Minha Namorada Contratada escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 28
A Grande Discussão Quando Eu Saí De Casa


Notas iniciais do capítulo

Esses últimos capítulos estão sendo meio tensos, mas juro que melhora!
Pequena correção no último capítulo: Sesshoumaru viu a mãe na renovação de votos de Izayoi com Inu. Perdoem o erro.
Capítulo agendado, já que hoje estarei fazendo a prova do vestibular uma hora dessas. Torçam por mim!
Boa leitura!



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Kagome estava bebendo seu décimo copo de água com açúcar, enquanto Satori estava somente encarando a minha namorada e apertando minha mão fortemente. Eu estava entre Kagome e minha mãe, sendo que um dos meus braços estava ao redor dos ombros da minha namorada e o outro ao redor da loira. Ambas estavam tremendo um pouco ainda. Eu estava sério, e não conseguia encarar nem meu pai, nem Izayoi, no momento. Inuyasha estava acalmando a mãe no outro canto da sala na qual estávamos, o mais distante possível do sofá onde eu estava com a minha mãe. Garoto esperto.

– A culpa não é sua, você sabe. – disse Kagome finalmente.

– Na verdade, é sim. – disse Satori, sabendo exatamente do que a morena falava.

– Não é. Você perdeu sua única amiga, não tinha culpa de me deixar. Além disso, não poderia prever o que ia acontecer, nem parar a minha mãe depois que ela soube. E de qualquer forma, o culpado foi quem dirigia, meu pai. Se ele tivesse mais cuidado, ainda estaria aqui. – Kagome deu de ombros – Ou talvez não seja culpa de ninguém, e seja o destino.

– Eles me jogaram essa na reabilitação. – disse Satori com escárnio.

– Me desculpe por reagir assim, é só que... Saber que eu tinha a oportunidade de ter uma mãe e não tive, por causa do Naraku... – Kagome tremeu – Eu realmente espero que ele não ande nunca mais. Sou uma péssima pessoa.

– Sua mãe costumava fazer isso também: desejar o mal ao próximo, e então passar as próximas três horas pensando em como era má e horrível. – Satori riu – Ela teria orgulho de você.

– Obrigada, Satori. – disse Kagome.

– Eu sei que isso é absurdo, mas... Onde você está morando? – perguntou minha mãe – Porque eu realmente gostaria de poder morar com você, uma vez que me é impossível morar com meu filho.

Eu apertei levemente o ombro da minha mãe enquanto ela respirava fundo e apertava minha mão de volta. Percebi que a oportunidade de morar com a minha mãe me foi negada, todo esse tempo, também pelo meu pai e por Izayoi. Eu poderia ser uma pessoa completamente diferente agora se eu morasse com ela, talvez. Talvez estivéssemos na América do Norte. Mas daí eu jamais teria conhecido Kagome. Um tremor passou por mim por um segundo.

– Minha casa é um cubículo. – sorriu Kagome – Mas podemos procurar um lugar?

– Claro que sim. – sorriu Satori.

– Acho que minha sogra gosta de mim. – brincou minha namorada.

– Ah, eu amei você desde o momento em que você nasceu. Engraçado o destino, parece até que vocês foram feitos para ficar juntos. – Satori riu.

– Kagome, suba, por favor. – eu pedi – Inuyasha, você também.

– O quê? – perguntaram os dois.

– Eu quero falar com os meus pais, e com a Izayoi. A sós, por favor. – pedi novamente.

Kagome engoliu em seco e apertou minha mão com carinho antes de se levantar e sair. Eu sabia que ela queria estar ali e não queria ao mesmo tempo: queria me apoiar, mas não queria se intrometer. Entendi aquele aperto de mão como um “obrigado por me privar dessa escolha”. Inuyasha ficou na dúvida se deveria sair, mas Izayoi mandou que ele saísse. Eu respirei fundo e passei a mão pelos meus cabelos, completamente frustrado. Eu precisava tirar aquilo a limpo. Eu precisava esclarecer tudo entre nós quatro, ou provavelmente não ficaria em paz tão cedo. Ou melhor, nunca.

– Então... Vocês me fizeram passar dezesseis anos da minha vida achando que minha mãe era uma mulher horrível, sem coração e completamente doida. – falei, ainda respirando fundo.

– Sua mãe sumiu. Você era tão novo quando ela foi embora, não podíamos te contar. E como ela nunca voltou... – Izayoi disse.

– Você presumiu – eu falei estressado – que eu não merecia saber que ela era uma vítima e que eu poderia tentar vê-la quando eu bem quisesse.

– Sesshoumaru. – disse minha mãe, apertando minha mão – Eu posso ser tudo, mas vítima não. Eu podia ter entrado em contato com você. Não tive coragem.

– Não, mãe. Espera. Eu passei dezesseis anos da minha vida achando que você era uma vadia. Isso – eu apontei para mim e depois para a minha mãe – não se faz. Cadê sua integridade, Izayoi? Cadê “família em primeiro lugar”? Cadê “a moral é o que constrói um homem”?

Izayoi começou a chorar novamente, e a tremer forte. Meu pai me olhava, paralisado. Sim, é verdade que minha mãe poderia ter voltado. Porém, eu a entendia. Eu também não voltaria, dadas as circunstâncias. Eu a perdoei no momento em que soube a verdade, e ela sabia disso. Além disso, ela realmente tinha voltado na renovação de votos do meu pai com a Izayoi, e tinha tentado se aproximar de mim. Mas eu a evitei, e demonstrei meu apoio ao casal com toda a minha força.

– Com você, eu não quero nem conversa. – eu falei, apontando para o meu pai – Não por agora, respeite meu espaço, por favor, até eu engolir que, não bastando foder a babá, ainda fez minha mãe criar o filho da sua amante. E ainda bateu nela – eu estava gritando agora – porque ela era amiga de uma Higurashi.

– Olha aqui, você não grite comigo. – disse meu pai – Eu posso ser tudo, mas ainda sou seu pai.

– Você não é meu pai. – eu gritei – Sabe o que você é? – eu me levantei – Um filho da puta! É isso o que você é, um filho de uma puta sem respeito por ninguém e sem amor próprio! O que era aquela história de que “Eu sempre amei sua mãe”, “Sua mãe me deixou”, “Izayoi se esforça tanto por essa família”?

– Sesshoumaru. – minha mãe segurou minha mão que eu apontava para o meu pai.

– Não, você não está entendendo! – eu gritei, me soltando dela – Isso aqui é um ninho de cobras! Você me deixou em um ninho de cobras!

– Se você tivesse ficado com os seus namorados, isso nunca teria acontecido! – gritou Izayoi para Satori.

– Você não fala comigo. – ameaçou minha mãe numa voz baixa – Porque quando eu partir para cima de você, nós duas sabemos muito bem quem vai sair quebrada. E também quem é que o seu amado esposo vai defender, não sabe? Então você fica na sua, porque se você não tivesse casado com o meu ex-marido, eu teria voltado para o meu filho!

– Você está me culpando por ser uma pessoa sem coração e abandonar seu filho? – gritou Izayoi – Essa é boa.

– Eu não abandonei meu filho! – gritou minha mãe – Eu voltei, mas ele não queria nada comigo, na merda da sua cerimônia de renovação de votos onde eu não contei para todo mundo que você é a babá que destruiu uma família!

– Eu não destruí nenhuma família! Era eu quem estava aqui, cuidando do seu filho, enquanto você estava farreando com modelos na Europa! – gritou Izayoi.

– Além de tudo ainda é burra, porque os Estados Unidos fica na América do Norte, minha querida! – disse minha mãe.

– Esse não é o ponto da questão! – gritou Izayoi.

– Acalmem-se vocês duas! – disse meu pai, se pondo entre as duas.

– Você não chegue perto de mim. – minha mãe recuou dois passos.

– Gente? – chamou uma voz temerosa.

Kagome estava entrando na sala, com Inuyasha em seu encalço. Enquanto Inuyasha corria para a mãe, Kagome ficou parada. Ela tinha as sobrancelhas franzidas e o rosto vermelho ao ver que todos nós a encarávamos. Abaixou os olhos algumas vezes, e somente o fato de que ela estava ali, me deixou bem mais calmo.

– Dá para ouvir a discussão de lá do quarto do Sesshoumaru. – disse timidamente – Vocês não acham melhor conversar sobre isso amanhã?

– Eu não tenho nada mais o que conversar aqui. – disse minha mãe indo até Kagome – Meu filho me perdoou, eu achei minha afilhada e conheci minha nora. Vou ligar para você amanhã, Sesshoumaru, eu pego o número com Kagome. Vou ficar num hotel por esses dias, mas eu levo Kagome para casa.

– Me esperem. – eu pedi – Eu vou pegar umas coisas, e vou para a casa de Kagome. – eu respirei fundo – Eu falo com você depois, Inu.

Eu respirei fundo enquanto saía e subia as escadas. Tudo bem, não fui eu quem foi o traído da história, essa era a minha mãe. Mas me esconder a pessoa que ela era, enquanto eu a odiava tanto, por tanto tempo? Fazer-me acreditar que Izayoi era uma santa, quando ela era uma babá que tinha um caso com meu pai? Isso tudo é uma bosta. Uma porcaria sem fim, um monte de baboseira. Eu realmente preciso me acalmar, como a Kagome disse. Não estou bem. Estou tão irado, que acho que se chegar perto demais do meu pai, lhe esmurro.

Entrei no meu quarto, pegando uma mala e jogando as primeiras camisas que vi na frente e as calças também, tudo dentro dela. Após isso, peguei meus artigos de higiene pessoal, minha chave do carro e minha carteira. Até coloquei um dos meus ternos e algumas roupas de ensaio, caso eu precisasse. Por fim, dois pijamas. Eu não pretendia voltar a essa casa tão cedo. Após olhar em volta, desci as escadas com pressa, levando a mala. Izayoi me esperava no pé na escada, enquanto minha mãe estava ao lado de Jaken e Kagome, na porta.

– Sesshoumaru... – chamou Izayoi.

– Agora não, Izayoi. – eu disse simplesmente.

Ela ainda tentou agarrar meu braço, mas eu o sacudi como se algo asqueroso tivesse me tocado ali. Após respirar fundo novamente, eu saí da casa com a minha mãe e Kagome. Kagome ocupou o lugar de motorista e eu nem discuti, sabendo que dirigir nesse estado não era aconselhável. Simplesmente me concentrei em respirar fundo. Nós paramos primeiro num hotel, onde minha mãe saltou e me deu um papel antes de se virar e ir embora. Quando eu vi a longa lista de modos de entrar em contato com ela (seis telefones, e-mail, todas as redes sociais possíveis e até pager), quase chorei novamente. Ao invés disso, respirei fundo e abri a janela, apoiando meu cotovelo nela e olhando para o horizonte.

Quando chegamos à casa de Kagome, ela me fez tomar um banho antes de dormir. Eu só fiquei de baixo da água quente, enquanto ela me ensaboava e me ajudava. Estava com a cabeça tão cheia, que mesmo isso não me conseguiu fazer ficar animado, se bem que suas mãos eram calmas e seus movimentos inspiravam só a tranquilidade. Quando acabamos o banho propriamente dito, Kagome me abraçou e ficamos lá, debaixo do chuveiro. Quando eu comecei a ficar preocupado com ela pegando um resfriado, desliguei o chuveiro e fomos para o quarto. Nós nos enxugamos e eu enxuguei seu cabelo. Dormimos juntos, abraçados, e essa foi provavelmente a única coisa que conseguiu me permitir dormir naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Esses últimos capítulos estão sendo meio tensos, mas juro que melhora!²
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