Minha Namorada Contratada escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 27
Minha Mãe e a História de Kagome


Notas iniciais do capítulo

Sem revisão, porque chorei tanto que acho que se eu ler de novo, morro.
Capítulo bem emocionante, mas bem importante. A história da Satori e da Kagome são contadas aqui... Juntas. Como sempre foi.
Boa leitura, peguem lencinhos!



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As coisas estavam ótimas essa semana, sem nenhum tipo de tensão. Sério, nem a Kagura havia aparecido. Está tudo na mais perfeita paz na casa dos Taisho. Embora Kagome não durma aqui toda noite, nós revezamos, às vezes dormindo na casa dela e às vezes aqui. Apesar desse arranjo, passamos todas as noites juntos. As aulas de Kagome na Academia andam ótimas, e ela está se dando muito bem com os alunos. Rin está super animada e se esforçando loucamente, e até meu desempenho na empresa melhorou.

Para falar a verdade, as coisas estão tão bem que eu já estava começando a ficar tenso. Será que a Kagura realmente desistiu de me perseguir? Apesar de todas as minhas paranóias, resolvi esquecer a Kagura e me concentrar no jantar em família que estávamos tendo no momento. Kagome estava na minha casa e, desta vez, ela tinha cozinhado sobremesa para todos nós. Inuyasha já estava na sua terceira taça de pudim enquanto minha namorada, meu pai e eu estávamos na segunda. Rin brigou com minha namorada por tentá-la, mas está desfrutando lentamente da sua primeira taça, assim como Izayoi.

De repente, foi ouvido todo um estardalhaço da sala perto da de jantar. Ouvi a voz de Jaken, e ele parecia admirado com algo. Imediatamente franzi a testa, me levantando junto com meu pai para ver o que havia acontecido, então a porta foi aberta e uma mulher entrou. Ela tinha a pele clara e cabelos loiros, rosto coberto por uns óculos escuros grande, usava um vestido bege e um casaco de tweed marrom. Seus saltos altos eram dourados, e ela também usava várias pulseiras e um colar de ouro. Sua bolsa era preta e parecia cara.

Quando ela retirou os óculos escuros e estalou os dedos, Jaken parou ao seu lado com uma bandeja. Ela jogou os óculos sobre a bandeja, e em seguida tirou o casaco e a bolsa, os colocando na bandeja também. Respirou fundo e jogou os cabelos longos e cacheados para trás, pondo uma mão na cintura. Após alguns segundos, encarou Jaken e ergueu uma sobrancelha. Ele parecia admirado em ter sua amada senhora de volta.

– O que é que você está fazendo parado assim, inútil? – ela estalou os dedos novamente – Some, some.

– Sim, senhora. – disse Jaken, e fez uma reverência antes de sair.

– Satori. – disse meu pai, como quem engasga.

– Não, sua mãe. – minha mãe revirou os olhos – Mas é claro que sou eu. Meu filho, você está lindo. – disse com um sorriso para mim.

– Mãe. – eu disse em choque – O que está fazendo aqui?

– A pessoa viaja em plena Fashion Week para ver o filho, e ganha um “O que você está fazendo aqui?”, é muita ingratidão. – falou ela simplesmente, indo se sentar em seu lugar habitual.

– Da última vez que eu te vi, eu tinha doze anos. Perdoe-me se fui rude perguntando isso. – eu disse sarcasticamente.

– Poupe-me do drama. Estou aqui para conhecer a namorada que aquela menina Kagura me disse que você tinha. – ela estalou os dedos – Mas Kami, que criadagem mais mal acostumada. Cadê meus garçons? – ela olhou ao redor – Ai, que horror. – ela pareceu realmente horrorizada – Que horror! – gritou, se levantando de supetão.

– O que foi? – perguntou meu pai indo até ela.

– Isso aqui. Tão brega! – ela começou a andar pela sala – Mas de quem foi a ideia horrorosa de pôr um prato de porcelana decorando a parede? – perguntou, pegando a peça, horrorizada.

– Minha. – disse Izayoi.

– Ah. – minha mãe fez cara de desgosto – A criadagem.

Então, sem mais nem menos, ela soltou o prato no chão, que se partiu em pedacinhos. Então sorriu alegremente e deu de ombros.

– Ooops. – disse jogando os cabelos para trás.

Com passos largos, ela veio até Kagome, e parou no meio do caminho. Pela primeira vez, minha mãe pareceu chocada de verdade. Seu queixo caiu e ela então ergueu uma mão, hesitante.

– Mama? – perguntou minha mãe.

– Hm... Meu nome é Kagome. – minha namorada disse, e eu passei um braço pela sua cintura.

– Kagome Higurashi? – perguntou Satori, com lágrimas nos olhos.

– Sim. – Kagome franziu a sobrancelha.

– Eu te procurei por toda a parte! – gritou Satori – Onde você estava? Por que não mora mais na casa dos seus pais? Cadê o Naraku? Eu passei anos tentando te contatar, tentando ver se você estava bem.

– Como assim? – perguntou Kagome, parecendo chocada.

– Como assim o quê? – perguntou Satori de volta – Sou eu, sua mãe legalmente. Aquela para qual Mama deixou a sua guarda se algo acontecesse com ela. Bem, comigo e com Naraku.

– Como assim, uma mãe legalmente? Eu nem sabia que o Naraku não tinha minha custódia absoluta! – gritou Kagome.

– O quê? – gritou de volta Satori – Aquele filho da puta!

Então Satori levou a mão à boca, e puxou Kagome para um abraço. Ambas choravam, e minha mãe mais ainda. Estávamos todos chocados, encarando-nos entre si, tentando entender o que estava acontecendo.

– Espera. A criança pela qual você ficou responsável... Era a criança Higurashi? – perguntou meu pai.

– Claro que era, Inu. – reclamou minha mãe – Kami, não acredito nisso. Você está bem? Naraku tem sido um bom pai?

– Ele desfalca minha empresa e me explora até a morte, mas... O Senhor Taisho resolveu isso para mim. – respondeu Kagome – Como você conhecia minha mãe?

– Você não sabe nada da sua mãe? De mim? – perguntou Satori.

– Não, o Naraku nunca me contava nada. – respondeu minha namorada.

– Kentaro! – gritou Satori.

Todos nos assustamos e Jaken entrou rapidamente na sala, seguido por um homem grande, de aparência japonesa, em roupas de segurança e com um ar de mal-encarado. Apesar de japonês, ele era alto e muito musculoso, e ainda usava óculos escuros naquela claridade. Jaken se curvou respeitosamente para Satori antes de ir embora depressa. O homem ficou ali, imóvel, esperando ordens, aparentemente.

– Ache o Naraku, bata bastante nele, e diga que eu mandei um recado. – disse minha mãe.

O homem assentiu e se virou para sair, mas minha mãe estalou os dedos. Como um comando supremo, ele parou tudo e se virou novamente para ela, pronto para novas ordens.

– Diga para ele “Isso é por ser um grande filho da puta, e pense duas vezes antes de me subestimar”. – ela ergueu a mão para que ele não saísse ainda – E quando eu digo bastante, eu digo bastante mesmo. Eu o quero... Sem andar. Por uma semana. – ela estalou os dedos e o homem sumiu.

– Não precisava fazer isso. – disse Kagome.

– Precisava sim. Eu não paciência e sou uma mulher muito má e vingativa, com muitos contatos maus e vingativos. – a loira se sentou novamente na mesa – Sente Kagome, precisamos falar sobre tudo isso.

– Sim, senhora. – disse Kagome e sentou.

Eu olhei para o meu pai, que encarava Satori completamente... Apaixonado. Não. Mais do que apaixonado. Ele a olhava como se ela fosse a última pessoa no mundo, a mais preciosa jóia de todo o universo, a resposta da vida para um físico. Izayoi estava pálida e tensa, enquanto Rin estava confusa. Inuyasha parecia com raiva. Eu fui o primeiro a sentar da minha família, e minha mãe esperou que todos se acomodassem antes de começar sua história.

– Quando eu tinha quinze anos, fiz intercâmbio para o Japão. Fiquei na casa da família Sasaki. Lá, eu conheci Mama, a menina mais gentil e inteligente de toda a Ásia. – minha mãe sorriu – Ela me acolheu, me tratou como amiga, e se esforçou mais do que qualquer um a aprender inglês para me deixar à vontade. Nós éramos inseparáveis. Ela acreditava que, dentro de todas as pessoas, existia um lado bom e doce. E eu acreditava que todas as pessoas só fingiam ser legais porque não queriam estar sozinhas. Ainda acredito. Todas, menos Mama. Ela fazia de tudo o que você pedisse, pelo simples prazer de ajudar. Ficava feliz mesmo esgotada quando você agradecia por algo.

“Eu sou filha, não sei se você sabe, de um dos maiores nomes da física nos estados unidos. Então sim, meu pai é muito rico. Eu era uma menina mimada e muito, muito má. Mas a convivência com Mama... Me amoleceu. Ela era tão ótima que eu queria ser boa. E então, quando o momento de voltar chegou, eu não voltei. Meu pai ofereceu uma quantia absurda aos vizinhos da sua mãe para que se mudassem e que me deixassem sua casa. Ele contratou pessoas para ficar comigo e... Bem, ele não era o pai mais responsável nem o mais carinhoso. Então, com o tempo, eu e sua mãe viramos mais que amigas. Nós éramos irmãs.

“Após alguns meses, descobrimos que adorávamos cantar, e então começamos a nos gravar cantando. Você vê, antigamente ter uma câmera para si era algo muito incrível, e eu tinha. Ambas aprendemos violão, e começamos a fazer covers em inglês de bandas que gostávamos, de cantores... Naquele ano, nos chamaram para praticar no coral da escola. Fomos até as Nacionais. Nós éramos ótimas. Com o passar do tempo, ela conheceu o seu pai. Éramos todos da mesma classe, e eu o adorava. Eles eram um ótimo casal.

“Quando chegou a minha vez de conhecer meu futuro marido, Mama era só alegria. Ela amava a ideia de que eu estava namorando, e que íamos sair os quatro juntos. Mas, nesse tempo, estávamos na faculdade e meu namorado e eu não saíamos muito, então eu só andava com ela por aí. Quando chegou o dia do casamento dela, eu fui a madrinha, mas tive que ir com um amigo, porque meu namorado não queria ir. Cansado. Então, nós éramos irmãs. Quando eu me casei, ela estava lá, sob uma identidade falsa. Descobrimos que os Higurashi e os Taisho se odiavam com todas as forças e resolvemos não forçar a barra.

“Mama foi a minha madrinha de casamento, e a madrinha do meu primeiro filho. Sesshoumaru não teria nem chegado ao parto se não fosse por ela. Ela sabia o que fazer, mesmo sem ter nenhum filho. Ela me apoiava, ela estava comigo quando meu marido saía. Ela era minha irmã, meu mundo. Sesshoumaru ganhava mais presentes dela do que de qualquer outra pessoa, e ela amava passar tempo com ele. Quando o meu filho completou quatro anos, quem ganhou o presente foi Mama: ela estava grávida.

“Mama queria batizar a menina de Satori, mas eu a disse que deveria ser melhor Kagome. Um nome mais clássico, mais elegante. Eu me chamaria Kagome se pudesse escolher meu nome. Então, Kagome nasceu, e era linda. E Sesshoumaru e Kagome brincavam juntos, mesmo quando tudo que Sesshoumaru conseguia fazer era ficar tomando e devolvendo os brinquedos de Kagome. Quando você completou três anos e nove meses, Mama disse que ia casar vocês dois, do tanto que Sesshoumaru implicava e protegia você. É claro que você tinha um irmão bastardo, mas isso não importava para Mama. Ela perdoou o seu pai no momento em que ele voltou para ela, assim como eu perdoei Inu no momento em que ele voltou para mim.

“Você vê, eu já tinha oito anos suportando a traição de Inu. Sesshoumaru tinha doze naquela época. E quando eu finalmente contei que minha melhor amiga era uma Higurashi, ele perdeu a cabeça. Ele me bateu naquele dia, e Mama largou tudo para vir atrás de mim. Seu pai, naturalmente, como o marido preocupado e o ótimo pai que era, providenciou que você estivesse com Naraku enquanto eles davam uma saída rápida. Eles nunca chegaram. Nem nunca voltaram. Estava chovendo e o carro despencou do barranco.

“Eu não podia sozinha. Não conseguia ficar em casa sozinha, com um marido que havia me batido. Não podia criar meu filho, porque todos esses anos ele foi praticamente criado por Mama. Ela era a mulher por trás de todos os meus conselhos, os meus gestos maternais. Eu não sou uma boa mãe, nem uma boa mulher. Mama era. Quando ela morreu, eu não agüentei. Eu fui embora. Tentei me matar alguns dias depois, por pura culpa. Se eu não tivesse contado a Mama que tinha apanhado, ela jamais sairia de casa de carro num temporal. Aí veio você.

“Se criar meu filho estava fora de cogitação, imagine como eu fiquei quando me deram a guarda de uma menina de oito anos. Eu não podia. Não quando ela era tão... Tão... Tão parecida... Tão igual à mãe, e com aquele jeito de boa garota. Quando eu tentei me suicidar, fui internada pelo meu pai. Passei cinco anos em reabilitação e, quando saí, eu tentei entrar em contato com meu filho... Mas ele já tinha uma mãe. Você desapareceu, e eu estava sozinha de novo. Então meu pai me pôs para trabalhar. E foi só aí que eu consegui tocar minha vida. Até descobrir, por meio de um e-mail da menina Kagura, que Sesshoumaru tinha uma namorada. Eu tinha que vir. Eu tinha que ter esse momento de mãe, eu tenho que ter isso para mim. Eu quero estar na igreja e ver meu filho casar, eu... E não a vadia da babá que dormiu com o meu marido há anos atrás.”

Quando minha mãe acabou a história, ela soluçava loucamente. Kagome berrou, levando as mãos à cabeça, em completo desespero, e chorando tão intensamente quanto minha mãe. Eu estava imóvel, observando minha visão ficar clara e borrada conforme as lágrimas desciam pelo meu rosto. Meu pai também chorava, e Izayoi estava tremendo e chorando desesperadamente. Inuyasha estava chocado. Kami, eu sabia que a paz ia durar pouco nessa casa.


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Notas finais do capítulo

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