Minha Namorada Contratada escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 14
Sermão e Stress


Notas iniciais do capítulo

Por favor, não me matem. Estive super ocupada e caí doente recentemente. Agora mesmo, estou escrevendo enquanto minha temperatura está 38.9ºC. Mas espero que gostem desse capítulo.



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Minha namorada. Minha. Mas porque porras ela não me dava mais atenção? Acha que só porque eu já estou extremamente de quatro por ela, ela pode me tratar assim? E silêncio, ela jamais saberá desse detalhe. Eu estou simplesmente indignado. Priscila e Kagome estão mais ocupadas do que nunca, ensaiando como loucas, e adivinha para quem sobra? Segundo Jakotsu, logo viria o ápice do seu "estabelecimento", se é que eu posso chamá-lo assim. E além disso, Kagome tem ensaiado tanto com minha irmã que ela praticamente nem tem tempo para ela mesma. Coitada. Porém, mais uma vez, não quero nem saber. Quero minha atenção, meu carinho, meu amor e meu sexo.

Vocês não estavam realmente pensando que eu estava com sentimentos puros, estavam? Pobres de vocês. Kagome e Priscila dançavam Bounce enquanto eu as observava, com um rosto de uma pessoa completamente esquecida e contrariada. Quando elas pararam, Kagome surtou.

– Não está bom o suficiente, não está! - ela começou a arrancar os cabelos, completamente vermelha, e eu me levantei com um pulo - Jakotsu vai nos matar, os clientes vão odiar, e provavelmente nós vamos ser fuziladas em público por desonra à nossa família!

Eu a segurei, enquanto ela ainda se debatia. Priscila então, começou a chorar. Inuyasha e meu pai vieram ver o que estava acontecendo, e o meu meio-irmão idiota foi consolar a amiga de Kagome. Por falar nela, levei um baita susto quando ela começou a tremer e virou, segurando os botões da minha camisa social e chorando no meu peito.

– Eu fiz chá. - informou Izayoi, surgindo do nada.

– Não quero chá. - fungou Kagome, começando a se recompôr.

– E-eu quero. - chorou Priscila, indo até minha mãe.

– Céus, o que está acontecendo com vocês? - perguntou meu pai, olhando para as duas, chocado.

– Kagome é a estrela principal do show s-se... Se ela errar um passo, ou sair u-um seg-segundo da sincronia, Jakotsu vai ma-matá-la! - chorou Priscila, aos berros.

– Se eu não o matar antes por estar me sobrecarregando tanto. - disse Kagome, jogando-se no chão e respirando fundo - E a Priscila é nossa garota revelação, ela vai ter um solo, e se errar um passo... - Kagome apontou uma arma que fez com a mão e desceu o dedão, simbolizando o gatilho sendo puxado - Bum!

– Eu sou horrível! - chorou Priscila.

– Vocês são ótimas, não precisam ficar assim. - disse Rin, finalmente chegando na sala - Eu ouvi seus berros. Mas sério, vocês são as melhores.

– E você... - Kagome levantou-se com um pulo - Temos que conversar.

– Ka-chan, não! - disse Priscila, acidentalmente derramando um pouco de chá no chão - Ela não está preparada ainda.

– Esse é o problema! - rebateu Kagome, como uma fera - Rin, você nos tem como modelo. Posso dizer que praticamente nos idolatra. Mas é a hora de lhe mostrar como você deve ser. Somos formadas, a velha geração. Estamos ultrapassadas. - ela ergueu um dedo para Rin, que começou a protestar - Os testes começaram hoje. Os testes dos grupos.

Então era por isso que ela estava sumindo com frequência e visivelmente maluca. Ela estava preocupada com a minha irmã. Não sei se mato minha namorada ou a beijo no momento. Mas como ela está me deixando carente, vou ignorar seus merecimentos. Ela passou por mim, pegando seu pen drive na bolsa, indo para a TV e colocando logo um vídeo.

– Isso... - ela foi até Rin e balançou um dedo na frente de seus olhos - É informação confidencial. Não deveria estar lhe dando isso, porém, acho que não está levando a Academia a sério o suficiente.

Até eu fiquei surpreso com a afirmação de Kagome. Rin ensaiava dia e noite, até a completa exaustão. E quando as meninas vinham ensaiar suas próprias coreografias (já que adotaram minha casa como seu estúdio pessoal, a pedido de minha mãe) ela as imitava com fervor, mesmo que as mesmas não tivessem tempo de parar para lhe ajudar a se encaixar na dança com perfeição. Eu nunca tinha visto a minha irmã se esforçar tanto por algo. Mas então, eu entendi. Ela começou a passar um vídeo atrás do outro, de várias audições. Mas que droga, por que merda eles têm que ser tão bons? Minha irmã ainda nem tem a própria coreografia!

– E esse... - ela parou num vídeo - Preste atenção nesse.

Quando o vídeo começou, eu quase ri de indignação. Um bando de garotos de salto? Foi quando eles começaram a dançar. Meu queixo foi caindo conforme eu os observava, olhando apavorado para Kagome logo em seguida, que assentiu, parecendo triste. Quando o vídeo acabou, ela desligou a TV e encarou Rin, séria. Com certeza agora ela lhe ouviria. Rin jamais teve uma postura rígida nessa casa além de mim, e eu jamais tive motivos para forçá-la ao seu máximo.

– Esses homens são héteros. - ela revelou, e eu a olhei com espanto - Sabe por que dançar de salto? Provas. Provar que eles podem absolutamente tudo o que eles quiserem, e que estão prontos para serem levados ao seu máximo. Rin, eu não quero brigar com você, mas honestamente! A sua audição é daqui a dois dias e você nem tem uma coreografia! - Kagome começou a se abanar, nervosa - Você tem que entrar. Sei que quer. Mas, Rin... A audição para a Academia é uma chance única. Só vamos recrutar novamente daqui a cinco anos, por causa de toda a correria que está a vida de Sango. E são vagas individuais, pelo amor dos céus. Eles, como grupo, já ocupam três. Você acha que os outros que lhe mostrei também não passam? Eu estou preocupada, Rin. Eu não vi nenhum progresso vindo de você!

Rin começou, inesperadamente, a chorar. Não aquele seu choro falso de quando ela queria algo, mas um choro desesperado de quem percebe que o mundo vai acabar e não fez nada do que realmente queria.

– Sei que melhorou em acompanhar, Rin. - Kagome pousou a mão gentilmente num dos ombros de minha irmã, que tremia e a encarava indignada, como se não acreditasse que Kagome fosse tão insensível a ponto de continuar seu sermão com seu choro - Mas não vamos aceitar coreografias de terceiros. Já pensou em que música vai usar? Que gênero? Que fator para surpreender? Qual o jeito de se anunciar? Qual o modo de encantar os jurados? Houjo está surtando, assim como eu. É difícil estragar a vida dos outros, mas eu vou sincera. - Kagome se abaixou a altura de Rin, já que estava de salto, e encarou minha irmã bem de perto - Existem mais de mil pessoas que vão fazer esses testes que são melhores que você. - Rin começou a tremer violentamente - Embora isso não conte tanto. Queremos inovação. Formar pessoas que vão além... E onde está a sua maldita determinação, mulher? - ela sacudiu Rin - Olhe para mim, Rin. Pare de ensaiar. Comece a criar, ou você nunca vai passar no seu teste. A inspiração pode vir de qualquer lugar. Sabe como eu criei minha primeira coreografia? Quando fui visitar um presídio. As presas quase me comeram viva, mas eu saí de lá com ideias. Viaje. Pense. Surpreenda. Não quero a pressionar demais, mas quero que entenda. Não vamos aceitar a filha mimada de um importante executivo porque ela é irmã do meu namorado. Dando a vaga para você, estamos destruindo os sonhos e talvez a vida de outra pessoa. Por favor, entenda-me.

Porém, Rin havia chegado ao seu limite. Com um olhar de pura mágoa, ela saiu correndo da sala, subindo as escadas. Kagome começou a chorar silenciosamente e Priscila foi até ela, oferecendo seu chá, que minha namorada aceitou silenciosamente.

– Eu sinto muito, Senhor Taisho. Mas sabe, está havendo todo um burburinho pela academia sobre a corrupção de nossos valores. - revelou Kagome - Se nós aceitarmos Rin e ela não for a melhor, todos os meus votos serão ignorados. Meu esforço, duplamente jogado fora. Além disso, a completa desgraça cairá sobre o meu nome. Ninguém vai querer fazer negócios comigo, a empresa estará falida, eu estarei desonrada e meus colegas e eu responderemos judicialmente por isso.

– A Kagome pode ser presa. - informou Priscila calmamente, enquanto passava as mãos pelos cabelos negros da minha namorada.

– Entendo. - falou meu pai, sério.

– Eu estava esperando por isso. - revelou Izayoi, suspirando - Rin não é boa como os outros. Ela começou muito tarde. Se não mostrar algo inovador... Ela ficará arrasada se não passar nessa prova! - exclamou minha mãe, parecendo sufocada.

– Obrigado por colocar sua honra em jogo por nós, Kagome. - disse meu pai, indo até ela e lhe beijando a testa - E agradeço por oferecer a Rin o pulso firme que não pudemos lhe mostrar.

– Não existem melhores pais que vocês, Senhor e Senhora Taisho. Porém, devo dar um recesso de minhas visitas. Eu e Priscila vamos ensaiar com o resto das meninas agora. Pedido de Jakotsu, ele quer ver como estamos ficando juntas. O show é daqui a uma semana, num evento especial para o nosso tipo de dança. - ela me olhou, parecendo triste - Vo... Vou para casa agora.

Kagome rapidamente catou seus pertences e me olhou mais uma vez antes de sair. Eu a segui, então. Céus, eu seguiria essa mulher para qualquer lugar. E aquela prova de amor que ela estava oferecendo para a minha irmã... Como pode uma garota ser assim tão gentil e tão perfeita? Eu a quero. Mas não só pelo seu corpo desenhado, ou pelos olhos tão lindos, ou pelos sons que me inebriam quando nós fazemos sexo. Mas pela pessoa maravilhosa e forte que se mostrou ser. E eu já sabia uma forma de recompensá-la por toda essa força. Vocês estão pensando em sexo, não é, suas indecentes?


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem! Preciso de forças para continuar a história... D: