Us? Kissing? escrita por Alice


Capítulo 1
Capítulo único - O projeto de Mary Margaret.


Notas iniciais do capítulo

Eu tomei vergonha na cara pra escrever mais red beauty o/



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Parecia que as únicas pessoas que ainda não sabiam sobre o mais novo casal de Storybrooke eram Belle e Ruby. Estranhamente, elas formavam tal casal.

Já se passara o tempo em que todos acreditavam que Belle era "a garota de Gold"; logo depois da maldição ser quebrada, ela fora vista poucas vezes com o mago, mas os rumores se esvaíram quando essa nova garota passou a frequentar o Granny's Diner com insistência, mesmo depois de ter ido da pousada para o imóvel que existia em cima da biblioteca.

Quase nunca uma era vista sem a outra. Quando Ruby começava seu turno da manhã, ela estava cansada e de mau humor, então Belle aparecia, quase sempre a primeira cliente, e iluminava o lugar, assim como o rosto da garçonete.

Outros dias, Ruby terminava seu trabalho mais cedo e ia direto à biblioteca. Com o lugar ainda fechado para o público, pessoas começaram a comentar sobre a permanência da morena por horas.

...

– Esses últimos meses, - Mary Margaret concluía a aula. - foram muito gratificantes para todos nós. Hoje fazem seis meses que a maldição foi quebrada e nos reencontramos com aqueles que amamos. - Os alunos se animaram e trocaram alguns comentários com seus colegas. - Por isso, quero realizar o projeto "True Love"; vocês estão livres para fazerem seu trabalho do jeito que quiserem: redação, vídeo, cartaz... Apenas mostrem os vários tipos de amor que existem em Storybrooke.

Ruby tentava não espirrar pela quarta vez enquanto ajudava Belle a guardar os livros bagunçados pelas crianças. A outra sempre insistia que não era necessário ajudá-la, ainda mais depois de passar o dia todo trabalhando no Granny's.

– Belle! - Uma garotinha que acabara de sair da biblioteca com seu grupo de amigos, voltava sozinha com uma máquina fotográfica. - Quase me esqueci, posso tirar uma foto sua com a Ruby?

– Alguém me chamou? - Ruby apareceu detrás de uma estante, limpando suas mãos do pó.

– Grace quer tirar uma foto nossa.

A morena fez uma expressão confusa, mas não recusou o pedido. As duas se abraçaram e sorriram, o flash iluminou a sala.

Após ficarem sozinhas novamente, Belle apertou as bochechas da amiga e disse:
– Own, você fica tão fofa quanto um cachorrinho reagindo à luz do flash.

Ao longo da semana, toda vez que a dupla se encontrava, uma criança se aproximava. Perguntavam como elas se conheceram, melhores momentos juntas ou o que mais gostavam de fazer.

– Ei, alguém jogou uma maldição da curiosidade nas crianças de Storybrooke?
Ruby perguntou enquanto abria sua garrafa de cerveja e se acomodava no sofá de Mary Margaret. Com tudo que tinha acontecido nos últimos tempos, elas não haviam tido tempo para alimentarem sua antiga amizade, mas agora a cidade finalmente parecia estar calma e Ruby aproveitava uma tranquila tarde com sua amiga.

– Por que diz isso? - Snow se juntou à ela, pronta para colocar as novidades em dia.

– Essa semana, várias crianças começaram a fazer perguntam pra mim e Belle. Até quiseram tirar uma foto nossa!

– Espera um minuto, que tipo de perguntas? - Só podia ter uma explicação para isso, mas ela não conseguia acreditar...

– O que mais gostamos de uma na outra, o que fazemos juntas... Sei lá, não lembro direito, mas é esse tipo de coisa.

– Oh... - Agora tudo fazia sentido.- Eu pedi um trabalho para os meus alunos, acho que alguns deles quiseram se inspirar em vocês.

Ruby levantou a sobrancelha, desconfiada. Vindo de Mary Margaret, podia ser um trabalho sobre tortas e outras guloseimas saudáveis; já vindo de Snow, as crianças deviam estar pesquisando sobre esgrima. Como a mulher à sua frente era uma mistura das duas, vai ver era alguma coisa sobre bolos que lutam esgrima; claro que isso não tinha nada a ver com as estranhas perguntas dirigidas à ela e Belle, mas Ruby gostava da ideia de comidas lutadoras. - E que tipo de trabalho é esse?

– Você vai ver... Nós faremos uma exposição para a cidade.

O fim da trilha na floresta dava ao recente parquinho construído pela prefeita, e era lá que Ruby e Belle se encontravam depois de uma longa caminhada.

Belle havia falado tanto sobre um tal Júlio Verne que Ruby cedera à sua insistência e pedira a recomendação da sua amiga para ser apresentada à essas histórias, a garota ficara tão feliz que decidiu fazer uma tarde de leitura em algum lugar que Ruby apreciasse, como uma forma de agradecimento por dar uma chance ao seu autor favorito, por isso, escolheu a floresta. Depois horas e uma garrafa de vinho tinto, elas decidiram que seria melhor continuarem algum outro dia.

Enquanto Ruby procurava a lixeira mais próxima para jogar a garrafa e os copos descartáveis fora, Belle avistou Henry sentado sozinho em um banco, ele parecia estar lendo um grande livro, mas não era seu habitual livro de contos de fadas, pois a página que ele encarava estava em branco. Foi quando percebeu um lápis na mão do garoto. Belle arfou, estaria Henry escrevendo um livro? Ela não pôde se conter, foi se juntar à ele.

– Olá Henry, o que está fazendo?

– Oh, oi Belle. Estou tentando fazer um trabalho. - O menino franziu a testa mais ainda, esperando que as palavras surgissem magicamente e ele pudesse voltar para a casa logo jogar video game.

Belle se lembrou de quando Ruby contou que todas aquelas estranhas perguntas tinham a ver com um projeto de Mary Margaret e se perguntou se não era o mesmo que Henry parecia ter tanta dificuldade em fazer. Se fosse, talvez ela pudesse ajudar, afinal, parecia estar envolvida em tantos deles.

– É aquele projeto que sua avó criou?

– Esse mesmo! Só preciso de mais uma para acabar... - Finalmente, uma ideia ocorreu à Henry. - Belle! Você e Ruby podem me ajudar com a última história?

– Claro! Sobre o que quer escrever?

– Sobre o verdadeiro amor de vocês.

Aquelas palavras atingiram Belle como um Yaoguai em alta velocidade.

– Ah Henry, eu não sei se nós duas somos as melhores para falar sobre amor verdadeiro... - Realmente, Rumplestiltskin e Peter não eram histórias inspiradoras.

– Tem certeza? Meu livro têm histórias de todos vocês na Floresta Encantada e agora estou criando a versão Storybrooke, quero incluir todos que descobriram seu True Love depois da maldição e vocês são um ótimo exemplo. - Certo, essas palavras foram mais fortes que um Yaoguai. - Pelo menos não brigam o tempo todo como minhas mães. E falando nelas... - Um fusca amarelo buzinava do outro lado da rua. - Te vejo depois Belle, se quiser, ainda seria muito legal escrever sobre vocês.

Belle mal conseguiu se despedir, a voz de Henry ainda ecoava em sua mente.

Do parque até seu apartamento, Belle ficou silenciosa e distante, o que deixou a outra muito preocupada. Ruby finalmente podia conversar com a amiga sobre suas histórias preferidas - e estava animada para fazê-lo - e de repente Belle estava quieta?

Ao chegaram na porta da biblioteca, Ruby já se determinara em fazer a outra falar. Mas antes que isso fosse possível, subitamente Belle abriu a boca.

– Eu sei por quê aquelas crianças fizeram tantas perguntas para nós.

– Então diga! - Surpresa e curiosa pela confissão, Ruby perguntou.

– É um trabalho sobre amor verdadeiro. Todos acham que nós estamos... Juntas.

– Como ass... Ai meu Deus! Juntas estilo "Eu-quero-te-beijar juntas"?? - A mais alta não sabia se toda a adrenalina correndo pelo seu corpo era por descobrir a verdade ou... O lobo, ela sempre podia culpar o lobo.

– Nós? Nos beijando? - Belle riu nervosamente e abaixou a cabeça, tentando esconder as bochechas rosadas. - Que ridículo...

Ruby teve uma vontade repentina de encarar seus sapatos, se estivesse na sua forma lupina, ela com certeza pareceria um filhotinho que se perdeu na mudança. - Totalmente...

Nem o mais gelado dos ventos poderia cortar a tensão que pairava, mas a fria brisa foi suficiente para fazer Belle buscar calor nas mãos da amiga. Amiga... Só agora ela percebia como esse status a incomodava.

Um sentimento à tempos enterrado lutava para emergir: ele saiu de seus corações palpitantes e perambulou pelo sangue, o tornando mais quente; brincou em seus estômagos como borboletas na primavera e saltitou pelos dedos interligados, deixando para trás um formigamento engraçado. Até que finalmente saiu pelas bocas (Belle mordeu seus lábio inferior, tentando impedi-lo, sem sucesso), atraindo as duas como imãs.

Pela diferença de altura, Belle teve que levantar os pés para conseguir a proximidade que queria, mas tal ato nem parecia um esforço comparado à recompensa de tocar no rosto da outra e sentir o gosto de vinho e gloss.

Ruby abraçava Belle na mesma intensidade do beijo, sabendo que a partir daquele momento ela poderia se importar e protege-la do jeito que sempre quis.

O casal passeava entre os estandes e alunos, de mãos dadas e observando com sorrisos bobos e olhares significantes todos os trabalhos que participaram sem ter consciência do que se tratava, mas, mesmo assim, conseguindo retratar um dos mais puros significados de amor verdadeiro.


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Notas finais do capítulo

Espero que essa pequena fic tenha alimentado um pouco a necessidade de Red Beauty na sua vida.



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