Minha Namorada Contratada escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 2
A dançarina de cabaré


Notas iniciais do capítulo

Bem, eis o segundo capítulo. Porém, preciso de incentivo para escrever, pois não sei ainda se alguém está lendo. Música: Show Me How You Burlesque.



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Eu simplesmente não estou acreditando no que eu estou vendo. Simplesmente não acredito. Bankotsu estava me fazendo uma piada, não é? Uma piada. Por que mais ele estacionaria na frente de um cabaré? Eu nem sabia que esse tipo de estabelecimento ainda existia. Porém, as coisas ficaram suspeitas quando Bankotsu estacionou o carro, desligou e saiu do mesmo. Eu saí também, e então lhe lancei um olhar de "Que merda é essa?".
– Não é tão mau. - disse ele, parecendo se divertir - Venha comigo, vai ver que não é tão ruim.
– Vamos me achar uma namorada fajuta num cabaré? - perguntei, o seguindo - Não quero uma vadia qualquer, Bankotsu. E esse plano parece cada vez pior.
– Mais respeito. É um cabaré de luxo. Apesar do bairro. - ele falou, quando viu que eu ia interromper - É preciso uma indicação de um cliente já conhecido para entrar. É onde as mulheres poderosas se divertem, cantando, dançando e seduzindo os seus convidados.
Realmente, não era uma espelunca. Estacionamento próprio, dois seguranças mal-encarados parados lado a lado na porta de carvalho dupla e alta, homens bem-vestidos entrando, uma iluminação boa por fora e até um tapete vermelho para os convidados. Ergui uma sobrancelha para Bankotsu, perguntando silenciosamente se aquilo era algum tipo de refúgio sustentado por um presidente de um país distante.
– Para sustentar o lugar, os homens doam. - ele deu de ombros - Você também não vai querer ver esse lugar fechado, depois que ver as garotas.
– Garotas?
– Sim, as chamam assim. Mas são mulheres. E muito gostosas.
– Senhor Bankotsu. - assentiu um segurança.
– Eu e um convidado, Taisho. - ele me indicou.
Os homens deram um passo para o lado e abriram a porta para nós. Bankotsu entrou rapidamente e eu o segui. A porta se fechou atrás de nós. Nunca vi um lugar com uma iluminação tão cegante. Parecia dia. As luzes piscavam. Mesas redondas estavam espalhadas por um salão pintado de preto. A nossa frente, após algumas mesas, estava um palco, também preto, com algumas cadeiras coloridas. Do lado do palco, havia um bar nada modesto, com algumas de minhas bebidas prediletas que eu pude avistar de longe. Ironicamente, também eram as mais caras. Percebi uma mesa perto do palco para qual Bankotsu se dirigia com um largo sorriso. Eu o segui, porém puxei o seu colarinho por trás.
– Diz "reservado". - falei.
– Sim, para mim. - ele se soltou e então sentou na mesa - Kagome reserva essa mesa quando ligo avisando que venho. Ela sempre apresenta no palco, mas de vez em quando sobe nessa mesa para incrementar o show.
– Dançarina de cabaré, uma grande amiga? - perguntei, ironicamente.
– Executiva de dia, dançarina de noite. É a mulher dos sonhos. - ele riu e ergueu a mão.
Eu não havia visto a longa fila de garçons, porém a notei quando um deles veio nos atender. Pedi uma das bebidas mais caras, e Bankotsu me acompanhou. Ele estava animado. Eram quase onze horas e, logo, logo, o show iria começar. Eu comecei a ficar ansioso, também. Percebi que uma atmosfera de ansiedade se espalhava no lugar. Então, aos poucos, a luz diminuiu e se apagou de vez.
– Underneath the city lights... - ecoou uma voz - There is a world few know about. - uma luz vermelha se ascendeu e focou uma mulher no palco - Where rules don’t apply, no. - ela virou e nos lançou um sorriso sexy - And you can’t keep a good girl down...
Foi quando outras luzes, de outras cores, se ascenderam, mostrando outras garotas ao lado da primeira. Três de um lado e três de outro. A mulher começou a cantar mais rápido, fazendo a coreografia ao mesmo tempo. Ela ficou por um minuto no palco, e me deu tempo de explorá-la com o olhar. Entendi o que Bankotsu queria dizer. Era sempre... Interessante ver uma garota naquele tipo de trajes. Uma roupa de cabaré era forçada, porém, a beleza da mulher que a usava. Era uma garota um tanto baixa, porém esbelta, com o corpo curvilíneo. Seus olhos castanhos eram vorazes, e vasculhavam todo o lugar. Passaram por mim e Bankotsu um número anormal de vezes, e me perguntei se ela gostava do que via.
Foi quando algo me surpreendeu: a cantora desceu do palco por uma escada lateral que eu não havia reparado ainda e as outras garotas se rearrumaram no palco, enquanto ela andava de um modo sexy até mim e Bankotsu.
– Ok girls, let’s show them how it’s done. - ela piscou para mim enquanto apontava para as garotas - It ain’t over till we say... - ela puxou uma cadeira vaga e subiu na nossa mesa - And we’ve only just begun...
Então começou a dançar novamente, e, de tempos em tempos, virava para Bankotsu para lhe fazer algum tipo de provocação, me dando uma boa visão da sua calcinha preta, tão destacada na pele alva.
– So get your ass up, show me how you burlesque! - ela se ajoelhou e abriu um pouco mais as pernas, enquanto apontava para cima com o dedo indicador e a outra mão pousava atrás de si, lhe dando equilíbrio para arquear as costas.
A música parou e os aplausos começaram. A garota, que agora arfava, sorriu para todos, se sentando com descaso em nossa mesa. Após alguns minutos mandando beijos, ela desceu da mesa com uma destreza impressionante. Soltou os cabelos negros, que caíram em ondas até suas costas, e sentou na cadeira, se inclinando para sorrir para Bankotsu.
– Ora, quem é vivo sempre aparece. - ela disse.
Percebi que sua voz era extremamente agradável. Doce, mas não enjoada. E a visão que eu estava tendo do seu decote também.
– Eu estava tendo uns problemas com o Sesshoumaru. - Bankotsu me indicou.
– Sesshoumaru Taisho? - ela perguntou com um sorriso - Ouvi bastante sobre você. Kagome.
Então, de repente, o feitiço foi cortado. Lembrei-me de que aquela mulher era apenas uma puta de cabaré e a encarei com frieza, assentindo calmamente.
– Precisamos lhe contar algumas coisas, Kagome... Preciso de uma de suas amigas. - disse Bankotsu.
– Eu achei que nunca solicitaria nenhum tipo de serviço como esse, Ban. - ela franziu a testa e se recostou na cadeira, desconfortável - Olha, tenho que lhe lembrar que aqui não é um puteiro. É um clube.
– Eu sei, eu sei. - ele ergueu as mãos, na defensiva - Não envolve sexo. Só dinheiro. Lembra que eu lhe contei que ele estava sendo perseguido?
Ele contou? Esse maldito. Desde quando uma estranha tem tanto poder ao ponto de saber da minha vida pessoal? Vou matar Bankotsu.
– Sim. - ela balançou a mão com descaso.
– Tive a ideia de lhe arrumar uma namorada fajuta. Assim, a mulher vai parar de lhe perseguir.
Ela suspirou e então ficou séria. Ajeitou-se na cadeira e, por um momento, consegui me lembrar do texto anterior de Bankotsu.
– Executiva de dia, dançarina de noite. É uma mulher complexa, senhorita Kagome. - falei, com um toque de ironia.
– Não venha com ironias para cima de mim, Taisho. - ela cerrou os olhos - Você está só me conhecendo, e não tem ideia do quão má eu posso ser. - ela me deu um sorriso que arrepiou minha nuca - Mas não sou executiva, mas uma aprendiza. E uma secretária.
– Foi a informação que recebi do Bankotsu. - murmurei calmamente, bebendo um gole do meu drink.
– Ban, não deveria dizer isso. - ela piscou e lançou um sorriso para ele - Mas, você quer um favor, certo?
– Sim. - ele murmurou, desconscentrado.
– Bem, eu lhe devo. Já ajudou a espantar muitos idiotas executivos. - ela deu de ombros - Porém, eu devo advertir que vai ser difícil. Não sei de muitas garotas que aceitariam isso.
Ela enrolou o cabelo com os dedos agilmente, os prendendo num coque elegante. Como era possível que esse simples gesto atraísse tantos olhares de homens que estavam ao redor, e por que isso também atraiu meu olhar? Mas que droga. Essa puta fica sexy fazendo qualquer coisa.
– Posso jurar que o Senhor Taisho está me insultando mentalmente. - disse Kagome com simplicidade.
– Lê mentes? - perguntei, erguendo uma sobrancelha e fingindo indiferença.
– Para a sua sorte, não. - ela me lançou um sorriso irônico - Vamos aos negócios. Pelo que parece, uma namorada para o Senhor Taisho não vai cair do céu.
Eu tive vontade de esganar aquela atrevida. Porém, bem no fundo, uma parte de mim estava admirada: nenhuma mulher nunca me enfrentara daquele jeito.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Preciso de pelo menos um para postar o próximo cap. Até.



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