Minha Namorada Contratada escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 3
O Chefe de Kagome


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de presente para a Priscila, que deixou um adorável review.



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Eu devo admitir: saindo da boca de Kagome, o plano não parecia tão estúpido. Não que eu ainda nem estivesse acreditando que estava aceitando aquilo. Eu a encarei, sério, enquanto ela dava descrições de suas amigas, ou melhor, colegas. Tinha que admitir que eu estava errado quando a conceituei como uma puta de luxo. Ela era tão séria quanto qualquer executiva da minha empresa quando as coisas se mostravam mais delicadas.
– Temos a Priscila, é claro. Mas, não creio que ela vá aceitar. - ela disse, me tirando de meus devaneios - É uma garota excepcional, porém, está terminando a academia de dança e a pós-graduação. Não tem tempo nenhum para andar por aí com o Senhor Taisho. É uma pena, porque ela daria uma namorada perfeita.
Kagome suspirou. Pude observar, pelo canto do olho, um homem se aproximando, meio trôpego. Ele botou uma mão na nossa mesa e se inclinou para a mulher que estava do meu lado.
– Olá, Ka. - disse com um sorriso.
– Kouga. - ela lhe sorriu com doçura - Não acha que já bebeu demais?
– Foi um dia puxado. - ele suspirou, e até eu pude sentir o bafo de alcool de onde estava - Eu tenho que relaxar um pouco. Por que não me ajuda?
Eu olhei com ferocidade para o estranho. Que merda era aquela? Que idiota! Como se ela fosse simplesmente cair em seus braços. E por que isso me interessava, afinal de contas? Por que eu estava estressado?
– Claro, claro. - Kagome lhe sorriu.
Espera um pouco, como é?
– Vou cantar uma especialmente para você. Só espere um pouco, sim? É o momento da Priscila agora. - ela piscou.
O homem lhe sorriu e lhe abraçou. Ela pareceu aflita. Eu cerrei meus punhos enquanto uma mão forte puxou o clarinho de Kouga, o deixando longe de Kagome.
– Sabe as regras, Kouga. - disse, com uma expressão assustadora.
– Tudo o que você deseja, mas jamais poderá possuir. - disseram Kouga, Kagome e Bankotsu ao mesmo tempo.
– Isso mesmo. Agora, para longe. - disse o homem, o empurrando.
Kouga tropeçou um pouco e Kagome se levantou, parecendo preocupada. Por que ela parecia preocupada com ele? Que idiota. Era só um executivo bêbado.
– Vou pedir para um dos sócios do Kouga chamar um táxi para ele. - murmurou o homem, com um biquinho.
Espera... Mas o quê? Por que porras um homem estava fazendo biquinho?
– Jakotsu... - murmurou Kagome, manhosa e sedutora.
Merda. Aquela garota deveria ter tomado a droga de algum curso. Até os homens que não haviam sido chamados olharam, hipnotizados, para o seu rosto. Ela estava fazendo a cara mais sedutora e pidona de todas. Deus não existe. Porque, se existisse, não daria tanto poder sobre os homens para Kagome. Ou talvez ela fosse um demônio lançado na terra.
– Não adianta, meu amor, você sabe que eu não gosto dessa fruta. Sabe que eu alivio com você por ser nossa estrela, Kagome, e por ser amiga do meu irmão. Porém, volte ao trabalho. Agora. - ele sussurou, autoritário - E quero ver os homens perdendo a cabeça por você e essa sua bunda maldita.
Então era isso. Ele era gay. E chefe dela, pelo jeito. Parecia o certo: um gay jamais seria seduzido por nenhuma daquelas mulheres. Seria o único capaz de mandar nelas.
– Admita que você adora a minha bunda. - ela piscou e correu, antes que Jakotsu pudesse responder.
– As estrelas ficam cada vez mais difíceis de lidar. - suspirou Jakotsu.
– Sabe que a Kagome nunca será tão difícil de lidar. - sorriu Bankotsu.
Então eu me dei conta: o chefe da mulher mais gostosa que eu já vi em toda minha vida é irmão do meu melhor amigo. Mas que merda! Por que eu nunca tinha vindo aqui antes? Kagome começou a tocar piano e eu me virei. Ela sorria enquanto tocava com toda a sua dedicação, dedilhando o piano com habilidade e destreza. Pensei no que mais aqueles dedos poderiam fazer.
– Sesshoumaru Taisho. - disse Bankotsu.
– Sim? - perguntei, grosso.
– Meu irmão, Jakotsu.
– Prazer em conhecê-lo. - estendi a mão.
– Tome conta de mim, por favor.¹ - sorriu Jakotsu, colocando a mão por cima da minha.
Ergui uma sobrancelha para Bankotsu. Se aquele irmão dele achava que eu ia beijar a sua mão, estava terrivelmente enganado.
– Ora, não seja tímido, Taisho. - Jakotsu fez um biquinho.
Virei a minha mão e consegui apertar a dele, recolhendo a minha logo em seguida.
– Aposto que se fosse a Kagome... - Jakotsu insinuou.
– Ela é mulher. - disse simplesmente.
– Ela é a mulher. - suspirou Jakotsu - Ela tem tantos admiradores... Se eu tivesse metade do número de homens correndo atrás de mim que ela tem, estaria feliz.
– Mas nunca deu razão para nenhum. - sorriu Bankotsu.
– Ela é muito insensível nesse quesito, embora seja gentil. - sorriu Jakotsu para Kagome no palco.
– Fala dela como se fosse pai da mulher. - falei.
Não que isso realmente me incomodasse. Era só levemente irritante saber que a única mulher pela qual me interessei era desejada por uma multidão de outros homens. Espera, a mulher pela qual me interessei? Sai dessa viagem, Sesshoumaru, eu nem fumei. É só desejo sexual. Somente.
– Uma vez que ela não tem pais, não vejo problema em cuidar da Kagome. - se defendeu Jakotsu.
– Ela não tem pais? - perguntei, surpreso.
– Os pais morreram faz muito tempo, num episódio trágico. - Bankotsu me informou, enquanto o irmão fazia uma careta.
– Ela dança aqui desde os dezesseis anos. - suspirou Jakotsu, parecendo viajar - Ela é tão linda, e tão atenciosa. E sabe dançar tão bem... Fora que tem um corpo maravilhoso. Se eu tivesse o corpo dela, seria feliz.
Bankotsu cuspiu a bebida na qual dava um gole calmamente. Eu me afastei um pouco, também demonstrando um pouco da minha surpresa. Na verdade, um grande choque. Aquele homem...?
– Você já a viu nua? - perguntou Bankotsu.
Homem sincero, esse.
– Lógico que sim. Já vi todas as minhas dançarinas nuas. É inevitável, já que eu as arrumo e faço os figurinos. Preciso saber quais são as partes mais bonitas do seu corpo, para mostrá-las. No caso de Kagome, sempre tem que usar saias curtas e um decote generoso. Prefiriria mostrar a barriga também, como faço com Priscila, mas Kagome ainda está perdendo a timidez. - sorriu Jakotsu.
– Filho da puta sortudo. - falou Bankotsu enquanto parecia deprimido.
– Você ainda não esqueceu a paixão pela Kagome? - perguntou Jakotsu.
Até o Bankotsu? Mas que merda!
– Eu não sou apaixonado por ela. - negou ele.
– Espero que não. Sabe qual é o apelido de Kagome? Homewrecker. Destruidora de lares, pois sempre faz os maridos e grandes presidentes de empresas se apaixonarem por ela, só para terem os coraçõeszinhos destroçados por ela depois. É claro, homens como você têm um tratamento especial vindo dela. Mas, nada demais. - Jakotsu deu de ombros.
– Que tratamento especial? - perguntei, curioso.
Droga. Jakotsu e Bankotsu me olharam, desconfiados. Quando eu havia me envolvido tanto na conversa para esquecer de ficar calado? Merda. Mil vezes merda.
– Eles são chutados com dignidade. - respondeu Jakotsu - Você também, Taisho? Que pena.
Ele parecia realmente triste, o que eu decidi ignorar.
– Vamos, Sesshoumaru. - disse Bankotsu - Amanhã acordamos cedo, e não vamos conseguir falar com a Kagome agora que esse merda chegou. - ele apontou o irmão - Amanhã nos encontramos com ela, num almoço.
Eu não queria ir. Tínhamos bebidas, boa conversa, um tempo sem Kagura e uma mulher sexy dançando quase sem roupa no palco. Porém, meu senso de responsabilidade me fez assentir e levantar da cadeira. Eu e Bankotsu nos encaminhamos até a porta, onde foi feito o meu cadastro como uma cortesia de Jakotsu, que descobri ser o dono do lugar e chefe das mulheres que ali ficavam. E então, quando estávamos quase saindo, o homem gritou:
– É melhor não se apaixonar por ela, Taisho! - ele acenou, sério - Sua vida vai mudar, mas não vai adiantar de nada: ela só vai destroçar você e pisar em sua dignidade.
Eu o ignorei enquanto ia para o carro de Bankotsu, que também fez o mesmo. Eu, me apaixonar por Kagome? Ter a dignidade pisada? Que ridículo.


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Notas finais do capítulo

¹ = Tradução literal do termo japonês usado ao se apresentar.

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