Minha Namorada Contratada escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 18
Voltando dos mortos.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo programado e pronto desde 5 da manhã de 30/12/2014!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/531107/chapter/18

Kagome não retorna minhas ligações. Em troca, ando recebendo várias da minha secretária, Lea. Ela está louca porque ando faltando ao trabalho, mas não me importa. Não estou com cabeça para isso. Deve ser a décima segunda vez que Izayoi entra no meu quarto para me deixar comida. E deve ser a décima segunda vez que ignoro o prato. Peguei o costume de comer comida fria, agora. Só quando meu estômago começava a roncar que eu comia, mas mesmo assim só o suficiente para me manter de pé.

Achei que todo aquele drama sobre terminar com o namorado que existe em filmes americanos fosse só isso: drama. Mas percebi que não é só isso. E que também afeta os homens. Tenho remoído aquela mesma tarde faz tantos dias. E percebido, cada vez mais, como eu tinha sido estúpido. Existiam mil maneiras de ter evitado o mal-entendido. Existiam outras mil de me desculpar. Mas eu não o fiz. Sou um babaca.

Tenho mandado flores para Kagome. Cada dia mais uso uma quantia absurda de dinheiro para lhe mandar flores. Ela as devolve. Todo dia o entregador particular da nossa mansão vem aqui, bate no meu quarto, e me informa que as flores foram devolvidas. Izayoi parece perceber que não estou bem, e não fala da Kagome. Não vi muito a Rin, mas ela me trouxe, outro dia, a notícia de que a Kagome estava bem. Reagi tão mal a isso, berrando e quase chorando, que ela não voltou mais.

Meu pai tem me trazido uísque todas as noites. Nós bebemos, eu durmo. Ele desaparece. O dia começa de novo. Acho que isso foi longe demais. Estou parecendo uma moça. Porém, a culpa que sinto por ter batido nela é forte demais. Não consigo sentir raiva dela. Do Kouga. Do Bankotsu, de todos. Só de mim. Ouvi três batidas na porta e as ignorei. Depois de outras batidas, meu coração disparou com a assimilação retardada do meu cérebro. Ninguém de casa batia na minha porta. Deve ser a Kagome. Levantei-me da cama como um louco e abri a porta, pronto para implorar perdão e prometer ser um namorado melhor. Mas não era ela.

– Você não está legal. – me informou um tanto cabisbaixa, Priscila.

– Onde... Onde está ela? – perguntei com a voz rouca.

– Ela foi conhecer o irmão ontem. – me informou e eu, completamente surpreso, me ajoelhei – Com o Kouga. Ela... Está com eles hoje também.

– Kouga. – repeti um tanto atônito.

– Ela está bem. – informou-me a amiga da minha ex.

– Eu sou horrível. – a encarei – Não consigo ficar feliz por isso.

Ela me lançou um sorriso um tanto triste e se ajoelhou na minha frente.

– Estava esperando que você dissesse isso. – ela segurou minhas mãos – Sesshoumaru, ela está bem. Não está feliz. Eu não viria atrás de você se ela estivesse. Mas tenho que saber: você a traiu? – ela perguntou seriamente.

Eu a contei a história. Toda. Desde Bankotsu até hoje. Contei até da surpresa que tinha preparado para Kagome. Que eu fui. E bebi. E não voltei mais a ser eu mesmo. Ela pareceu um tanto chocada, mas séria.

– Você realmente a quer de volta? – perguntou Priscila.

– Mais do que tudo no mundo. – respondi.

Ela assentiu e se levantou. Olhou para trás e vi que meu irmão mais novo estava ali, indo a minha direção me ajudando a levantar. Eu soltei uma risada sarcástica. Sendo ajudado por Inuyasha? Eu realmente estava no fundo do poço. Ele me mandou fazer minhas coisas e eu obedeci. Tomei banho, fiz a barba e toda minha higiene. Vesti roupas limpas e engomadas. Comi bastante. Ainda não me sentia bem, no entanto.

– Temos uma festa hoje. – disse Priscila.

– Não quero ninguém mais, Priscila. Se for para isso que me fez me arrumar, esqueça. Se não for a Kagome, não quero.

– A festa do irmão dela. Ele quer comemorar o aniversário dele com a família e os amigos da família. Estão entusiasmados. Kagome vai, e levará o Kouga como acompanhante. É a sua chance. Vocês podem conversar sozinhos na casa dele. – ela disse e olhou para Inuyasha.

Meu irmão me arrastou pelo braço enquanto eu ia me acordando desse período depressivo. Eu precisava estar bem para vê-la. Eu precisava montar a minha história para que ela faça sentido. Preciso que ela acredite em mim. Quero voltar para ela ainda hoje. Quero-a, não precisa ser sexo. Só um abraço, um beijo, é suficiente. Preciso que ela pare de me odiar. De me menosprezar.

Chegamos antes do que eu imaginava. A casa de Sota, o irmão de Kagome, era grande. Eu poderia arranjar um quarto para conversarmos. Minhas esperanças estavam começando a crescer. Eu vi Rin. Ela estava com um garoto ruivo de olhos claros, de mãos dadas. Estava conversando com Kagome. E Kagome estava feliz. Parecia distraída, mas estava com um sorriso verdadeiro, embora não muito grande, na face. Ela estava do lado de um homem mais novo, de olhos e cabelos negros e o encarava com alegria e admiração. Eles conversavam, mas ele parecia mais feliz ainda.

– Aquele é Sota. Irmão de Kagome, que foi separado depois que os pais dela morreram. Juntos, eles agora irão administrar a empresa. – Priscila me disse – Ela terá menos trabalho... Principalmente agora, que largou o clube.

Ela largou o clube? Mas Kagome sempre deixava claro que dançar a fazia feliz. Ela amava isso. Ela se desdobrava em mil para poder fazer isso. Será que eu tinha a afetado desse modo? Será que foi por minha causa que ela largou o clube? Isso me fez triste e feliz ao mesmo tempo. Triste, ao saber que ela tinha perdido algo que amava. Feliz, por saber que a tinha afetado. Ela me amava.

– Vamos lá. Temos que falar com ela. – disse Priscila, parecendo nervosa.

Eu andei até ela sem nenhum outro incentivo. Quando Kagome me viu, seu olhar se tornou chocado e magoado. Ela parou de falar imediatamente e virou-se para sair. Eu então, já perto, segurei a manga da sua blusa. Ela parou, me olhando. O homem virou-se para mim. Houve um burburinho crescente.

– Você deve ser Sesshoumaru. – disse Sota, soltando minha mão da manga de Kagome.

– Sim. – falei, sem tirar os olhos dela.

– Você não foi convidado. – me disse alguém com frieza.

Tirei meus olhos alguns segundos de Kagome para encarar Kouga. Ele foi até ela e a abraçou pela cintura, sussurrando algo em seu ouvido. Minha visão ficou vermelha, mas eu não podia sentir raiva. Não podia me dar esse luxo. Ao invés disso, engoli a raiva com dificuldade e, após alguns minutos de um silêncio constrangido, segurei a mão de Kagome.

– Por favor, converse comigo. A sós. Eu não lhe farei nenhum mal. Só quero falar sobre o que houve. – pedi e quase me irritei do quanto minha voz soava suplicante.

– Você não vai ficar a sós com ela. – rosnou Kouga.

– Não adianta ser evitado. Assuntos sem resolução, se evitados, continuarão sem resolução. Até o fim. – disse Sota e suspirou – Conversem num dos bancos daqui de fora. Estaremos observando vocês, só para o caso.

Ela assentiu, olhando para ele com admiração. Tenho que admitir que também o olhasse assim. O garoto era bem maduro para a idade que deveria ter. Kouga rosnou, mas Sota o encarou com desprezo e ele parou de fazer qualquer ruído. Kagome seguiu na frente enquanto eu a seguia, ainda um tanto zumbi. Ela parou num banco que parecia ser de praça, relativamente distante de onde o pessoal estava. Eles nos observavam.

– Pode começar Sesshoumaru. Estou ansiosa para ouvir a sua história.

E então, eu a contei tudo. Repeti o que tinha falado para Priscila. Contei até como cheguei aqui. Não exagerei, e contei sobre a surpresa que lhe estava preparando. E então, encarei-a. Ela chorava em silêncio, e eu estava tão mal por causa daquilo. Ergui uma mão com cuidado, acariciando sua face e limpando suas lágrimas.

– Te bater não foi intencional. E foi a pior coisa que eu já fiz. Eu realmente sinto muito por toda essa confusão. Eu te liguei, tentei te convencer. Eu mandei flores, tentei fazer com que veja que estou arrependido. Não saí de casa esses dias todos, só... Existi. Eu não consigo sem você, Kagome. Eu não tinha percebido isso antes, mas eu realmente não consigo sem você. É como se de repente, eu não fosse mais o centro do universo. Mas só percebi agora. Perdoa-me. Por favor, perdoa-me. Eu juro por tudo que quiser, eu faço o que quiser, para te provar que não te traí. Por favor.

Ela começou a respirar fundo. E então encarou as pessoas que nos observavam. Eu olhei para elas também. Priscila acenou positivamente com a cabeça, lançando um sorriso triste. Inuyasha deu de ombros. Sota permaneceu impassível e Kouga cerrou os punhos. Então, um homem e uma mulher que eu jamais tinha visto estavam ali. A mulher sorriu para Kagome, solidária. E o homem me encarou. Como se fosse me punir ou algo do tipo.

– Vou lhe fazer uma proposta. – anunciou Kagome.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews me ajudam a escrever mais rápido.