*Por favor! Alguém me mate agora! Que um buraco apareça aqui e me sugue! Por favor! Oh santa das batatinhas se você ainda me ouvir... Oh! Por favor! Muito humilhante estar nessa situação e meu inimigo aparecer justo nessa hora!

*Continuação...

—O quê você está fazendo aqui?! -Ele pergunta parecendo indignado.

—Bom, eu morro aqui! -Eu respondo irritada tentando levantar.-E você?

—Bom, eu vou morar aqui! -Ele responde do mesmo jeito que eu.-Quer dizer, não aqui, na casa ao lado. Não aqui no seu quintal... -Ele se atrapalhou um pouco, gesticulando. -Ah! AnnaBeth, você não disse que morava num beco longe? -Ele arqueou as sobrancelhas e me deu a mão me ajudando a levantar e virando a mangueira pro outro lado.

—Você não acreditou mesmo naquela história, acreditou? -Agora foi a minha vez de arquear as sobrancelhas.

—Eu não, mas o Sr.Viiz sim! E ele me deu um sermão enorme por não ser cavalheiro, e ter deixado a batatinha com você! A culpa é sua loirinha! -Ele cruzou os braços irritado.

—Não me chame de loirinha Sr.Gigante! -Eu respondi irritada.

Eu sei, que deveria estar agradecendo por que ele me ajudou a levantar e controlar a mangueira mas dane-se! Ele me irrita!

—Eu não sou gigante! Você que é baixinha! -Ele respondeu na defensiva.

—Eu já não falei pra não falar da minha altura!? -Eu comecei a molhar ele com a mangueira.

—PARA! Você tá me molhando! Malucaaa! -Ele tentou pegar a mangueira de mim mais não deixei.

—Quem é a baixinha aqui!? -Eu comecei a molhar o cabelo dele irritada.

—Você! -Ele respondeu tentando secar o cabelo.

—Ah, mas eu vou te mostrar a baixinha! -Eu larguei a mangueira e peguei o balde de sabão e joguei nele.

—Garota você ta louca!? Olha o que você fez! Ah AnnaBeth, você não sabe com quem ta se metendo! -Ele pegou a mangueira e começou a me molhar mais.

Por um minuto fiquei parada enquanto ele me molhava! Ele lembrou do meu nome! Quer dizer o nome falso que eu dei... Mas ele lembrou. O quê isso importa mesmo? Nada! Eu vou matar esse garoto! Quem ele pensa que é?!

—Você que não sabe com quem ta se metendo! -Eu disse tentando pegar a mangueira.

—Já fez amiguinhos novos, flor? -Denise apareceu com sorrindo. -Oh querida! Eu falei pra você lavar o carro e não tomar banho de mangueira! -Ela riu encarando Gabriel.

—Argh! Eu tô com cara de quem tava tomando banho de mangueira, Denise!? -Eu gritei.

—Sim! Você está com cara! -Ela gargalhou debochada. -Não vai me apresentar seu amigo?

—Ele não é meu amigo! -Eu disse com raiva soltando meu cabelo molhando que estava preso.

—Gabriel Johnson, prazer! -Ele sorriu sem jeito.

—Olá Gabriel! Eu sou Denise a madrasta da... -Eu a interrompi.

—Oficialmente você não é minha madrasta, meu pai graças a Deus não se casou com você! Mas infelizmente você é a namorada dele! -Eu exprimi minha blusa que estava encharcada.

—Se comporte melhor, flor! -Ela reprendeu sorrindo falsamente.

Agora ela se faz de boazinha e eu sou a rebelde má! Vi que Gabriel tinha soltado a mangueira que estava no chão, então eu rapidamente peguei e comecei a molhar a Denise.

—Ah! Olha só o que você fez! -Ela começou a gritar enquanto eu a molhava e ria. -Sua idiota! Estúpida! PARE COM ISSO AGORA! -Ela gritava histericamente, ah, agora a princesa se transformou em monstro, foi? Falsa.

—Ah Qualé Denise! Está calor, aproveita! -Eu provoquei debochadamente.

—Argh! Sua! Argh! Vou contar tudo pro seu pai! -Ela disse com raiva e entrou na casa.

Olhei pra Gabriel que ria e molhei ele.

—Ei! -Chamei sua atenção, empinei o queixo e o nariz. -Vou contar tudo pro seu pai! -Eu a imitei e nos dois rimos.

—Ei, calma aí loirinha! Isso significa que somos vizinhos? -Ele me olhou sério.

Ah droga! Só agora a ficha me caiu! De todos os lugares dessa cidade ele tem que morar justo na casa ao lado? O que eu fiz pra merecer isso? Merda! Por quê essas coisas só acontecem comigo? Só comigo!? Argh!

—Infelizmente sim! -Eu respondo e faço uma careta.

—Eu não acredito nisso! Vou ter que ver sua cara feia todos os dias? -Ele me pergunta irritado.

—Não, eu não te daria esse prazer de ver a minha linda cara todos os dias! Você não merece isso! Eu não fico sempre aqui, na maior parte do tempo fico na casa da minha mãe. Graças a Deus porque te ver todo dia ia ser um pesadelo! -Eu retruquei revirando os olhos.

—Ah então menos mal srta.eu-não-sei-controlar-uma-mangueira-e-peço-socorro! -Ele debochou e eu senti minhas bochechas queimarem! Eu corei um pouco porque vamos dizer que eu paguei maior mico, na frente do inimigo! Droga! Merda!

—Olha aqui, eu não pedi socorro e muito menos a sua ajuda! Agora se você me da licença, eu tenho mais o que fazer! -Eu disse me virando e saindo.

Fui até a torneira e a desliguei! Guardei a mangueira e fui pra dentro de casa. Argh! Essa praga meu vizinho! O que eu fiz pra merecer? Ta, ta eu sei que não sou uma anja mas também não é pra tanto! Fui direto pro meu quarto, peguei uma roupa e fui tomar banho. Depois desci pra ouvir meu pai reclamar por causa da Denise, e por que eu não lavei o carro!

—Emely Watson! O almoço já está servido! -Ele disse irritado e eu desci até a cozinha.

Lavei a mão, e me sentei com ele e Denise, que já estava sequinha e me encarava.

—O quê foi? -Eu perguntei olhando pra Denise com frieza.

—Como o que foi? Você me molhou toda! E eu tinha acabado de fazer escova! -Ela respondeu com uma voz suave e tristonha. Falsa.

—E você não lavou os carros! -Meu pai reclamou me lançando um olhar irritado.

—Ah você tem empregados, eles podem fazer isso! E estava quente, um banho de mangueira faz bem de vez em quando Denise! -Eu me defendi.

—Não perguntei se tenho empregados ou se estava quente. Era sua tarefa, você tinha que fazer. Você tem que aprender o valor das coisas, ser mais respeitosa e obediente. -Ele me deu a bronca, sério. 

—Ok, me desculpem. Mas eu tive um acidente com a mangueira! Não foi culpa minha! -Tentei me defender.

—Que acidente? -Meu pai perguntou curioso.

—Algum infeliz colocou um plastico dentro da mangueira e a água não tava saindo! Então eu tirei o plastico, a água começou a sair, só que em mim! Digamos que eu esqueci de fechar a torneira enquanto tirava o plástico, acabei toda encharcada.

Eu expliquei e papai começou a rir! Maravilha, virei motivo de piada! Humilhada na minha própria casa pelo meu próprio pai! Argh! O resto do dia passou bem, eu não vi mais o Gabriel Graças a Deus! E falei com o Daniel sobre amanhã que é infelizmente o primeiro dia de aula...

Continua...