*Quando eu ia correr já era tarde! Ah, Droga! Uma viatura parrou e dois policias nos abordaram. Puta Merda! Agora ferrou tudo!

Continuação...

Eles eram altos. Um era moreno careca e o outro era branco do cabelo preto. Ambos os dois tinha olhos castanhos escuros.

—O que dois adolescentes fazem está hora aqui? -O moreno nos perguntou.

—Ah, eu decidi passear a luz do luar com meu namorado! -Eu sorri e agarrei o braço do Gabriel. -Não é romântico?

—Ou talvez, você e seu namorado decidiram pichar a escola. -O branco falou olhando pra pichação no muro atrás de nós.

—Pichar? Oh, não! Jamais faríamos uma coisa dessa! Quando chegamos já estava assim! -Eu ergui as mãos em sinal de rendimento.

—E como você explica a tinta na sua mão? -O moreno franziu a testa. Puta merda! Olhei pra minha mão e era verdade. Estava suja de spray.

—Hum... Tudo bem! -Eu me rendi e logo fui em direção a viatura. Abri a porta e me joguei no banco de trás da viatura. Gabriel fez o mesmo.

Os policias foram para os bancos da frente e começaram a dirigir. Vai ficar tudo bem. Porque eu sou de menor e eles não podem me prender! Ah, Merda! Aqui é Estados Unidos! Eles podem me prender sim!

—Eu quero um advogado. -Eu anunciei. -Não falo nada se não tiver meu advogado. Porque aqui é a América e eu sou inocente até que se prove ao contrario.

—Acho que o Spray no seu bolso prova ao contrario. -Um dos policias riu.

—Vocês não vão nos algemar? -Eu perguntei.

—Não. Vocês não são bem uma ameaça, garota. Temos que fazer o B.O. na delegacia e depois chamar seus pais e blá blá blá... -O branco que estava dirigindo falou entediado.

Hm. Não era tão ruim assim.

—Vocês não tem, por acaso, rosquinhas ai? Eu sai de casa sem comer... -Eu perguntei.

—Por que todo mundo acha que nós, policiais comemos rosquinhas? -O moreno que estava no banco do passageiro falou indignado.

—Sei lá... Culpe os Simpsons! -Eu argumentei. -Mas e aí... Vocês tem ou não tem rosquinhas? -Eu perguntei e o do banco do passageiro suspirou.

—Toma. -Ele entregou um saco de rosquinhas e eu comecei a comer.

—Eu sou Emely, e o idiota ao meu lado é o Gabriel. E não, nós não somos namorados. -Eu estendi a mão pro policial moreno legal das rosquinhas. -Seria um prazer se não estivéssemos nessa situação.

—Bem Emely, eu sou Fred e esse que esta dirigindo é meu parceiro Black. -Ele apertou a minha mão. -Você pode começar a me contar essa história de pichar muros, porque não é legal, mocinha! E isso é sério. Não é uma brincadeira.

—Okay, okay! Eu conto! Que se dane aquele lance de só falo com meu advogado! -Eu sorri e contei tudo. Quer dizer, só contei sobre minha briga com a Melaine e com o diretor.

—Eu não acredito que você e a Melaine brigaram por mim! -Gabriel me olhou surpreso.

—Eu não briguei por você! Briguei pelo meu cabelo louro! -Eu expliquei.

—Voces ate que formam um casal bonitinho... -Fred comentou.

—Eu e ele? -Eu apontei pro Gabriel. -Ele nem faz meu tipo!

—Ah, é claro! Porque seu tipo são idiotas que nem o Ethan! -Gabriel me olhou irritado.

—E o seu são garotas sem cérebros como a Melaine! -Atirei de volta.

—Lamento interromper a briga, mas chegamos. -Black anunciou.

Entramos na delegacia e eu fiz minha melhor cara de: "Eu sou má, não mexa comigo."

—Bom, eu os levarei para o sala do Delegado. -Black falou e eu e Gabriel o seguimos até uma sala.

Entramos na sala e nos deparamos com o tal delegado. Um senhor com uma cara cansada. Ele parecia ser do tipo que odiava jovens. Ui, deu medo agora, pelo jeito que ele olhou pra mim e pro Gabriel.

—Sr. Fiister, eu flagrei eles pichando. Acho que o caso agora é com o Sr. -Black explicou e saiu da sala. Eu e Gabriel nos sentamos nas cadeiras em frente a ele.

—Delinquentes! Eu odeio delinquentes! Tudo que vocês jovens de hoje em dia precisam é de uma boa surra! Ah, se fosse na minha época... -Ele resmungou.

—Não somos delinquentes! Só estávamos nos divertindo... -Eu tentei melhorar as coisas mas pela cara que o coroa fez eu só piorei.

—Você acha isso divertido? Esse não é o tipo de divertimento certo, Srta?

—Watson. -Eu respondi me encolhendo. Esse velho sabe fazer as pessoas se sentirem envergonhadas e culpadas! Droga!

—Então, Srta. Watson! Eu quero o numero da sua casa! Ligarei para comunicar aos seus pais sobre seus atos... -Ele disse pegando no telefone.

—Espera! Quer dizer, pode liberar o Gabriel? -Eu apontei pro Sr. Gigante que se encontrava ao meu lado surpreso. -Eu meio que o obriguei a vir aqui. Disse que se ele não viesse pichar a escola comigo, eu picharia o muro dele. Ele fez isso pra honrar a sua casa! -Eu menti parecendo arrependida. -Por favor, o libere.

—Tudo bem. O garoto pode ir. -O delegado cedeu meio hesitante.

—Obrigada! -Eu sorri agradecida enquanto Gabriel saia da sala preocupado.

—E então? O número da sua casa? -O delegado pegou de novo o telefone.

30 minutos depois...

Enquanto papai não chegava eles tiraram fotos de mim com uma plaquinha na mão. Legal, né? Eu fiz caretas e mostrei o dedo do meio em algumas delas. Achei maneiro esse lance da foto. Que nem nos filmes. Depois disso eu fiquei esperando meu pai chegar e pagar a multa.

Antes de eu ir embora, Fred me desejou boa sorte. Tá aí! O tiozinho das rosquinhas virou meu amigo! Isso era demais! Ter um amigo policial! E que ainda come rosquinhas! Sorri com aquele pensamento.

Quando papai chegou e pagou a multa eu me surpreendi com Gabriel do lado de fora da delegacia. Quer dizer, era pra ele ter ido embora. E não ter me esperado do lado de fora. Nós três caminhamos em direção ao carro do meu pai.

—Por que não foi embora? -Eu perguntei pra Gabriel enquanto me jogava no banco.

—Por que você mentiu lá dentro, e me livrou dessa? -Ele devolveu com uma pergunta e eu fiquei em silêncio. E ele sorriu. -Eu queria esperar você lá dentro, mas provavelmente eles mudariam de ideia e me prenderiam.

—Em casa, conversaremos mocinha. Sua mãe não esta nada feliz com isso. -Meu pai falou pela primeira vez desde que ele foi me buscar. Graças a Deus! O silêncio dele estava me matando. Acho que ele estar falando agora, é um bom sinal.

Quando cheguei em casa levei uma bronca tão grande do papai, que preferia ter ficado na cadeia mesmo. Ainda tive que ouvir os desaforos da abusada da Denise!

 Ninguém merece! Papai prometeu não falar nada com os pais do Gabriel, porque segundo ele "a culpa era inteiramente minha que tenho dom, de arrastar bons meninos como o Gabriel, para enormes confusões!", valeu pai!

Apesar de tudo isso, eu gostei dessa noite. Quer dizer, no final tudo vai ficar bem. Papai pagará uma tinta nova pro muro e mamãe vai me dar uma mega bronca e Gabriel... Bom ele continua sendo o Gabriel...

Sabe de uma coisa legal? Agora eu tenho uma ficha criminal, não é demais? Quando se eu tiver filhos eles poderão se orgulhar no PlayGround dizendo: "Minha mãe tem uma ficha criminal", ou quando eles não me obedecerem eu posso dizer :" Moleque eu tenho uma ficha criminal, não teste minha paciência!" E eu sei! Eu posso ser uma mãe maravilhosa, não? E o dilema da minha família seria.. "Tenha uma ficha criminal ou seja a decepção da mamãe"!

Ah, cara! Isso é demais! Quer dizer eu não fiquei numa cela nem nada porque sou de menor e nem foi tão grave, mas eu tenho uma ficha criminal! Uhuul! Toma essa sociedade! Eu ainda virarei líder de uma gangue! E Fred pode ser meu infiltrado na polícia....

Enfim, amanhã quando todos amanhecerem e meu pai for na escola vão me conhecer como:" Emely, a pichadora" E isso é legal. Mas eu ainda não terminei por aqui... Quer dizer eu me vinguei do Diretor, mas ainda falta a nossa querida Mel. Risada maléfica! Muahahahaha! Ela que me aguarde!