olhar voltou quando ela o encarou. Parecia realmente confusa.

— Você acabou de dizer... Não, esqueça. — Preferiu deixar o assunto de lado já que nenhum dos dois entendeu o que acabou de acontecer. Depois tentaria falar com ela, mas sabia que, como todas as outras vezes, não conseguiria nada. Ou talvez ela esteja alucinando. — Hinamori, vá descansar. Se você ainda tiver algum trabalho para fazer, eu termino. Tenho certeza que o Hirako taichou não vai se incomodar com isso e...

— Não. — Apressou-se em responder, sem deixar de sorrir. — Eu já acabei! Acho melhor eu ir dormir um pouquinho mesmo. — Balançou a cabeça. — Jya nee, Shirou-chan!

— Espere, Hinamori! — Exclamou, porém ela já havia ido.

Percebendo que não adiantaria ir atrás dela, Toushirou direcionou seu olhar para o portal, já fechado. Ele não queria ter deixado que eles fossem para o Mundo Real sem um capitão. Não. Toushirou não queria tê-los deixado partir sem ele. Sentia que precisariam dele. Mas não tinha alternativa: foram ordens do comandante.

Suspirou.

— Boa sorte.

.

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.

Great Central Underground: a prisão da Soul Society. O terrível lugar para onde vão todos que desafiam as leis. Longe de tudo e de todos. As almas que merecem tal punição são distribuídas por oito níveis, de acordo com a gravidade de seus crimes. Não há quaisquer chances de alguém escapar. Como uma das medidas de segurança, o oitavo nível, Muken, é localizado logo abaixo do quartel da primeira divisão. Nele há apenas um criminoso; o pior e mais temido de todos eles. Porém preso, os capitães não veem porque temê-lo

Entretanto um dos treze capitães do ainda desconfia deste homem. Com a permissão do comandante, Hirako Shinji desceu à prisão. Após a porta atrás de si ser fechada pelos shinigamis que a guardavam, ele se viu na completa escuridão. Aguardou imóvel as luzes se acenderem. Uma por vez as lâmpadas foram sendo ligadas, penduradas no teto e distantes umas das outras, elas emitiam uma fraca luminosidade, revelando o corredor.

Depois de um tempo caminhando, Shinji encontrou o final do corredor. Uma porta feita de aço, com pelo menos três metros de altura e inúmeras fechaduras, estava na sua frente. O capitão da quinta divisão jogou a cabeça para trás, lançando um sorriso debochado para a câmera no teto do corredor.

— Podem abrir.

Imediatamente, duas passagens se abriram nas paredes, e dois shinigamis passaram por elas. Shinji sabia que havia mais dessas passagens ao longo do corredor, com dezenas — talvez até centenas, ele não sabia ao certo — de homens prontos para evitar uma fuga. Os dois se postaram um de cada lado da porta, enquanto as trancas se abriam, uma a uma, e as passagens nas paredes se fechavam.

A porta se destrancou com um rangido, e Shinji teve de empurrá-la para que fosse aberta completamente. Quando direcionou seu olhar através da passagem, encontrou a escuridão infinita. O chão parecia se abrir em queda livre, mas quando ele experimentou com um dos pés, notou que era sólido; não passava de uma ilusão. Ele adentrou no lugar.

Um pouco mais à frente um homem ocupava uma cadeira madeira. As faixas pretas que o prendiam ao móvel ocultavam seu corpo quase que completamente, mas ainda era visível o sorriso cínico nos lábios e o brilho enigmático em um dos olhos; o outro estava coberto.

— Hirako Shinji. — Seu sorriso se alargou ao pronunciar tal nome.

— Há quanto tempo, hein, Aizen. Foi divertido passar quatro anos trancafiado aqui, sem contato com ninguém?

Aizen Sousuke riu.

— Mais do que imagina.

— Que bom que está gostando. — Debochou o capitão. — Falta mais uns... dezoito mil setecentos e noventa e seis anos?

— Correto. — O prisioneiro olhou de relance para os dois shinigamis parados na entrada. — Mas me diga, Hirako. Você acredita mesmo que vou ficar todo esse tempo aqui?

— Não se preocupe com isso. Eu mesmo vou cuidar para que permaneça exatamente onde está.

— Não fuja da minha pergunta. — Aizen parecia se divertir, assim como Shinji.

— Não. — Admitiu. — Talvez eles diminuam uns dez ou vinte anos da sua pena. Mas não é por isso que estou aqui.

— Quer ir direto ao ponto? Claro, sem problemas. Você veio aqui porque a Soul Society está com problemas novamente e alguns de vocês acreditam que eu tenho alguma ligação com isso.

— O que te faz pensar assim? — Ele riu com desdém.

— Você não seria idiota o bastante para vir aqui se não fosse grave, Hirako. — Aizen ficou em silêncio por alguns instantes, analisando-o. — E então? Os hollows estão se preparando para uma guerra. Qual a sua jogada?

— E isso importa, Aizen? Com hollows ou shinigamis dominando a Soul Society, você vai continuar trancado aqui.

Aizen tentou se reclinar para frente na cadeira, porém as amarras não permitiram.

— Vamos comparar a situação com um jogo. Gosta de xadrez, Hirako? — Ele semicerrou o olho descoberto. — Sabe o que é preciso para ganhar uma partida? Estratégia. Eu posso ter entregado meus peões com facilidade e deixado vocês me colocarem xeque. Talvez ser preso estivesse nos meus planos deste o princípio. Talvez eu esteja tentando assustá-lo.

— Uma grande estratégia ou um grande blefe. Parabéns pela criatividade, Aizen. — O capitão deu as costas para o prisioneiro e começou a caminhar. Após ter passado pela enorme porta de aço, virou-se com o típico sorriso debochado no rosto, enquanto os dois shinigamis de guarda puxavam a porta, fechando-a lentamente. — Divirta-se, preso aí dentro e sozinho.

— Logo acontecerá um xeque-mate nesse tabuleiro — Respondeu Aizen, sem elevador o tom da voz. —, e o seu Rei cairá. É só uma questão de tempo.

A porta se fechou.


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Notas finais do capítulo

Entãooooooooo... estou perdoada? :v
Talvez role treta no próximo capítulo. E quem sabe até uma morte? :v
Pessoal, eu só dei uma lida rápida antes de postar, então já sabe, né? Qualquer erro, avise! :3
Obrigada por ler!!



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